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título: seres
data de publicação: 27/06/2024
quadro: detesto
hashtag: #seres
personagens: néia e laís

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Detesto, história E.T.. Você acredita? [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais uma história do nosso quadro Detesto. — Onde eu conto aqui histórias de ETs. Sim, extraterrestres… Sim, eles, que eu detesto. [risos] — E hoje eu vou contar para vocês a história da Néia e da Laís. — Quem me escreve é a Néia… — Então vamos lá, vamos de história.

[trilha]

A Néia e Laís elas são adeptas aí de o povo da trilha… [risos] — Mais uma coisa que eu detesto. [risos] — Então elas sempre estão ou em grupos de trilha ou fazendo trilhas sozinhas, enfim, elas curtem aí essa vibe da trilha. — É importante dizer que quando você vai fazer uma trilha, ainda mais quando você vai em dupla ou vão poucas pessoas… Sozinha então nem indico, sozinha nem vai, gente, nem vai… É muito importante que você tenha ali um GPS, uma coisa para se localizar e também deixe avisado que você foi fazer essa trilha. Então, fica aí o recado. — Néia e a Laís elas resolveram fazer aí uma trilha — que pode ser, sei lá, vamos botar aí trilha da Serra do Mar aqui, que é uma trilha que muita gente se perde —  e as meninas fizeram todas as coisinhas ali de apetrechos de trilha e todas as coisas que elas tinham que fazer e era uma trilha que duraria aí um dia e meio… 

Então elas começariam, iam dormir num acampamentozinho ali que elas iam montar e, no dia seguinte, elas terminariam essa trilha do outro lado da serra. — É tenso, né, gente? E não é uma trilha pra iniciantes, então elas já são trilheiras aí há bastante tempo. — E nunca aconteceu nada, nem questão assim de se perder ou sei lá, de se machucar… A Néia e a Laís elas estão aí invictas e intactas em suas trilhas. Elas começaram ali andando, então você tem um ritmo pra seguir e tal… E a Laís gosta de documentar bastante as coisas, então foi fotografando, foi vendo as coisas e nã nã nã, elas foram caminhando ali por aquela trilha, tinham partes com mata mais fechada e partes mais abertas… — E aí eu queria fazer um parêntese aqui, gente… Eu morro de medo de, sei lá, encontrar um homem no meio do mato, sabe? Como é que o pessoal faz trilha no mato? “Ai, tem um trecho de mata mais fechada”, você não fica com medo? Porque, assim, tudo bem, tem a cobra… Depende de onde você for, tem uma oncinha, uma coisa… E o homem? Que é pior… Encontrar um homem na trilha… Enfim, fica aí esse meu questionamento. Meu maior medo em fazer uma trilha em mata fechada seria encontrar um cara no meio do mato com um facão… Pensa? —

Néia e Laís cumpriram ali a sua rotina de trilha, né? — Suas coisinhas de trilha. — E a tarde é a hora de você já parar para preparar o acampamento, porque você vai começar a andar de novo um pouco antes do sol nascer… Quando tá clareando, você já está ali guardando suas coisinhas pra seguir na trilha. — Então pensa, gente, você vai dormir no meio do mato, na barraca? Por que, sabe? Pra quê? Mas tudo bem, respeito… — A tarde caindo, junto ali, como era a serra uma… — Não era nem uma neblina, que a neblina da mais de manhã, né? Que ela baixa bem, mas no final da tarde tem também, né? — Uma nevoazinha já no ar… — Para mim já é um clima assustador, você no meio ali daquele mato, daquela floresta, arrumando suas coisas para comer e deitar e dormir… Porque, assim, é dormir cedo porque é breu, né, gente? Você tem uma lanterna, você tem as coisas, mas é breu, você vê daqui-ali… Na floresta não tem luz, não tem spot, não tem abajur. É ali a sua lanterna que você leva, que não é uma lanterna de celular, óbvio, é uma lanterna que se você é de trilha, você sabe que lanterna que é, mas é isso também… Não dá para você enxergar muito no meio do mato, lá para a frente, não dá… —

E as meninas estão ali arrumando as coisas, quando de repente elas começam a ouvir um barulho… Elas iam comer, então já eram umas 18h e bem mato mesmo, bem no meio da coisa, do mato, então não tinha para onde correr… Mas era um barulho… Você percebia que era um barulho de máquina, mas que não fazia sentido nenhum estar no meio do mato. — Não fazia sentido nenhum, era um barulho de uma máquina. — Só que elas não viam nada, não dava pra enxergar nada e não tinha nenhuma luz. Nada. Pelo menos de onde elas estavam, porque as árvores também eram altas, né? Mesmo onde elas montaram acampamento, que você pega ali onde tem uma clareirazinha para você montar sua barraca e tal, as copas das árvores elas fecham em cima de você… Então mesmo se passar um helicóptero ali, você não vê e o helicóptero também não te vê. Só que não era barulho de helicóptero, era algum outro tipo de máquina. E aí elas ouviam ao longe e a Laís falou pra Néia: “Será que alguém está cortando madeira? Mas essa hora? Não tem como…”. — Não era barulho de serra também. — 

E elas resolveram ficar ali quietinhas e desligar a lanterna, ficar juntas as duas e desligar a lanterna. — Gente, pra quê passar esse medo, né? Tivesse em casa vendo Pôneiflix não tava passando por isso. — E aquele barulho foi parando, parando, parando, silêncio… Só o barulho ali das coisas da floresta. Um grilo aqui, um pássaro noturno ali, um barulhinho assim. Mais uns dez minutos de silêncio e elas começaram a ouvir… Não eram passos, era como se o mato tivesse abrindo, mas você não escutando ninguém pisar. Nesse ponto elas já estavam dentro da barraca, as duas, abraçadas… — Só esperando, gente, porque não tem o que você fazer, né? Ainda penso: “Pega uma faca”, qualquer coisa você dá uma facada, facada dói demais… E elas nem isso fizeram, pegaram uma faca, nada… Fica ali com a faca na mão, se chegar perto da barraca, é vuco vuco vuco, faca… Mas não fizeram. — E aí ficaram ali, abraçadas, tensas, esperando… E o que elas perceberam? Do lado de fora da barraca… — Então, pensa: Uma barraca mínima para as duas, assim, uma barraca só para as duas, não era cada uma na sua barraca… — Elas perceberam que tinha como se fossem pessoas em volta da barraca… — Mas não eram pessoas. — 

Pelo menos umas seis… E o que elas conseguiam perceber? Pareciam que eram criaturas com pernas, que tinham uma certa luminescência, assim, mas isso também… — No mar tem uns bichos que brilham, né? Na floresta deve ter… O vagalume… O que que mais que brilha? — E elas não conseguiam entender o que era aquilo que estava em volta da barraca, parado em volta da barraca. Sem nenhuma explicação, quando elas perceberam, não tinha mais barraca… Mas não é que alguém arrancou a barraca, parecia que a barraca tinha ou desaparecido ou elas estavam conseguindo enxergar através da barraca. — Dá pra entender isso? É como se você estivesse toda coberta com um pano e, de repente, o pano sumiu… Não é que ninguém arrancou o pano, o pano desapareceu, mas ao mesmo tempo você percebe que o pano está em você… Mas então ele ficou transparente? A explicação que a Néia tem é meio que essa. — E aí elas viram e eram seres altos, magros, com olhos muito grandes e lisos como se fosse uma salsicha. [risos] A Néia que deu essa explicação, eu só estou aqui reproduzindo… “Como se eles fossem salsichas enormes”. [risos] Desculpa… 

Mas não eram da cor de salsichas, eles eram finos como salsichas, eles eram cinzas. Finos como salsichas, mas eles tinham braços e pernas grandes. [risos] Ai, gente, desculpa… [risos] Se eu me vejo um extraterrestre que é uma salsicha de perna, sabe? Eu ia ser a primeira a ser morta, um raio deles… Iam falar: Aí, a otária… Tá rindo da gente, vai morrer”. É isso, eu ia morrer… Porque, né? Rir em momentos inadequados é comigo. Eles estavam em volta delas, olhando para elas com muita curiosidade… Olhos grandes e só preto os olhos… Eles meio cinzas, meio brilhantes, mas não é brilhante… Como é que eu vou explicar? Sabe quando você tem uma roupa prateada? Ela é prata, mas ela não brilha, ela tem uma luminescênciazinha, assim, é isso… Eles eram assim, como se eles fossem [risos] uma salsicha de legging prata. [risos] — Ai, gente, desculpa, [risos] eu peço perdão, não queria tirar o clima do ET, mas… Vamos voltar, vai. Pera aí. —De repente, não tinha mais barraca em cima delas, e aí aqueles seres ali em volta das duas, sem dizer absolutamente nada… 

Nessa hora, a Laís já estava tremendo bastante, assim, a Néia estava mais curiosa e, assim, meio que querendo identificar se aquilo era um sonho ou se não era… Não eram fantasmas, porque acho que quando a gente fala “seres”, de repente, podia parecer que eram fantasmas, mas não, eles não eram transparentes, nada… Parecia que eles eram de carne e osso mesmo, só que eles eram bem lisos, prateados assim, esguios e bem altos. E aí eles ficaram olhando pra baixo, para elas duas que estavam sentadas aí dentro dessa barraca, e elas não sabem como que elas conseguiam também enxergar eles… E aí eles se comunicaram entre eles, elas percebiam que eles estavam se comunicando, mas elas não conseguiam entender… E não era um grunhido, nada… Eles não tinham boca, eles tinham só olhos. E aí um falou com o outro lá, [efeito sonoro de sussurros] elas entenderam isso, sem que ninguém tivesse falado nada, e aí dois deles abaixaram e levantaram elas pelo ombro.

E aí o toque da mão deles doía, elas ficaram de pé, de cabeça baixa e eles falaram mais alguma coisa e a Néia sentiu como se aqui, na base do pescoço, da coluna, ele apertasse assim alguma coisa… — Até hoje ela não sabe se botaram um chip… Não botaram o chip, gente, essa história de chip… Me desculpa… Não botaram chip. — E aí ela sentiu uma pressão aqui atrás e, quando ela sentiu a pressão, ela caiu sentada. Na Laís, nada fizeram — a Laís não sentiu essa pressão — e aí elas se abraçaram de novo e, do mesmo jeito que a barraca tava lá — num tava, porque elas ficaram em pé, então a barraca sumiu —, de repente, elas estavam na barraca de novo… Tinha barraca e aquele brilho que tinha fora da barraca, que elas percebiam, aquele seres, já não tinha mais nada… Foi uma noite péssima, porque elas ficaram apavoradas, mas ao mesmo tempo, tanto a Laís quanto a Néia, elas estavam maravilhadas assim… — Porque já tinha passado, né? Na hora você fica em pânico, mas depois, sei lá, elas estavam maravilhadas. —

Esperaram dar ali 05h da manhã e tal, elas não dormiram aquela noite, e aí elas seguiram, foram embora na trilha… A Laís queria ficar lá para esperar clarear, para ver se tinha alguma marca no chão, alguma coisa, mas a Néia não quis esperar, falou: “Não, vamos embora, pelo amor de Deus… Vamos seguir nosso cronograma certinho”. E aí elas saíram daquele lugar e terminaram a trilha, até que contaram para bastante gente, assim, entraram até numas comunidades de UFO e tal, e aí elas ficaram sabendo que, de repente, não é que implantaram alguma coisa na Néia — porque só a Néia sentiu essa pressão, né? —, de repente, eles escolheram algum material para exame… — Falaram num desses grupos aí de gente que curte ET, né? — Nunca mais elas viram nada e também a Néia não se sentiu diferente em nada, assim, tá igual tava antes… — Mas tá vendo? É trilha… Olha aí a trilha, né? — O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui quem fala é a Alzira de BH. Eu estou chocada com essa história, sabe? Eu sempre acreditei em E.T., mas eu nunca tinha visto um relato de E.T.s assim. Para mim, isso era completamente ficcional, sabe? Seres de prata, essa coisa… E eu fico pensando delas terem visto eles de dentro da barraca, como que eles conseguem manipular aí o espaço e o tempo, né? E como que a gente às vezes não está viajando em todas essas coisas que a gente fica imaginando sobre os E.T.s e, assim, sobre eles terem encostado nelas e dado o choquinho… Tipo, fico pensando na composição do corpo deles, como que é diferente da nossa, o que deve ser essa substância que eles são feitos… Enfim, muita doideira. Abraços. 

Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, meu nome é Pedro, sou de Recife. Essa história eu adorei… É muito legal porque outras histórias também sobre ufologia contam de abduções e pessoas que são recebidas por seres que, independente de onde eles estejam, o teto ou a casa, o forro do lugar onde eles estão, são totalmente desintegrados da matéria e as pessoas são envolvidas no ambiente totalmente ligado a esses seres. É muito legal saber também que eles estão aí à volta, tentando fazer contatos com a gente sempre. Achei muito legal a experiência, morro de medo, não ia gostar de passar pelo o que elas passaram, [risos] mas achei muito legal a história e acredito muito que eles estão aí o tempo todo vigiando a gente. Um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Comentem lá no nosso grupo do Telegram, sejam gentis aí com a Néia e com a Laís. — Foi a Néia que me escreveu. Eu usei aqui os nomes das amigas da minha prima Janaína, então um beijo, Néia, um beijo, Laís. Eu volto em breve.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Detesto é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]

Pô, ET de salsicha… É foda… [risos] Desculpa, peço perdão… [risos]

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.