título: tapa
data de publicação: 27/02/2025
quadro: picolé de limão
hashtag: #tapa
personagens: sheyla
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. A EBAC oferece a oportunidade perfeita para você investir aí no seu futuro. Ela é consolidada no mercado com mais de 150 cursos em uma plataforma própria de ensino, além de duas pós—graduações reconhecidas pelo MEC e mais de 145 mil alunos que estudam na EBAC. Com cursos profissionalizantes que vão do zero ao pró, a EBAC possui diversas opções em diferentes verticais de aprendizado, como programação e data, audiovisual, marketing, design, arquitetura, games, moda, o curso de roteiro — que eu já falei aqui para vocês que é muito legal —, acessa agora: ebaconline.com.br bate e vai aí investir no seu futuro. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio e, ó, fica aqui com a gente que tem sim o nosso cupom de desconto. Essa história contém gatilhos de violência doméstica, violência contra a mulher, então, se você é sensível a esse tema, não ouça. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Sheyla. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Sheyla quando ela tinha 31 anos, ela conheceu um cara, começou a namorar esse cara e esse cara era tudo, tudo de mais perfeito que você pudesse querer num cara, era esse cara. Super gentil, cavalheiro, pagava todas as contas… — Ele era incrível… — Era tudo perfeito, mas determinadas roupas e uma maquiagem mais forte, assim, a Sheyla não podia usar. — Ele proibia? Não… — Ele não proibia, mas ele falava coisas do tipo: “Amor, você vai com essa roupa? Não seria melhor você botar aquela outra roupa? Você fica tão mais bonita com aquela outra roupa” ou a Sheyla aparecia com um batom vermelho e ele falava assim: “Ai, nossa, você tem aquele batom que é clarinho que eu gosto tanto… Você não acha que chama muita atenção esse batom vermelho? E a hora que eu for te beijar também, o meu rosto vai ficar marcado… Não seria melhor você trocar esse batom?”, era sempre nesse tom.
Em relação às amigas da Sheyla também, nunca ele falou: “Não quero mais que você converse com essa tal amiga”, mas ele falava coisas do tipo: “Ah, você não acha que a Adriana fica muito em cima de você? Eu percebo uma inveja nela, não sei, uma coisa” ou “Você viu o jeito que a Joana, sua amiga, tá me olhando? Ai, você viu? Ela me chamou de “partidão”, não sei, não, amor… Sabe? Essa sua amiga…”, ele fazia de um jeito que ela sempre tava com uma pulga atrás da orelha ou ela estava sempre: “Ai, será que ele vai gostar dessa roupa? Será que ele vai gostar dessa make?”, teve uma vez que a Sheyla queria cortar o cabelo dela mais curto — e não era, assim, nem tanta diferença —, mas ele falou: “Ah, nossa, faz o que você quiser, mas isso é uma coisa que vai me deixar triste”, e aí ela não fez.
Nessa vibe, mas tudo muito embrulhado com um celofane de atenção, de carinho e de preocupação — que a gente sabe que era controle —, ele foi deixando esse relacionamento mais sério, até que esse cara pediu a Sheyla em casamento. — Lembrando aqui que esse cara “nossa, jamais que Sheyla vai pagar uma agulha”, ele que pagava tudo, mas esse também, dependendo da situação que você tá, no contexto que está inserido, também é uma forma de controle. — A Sheyla na época trabalhava num escritório e depois que ele pediu a Sheyla em casamento, ele falou pra Sheyla: “Olha, amor, sei lá, você ganha 2 mil reais lá, por que você não sai de lá pra se dedicar aí as coisas do casamento? A gente vai ter uma casa nova, cuidar dessas coisas e eu te dou esses 2 mil reais”. Sheyla falou: “O quê? Lógico”, saiu do emprego e começou a cuidar das coisas do casamento que envolvia tudo, assim, onde eles iam morar, a mobília e lembrando que ele pagava tudo e a Sheyla tinha ali agora 2 mil reais, que era o que ele dava pra ela. — E como que ele dava esses 2 mil reais? — Ele não deu 2 mil reais todo mês na mão da Sheyla, ele deu um cartão de crédito pra Sheyla gastar, com limite de 2 mil reais.
Só que se ela gastasse, sei lá, R$100, e tivesse lá: “cafeteria”, dali uns dias ele queria saber que cafeteria era aquela, com quem a Sheyla foi… “Não, porque ele estava preocupado, né?”, não era, assim, querendo saber por saber… Não, é uma preocupação que ele tinha com Sheyla. Sheyla nunca notou os sinais… — Nunca. — E ela continuou aí investindo nesse cara, nesse relacionamento, investindo emocionalmente e o cara bancando absolutamente tudo. Até chegar o dia desse casamento, chegou um ponto que não foi ela que escolheu o vestido de noiva dela. — Como que a Sheyla queria o vestido de noiva dela? — Sheyla queria um decote grande, com ombros de fora e o vestido sereia — que é bem justinho e embaixo abre e tal, uma coisa mais, assim, do joelho pra baixo umas camadas assim, né? — e ele pediu para ver em algumas revistas que estilo de vestido ela gostava e ele disse que não era adequado… E ele acabou escolhendo um vestido muito bufante, com mangas bufantes, uma coisa que a Sheyla jamais usaria, mas que ele falou que os olhos dele brilhariam quando ela entrasse na igreja com aquele vestido.
E, realmente, quando Sheyla entrou na igreja, os olhos daquele cara brilharam… — Ele estava casando com a mulher que ele queria e ela estava exatamente do jeito que ele planejou. — Tudo ali naquele casamento tinha sido planejado por ele, incluindo deixar a família da Sheyla sentada na igreja, nos bancos lá atrás. O tempo passou, Sheyla já não tinha contato com a sua família, nem com as suas amigas, porque ele queria essa dedicação dela a família e agora era a hora daquele amor dar um fruto… Eles já estavam casados ali há mais ou menos seis meses e esse cara queria um filho. Sheyla também queria um filho, só que seis meses, sete meses, oito meses, nove meses, dez meses, Sheyla não conseguia engravidar… E como que esse cara reagia? Ele dizia estar triste e decepcionado com Sheyla, porque ela não conseguia dar um filho à ele. Até que Sheyla, num dia que ela estava muito estressada, que ela achou que ela estivesse grávida, mas não estava, quando ele disse que ele estava decepcionado novamente, Sheyla virou para ele e falou: “Talvez o problema não esteja na minha saúde e sim na sua”, ela estava muito chateada, então ela falou num tom um pouco mais incisivo…
E ela estava sentada no sofá e ele estava de pé na cozinha — alguma coisa assim quando ela falou isso, né? —, ele saiu da cozinha correndo, veio, deu a volta no sofá e deu um tapa na cara da Sheyla. Um tapa muito forte. Um tapa que marcou o rosto da Sheyla. Um tapa que o sofá que ela estava, tombou para trás. — Imagina a força dessa etapa… — Sheyla caiu com as pernas para cima, ainda sentada no sofá, com as costas no encosto do sofá, só que o encosto do sofá agora estava no chão. No mesmo minuto que ele deu o tapa, ele já puxou o sofá para frente e já começou a chorar e a pedir desculpas pra Sheyla. A reação dela foi: “Como que isso aconteceu?”, o primeiro pensamento foi: “Como que isso aconteceu?”, porque foi tudo tão rápido que ela ainda sentia o rosto latejar do tapa. A segunda coisa que a Sheyla pensou foi: “A culpa foi minha, olha o jeito que eu falei com ele numa questão tão delicada que é essa sobre filhos”. Com o rosto muito latejando e doendo, Sheyla levantou daquele sofá, que agora ela estava sentada, que ele puxou o sofá de novo para frente na posição certa, ela levantou daquele sofá, ele estava sentado no chão chorando e falando que ele não sabia por que que ele tinha feito aquilo, mas que ela tinha provocado.
Sheyla foi consolar este homem, ela chorou junto com ele e, quando ele decidiu parar de chorar e disse que ia tomar banho, Sheyla passou pelo espelho e viu que o rosto dela estava inchado do tapa. Quando ela viu o rosto inchado, aí ela caiu em si e começou a chorar, e aí ele veio e ele já estava num outro tom, ele falava muito baixo e dizia: “Você sabe o que você fez, você sabe o jeito que você falou comigo” e, Sheyla, com muita vergonha do que tinha acontecido passou quase duas semanas em casa até que aquela marca do rosto dela sumisse. Junto com aquele tapa, vieram outros tapas… Outros chutes, outros puxões de cabelo, muita violência, sempre seguida de um choro compulsivo dele, com frases do tipo: “Olha o que você me fez fazer”, fora daquela casa este homem era voluntário… — Então, digamos assim, que ele fosse advogado… — Ele pegava causas pro bono, era voluntário… Ele cuidava junto com os vizinhos de uma praça que tinha lá perto, ele comprava refeições para pessoas em situação de rua — um sábado por mês —, ele era o cidadão modelo. — Modelo… —
Todo mundo do trabalho dele, do entorno dele, gostava dele. Quem não gostava dele? As amigas da Sheyla, que agora mal conseguiam falar com ela e a família da Sheyla, que foi totalmente afastada dela. Só que Sheyla agora, ela acreditava um pouco no que ele dizia que era culpa dela. Um ano de violência… Até que um dia ela tomou um chute que ela acredita ter quebrado alguma costela dela, ela sentia muita dor e ela não conseguia levantar, não conseguia andar e a única coisa que ele fez por ela foi ajudar que ela se deitasse e ali ela passou vários dias, mas ele foi um querido, ele trouxe até fralda porque ela não conseguia se mexer. De adulto… Ele trocava fralda da Sheyla. — Situação que ele colocou a Sheyla. — Naquele ponto, quando ele estava muito carinhoso trocando fraldas de Sheyla, ela tinha esquecido que era ele que colocou ela naquela cama. — Provavelmente com uma costela quebrada. — E depois de um jantar que teve lá na casa deles, porque ele era assim, viu? Ele gostava de receber em casa e Sheyla tinha que fazer tudo. Então, por exemplo, se ele falasse: “Olha, eu chamei meus amigos aqui pra uma lasanha”, ela não podia encomendar uma lasanha… Tem lugares ótimos aí que fazem lasanha e tal, ela não podia encomendar uma lasanha, ela tinha que fazer a lasanha, senão não valia…
E depois desses jantares, onde estava todo mundo aclamando ele e ele meio que destratou ali a Sheyla na frente de todo mundo — mas ninguém reparava muito —, Sheyla resolveu fazer uma coisa: Sheyla entrou na internet e comprou uma câmera. A intenção da Sheyla foi gravar a próxima violência física que ela sofreria. Não demorou para acontecer, porque agora estava num ponto que qualquer coisa… Uma vez a Sheyla apanhou porque ela fez [suspiro longo] quando ele falou uma coisa, ela respirou fundo… — E ela apanhou por ter respirando fundo. — Não precisava muito e, geralmente, ele batia nela ou na sala ou no quarto. E ela resolveu instalar a câmera na sala, porque no quarto também tinha a questão das relações sexuais que ela era forçada depois das brigas a fazer esse sexo de reconciliação. — Que a gente chama aqui de “estupro marital”. — Então, ela não queria ser exposta a isso também, né? Ter gravada mais essa violência. Então, Sheyla instalou a câmera na sala e um dia eles estavam assistindo televisão, a câmera, sempre que ele chegava do trabalho, ela dava um jeito de ligar — para gravar porque tinha essa opção, se não pegava muita memória, enfim, ela botava para gravar —, eles estavam assistindo televisão e apareceu um ator na novela que eles estavam vendo ali e a Sheyla fez um comentário tipo: “Nossa, ele era uma criança, tá um moço bonito”.
E ela não conseguiu terminar a palavra “bonito”, porque ela levou um soco na cara, e aí nesse dia ela apanhou bastante ali na sala, eles moravam, tinham vizinhos, mas assim, não tinha parede com parede, então era difícil alguém ouvir alguma coisa, né? Ela apanhou bastante nesse dia, só que ela gravou. Ela gravou e não lembrou que estava gravando… Era meio automático ela já botar pra gravar e depois desligar a câmera porque não tinha acontecido nada em uma semana. E, nesse dia, quando ela foi desligar a câmera, ela tava machucada, bem machucada e aí aquilo deu um alívio nela, “eu tenho uma prova do que ele faz comigo”, porque ninguém acreditaria, ele era o cara que escrevia “em mulher não se bate nem com uma flor” na internet. E aí um dia ela questionou ele, assim, meio que na brincadeira, porque sei lá, se ela confrontasse ele seriamente, ela apanhava e a resposta dele foi: “Você não é mulher, em mulher a gente não bate nem com uma flor, mas você não é mulher. Você não me deu um filho até hoje”.
Sheyla podia pegar aquele vídeo, ir até delegacia dar queixa dele, enfim, fazer tudo, mas ela sabia do dinheiro dele, sabia que ela ia sair sem nada — e aqui acho que ninguém pode condenar a Sheyla pelo que ela fez —, a Sheyla, no dia seguinte, saiu de casa, foi para um hotel enquanto o marido estava trabalhando e mandou o vídeo pra ele. Ele ficou muito assustado, perguntando para ela o que ela ia fazer com esse vídeo e ela não respondia mais. Ele foi para casa, ela não estava em casa, mas a câmera estava lá. Ela conseguiu ver que ele estava em casa e ele, quando chegou e viu que ela não estava, começou a mandar mensagem pedindo pelo amor de Deus, que ele ia perder tudo, ia perder o emprego, ia perder tudo… E a Sheyla disse: “Olha, eu posso não te denunciar, mas eu quero o divórcio, eu quero o apartamento e eu quero o carro”, enfim, pediu coisas materiais… De início ele falou que não e ela disse: “Então se prepara, porque aqui você vai perder só uma fração do que você tem para mim… Quando eu postar esse vídeo, você vai perder tudo”, ele voltou atrás, botou um advogado e resolveram tudo.
E ele queria o vídeo original, queria que ela apagasse e ela mandou o arquivo para ele e disse: “Eu apaguei, eu não tenho mais esse vídeo” e agora ela estava com o apartamento, com o carro, com tudo e quando ela disse que não tinha mais o vídeo, no dia seguinte ele já tentou ameaçar a Sheyla. E aí ela falou: “Tá vendo? Foi um teste” e mandou novamente o vídeo para ele: “Eu nunca vou apagar esse vídeo, esse vídeo está com pessoas da minha família e com amigas minhas e, se você fizer qualquer coisa comigo, eu vou soltar esse vídeo”. O tempo passou, esse cara sumiu, ela ficou com a casa — que não era aquela casa deles, era um outro apartamento —, ficou com o carro, ficou com um pouco de dinheiro, mas enfim, ela tinha que trabalhar. Sheyla foi, voltou a trabalhar, fez as coisas dela… A vida passou, ela conheceu outro cara, começou a namorar com esse cara, casou com esse cara, engravidou, teve uma filha… [efeito sonoro de bebê chorando] A vida passou… Quando foi em 2019, este homem voltou para a vida da Sheyla de uma outra forma… Sheyla estava no trabalho dela quando ela recebeu uma ligação no fixo do trabalho dela e era uma mulher que estava entrando em contato porque ela tinha se casado com esse cara e ela estava apanhando.
E ninguém acreditaria nela e ela, depois de muito apanhar, resolveu procurar a ex—mulher dele pra entender se ele também batia nela. Na hora, a Sheyla assustou, mas acabou marcando de conversar com sua mulher lá na empresa dela — em uma parte, tipo um refeitório lá, porque ela também não sabia se a mulher ia aparecer com o cara, enfim, se aquilo era uma armadilha —, e aí ela contou que apanhava sim, que apanhava muito e que pra se livrar disso, ela filmou e pediu divórcio e tal… — Mas não falou da chantagem… Mesmo porque acho que não foi chantagem, foi uma indenização, foi pouco. Mesmo que tecnicamente seja chantagem, eu, Andréia, não acho, tá? — E aí essa moça agradeceu, chorou muito e tal, era uma moça nova, bem nova e um tempo depois, pelas redes sociais, um pouco antes da pandemia — um pouco antes até do Natal, assim, quase final de 2019, né? E ela tinha conversado com essa moça em 2019 mesmo —, pipocou na internet um vídeo de um homem batendo numa mulher numa cozinha e era ele. Ela, diferente da Sheyla, postou o vídeo…
Caiu nas redes e tal, a moça fez B.O… A moça fez todo o caminho que a Sheyla não quis fazer, né? — Ela resolveu fazer. — Na época, esse cara foi afastado do emprego, ele não perdeu o emprego, tá? Alguns amigos se afastaram, mas ele fez um vídeo chorando, ele cumpriu as medidas da justiça que ele tinha que cumprir, deu a separação pra moça, aparentemente ela saiu sem nada e ela não ficou mais sabendo da moça e nem dele por mais um tempo… Até que agora — ano passado —, ela deu de cara com o vídeo dele nas redes sociais… Agora ele é pastor da igreja, se arrependeu de tudo… — Que não era ele que batia, era o demônio. — Então, veja, o cara depois de tudo, tá bem, é pastor… Tem vários fiéis que acreditam nele. Ele dá o testemunho, tá? Que ele batia em mulher, ele dá testemunho e diz que era o diabo, não era ele, não. Ainda bem que Sheyla saiu dessa, ainda bem que a outra moça também saiu dessa… E o cara já é pastor, está casado e, detalhe: Não tem filhos. Então, a gente pode acreditar que essa questão de saúde pode realmente ser dele, né? Mas ele começou a bater nessa segunda mulher também por questão disso, porque ele queria um filho e essa moça também não conseguia engravidar.
Essa é a história da Sheyla, uma história de muita violência, muito abuso físico, psicológico, financeiro, tudo, que ela conseguiu escapar, mas também a que preço, né? A que trauma, né? E depois de muito tempo ela conseguiu falar melhor sobre isso… E algumas pessoas, uma gente desocupada, uma gente sem coração, achou errado que ela pediu um apartamento lá que ele tinha, que ela pediu carro, que ela pediu bens materiais para poder não publicar o vídeo. — Eu sou muito pacífica, mas num caso desse, por exemplo, eu não sei como eu reagiria. Na ficção eu sei como eu reagiria, na ficção… — Sheyla diz que ela teve muita vontade de resolver as coisas enquanto ele dormia, mas ela sempre ponderou, né? Ninguém acredita nela porque ela nunca tinha feito uma queixa de violência, então provavelmente iam achar que ela fez alguma coisa com ele pelo dinheiro, né?
E ainda hoje, algumas pessoas criticam ela pela questão de ela ter pedido os bens materiais, então imagina, né? — Acho que ela é uma sobrevivente, acho que ela fez o que ela tinha que fazer e, enfim, é isso. — O que vocês acham?
[trilha]Assinante 1: Oi, nãoinviabilizers, meu nome é Tatiane, e eu sou juíza de uma Vara de Violência Doméstica em São Paulo. Sheyla, meus sentimentos por tudo o que você passou, infelizmente não acontece só com você… E o que chama a atenção na sua história é a existência desse controle que denuncia um comportamento abusivo. É muito importante dizer que a violência contra a mulher ela nunca é um ato isolado, geralmente ela começa com uma agressão, essas agressões aumentam de intensidade e a frequência também aumenta e essa mulher vai ficando cada vez mais em risco. As vítimas precisam documentar a violência, tirar fotos, filmar, gravar áudios, contar para alguém, porque no processo, muitas vezes o agressor alega que a vítima é histérica, que a vítima é louca, que ela que partiu para agressão. Então, documentem todas as violências que vocês sofreram e, por fim, nos processos de violência doméstica, vendo a condenação há também a fixação de um pedido de danos morais para essa vítima. Sheyla, desejo que você esteja bem, esteja segura e que você tenha encontrado toda a felicidade que você merece. Um beijo a todos.
Assinante 2: Oi nãoinviabilizers, aqui é a Rayanne de Goiânia. Sheyla, eu admiro muito que você está agindo com a razão e não com a emoção, que a gente vê que muita gente que publica e tudo mais, porque realmente dá muita raiva, é bom que todos saibam que esse cara faz, mas você conseguiu agir de uma forma onde você pôde recomeçar E esse cara, para você ver, a outra denunciou e não deu nada… Ela saiu com uma mão na frente e outra atrás e ele saiu como um pastor agora que, nossa, era o diabo quem agia na vida dele, sabe? Quero te parabenizar pela sua frieza em conseguir a parte financeira, porque ele tirou isso de você, ele tirou seu direito de trabalhar. Arrasou muito, parabéns.
[trilha]Déia Freitas: Com mais de 150 opções de cursos e 145 mil alunos, a EBAC oferece cursos online para você estudar no seu tempo, com acesso a uma plataforma de ensino superconfortável e interativa, onde você pode estudar onde e quando quiser. Ao final do curso na EBAC, você recebe um certificado reconhecido no mercado de trabalho, tem um portfólio com projetos e está pronto aí para se destacar. — E, ó, gente, alguns cursos ainda têm garantia de emprego, sério… — Com nosso cupom: “naoinviabilizefevereiro” — tudo junto, minúsculo, sem acento, o cupom tá aqui na descrição do episódio também —, você ganha R$300 de desconto em qualquer um dos cursos ofertados e o nosso cupom é por tempo limitado, então corre lá. Pra começar a estudar agora acessa: ebaconline.com.br, escolhe o seu curso e consulte aí as condições de pagamento. — Valeu, EBAC. — Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]