título: sulfite
data de publicação: 22/02/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #sulfite
personagens: sabrina e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] E quem tá aqui comigo hoje é a EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC possui mais de 150 opções de cursos online com professores altamente especializados. — Que são aí profissionais do mercado. — Na EBAC Você não compra apenas um curso online com vídeos gravados, mas sim palestras gravadas, atividades online, lição de casa — gente, eu amo lição de casa, sério… Qualquer coisa que eu faço se não tiver lição de casa, parece que não estudei — feedbacks, muita prática e aulas aí com um professor especialista na área que você escolheu o curso. Além de tudo isso, você também tem acesso a conselhos de carreira com o departamento especial, materiais úteis aí para se posicionar profissionalmente no mercado, acesso a tutores, um portfólio pronto e, claro, uma comunidade para trocar informações sobre o tema.
Como a EBAC tem dezenas de opções de carreira no mercado, eu vou citar apenas uma das áreas que mais cresce no Brasil: A área de marketing, onde você pode fazer aí o curso de Copywriting, de Marketing Digital ou de Social Media Manager. — Ó meu inglês… [risos] — Faça parte da EBAC e mude a sua vida: ebaconline.com.br, eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e fica com a gente até o final que tem cupom de desconto. — Essa história tem aí relatos de violência psicológica, então ouçam com cuidado. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Sabrina. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Sabrina, quando ela tinha aí seus 26 anos, ela conheceu um cara e eles começaram a namorar. Um namoro super tranquilo, assim, o cara na época trabalhava num banco, a Sabrina também ali da mesma área — financeira, mas não trabalhando num banco. — E o romance foi seguindo. A Sabrina disse que, no geral, esse namoro era tranquilo, mas vez ou outra, esse cara agia com a Sabrina como se ela fosse louca, sabe? Então, às vezes ela fazia alguma coisa e ele falava: “Não, você não fez…”, tipo assim: “Ai, eu pedi para você comprar sabão em pó semana passada e você não comprou”, só que ele não tinha pedido… Sabe coisas assim? Mas tudo — segundo a Sabrina — muito irrelevante para ela na ocasião.
O tempo foi passando, quatro anos de namoro, teve um corte ali e esse cara foi demitido do banco. Ela morava sozinha, né? — A Sabrina. — E ele também morava sozinho, então ele tinha duas opções ali na cabeça dele: “Eu posso, enquanto eu estou procurando emprego, ir consumindo esse dinheiro da minha indenização, ou eu posso devolver o apartamento e morar com a Sabrina”. — E aí aqui a gente tem dois caminhos, porque assim, se você já tem um relacionamento de quatro anos que você já pensa em casar, eu acho ok… Mesmo o cara estando desempregado, que ele vá morar com você, porque é uma outra situação… Não é que você está começando um namoro com uma pessoa que está desempregada, é o seu namorado de quatro anos que eu acho super ok você dar um suporte e o cara não gastar a indenização dele em contas básicas, sendo que ele pode dividir essas contas com você na sua casa… E vocês já se amam, você já têm um futuro planejado, então eu não acho que Sabrina errou quando o namorado dela ficou desempregado e ela concordou com a ideia dele ir morar com ela. Então acho que foi um passo para o futuro? Acho sim que foi um passo para o futuro. O cara trabalha em banco, é fácil de você conseguir uma recolocação, pelo menos é mais fácil do que em outras profissões, né? –
E ele foi morar ali com Sabrina… Acontece que é mais fácil você conseguir uma colocação num banco quando você não quer uma coisa muito específica — porque dependendo da área que você quer trabalhar no banco aí fica mais complicado, né? — e o cara queria uma coisa muito específica para trabalhar em banco, assim, uma área muito específica, e aí ele não estava conseguindo. O tempo foi passando, ele junto com Sabrina… A ideia inicial era que ele fosse dividir as contas, mas a partir do momento em que ele foi morar lá e que a Sabrina viu que não aumentou tanto as contas, assim, — porque ela não comia em casa, ele também não comia, então as refeições ele pagava, pedia a comida ou saía para comer, enfim — então, o gasto que aumentou um pouco foi de luz, porque a água vinha no condomínio, né? Então a Sabrina não cobrava nada dele. — Acho que Sabrina está errada? Nesse ponto também não acho, gente, porque o mais pesado ali, que seria a alimentação, o cara se vira, aumentou um pouco a conta de luz? Tá beleza, ele está desempregado, você vai mantendo ali… Acho que tudo certo dentro de um relacionamento sólido que você tem e que uma das pessoas da relação ficou desempregada… Você tem que dar força, né? Então, não acho que Sabrina errou até aqui. –
Só que o tempo foi passando e o cara não foi conseguindo essa colocação no banco. Um ano se passou e não teve — como eu disse — impacto na vida financeira de Sabrina, porque era só ali a questão da luz. Só que assim, o cara mesmo foi ficando impaciente de não conseguir o que ele queria, porque ele queria sim voltar a trabalhar. A partir do momento que deu um ano que ele não conseguiu essa vaga, esse cara resolveu que então ele tinha que ir para outro ramo. — Outro ramo… — Eu vou falar aqui um ramo qualquer, mas era um ramo de que ele não conhecia nada, ele não tinha estudo nenhum a respeito… — Então, digamos que fosse, sei lá, deixa material de escritório, material escolar, online… Não é esse exemplo, mas eu estou dando um exemplo para a gente perceber como funciona. É uma área que tem grandes nomes que vendem… Se eu falar agora aqui para vocês “material infantil”, “sulfite”, vai, pelo menos dois nomes vem na sua cabeça de lugares físicos ou online que vendem sulfite barato. Pensei dois aqui… Armarinhos Pônei e Pôneilunga… Como que você vai concorrer com Armarinhos Pônei e Pôneilunga? É muito difícil, porque eles compram em quantidades enormes e aí eles conseguem no preço… E aí, você que é um pequeno, que quer fazer um site para vender por Instagram material de escritório, essas coisas, é mais complicado. E outra, onde você vai fazer um estoque? –
E aí ele resolveu que ele ia fazer isso, achou que era um nicho… — Só que é aquela questão, você precisa pelo menos ter um estoque. — O apartamento da Sabrina muito pequeno… O que esse cara pensou? “Bom, eu tenho que alugar um espaço então para fazer”. Ele começou a infernizar a Sabrina que ele não queria abrir um negócio sozinho, ele queria a Sabrina de sócia. — E aqui eu acho que começa a azedar a coisa, quando a Sabrina começa a pensar nisso. — A Sabrina falou: “Poxa, será?” e ele foi comendo a mente da Sabrina, falando: “Olha, você já está nessa empresa há 11 anos, você não tem mais potencial de crescimento lá. Vamos abrir um negócio junto… A gente vai ficar rico vendendo material escolar”. — E, gente, material escolar realmente assim, eu acho que é uma coisa cara, é uma coisa que as crianças precisam… Então, talvez se você tiver um bom plano, você consegue fazer uma coisa legal? Não sei, não sou da área, mas ele estava convicto que sim. –
E aí ele fez, que fez, que fez, até a Sabrina concordar em conversar com o gerente dela para ver se teria ali algum corte e ela sair… Porque ela falou: “Pedir demissão eu não vou pedir, não vou perder meus anos de casa, né?”. E aí ela conversou com o gerente dela, o gerente dela falou: “Mas Sabrina, desculpa te perguntar, mas se você quer sair daqui, você teve alguma outra proposta?”, ela falou: “Não, eu quero sair daqui pra ser sócia do meu namorado num negócio”. E aí o próprio gerente falou: “Olha, Sabrina, eu sou casado há oito anos, já não é fácil somente o casamento, casamento e sociedade… Olha, não sei se você está tomando uma boa decisão. Você não quer pensar?” e a Sabrina ficou meio meio ofendida, sabe? Tipo assim: “Quem é você pra pensar na minha vida e nã nã nã”, e aí ela falou: “Não, eu estou certa disso”. Então o chefe dela falou: “Olha, daqui acho que dois meses a gente realmente ia cortar umas quatro pessoas, então eu vou te colocar nessa lista”. O tempo passou e a Sabrina foi demitida porque ela pediu para ser demitida.
Então, a partir do momento que a Sabrina pegou a indenização dela, ela resolveu botar a indenização dela nesse negócio. Alugaram um espaço, compraram material para fazer estoque, montaram kits… Isso era setembro, então eles tinham que se programar, porque dezembro e janeiro é o forte ali pra vender e depois eles focariam em escritório, talvez procurar prefeituras para fazer parceria, essas coisas… E assim foi… A indenização da Sabrina foi inteira para abrir esse negócio, a parte dela… — Que seria 50%… — Mais um tempo se passou, tudo pronto, eles começaram a vender e até que rolou um pouco de vendas… Mas, assim, tinha muita lista, né? — As mães, os pais, eles querem fazer cotação para ver onde vai sair mais barato, então eles perdiam muito tempo respondendo essas cotações. — E aí o cara quis investir, não chegava a ser um aplicativo, mas no site um formulário online para você fazer essa cotação de maneira mais personalizada, e aí gastou mais uma grana com um desenvolvedor para fazer isso, enfim…
Os dois trabalhando, a Sabrina tinha um jeito e ele tinha outro jeito de trabalhar. Então, ele começou todo dia a chamar a Sabrina de burra, falar que ela não sabia fazer as coisas… E o engraçado era que as ações que a Sabrina fazia, as coisas que ela pensava e botava em prática as vezes mesmo sem ele autorizar — porque tinha isso também, ele queria mandar em tudo — era o que dava certo… Tudo o que ele fazia não dava certo… E aí parecia que ele preferia que não desse certo do que dar certo e ela ter razão. A Sabrina começou a ser xingada, tirada de louca, de burra todos os dias… A coisa não foi dando certo, as vendas começaram a parar, aquele monte de material escolar e material de escritório num espaço que eles tinham alugado, aluguel para pagar do espaço com dinheiro só nisso…
Com mais ou menos oito meses de negócio, ele falou que ele não queria mais, pegou as melhores coisas do estoque — tipo as mochilas, os estojos —, as coisas assim que ele sabia que a criançada gosta mais para fazer bazar pra ele e deixou tipo sulfite, clips, caneta, essas coisas… — As canetas coloridas ele levou, mas tipo caneta azul, preta, essas coisas mais simples, deixou pra Sabrina… — E o aluguel do galpão estava em nome da Sabrina. Então tinha uma multa, eram oito meses e precisava ficar pelo menos um ano e o dinheiro que eles pagavam as contas ali era o dinheiro que saía das vendas. Como ela estava com pouca coisa para vender, a coisa foi acumulando…. Eles terminaram o relacionamento. — Primeiro terminaram a sociedade e, dois meses depois, o relacionamento. — E aí a Sabrina pediu ajuda pra uma amiga dela que era contadora, pra ver o que ela fazia, porque ela estava num buraco.
E aí a contadora pegando as coisas e vendo os depósitos da conta e o material que foi comprado, ela chegou à conclusão que tudo — absolutamente tudo daquele negócio — foi comprado com a indenização da Sabrina. — O cara não pôs um real dele… — Não tinha dinheiro dele… Ele não gastou 1 real do dinheiro dele e todas as coisas que geravam dívida — inclusive um empréstimo depois que eles pegaram, o aluguel do galpão, algumas coisas que eles compraram faturadas, assim, para pagar em vários meses —, todas saíram no nome da Sabrina. Não tinha nada em nome dele. — Tinha nada no nome dele. — Ele falou que estava demorando para conseguir tirar o CNPJ, ou seja, tudo estava sendo vendido num MEI aberto no nome da Sabrina. — Como o cara fez desse jeito, eu penso que ele já sabia que não ia dar certo, porque se desse muito certo, estava tudo no nome dela, ou se desse muito certo aí ele ia alterar as coisas para o nome dele também? Porque a Sabrina confiava nele nessa parte, ela não ficava em cima pra saber, sabe? Será que ele faria isso? Se desse certo? –
E aí Sabrina deprimida, cheia de dívidas, até hoje ela tem processos que ela não conseguiu quitar. Na época, Sabrina muito deprimida, muito mal, porque ela gostava realmente desse cara, ele não respondia mais ela, enfim, seguiu a vida… Em fevereiro do ano seguinte, o ex—chefe dela mandou uma mensagem para ela [efeito sonoro de mensagem no WhatsApp] para saber como ela estava, enfim, eles conversaram um pouco e ele falou: “Olha, eu só queria te dizer que o seu ex esteve aqui na nossa financeira com um currículo para a vaga que você ocupava… Já está ocupada por outra pessoa desde quando você saiu, mas eu queria te dizer que ele veio aqui com o currículo para a sua vaga”. E a Sabrina ficou em choque, porque assim, os dois na área financeira, né? Ele sempre procurou uma outra área. Ele queria se especializar em outra área, nunca na área dela e, de repente, depois que eles terminam tudo, ele manda um currículo específico para o cargo dela? Na empresa que ela trabalhava? Sendo que ele sempre diminuiu a Sabrina nisso, falando que ele sempre ganhou mais, que a empresa dela era uma porcaria, que ela não tinha pra onde ser promovida… E ela tinha um salário muito bom nessa empresa que trabalhava.
Essa é a história da Sabrina… O cara nunca mais falou com ela, deixou a Sabrina cheia de dívidas, fez a cabeça dela pra ela sair do emprego… — E aí eu falo aqui, gente, pelo amor de Deus, pelo amor de Cristo, pelo amor de Deus, pelo amor de Jeová, sei lá, pelo amor de Oxalá, qualquer coisa: Não saiam dos seus empregos por amor. — Não sai, simplesmente não sai. “Ah, estou de saco cheio, odeio meu chefe, quero sair”, ótimo… “Ah, sei lá, quero mudar de país, quero sair”, ótimo, faça por você… Não sai por amor, porque “ah, eu estou num horário que o meu amorzinho não gosta” ou “ah, eu trabalho no final de semana, meu amorzinho fica bravo, brava”, “ah, porque meu amorzinho…”, gente, não… Não sai do trampo por amor. Não sai… Qualquer outro motivo? Aceito. Por amor? Não. Porque seu marido, sua namorada, sua noiva, seu noivo, não gosta de seu trabalho, não gosta de seu chefe, não gosta do que você faz, não gosta do seu horário? Não saia. Primeiro porque está difícil conseguir um trabalho, enfim e, segundo, porque, gente, não… É não… Minha resposta é não.
A Sabrina só errou nisso, assim, de ter ouvido esse cara e ter pedido pra ser mandado embora. E ainda deu sorte que a empresa não fez acordo, não falou pra ela pedir demissão, mandou ela embora, deu todos os direitos na mão dela e ela pegou esses direitos, a indenização, Fundo de Garantia e deu na mão do cara para abrir esse negócio, num negócio que eles não tinham conhecimento a fundo assim, né?
[trilha]Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Danielle e eu estou falando desde Londres. Essa história me traz uma questão que é muito da modernidade dessa nova geração, de fazer as coisas, assim, com muita pressa, sabe? Quatro anos e você abre um negócio com a pessoa? Nunca morou junto com pessoa, não sabe como é que a pessoa se comporta financeiramente… Eu acho que isso é uma coisa bem de agora. Quatro anos são suficientes para isso? Para mim, morar junto tem que ser no mínimo cinco anos e eu tenho que ter dividido a casa com a pessoa em alguma outra ocasião. Sabrina, eu sinto muito que isso tenha acontecido, eu espero que você consiga tomar alguma medida jurídica contra esse cara, recuperar uma parte do seu dinheiro e eu acho que você errou em não controlar sua grana, não na demissão, porque você poderia estar prosperando se não fosse essa falta de controle. Então, acho que a gente só deve confiar nas coisas que a gente não pode controlar, tipo fidelidade… Agora, tudo que for burocrático, a gente tem que exercer o nosso direito de controlar, não importa se é um relacionamento de quatro, dez ou vinte anos.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é Carolina, sou de São Paulo, sou advogada e eu gostaria de propor aqui um pacto para todos os ouvintes: Vamos todos juntos em 2024 prometer que ninguém mais vai assinar qualquer documento sem ler muito atentamente e submeter esse documento a um advogado, isento, e de confiança? Não importa se for o amor da sua vida, seu maridinho, se foi sua mãe, seu pai, sua irmã ou o Papa que te deu esse documento, ninguém está acima de suspeita… Todos os documentos devem ser lidos com muita atenção, submetidos a advogado, para que você possa compreender as consequências daquele negócio que você está assumindo. Seja uma compra venda, a abertura de uma empresa, uma declaração, uma procuração… Isso é muito importante. Se você vai abrir uma empresa e não tem conhecimento na área, procure um curso, tem muitos gratuitos no Sebrae, etc. É isso. Espero que você fique bem e se recupere, Sabrina.
[trilha]Déia Freitas: Com os cursos da EBAC, você encontra as principais novidades em cada curso para quem está aí em busca do primeiro emprego… — Quem quer mudar de área também, quem quer se especializar ou até se atualizar aí no mercado… — Para começar a estudar agora, você ainda conta com opções de financiamento estudantil e parcelamento em 24 vezes no boleto e, com nosso cupom, “VOLTANAOINVIABILIZE” — tudo junto, em letras maiúsculas e sem acento —, você ganha 200R$ de desconto e o cupom é válido para todos os cursos. — Mas por tempo limitado. — Então, acessa aí e ebac.com.br e consulte as condições de pagamento. Valeu, EBAC. — Um beijo, gente, e eu volto em breve. —
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]