título: robozinho
data de publicação: 15/02/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #robozinho
personagens: januza e uma amiga
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje é o Cansei de ser Gato. — Te amo, Chico… — Pra quem não sabe, dia 17 de fevereiro, é o Dia Mundial do Gato — amo — e pra comemorar aí, o Chico, dono e proprietário do Cansei de ser Gato — e super amigo do Coentro Nenê, sabe assim? Gatos amigos ricos que andam de jatinho? É isso, é Chico e Coentro Nenê. [risos] — o Chico preparou uma surpresa para os gatos e para os loucos por gatos. — A gente… — O Chico, carinhosamente chama as pessoas loucas por gatos, de “felinistas”. [risos] A pessoa que é apaixonada por gatos, que acredita que eles são seres superiores, evoluídos e merecem o grandioso conforto absoluto. E se você está aqui e sabe que esse podcast é de um gato, você pensa assim também. Então, durante todo o mês de fevereiro, os ouvintes do podcast Não Inviabilize tem um desconto de 15% em todo o site, canseidesergato.com. — Eu amo… E fica aqui até o final que eu vou falar do cupom de desconto e ainda tem presentinho. Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Januza. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Januza tem aí uma grande amiga que elas saem juntas, elas passeiam, elas moram sozinhas, cada uma alugou a sua casa e tal, tem o seu apartamento alugado e suas coisinhas e tal, então às vezes elas fazem reuniãozinha na casa de uma e às vezes na casa da outra e tudo seguindo bem. Januza trabalha, a amiga de Januza também trabalha, ambas com cargos bons até, salários ok, conseguem se manter e tal e a vida seguindo. A amiga da Januza conheceu um cara, conheceu um cara, começou a namorar esse cara… O namoro foi dando certo, o cara ficava bastante lá na casa dela. Então, quando elas queriam fazer uma reuniãozinha só de meninas, assim, a reuniãozinha acontecia na casa da Januza, né? E a vida seguiu mais um pouco.
Até que um dia, esse cara resolve terminar com a amiga da Januza e a amiga da Januza, que estava muito apaixonada, ficou bem mal, assim… Ficou mal, não conseguia limpar a casa, estava num iniciozinho de depressão e nã nã nã… E, Januza, como amiga que é, começou a ir lá na casa da amiga dar uma força. Então vai lá, lava uma louça, põe uma roupa na máquina… — Ajuda ali no que dá. — E, numa dessas, a amiga da Januza pediu emprestado o robô aspirador. — Sabe aquele redondinho? Eu tenho um aqui, aquele mais pra pet, pra pelo e tal, Janaína, minha prima, também tem um. — Januza falou: “Claro, amiga, empresto sim”, ela falou: “Ah, eu não tô conseguindo, acumula muita poeira no chão”, porque ela mora num apartamento de frente para uma rua comercial, então sobe muita poeira e tal… E aí passar o aspirador ali, o robô aspirador ajuda. — Só que assim, gente, quando você pega um utensílio doméstico emprestado, que é de uso da outra pessoa, você tem que usar e devolver, concorda? Não é uma coisa que dá para você ficar pra você usando, porque a outra pessoa também usa, né? A outra pessoa também tem o chão para limpar. —
Numa semana a moça pegou o robô aspirador da Januza e a Januza falou: “Bom, vou deixar uma semaninha lá, ela usa… Se ela gostar, ela compra, porque ela tem condição de comprar um… Se ela gostar ela compra e, sei lá, no sábado que vem que eu vou passar o robô aspirador aqui eu peço de volta”. O robô aspirador da Januza é daquele mais caro, que você consegue programar, sabe? — Então, vai… Vamos por aí que o robô aspirador da Januza custa uns 3 mil reais, não é desse mais simples, sabe? É do mais caro. — Na casa da Januza, Januza bota todo dia ele ali pra limpar… Programa, solta o bichinho, o bichinho vai, limpa, volta, entra na base e fica na dele. Foi uma coisa que ficou uma semana com a amiga e fez falta, né? Mas a amiga tava lá sofrendo pelo cara, não tava conseguindo limpar a casa, beleza… E aí chegou no sábado, Januza mandou uma mensagem pra amiga, falando: “Amiga, vou passar aí pra pegar meu robozinho e tal porque eu tô precisando”. E aí a amiga só respondeu assim: “Ai, amiga, ainda estou usando, Januza… Pode ser segunda?”, ela tinha programado pra passar no sábado, mas ela falou: “Tudo bem, sábado e domingo, na segunda eu pego, sem problemas”.
Januza escreveu isso: “Sem problemas, na segunda, quando eu sair do trampo, eu passo aí e pego”. E Januza sempre que ia encontrar a amiga, ela saía ali do serviço, mandava uma mensagem: “Amiga, eu tô passando aí” ou “amiga, você vem para cá?”, sabe assim? Então ela mandou uma mensagem para a amiga e a amiga não respondeu e ela falou: “Poxa, como que eu vou sair daqui do meu bairro, trânsito tal”, que ela trabalha perto de onde ela mora, “para ir lá na casa dela e chego lá e ela não tá”. Então, na segunda ela não foi e mandou mensagem e falou: “Poxa, a gente combinou, eu quero o meu robozinho”. A amiga só foi responder na terça de manhã falando: “Pode deixar que eu passo aí essa semana” — então quer dizer, não tinha dia fixo — “e levo para você”. — Bom, amizade, né? A gente fala: “Pô, sei lá, tá aí com algumas questões, alguns problemas”, beleza… Ficou ali na dela esperando a amiga levar, né? “Puxa vida, vai trazer aqui minhas coisinhas, né?”.
Semana passou, a amiga mal falou com ela e não levou o robozinho de volta. Chegou na sexta-feira, Januza falou: “Amiga, eu quero o meu robozinho, beleza? Já deu, né? Você tem grana, você pode comprar um para você. Parcela em dez e compra, devolve o meu”. E aí primeira coisa, ela falou: “Ai, eu acho que ele caiu aqui, tá dando problema, eu vou ver se eu levo na assistência para você”. E aí a Januza já ficou brava e falou: “Primeiro que, se uma coisa minha que está na casa dela quebrou, a primeira coisa que ela tem que fazer é falar comigo. Meu robozinho tá na garantia, né? Então ela tem que me falar… Dependendo do que ela fez, ela vai ter que me dar outro, porque meu robozinho é novo”. E aí a Januza respondeu isso, falou: “Meu robozinho está na garantia, o que aconteceu? Cadê ele?”. E aí a amiga demorou séculos para responder e falou; “Ai, amiga, eu tô com vergonha, depois eu vou ver aqui seu conserto e eu te falo”. E mais uma semana se passou…
E aí a Januza começou a comentar com outras amigas sobre isso, aí uma amiga falou assim para ela: “Olha, eu não quero fazer a fofoqueira, mas vou fazer… Januza, ela voltou com o cara e o cara pegou seu robozinho e levou para casa da mãe dele, porque a mãe dele tem artrite, artrose e o robozinho está ajudando a mãe dele demais e agora ela não tem coragem de contar para você e não tem coragem de pedir de volta o robozinho para ele, porque como eles voltaram, ela está naquela fase lua de mel e não quer que nada atrapalhe”. — Gente… Como assim? Ela voltou com o cara e deixou ele pegar o robozinho que não é dela, levar para pra casa da mãe dele e ele deu para a mãe dele… Ele deu. Não é que ele emprestou… Ele deu para a mãe dele e agora ela não tem coragem de pedir de volta pra ele, porque ele falou que deu de presente para a mãe, então ela não vai pedir de volta e ela não resolve com a Januza. — Januza muito p da vida, esperou só mais uns dias e abriu o jogo com a amiga, falou: “Amiga, eu já estou sabendo que você voltou com aquele cara que te fez um monte, já estou sabendo que você deu o meu robozinho na mão dele e ele deu de presente pra mãe dele. E agora, como é que fica? Tá aqui o link, ó, é igualzinho o meu… Você trata de comprar outro e me dar, porque eu quero o meu robozinho”.
A amiga, quis inverter as coisas, do tipo: “Ah, agora que eu estou bem, que eu estou feliz, você quer que eu crie uma intriga com meu namorado por causa de um pequeno bem material? E a nossa amizade não vale nada?”, e aí Januza já ficou mais brava, falou: “Eu não estou falando de amizade, não estou falando de nada… Estou te dando o link para você comprar o meu robozinho aspirador de volta e entregar aqui na minha casa. Beleza? Ou você, ó, tá vendo o valor aqui? Você faça pix então pra minha conta, pra eu comprar um outro robozinho”. E aí a amiga se sentiu ofendida… E é assim que elas estão agora, a amiga ofendida, achando que a Januza não está apoiando ela nas coisas, mas como assim? Como que você dá uma coisa que não é sua? E Januza querendo o robozinho dela. Januza não sabe nem se ela pode entrar na justiça, mas ao mesmo tempo ela fala: “Poxa, eu vou entrar na Justiça contra uma das minhas melhores amigas? Por que ela está fazendo isso comigo? Por que ela acha que ela pode fazer isso comigo?”.
A Januza está muito brava e muito confusa, assim, porque a vontade que ela tem — se for possível, porque a gente não sabe se é possível, mas ela tem todas as mensagens da amiga pedindo emprestado o robozinho e entrar na Justiça… Mas aí tem outra questão: E se esse robozinho voltar todo detonado? Porque já está lá na casa da idosa que a gente não sabe nem onde é, como ela está usando, o que ela está fazendo. Primeiro que acho que esse robozinho não volta, porque se o cara deu de presente pra mãe e a mãe está contente lá com o robozinho de 3 mil reais, não vai devolver, né? E aí a Januza ficou sabendo que para outras amigas ela mandou links de robozinhos de 600 reais, que não é o robozinho da Januza, falando que a Januza não quis. A Januza quer o dela, gente… — Eu acho que a Januza está certa, o robozinho dela é daquele mais caríssimo de 3 mil reais, então ela quer o robozinho dela, ela tem direito ao robozinho dela, né? —
Tem amiga que fala: “Ai, mas aceita esse, amiga, só pra acabar essa briga e tal” e não é essa a questão, a questão é que tem que ser justo. Ela pegou o robozinho novinho da Januza, de 3 mil reais, e agora fica com esse papo de que “ai, amiga, você não me apoia”? “A Januza não me apoia agora que eu voltei, que eu estou feliz… E ele deu o aspirador pra mãe dele, ele tá feliz e a mãe dele está feliz, a Januza quer atrapalhar”. A Januza não quer atrapalhar nada, a Januza quer o robozinho dela de volta. É errado? Não é errado, gente… — Nossa, eu já nem empresto. Eu já ia falar: “Olha, não, pega uma vassoura”, não ia nem emprestar… Se eu tenho a mais, eu dou para a pessoa já não me devolver, sabe? Não aceito. — Essa é a história da Januza, ela não sabe bem o que fazer. Tem hora que as amigas acham que ela está exagerando, mas eu não acho que ela está exagerando… Sabe? Você emprestou, você foi legal, você foi lá, você arrumou a casa da pessoa quando ela estava em depressão… Esse cara é um cara péssimo, que aprontou muito com a amiga da Januza — e, provavelmente, vai aprontar de novo — e mesmo que ele apronte ou não, esse robozinho não vai voltar… E a amiga está colocando a amizade em xeque, dizendo que a Januza não apoia ela…
Como que não apoia? — Agora, como você acha que você tem direito de ficar com um bem da outra pessoa de 3 mil reais pra você ser feliz com seu namorado que é um cara péssimo? Com dinheiro dos outros. — A última coisa que ela quer é entrar na Justiça, porque isso vai realmente acabar a amizade e talvez acabe até alguns grupos. — Porque muita gente vai ficar do lado também da outra, né? — E tem duas questões: A Januza é negra e a amiga é branca e eu tenho muita, muita, muita restrição quando você vai debater com uma mulher branca e ela choraminga, ela chora, porque ela sempre vai ficar como mais vítima que você. — Então, esse recorte de raça, eu acho que é importante aqui nessa história e quem é negra vai entender o que eu estou falando, que muita gente vai acabar ficando mais do lado dela do que do nosso lado. — Para mim — Andréia — isso é caso realmente de encerrar amizade e as pessoas que me conhecem sabem que eu já encerrei duas amizades assim, com grandes amigas brancas por conta de ser sempre a pessoa que serve, sempre a pessoa que está disponível, sempre a pessoa que é compreensiva e quando você vai cobrar isso do outro lado, você é um monstro.
Então, pra mim essa amizade de Januza com essa mina aí nem continuava, pra mim botava no pau, tocava o terror e é isso… — Eu sou muito radical em relação a isso. Tenho grandes amigas brancas e que sabem do meu posicionamento, assim, entendeu? Se não for uma amizade recíproca, uma amizade que eu veja que eu também sou acolhida, essa amizade vai acabar porque eu encerro mesmo. Então, eu acho que no caso da Januza, pra mim… Primeiro que eu não tinha nem emprestado, né? Segundo que, na primeira palhaçadinha, já ia rodar essa amizade, por que só a gente que serve? Então eu acho que aqui, neste caso, eu não costumo fazer recorte de raça quando não precisa, né? Mas eu acho que nesse caso aqui precisa sim, porque ela tá muito se fazendo de vítima, dodói e choramingando para as outras amigas, sabe? — Eu falei isso para a Januza, eu falei: “Você tem que botar isso na balança também, que você é uma mulher negra cobrando uma mulher branca, que do outro lado está choramingando e dizendo que você não quer vê-la feliz”. Então pra mim já acabou essa amizade… Mas essa sou eu.
Assinante 1: Oi, Januza, aqui é a Bruna, eu falo de São Paulo. Isso me parece uma questão que pode ser resolvida de forma madura, com uma conversa cara a cara com a sua amiga. Mas a primeira coisa que você precisa levar em consideração é: Você ainda está disposta a manter essa amizade e a perdoar essa amiga se as coisas se resolverem? Porque, assim, essa questão do robozinho me parece uma besteira comparada com as vivências de vocês, sabe? Eu estou do seu lado, eu acho que ela fez errado em emprestar pro namoradinho dela sem falar com você e não tem nada a ver ele ter levado pra casa da mãe dele. Mas eu também acho que tem muita gente envolvida nessa história, tem o namoradinho dela, tem a mãe, tem as amigas de vocês dando pitaco…. Está uma zona isso. Então, o meu conselho para você é: Converse pessoalmente com sua amiga, Januza, e explique a sua situação, o valor do robozinho e que vocês precisam resolver esse rolo, porque ela pode muito bem manter o robozinho lá na sogra dela, é só ela comprar outro pra você e pronto. Se ela titubear, meu, você não precisa desse estresse, você compra um novo e a vida segue. Vai ser o melhor para você. Um beijo, fica bem.
Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, tudo bem? Aqui quem fala é Ana Tereza, eu falo de Itabira, Minas Gerais. Já terminei amizade por bem menos do que isso… Acredito que por conta de um robozinho de 3 mil reais, com certeza eu ajuizaria uma ação no Juizado Especial, que é aquele de pequenas causas. Inclusive, essa atitude da sua amiga pode ser considerada como apropriação indébita, né? Já que você cedeu o robozinho para ela de boa fé, esperando que ela fosse devolver após utilizar. Sei que você está com receio, mas poxa vida, hoje as coisas estão tão difíceis da gente conquistar que perder assim não acho justo com você mesma, viu? Um abraço.
[trilha]Déia Freitas: O Cansei de ser Gato é a marca dos sonhos de todos os gatos, porque de gato o Chico entende. Acessa aí o Instagram: @Canseidesergato ou o site canseidesergato.com e conheça os produtos. — E não é por nada, gente, o melhor catnip e a melhor areia higiênica estão no Cansei de ser Gato, sério… Além de arranhadores, brinquedos, camas e os comedouros, são incríveis, assim… É importante dizer que se você tem um gato ou um cachorro, comedouro de louça é muito bom pra eles, evita aquela acne felina nos gatinhos, enfim… Entra lá e vê também esses comedouros, além dos arranhadores e brinquedos, tudo. — Usando o cupom “CANSEIDESERPONEI” [risos] — eu amo, tudo junto, letras maiúsculas e sem acento —, você ganha 15% de desconto em todos os produtos do site até o dia 29 de fevereiro e, além disso, nas compras acima de 149 reais, você ganha um presente do Chico. — Uma fita salva celular aí do Cansei de ser Gato. — Amo… — Valeu, Cansei de ser Gato, valeu, Chico… Coentro Nenê aqui está te mandando um salve. Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]