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título: tô de olho
data de publicação: 29/07/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #olho
personagens: mariane e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeitos sonoros de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. Se você está aí em busca do primeiro emprego, sente que essa é a hora perfeita para mudar de área ou você quer se atualizar, atualizar o seu currículo, a EBAC é perfeita pra você. A EBAC oferece diversos cursos na área de negócios, moda, software, design, games, marketing, música e artes, audiovisual e programação e data. — Tem também curso de roteiro, tem um bom curso de roteiro na EBAC. — Você investe no seu futuro, aprende uma profissão que te permite trabalhar até remotamente, estuda com tutores individuais durante o curso e tem até garantia de emprego em algumas opções. 

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[trilha]


A Mari conheceu um cara aí em um aplicativo de relacionamento, [efeito sonoro de notificação] um cara muito bonito, muito simpático… Eles começaram a conversar ali pelo aplicativo, depois mudaram para outra rede social, um clima ótimo, sabe? Tudo assim, dando muito certo. E aí, Mariane marcou aí um encontro com esse rapaz… Eles se conheceram, o rapaz realmente uma conversa boa, rapaz animado, simpático, muito bonito… E Mariane ficou ali empolgada, interessada… Nesse primeiro date, eles só conversaram, no final trocaram um beijo, cada um foi para sua casa e nã nã nã… Saíram mais algumas vezes até que começou a rolar um clima mais quente, né? E esse cara convidou a Mariane para ir até a casa dele… — E aí rolou, gente… — Foi muito legal, foi, assim, uma noite muito boa para os dois e, no dia seguinte cedo, Mariane já foi direto trabalhar, então assim a noite rendeu. E aí eles começaram a ter um relacionamento que primeiro era só assim, ela ia pra casa dele, às vezes ficava o final de semana, até que ele pediu a Mariane em namoro.

E Mariane, nossa, né? Ficou muito feliz porque o cara realmente parecia ali que seria o príncipe. O tempo foi passando, tudo muito incrível, relacionamento ótimo, tudo muito bom, até que um dia… Mariane foi pra casa desse cara, o clima esquentou e agora aqui… — Se você é uma criancinha, não ouça, tá? — [música sensual] Eles estavam lá naquele rala e rola, aquele clima, Mariane estava deitada, o cara estava sobre ela… — Sabe quando você transa olhando nos olhos da pessoa que está com você? Romântico, prazeroso, né? — E a Mariane estava dando, assim, uns gemidos e tal, não alto, mas assim, tava com a boca aberta… Ela com a boca aberta, quando de repente, e ele lá, naquela movimentação frenética e tal… Quando, de repente, Mariane começou a perder o ar… “Meu Deus do céu, o que está acontecendo?”, Mariane deu um pulo da cama e, nua, ela começou a olhar pra ele e gesticular, pedindo ajuda. Então Mariane começou a gesticular ali, gesticulava pedindo ajuda para o cara e ele olhando pra ela, assim, meio em choque também, sem palavras. [riso] 


Mariane viu que ele não ia ajudar e ela, nua, ela saiu correndo para o corredor… O apartamento dele era uma kitnet, ela saiu correndo para o corredor e começou a bater nas portas dos outros apartamentos… [efeito sonoro de batidas na porta] — E aqui para mim começa o ponto onde esse cara não tem nome. — Ele já podia ter feito algum movimento, alguma coisa pra ajudar a Mariane, porque ele entendeu ali o que estava acontecendo e a gravidade… Só que ele não ajudava. Até que ela, batendo nas portas, os vizinhos começaram a sair, quatro apartamentos ali naquele andar, um predinho muito pequeno… Gente do andar de baixo, do andar de cima também apareceu ali, um monte de gente, Mariane quase desmaiando, conseguiu fazer um gesto explicando o que estava acontecendo e um vizinho teve que pegar a Marianne por trás e fazer aquela manobra — que eu esqueci o nome agora — pra desengasgar. — Sim, Mariane estava engasgada… E ela quase morreu real, gente. —

Na hora dessa manobra ela já tinha perdido o ar, já estava perdendo os sentidos mesmo. Sabe quando você dá aquela apagada e volta? E aí algo voou longe e se quebrou ali pelo chão. O que é que tinha engasgado a Mariane? Este rapaz ele tinha uma prótese ocular. — A gente não vai saber por que ela se desprendeu, porque geralmente isso não acontece, gente… Geralmente isso não acontece mesmo, não desprende assim, né? Mas talvez a posição que ele estava, talvez ele não tivesse prendido direito, sei lá… — Esse olho caiu na garganta da Mariane. — O olho do cara… A prótese. — Ainda bem que o cara conseguiu com que ela colocasse pra fora… As pessoas já tinham chamado a polícia, já tinham chamado o SAMU. O SAMU veio depois de um tempo e ela precisou do SAMU. Ela foi com o SAMU. Alguém já tinha nesse meio tempo jogado uma manta ali, que pegou da própria casa, assim, para cobrir a Mariane. E o cara não fez nada… Talvez ele estivesse em choque porque, enfim, ele perdeu ali a prótese dele do olho, mas a partir do momento que ele percebeu que ela estava engasgada com a prótese, ele tinha que fazer alguma coisa. 


A Mariane falou que lembra dela sufocando e ele vestindo uma roupa. — Como assim, né? — Então a atitude dele foi péssima… Por mais que perdeu “ah, perdeu a prótese”, ela estava morrendo engasgada com a bolinha do olho dele, sabe? Ela foi hospitalizada e ficou até o dia seguinte e ele não mandou mensagem. Não falou com ela. Nada, absolutamente nada… E aí ela teve que ligar para uma amiga para pedir roupa, essas coisas, porque ela foi pro SAMU embrulhada na manta. — Sem absolutamente nada, sem nem o documento. Ela deu o número do documento dela, sabe? Esse cara, enfim… — E aí ela teve que ligar para uma amiga, pra amiga buscar roupa para ela, pra ela poder sair, porque ela tava de alta, mas não tinha roupa, não tinha nada. E aí ela falou: “Não, eu vou passar na casa dele” e ela ficou rouca, ficou quase sem voz e ela falou: “Não, eu vou passar na casa dele e tal, ele trabalha em home office, então ele tá em casa, com certeza”. E aí a amiga falou: “Não, eu vou com você então”. E aí passou na casa do cara, ele tava — obviamente sem aquele olho da prótese, porque ele tinha que fazer outra — e olha as coisas que ele falou para Mariane: Que, um, não era para ela ter saído do apartamento. — Gente, ela estava morrendo… Ele ia deixar ela morrer? —


Que ela expôs ele no prédio, “uma mulher nua fazendo escândalo no corredor”… Dois: Ele falou que ela danificou a prótese de olho dele e que agora ele ia gastar uma grana e que ia ser um transtorno, que ia demorar… Desde o começo ela sabia que ele tinha uma prótese ocular — então, assim, você nunca vai imaginar que você tem que transar de boca fechada porque a prótese pode cair na sua garganta, então, agora aqui a gente também já fica aí, né? Vamos ficar com a cabeça de lado, pelo menos… Vai gemer? Geme aqui, ó, de lado, pra não acontecer uma coisa dessa. — E aí ele foi muito frio… — E eu entendo que ele, sei lá, tava p da vida porque ele ia ter um gasto… Em nenhum momento ele pediu pra ela pagar, nada, mas ele estava bravo, ele tava puto… Ele. Sendo que ela podia falar: “Pô, por que você não cuidou do seu olho? Deixou cair na minha garganta?”. A culpa não é dela, gente, a culpa é zero dela. Eu acho que também a culpa nem deve ser dele, não sei também, mas assim, se a gente vai botar nesse campo da culpa, como ele está culpando a Mariane, a culpa é dele… De quem era o olho que caiu? Na garganta da menina… Surreal, né? —

Podia ser uma história, ai, engraçada, mas não… Ela estava super apaixonada e, aparentemente, parecia que ele estava apaixonado também, mas ele teve essa atitude… Achar que ela não ia pedir socorro e ele lá vestindo a roupa e ela sufocando, gente? Ela podia ter morrido real… Tem gente que morre com um pedaço de carne, pedaço de pão… [risos] Eu tenho uma história… [risos] Aquelas, né? Minha mãe ela fazia muito pão, uns pães deliciosos, deliciosos… Minha mãe fazia muito pão. Então, o que ela fazia? Ela fazia o pão e ela tinha que me vigiar pra eu não avançar no pão quente, comer o pão quente porque eu era uma criança péssima, terrível e amava pão. Amava batata. Ainda amo pão, amo batata… Então ela fazia o pão e tinha esse bônus, tipo: “onde está a criança?”. O pão tinha que ficar ali para esfriar, né? Para vocês terem uma ideia, minha mãe tinha que vigiar a massa que ela deixava descansando para crescer, porque senão eu comia a massa, crua… 


Então aí um dia ela deixou, deu uma vacilada e, assim, qual era o meu esquema? Pegar a ponta do pão ali… E era pães grandes, assim, então era uma pontona… E aí eu arranquei a ponta do pão, só que ela estava vindo… E aquele pão quente, gente… Eu, criança, o que eu fiz? Enfiei na boca… Esse pão quente parou na minha garganta e estava queimando. O que eu fiz? Bebi água por cima e virou uma massa que parou aqui na minha garganta. E aí eu comecei a passar mal e minha mãe não sabia o que era… Até que eu apontei para o pão e ela viu e ela ficou puta e ela teve que correr comigo. A gente mora perto, hoje é uma UPA, mas antes era “FAISA”, que era tipo um PS infantil… Era tipo não, era um PS infantil… E aí ela [risos] conseguiu carona aqui com o vizinho e eu tava realmente sufocando também, perdendo, assim, o ar e apagando. E aí eu fui socorrida na FAISA e o médico tirou com a pinça um pedaço de pão enorme. Quando eu vi, eu não pensava que era tão grande, assim… Como eu consegui engolir, sabe? E aí ele tirou o pedaço de pão da minha garganta. 


O médico me deu uma bronca… Minha mãe só ficou olhando porque ela só olhava. E aí o meu vizinho não ficou lá esperando, né? Ele só deu a carona e depois ele foi fazer as coisas dele, então a gente tinha que voltar a pé, e aí eu vim da FAISA… Que são o que? Eu acho que uns quatro quarteirões, cinco… Minha mãe me dando tapa na bunda de lá, aqui… Apanhando, apanhando, apanhando… E puta da vida. E aí eu cheguei e o que eu queria, criança? Toda com a garganta toda queimada? Pão… Porque aí quando a gente voltou, o pão tava frio, [risos] enfim… Desviei o foco, né? Mas enfim, é horrível, gente, a gente pode morrer engasgada… Então, assim, o cara teve uma atitude muito ruim e ele tinha pedido realmente ela em namoro, assim, eles estavam com planos e aí ele largou, nem falou mais nada, tipo: “Pega suas coisas aí e vaza da minha casa”. — Olha isso… — E não dá nem pra gente falar assim: “Ah, porque sem a prótese ele pode ter perdido, sei lá, alguma habilidade”, mas não… A prótese era somente estética. Quando ele conheceu a Mariane, ele falou, então pode ser que realmente ele tenha se sentido invadido ali, as pessoas vendo que ele tava sem o olho… 

Não sei também se alguém reparou que aquilo era um olho quando caiu, né? Mas ele não pode dizer, por exemplo, que isso afetou a visão dele, porque ele já via só com um olho, né? Então era mais a questão estética. — Ele não precisava ter feito isso, né? Do jeito que foi. Mesmo que ele tenha ficado em choque, porque eu acho que isso nunca aconteceu com ele também, né? Poxa, que culpa que ela teve? — E aí ela falou: “Ai, Andréia, tá vendo? Perdi um namorado excelente”. Eu falei: “Excelente? Você sufocando, pedindo ajuda pra ele, ele não tocou em você… Ele não fez um movimento pra te ajudar. Com você sufocando ele foi trocar de roupa”. Então, gente, não é um cara ótimo, não é um cara ótimo… Porque é nesse momento de perrengue também que a gente percebe como as pessoas são. Eu falei: “Mas e aí, você ia continuar com ele?” e ela falou: “Eu ia”, pô, o cara ia deixar você morrer sufocada para não, sei lá, se expor no prédio e ela ficou quieta. [risos] — Ê, Mariane… — Essa é a história da Mariane… 

Eu fiquei sem palavras, porque assim, mas sem palavras assim, primeiro pelo surreal da coisa… Mas eu acho que é importante porque também a gente sabe que isso pode acontecer, né? Então vamos fechar nossa boca, né? [risos] Ou sei lá, transar numa posição que não pode cair… Porque podia ser uma prótese dentária também, né? Cair e sufocar do mesmo jeito… Então tem isso, vamos ficar alerta aí com essa questão da prótese cair na nossa garganta que pode acontecer, né? Mas a atitude dele, o jeito que ele conduziu as coisa, foi péssimo. Podia ter socorrido ela e depois, sei lá, ficar puto… Mas nem tinha motivo, com ela não tinha motivo… Fica puto com a empresa que fez a prótese pra você que, sei lá, precisava de ajuste… Não sei, né? — Não com a Mariane. — Então eu fiquei sem palavras por isso, pela atitude dele, dela realmente quase ter morrido e ele não ter socorrido, ter feito nada. O que vocês acham?

[trilha]

Assinante: Olá, Não Inviabilizers, eu me chamo Luana, sou psicóloga especialista em Saúde da família e eu escutei esse episódio junto com o meu companheiro, que é uma pessoa que utiliza próteses e me chamou a atenção sobre isso logo após ouvir, o uso de próteses ele vem acompanhado de um universo de questões sociais, emocionais, físicas, enfim, existem muitos tipos de prótese e quando a gente pensa em uma pessoa que utiliza, em geral, a gente vai pensar naquelas próteses de membros inferiores ou superiores, né? Aquelas próteses de perna ou de braço, mas temos outros tipos, como as próteses oculares, que é o caso da história, próteses dentárias, bolsa de colostomia, que são aquelas bolsas utilizadas para coleta de fezes em pessoas cujo funcionamento do intestino não está como esperado, seja em decorrência de uma doença ou de uma cirurgia. Tem um decreto presidencial de número 5.296 de 2004, que considera pacientes ostomizados pessoas com deficiência e isso permite o acesso a uma série de direitos. Então, a gente precisa falar sobre isso porque muita gente não sabe. Tem próteses faciais que substituem partes do rosto, como nariz, bochecha, boca… Tem próteses mamárias para pessoas que fizeram mastectomia e muitas outras formas de próteses. E o que que é a prótese? Ela é um equipamento de uso permanente ou temporário que serve para substituir um membro, um órgão, ou um tecido que foi removido ou que temporariamente não realiza a sua função de forma regular. Então, quando a gente vai falar do uso de prótese, por vezes a gente pode estar falando de uma pessoa com deficiência, mas nem sempre… E a gente vive em uma sociedade extremamente capacitista, então o uso de prótese vem também carregado de preconceito. O processo em si que leva ao uso da prótese também é bastante complexo, isso do ponto de vista psicológico, além do ponto de vista fisiológico, porque as pessoas que precisam utilizar as próteses muito provavelmente vão passar por um caminho emocional que pode envolver desde lidar com o diagnóstico de alguma doença ou com a ocorrência de uma deficiência, até o acesso e adaptação ao uso da prótese, que em muitos casos é oferecida pelo SUS. Mas mesmo assim ainda é de difícil obtenção e, quando não é oferecida, o custo costuma ser bem alto, impossibilitando que grande parcela da população acesse. Sobre o processo emocional, eu vou dar aqui um exemplo que eu já vi trabalhando no SUS: Já aconteceu de receber usuários encaminhados com a hipótese diagnóstica de transtorno depressivo, com comportamentos recolhidos, antissociais, dificuldade em conseguir emprego e, ao longo do processo terapêutico, a equipe de saúde se dar conta de que aquela pessoa não tem boa parte dos dentes na boca. Isso provoca isolamento social para ela, que, além de não conseguir comer, tem vergonha de falar, não sorri, não interage… E quando a equipe de saúde bucal encaminha para colocação de prótese dentária e a pessoa passa a utilizar o que a gente conhece popularmente como “dentadura”, a vida daquela pessoa muda radicalmente, tanto em termos de saúde física quanto de saúde mental. Não é pouca gente que usa próteses no Brasil, segundo o IBGE, 39 milhões de brasileiros usam prótese dentária. Desses 39 milhões, uma em cada cinco pessoas tem entre 25 e 44 anos de idade. Ou seja, são jovens muito jovens e, além disso, 16 milhões de brasileiros não tem nenhum dente na boca. Já no caso de amputações, tem um índice de cerca de três amputações de pernas ou pés por hora no Brasil, e boa parte dessas amputações é ocasionada por diabetes, sendo que 70% das amputações que acontecem são provocadas por pequenos ferimentos não tratados adequadamente, que não cicatrizam e evoluem para amputação. É um número realmente alto de pessoas que utilizam prótese ou são elegíveis ao uso, porque nem todo paciente é elegível ou se adapta ao uso de prótese. E o preconceito, a ideia de que prótese é algo de menor importância faz com que muitas pessoas tenham uma qualidade de vida bastante precária por não fazerem o uso, tanto porque poderiam ter o suporte desse equipamento para a realização das tarefas diárias e não têm, quanto por se isolarem, evitarem contato e quando utilizam próteses socialmente consideradas incômodas, como são as bolsas de colostomia. A gente não pode desvincular todos os exemplos que eu dei de alguns recortes… A diabetes tem maior prevalência em população negra, que também é uma população com maior dificuldade de acesso a uma alimentação de qualidade, realização de exercícios físicos e cuidados em saúde, então tem aí uma propensão ao desenvolvimento de machucados que podem combinar em amputação. A gente tem um recorte de classe também, por mais que o SUS ofereça, ainda não dá conta, infelizmente, dos cuidados em saúde bucal, no tanto que a gente tem de demanda no Brasil e a gente sabe que tratamento odontológico são caros, a mesma coisa o acesso às próteses diversas… Não são todas as pessoas que vão conseguir, o SUS tem uma fila com mais de 1 milhão de pessoas aguardando por próteses e a gente sabe também que nem todo mundo tem condições financeiras ou acesso a cuidados em saúde mental, como terapia para poder ter um lugar onde falar sobre a deficiência ou o uso de prótese e qualidade de vida… Fora os recortes de gênero, que se a gente for listar, a gente fica por horas aqui. Então eu queria trazer essa reflexão para que a gente possa pensar o que significa perder uma prótese na frente das pessoas e tudo o que pode estar por trás do uso dela… Como recado final, muitas cidades, principalmente em grandes hospitais, em grandes universidades, na maioria universidades públicas, mas algumas privadas também vão ter grupos de apoio a pessoas que fazem uso de próteses, como grupo de apoio, pessoas ostomizada, rede de cuidados a pessoa com deficiência e muitos desses grupos e redes oferecem também apoio a familiares de pessoas com deficiência ou que utilizam próteses das mais variadas. Então, você que convive com uma pessoa que faz uso ou vai precisar fazer, também pode procurar apoio. Se na cidade onde você mora não tem, busque o posto de saúde e se não tiver grupos de terapia comunitária, por exemplo, solicita. A gente, enquanto usuário do SUS, tem direito e dever de pedir que esse tipo de serviço, que é previsto inclusive em lei, seja ofertado para a população. É isso, espero que eu tenha contribuído um pouco para a discussão sobre o uso de próteses. Um abraço, Não Inviabilizers, queria reforçar que a luta contra o capacitismo ela deve ser uma luta coletiva.

[trilha]

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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.