título: sensor de presença
data de publicação: 02/06/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #sensor
personagens: janete, janaína e jaqueline
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para um Luz Acesa. E hoje eu vou contar para vocês a história da Janete. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Janete ela morava numa cidade do interior junto com duas irmãs e a mãe. Quando elas já estavam ali, adultas — Janete com seus quase 30, as irmãs um pouco menos —, a mãe de Janete faleceu. Elas não tinham uma relação tão próxima, apesar de morar na mesma casa, mas sentiram ali e as irmãs resolveram que elas iam sair da cidade delas e ir para uma cidade maior. Janete estava muito empolgada, começou a aplicar para algumas vagas numa cidade grande, enfim, que elas gostariam de ir e foi chamada para uma entrevista. Janete foi para a entrevista, passou, o cara super gostou dela, a empresa era muito boa e surgiu ali uma oportunidade de emprego para Janete. Elas não queriam vender a casa que era delas ali e uma das irmãs, que a gente pode chamar de… — Vamos pôr tudo com “ja”, então, Janete, Janaína, Jaqueline. — Uma das irmãs ali, Janaína, já trabalhava em home office, então podia mudar para qualquer lugar.
E a Jaqueline era professora e falou: “Bom, para onde vocês forem eu vou também, e aí começa o ano letivo lá consigo aulas”, enfim, não era tanto uma questão e elas queriam deixar a casa alugada. — A casa delas da cidade que elas moravam. — Então, como Janete tinha conseguido esse emprego e ela tinha ali até o final do mês para se ajeitar, Janete começou a procurar um apartamento. Tinha que ser um apartamento que tivesse três ou três ou quatro quartos, porque três irmãs, se tivesse um quarto quarto, já fazia ali um escritório para as três. Janaina trabalhando em home office era mais fácil para lidar. Lá foi Janete atrás de um apartamento e era uma cidade média e os apartamentos já costumavam ser apartamentos maiores, só que tinham que ser, no mínimo, com três quartos. — Nenhuma delas ali queria, agora que a mãe tinha falecido, que elas iam mudar, antes dormia uma com a mãe e as outras duas juntas, agora elas queriam cada uma ter seu quarto, né? — Todas adultas, enfim…
E lá foi Janete caçar um apartamento… Janete achou um apartamento quase perfeito. Por que ele não era perfeito? Porque ele estava no quarto andar e era um predinho sem elevador. — Então, tudo ali que você precisasse subir teria que ser pela escada, inclusive móveis, enfim… — Janete marcou para ver esse apartamento, era um apartamento realmente de quatro dormitórios, uma sala ampla, uma cozinha ampla, uma lavanderia enorme… Varanda de fora a fora, aluguel estava muito bom… — Um achado, gente, um achado… E aí eu começo a pensar: Um apartamento tão bom assim ele também vai ter um preço de aluguel ali, mesmo sendo numa cidade menor, que não é tão barato… Você já não começa a estranhar? Apesar, eu vi uma pessoa no TikTok dizendo que ela agora só procura apartamento onde aconteceram crimes. É um brasileiro, mas acho que está fora do país, eu não sei se é França que tem uma lei nesse país que quando alguém morreu no apartamento tem que ser avisado que lá ocorreu um crime, por isso que o aluguel está mais barato, enfim… Eu fiquei pensando nisso, porque, Janete… Bom, apartamento, quatro quartos, todo espaçoso, todo grande com varandão… Não é estranho, gente? —
Quando Janete foi ver esse apartamento, mais uma coisa que não fazia sentido, mas era muito boa: O apartamento estava praticamente todo mobiliado. O que aconteceu ali que deixaram os móveis, deixaram tudo? Janete na hora não pensou em nada, só falou: “Meu Deus, melhor ainda… Tem móvel aqui que a gente vai descartar”, perguntou, inclusive se alugasse os móveis teriam que ficar ali ou se o proprietário ia tirar e o corretor falou: “Não, o que você não for aproveitar aqui, você pode doar, o proprietário não quer nenhum móvel que está aqui”. Felicidade… Um apartamento grande, espaçoso, praticamente todo mobiliado… — Só a geladeira que era muito velha que tinha que trocar, mas elas tinham a geladeira delas, enfim, algumas coisas que elas teriam que trazer, mas enquanto as meninas não vinham, as irmãs, ela podia usar aquela geladeira que estava antiga mesmo, sabe? — Era perfeito. Janete traria um tanto de roupa dela e algumas coisas que ela ia precisar naquele começo. As irmãs demorariam uns meses ainda até ajeitar todas as coisas para mudar pra esse apartamento.
Janete mudou e, logo de cara, nas primeiras noites, ela não viu nada, mas ela tinha uma sensação muito ruim… Ela nunca tinha morado sozinha e ela estava num apartamento enorme — e que se você não quer ficar desperdiçando energia, você deixa apagado os ambientes que você não está, né? —, ela estava num apartamento enorme, sozinha e pensou: “Essa angústia, essa sensação ruim que eu estou sentindo é porque eu nunca morei sozinha. A hora que minhas irmãs vierem para cá é outra vibe”. Só que ela sempre ficava com essa sensação… Então aquela primeira semana ali foi muito difícil para ela dormir e tinha mais uma questão: Os quatro quartos tinham camas, um tinha uma cama de solteiro e os outros três quartos tinham cama de casal. — Eram camas bonitas, lindas? Não, mas eram camas de madeira boa. — E Janete falou: “Bom, a gente joga os colchões fora, né? Eu não vou trazer o meu porque o meu é de solteiro, a gente compra colchões novos e mantém a cama”. Janete, espertona, pegou ali para ela o quarto que era suíte e as outras duas irmãs dividiriam o banheiro ali daquele corredor, que era um corredor grande, enfim…
E no quarto dela, além de ficar com essa cama, tinha uma cômoda, tinha um guarda roupa e tinha uma poltrona. — Olhando de frente para o quarto. — Olhando em frente tem o guarda—roupa aqui a direita, o corredor para você andar, acessar o guarda roupa, uma mesinha de cabeceira — a cama virada para a porta, mas aí você já entrou, já passou o corredor do guarda roupa ali, tem a cama —, do lado da cama outra mesinha de cabeceira e em frente a cama, que é a parede da porta, uma cômoda e no canto de frente para a cama, uma poltrona antiga, muito bonita. Ela falou: “Bom, vou ficar com a cômoda, vou ficar com o guarda roupa, vou ficar, assim..,”, um quarto vintage, lindo. E o que angustiava mais a Janete? — Eu, como Janete, não consigo dormir de porta fechada… — Ela ficava olhando aquele corredor escuro e, quando ela queria, por exemplo, beber água, o interruptor era lá perto da sala, não tinha um interruptor no corredor perto dos quartos, então ela tinha que atravessar o corredor todo no escuro e ela ficava com medo.
Eu falei: “Por que você não levava água para o quarto?”, ela falou: “Ah, porque eu só tomo água gelada e tal, quero pegar da geladeira ali”, enfim, às vezes é bom a gente investir numa garrafinha térmica, [risos] né? Porque aí poupa muita fadiga. Aquele corredor estava realmente deixando a Janete assustada… As irmãs iam demorar ainda alguns meses para mudar, então ela tinha que passar os meses ali sozinha. Janete tomou uma decisão: Como o corredor só tinha uma lâmpada no meio, Janete falou: “Vou comprar duas arandelas bonitas e peço para alguém instalar com sensor. — Sabe luz com sensor que só acende quando você passa? É uma boa ideia ter esse tipo de luz dentro de casa? Porque no quintal eu até entendo você usar, mas dentro de casa? Não sei. Janete achou que era uma boa. Como o interruptor era muito longe da porta, então eu falei: “Compensava você ter falado pro eletricista puxar o interruptor pra porta”, mas ela falou: “Apartamento antigo, enfim, para puxar pela tomada que tinha do corredor, era mais fácil puxar as duas arandelas pela tomada”, enfim, ia quebrar menos, enfim. — Ela chamou um rapaz para fazer o serviço e o rapaz fez o serviço perfeito, gente… Até depois a massa na parede e pintar de branco, que a parede era branca ali, ele fez. Janete falou: “Olha, eu não sei quanto tempo a gente vai ficar nesse apartamento, mas quando eu sair eu nem vou levar as arandelas, que elas ficaram perfeitas e baratinhas”, sabe? Ela não gastou uma fortuna e botou sensor, gente…
Quando ela levantava a noite para tomar a águinha gelada dela, ela passava e a luz do corredor acendia. Ela atravessava a sala, quando ela já estava terminando o corredor ali as arandelas apagavam, ela passava pela sala e ia para a cozinha tomar sua água. Quando ela voltava, estava tudo escuro e ela passava pelo corredor, acendia, ela entrava no quarto, sei lá, 5 segundos depois a luz apagava porque ela acabou de passar, enfim, você põe ali o tempo que você quer, enfim. Agora estava perfeito, por que o que ela pensava também? “Ah, eu estou aqui num apartamento sozinha, que não tinha tanta segurança num prédio antigo… Se alguém invadir esse apartamento, vai acender a luz do corredor e eu vou ver”, pensamentos que toda mulher tem quando você mora sozinha você tem… — Você tem, não adianta, você tem esse medo. Principalmente que algum homem invada o seu apartamento, enfim… —
Aquela angústia que Janete estava sentindo passou. Primeira noite com o sensor, tudo bem… Segunda noite… Terceira, quarta, quinta, sexta, sétima… Oitava noite com o sensor… Janete assistindo uma TV na sala, terminou de assistir a TV, foi lá, tomou uma água antes de deitar. — Descobri que a gente não pode tomar água antes de deitar por causa de refluxo, mas enfim, fica aí a dica. — Atravessou o corredor que acendeu inteiro para ela, entrou no quarto, foi até o banheiro dela — a única suíte ali — escovou os dentes, fez ali a skincarezinha dela, já tinha tomado banho, mas não estava com pijama ainda, botou sua camisolinha, deitou… — Lembrando que Janete, assim como eu, dorme de porta aberta do quarto. — Janete deitou e dormiu um sono que ainda era aquele sono leve. Conforme Janete tá se ajeitando na cama, Janete escutou um “tec”, o sensor ele fazia um mínimo barulhinho, mas quando a casa está toda em silêncio e, enfim, não tem nenhum barulho na rua, você escuta o tec do sensor.
Antes de ver a claridade, Janete escutou o “tec” e o corredor daquele apartamento enorme acendeu. — Eu, que não acredito em absolutamente nada, cobriria minha cabeça e começaria a rezar. — Janete na hora: “Uma semana que o negócio está aqui instalado, tá dando defeito”. Janete se virou e olhou para o corredor, o corredor estava aceso, mas não tinha nada: “Bom, amanhã eu vou ligar para o eletricista para ele vir ver o serviço que ele mesmo fez”. No dia seguinte, Janete foi para o trabalho, falou com o eletricista era e ele falou: “Olha, no sábado eu consigo ir aí ver o que está acontecendo. Às vezes é um mau contato, não sei, preciso olhar” e ficou combinado que no sábado o eletricista iria lá dar uma olhada. Na quinta nada aconteceu, na sexta nada aconteceu… No sábado o eletricista foi lá, desmontou tudo, não achou defeito nenhum, testou, andou para lá, andou para cá, foi mais longe, foi mais perto, enfim, o sensor estava funcionando perfeito.
O rapaz falou: “Olha, o meu produto tem garantia, o meu serviço tem garantia… Não tem nada de errado com esse sensor… Você não tem nenhum bichinho? Porque às vezes o sensor está pegando. A gente pode colocar, sei lá, mais no alto, mas aí eu vou ter que quebrar mais, enfim, para não pegar o bichinho”.
“Não, não tenho, não tenho gato, não tenho cachorro, enfim, não tenho bichinho” e o cara foi embora dando garantia do serviço dele, falou: “Mas qualquer coisa a senhora me ligue”. Enfim, sábado à noite, Janete comeu ali uma pizza que ela pediu e, conforme ela estava na cozinha terminando de embalar as pizzas para colocar no freezer, era umas nove e pouco da noite, cozinha estava acesa, a sala estava totalmente apagada, — com nada ligado, ela estava ali com o celular dela, enfim, na cozinha — o corredor, quartos, tudo escuro, tudo apagado. De repente, pelo canto do olho, ela percebeu a sala mais clara… Então, duas coisas podiam ter acontecido: Ou a TV tinha ligado sozinha ou o sensor tinha dado defeito de novo. Conforme Janete deixou a pizza na pia e virou para olhar ali para a sala — então ela teve que ir até meio que a porta da cozinha e olhar para a sala —, ela viu que o corredor estava aceso e, no canto da sala, que era perto da porta de entrada, tinha um vulto.
Um vulto que ela percebeu como masculino. Na hora, Janete pensou que realmente um homem tinha invadido o apartamento dela. A cozinha não tinha porta, Janete correu e se fechou na lavanderia ali do seu apartamento e Janete não conseguia gritar socorro… — Vocês conseguem gritar “socorro”? Eu não conseguiria, acho, que gritar socorro… — Quando ela se fechou na lavanderia, que ela saiu correndo, o celular dela ficou em cima da pia… Janete, tremendo na lavanderia, foi ficando por ali e olhando lá para baixo, para ver se alguém passava e ela tinha coragem de chamar alguém. Janete não teve coragem, o tempo foi passando e Janete ali, agachada, escondida, segurando a porta — porque ela também não tinha a chave, mas ela estava segurando, enfim, não ia conseguir, né? Se fosse um cara —, ela pegou no sono, acordou no meio da madrugada e ficou com medo, óbvio, de ir no escuro, olhar tudo. — Apesar da luz da cozinha continuar ali acesa.
Janete esperou dar seis da manhã e saiu com todo o medo e pavor do mundo para olhar o apartamento. E aí, o que ela fez? Ela abriu a porta da sala, deixou bem aberta e foi olhar embaixo embaixo da cama, olhar em tudo… Olhou dentro do guarda—roupa e não tinha nada, não tinha homem, nada… E a porta, por dentro, tinha cadeado… — Sabe quando você põe o trinco com cadeado? — E o cadeado está fechado quando ela foi abrir… Antes de fazer a vistoria, ela deixou a porta escancarada. Como que o cara entrou no quarto andar? Podia ter subido, escalado a varanda? Até podia, mas será? E foi embora pela varanda? Nesse sábado, a Janete resolveu dar uma volta pela cidade, enfim, ficar longe de casa o máximo que ela podia, mas chegou uma hora que ela tinha que voltar e ela tinha deixado tudo aceso. Quando ela voltou, estava tudo aceso, menos o corredor que tinha ali o sensor, então quando ela passava, acendia. Ela já tinha comido na rua, enfim, era só tomar um banho ali, deitar..
Janete deitou, antes de pegar no sono, olhando ali o celular, “tec”, a luz do corredor acendeu… O quarto da Janete estava todo escuro, só com a luz do celular iluminando o próprio rosto dela… E quando ela escutou o “tec”, ela virou o celular com a parte da tela para a cama, para o colchão, para o rosto dela ficar escuro também. — Se tinha uma pessoa ali, ela queria olhar a pessoa sem que a pessoa olhasse para o rosto dela e com a claridade do celular… — Conforme ela olhou, agora ela via que era um vulto que não era um homem de carne e osso… Este vulto entrou no quarto dela e virou ali onde tinha a televisão — no final dessa parede tinha uma janela — e nisso que Janete percebeu que era um vulto, ela fechou o olho e ficou ali, sem conseguir rezar, sem conseguir falar, sem conseguir fazer nada. Conforme ela abriu o olho, aquele vulto parecia mais escuro do que o quarto dela. — Que entrava ali uma pouca luminosidade pela janela. Porque se você não tem um blecaute ali, seu quarto fica escuro, mas não fica um breu, não fica totalmente escuro. Então entrava a luz da rua ali no quarto dela. —
Janete começou a tremer, tremer, tremer… Não tinha o que fazer, por que o que você vai fazer? Você vai levantar? Você vai sair correndo? O vulto tem vantagem. Você tinha que passar praticamente pelo vulto que estava sentado na poltrona que era na parede da porta. Janete ficou deitada ali, tremendo, até que pegou no sono e dormiu e de manhã ela ligou para as irmãs e falou: “Olha, tem espírito nesse apartamento, eu não quero ficar aqui, enfim”, começou uma briga porque as irmãs acharam o apartamento ótimo também, elas tinham ido fazer uma visita, nada tinha acontecido. Enfim, né? Falaram: “É coisa da sua cabeça, que não sei o que lá”. A partir desse dia, toda hora o sensor do corredor ligava. Ela começou a ficar com medo de ir para o quarto e trouxe o colchão dela de casal pra sala e, ainda, assim, às vezes à noite, ela escutava “tec”, que era o sensor do corredor acendendo a luz.
Janete ficou dormindo na sala ali uns dez dias, e aí lá no trabalho dela, ela começou a perguntar se alguém conhecia apartamento para alugar ou casa mesmo que fosse, para ela e para as irmãs, tinha que ter pelo menos três quartos e ela arrumou uma casa. — Agora com o preço de aluguel de valor de mercado, assim, não abaixo, sabe? — E aí ela falou com as irmãs e falou: “Aqui eu não vou ficar mais” e as irmãs estavam P da vida, né? Porque elas queriam economizar, enfim. E ela falou: “Bom, então vocês venham morar para cá, eu vou, sei lá, ficar na casa de alguém até eu arrumar um lugar para mim”, e aí elas não quiseram também, né? Queriam as três morar juntas ali, né? E aí Janete fez isso… Ela tinha poucos móveis, a geladeira não tinha vindo ainda, né? Porque estava lá com as meninas na casa delas e ela tinha trazido uma mesinha, uma coisinha pequena ali, umas coisinhas dela e as roupas e tal. Ela pegou todas as coisas e o colchão que ela tinha comprado, alugou uma outra casa e foi morar só com o colchão, só com essas coisas na casa nova.
Ela viu esse essa vez entrando no quarto e mais umas duas vezes que ela ficou petrificada também e já se mudou, já saiu… A Janete acha que aquela sensação que ela tinha, já era o vulto por ali, né? Porque ela olhava para o corredor, ela pôs um sensor, ela pôs uma luz no corredor e a luz ficou lá… Nem descontou do aluguel, ela perdeu o depósito, enfim, não importava dinheiro naquela hora, ela só precisava sair daquele apartamento. Um apartamento ótimo, mas que tinha esse vulto que era um homem. Ela tem certeza que era um homem e que entrava no quarto dela toda noite e numa noite ela viu ele sentado na poltrona olhando para ela, provavelmente ele estava olhando na direção dela, mas não tinha olho, não tinha nada. Era um vulto preto sentado na poltrona, com os dois braços, assim, no braço da poltrona mesmo… Então assim, repousado, sentado, olhando para ela. Ela nunca sentiu um empurrão, nada disso, mas ela disse que a sensação era muito ruim e cada vez ficava pior.
Então, de repente, sei lá, essa coisa ia evoluir? E aí ela saiu, foi para essa casa que não tinha nada, colchão, enfim, e lá ela ficou ótima, ela falou: “Assim, precário porque eu não tinha, sei lá, uma geladeira, sabe? Não tinha um fogão, porque mesmo velho o fogão já ajudava. Então eu arrumei um microondas lá usado para esquentar um leite, uma coisa”, então assim, precária, até as irmãs irem para a cidade que ela estava. E aí sim veio mudança, veio tudo e aí elas moram juntas até hoje. Já mudaram até para uma outra casa, não por causa de assombração, nada, mas Janete teve essa experiência e que piorou quando ela pôs o sensor, porque antes ela não percebia. Agora, uma coisa que me intriga muito é, assim, como que o sensor pegava o espírito? E aí, ao mesmo tempo que isso me intriga e me deixa assustada, eu lembro que aqui no nosso quintal, a gente colocou um alarme… Aqui no meu quintal um dia o alarme tocou e o sensor, conforme você passa, a câmera grava, fotografa e manda pra gente… E tinha uma bola. Mas não era um espírito, era uma bola passando, assim… O que era essa bola? Até hoje a gente não sabe o que era isso.
Mas como que o sensor pegava o corpo esse cara? Desse vulto passando? Bom, se pegou aquela bola, podia pegar o vulto… Não é muito louco isso? Então, quer dizer, não é totalmente sem densidade… Alguma densidade tem pro sensor pegar… E a Janete falou isso: “Não era totalmente transparente, mas a Janete percebia que era um vulto, que era uma matéria diferente do que é nossa matéria, assim, sólida, né?”. E aí esse homem morava lá? Morreu lá? Não era o dono, porque o apartamento tinha um dono, né? O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, não inviabilizers, aqui é Bianca de São Bernardo do Campo, São Paulo. Eu acredito que esse espírito foi um antigo morador dessa casa, desse apartamento, que criou um forte apego pelo local, tanto que ninguém conseguia ficar lá, né? Por isso o motivo do aluguel tão barato. Não necessariamente tenha ocorrido algum crime, algum acidente ali, mas às vezes o apego mesmo, né? Dessa pessoa que não conseguiu se desligar ou às vezes nem sabe que veio a falecer. Eu iria numa casa espírita, uma casa de umbanda, algum local que a família se identificasse, né? Pra trabalhar isso, porque senão ninguém mais vai morar lá… E até o fato dos móveis antigos estarem lá pode ser um motivo de apego desse espírito. Sobre o sensor, honestamente, não faço ideia, porque quem tem mediunidade, independentemente do sensor, pode enxergar espiritualidade. Um grande abraço, Janete, para você e suas irmãs e com certeza mais vale a sua paz.
Assinante 2: Oi, nãoinviabilizers, aqui é a Nicole de Santa Maria do Rio Grande do Sul. Não é uma boa ideia colocar sensor de presença dentro de casa e dentro dos apartamentos. Outra coisa que eu não considero uma boa ideia e que eu não consigo é dormir de porta aberta, nunca consegui… Confesso que fico intrigada se a Janete nunca tivesse colocado esse sensor de presença, será que ela teria tido esse contato com esse vulto? Porque ela disse que já sentiu uma vibe estranha, mas não sabe dizer o que era… Mas enfim, que bom que ela se mudou e esse vulto não a acompanhou, né? Então fica aí a de lição: Não colocar sensor de presença nos apartamentos e sempre se questionar por que os aluguéis estão abaixo do valor de mercado. Um beijo. Comentem
[trilha]Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis com a Janete, um beijo — Deus me livre —, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]