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título: travessa
data de publicação: 14/03/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #travessa
personagens: lidiane e família

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Nuvemshop, a Nuvemshop é a plataforma certa para você criar aí a sua loja online de forma simples e profissional. Com ela, você pode montar o seu negócio do seu jeito, principalmente escolhendo aí meio de pagamento e meios de envio. E, mais, na Nuvemshop — minha parceiraça — você não precisa contratar alguém para criar aí um visual personalizado, dar uma cara bonita, sabe? Pra sua loja online. A plataforma oferece 30 layouts profissionais gratuitos que você vai conseguir aí alterar de maneira super fácil, vai conseguir mexer sem precisar de ajuda. Fica comigo que no final tem desconto e todos os links estão aqui na descrição do episódio. E hoje eu vou contar para vocês a história da Lidiane. — História revoltante, hein? — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Lidiane ela foi criada só pela mãe — acabou que ela não conheceu o pai dela — e esta mãe tinha duas irmãs. E aí a Lidiane cresceu, foi criada pela mãe, as duas estavam super bem, Lidiane foi para a faculdade… — Sempre morando ali com a mãe, só as duas. — E aí, infelizmente, um ano depois que a Lidiane se formou na faculdade, a mãe dela faleceu. Então, assim, foi um baque, a Lidiane ficou sem chão… — Só quem viveu sabe, né? — Viveu um luto, assim, ferrado, muito longo e as duas tias sempre por ali, né? E, assim, Lidiane morava numa casa, tipo num quarteirão, uma tia morava no outro quarteirão e uma outra tia — a terceira irmã da mãe — três casas daquela segunda tia. E aí a Lidiane se apoiava ali nas tias e o tempo foi passando, a dor vai amenizando, né? Mas nunca passa toda… E aí um dia Lidiane chegou ali do trabalho e ela estava se sentindo estranha. 

Assim, ela falou que ela tinha um gosto estranho na boca, assim, sei lá, uma coisa estranha que não chegava a ser um enjoo, mas, assim, uma coisa estranha… Aí tinha uma dor meio abdominal, assim, que ela não sabia de onde vinha, e aí ela tomou um banho quente [efeito sonoro de chuveiro sendo ligado] e deitou… E quando foi de madrugada, ela começou a passar muito mal. E aí ela falou: “Bom, eu vou morrer aqui sozinha”. Então ela saiu da casa dela, ela estava muito mal e chamou ali uma vizinha… Uma vizinha que dirigia e falou: “Pelo amor de Deus, me leva pro PS, tô passando mal”. E aí a vizinha sonolenta ali, foi botar uma roupa e tal e levou. E foi a sorte da Lidiane, porque ela estava ali com uma apendicite braba… E aí ela já ficou internada… [efeito sonoro de medidor de frequência cardíaca]. 

Ela ficou internada, ia ter que operar para resolver… — Então foi tudo muito rápido. — Aí ela conseguiu avisar ali as tias, ela tinha um grupo ali, — de Zap — aí avisou as tias, avisou umas primas da mãe dela, das tias e avisou uma galera: “Vou operar, seja o que Deus quiser”. E aí operou, Lidiane operou, ficou dois dias no hospital e aí teve alta e foi para casa. E aí o médico falou pra Lidiane para ela fazer pelo menos ali três dias de bastante repouso e ela estava com muita dor, assim… — Na cirurgia mesmo. — E ainda estava meio com náusea, meio mal… Ela fez direitinho, passou esses três dias de cama, e as tias dela, da Lidiane, elas vinham, revezavam… Uma trazia comida num dia, a outra trazia comida no outro dia e pega uma roupa de Lidiane para lavar, enfim… — Aquele suporte familiar que é importante. —. 

E aí passou, Lidiane ficou ótima, ficou bem e falou: “Bom, agora vou retomar aí minha vida, né? Normal… E, uma das coisas que Lidiane sempre gostou muito de fazer é cozinhar, e ela falou: “Ah, eu vou fazer uma lasanha e vou chamar minhas tias”. Aí foi lá a Lidiane ver se ela tinha todos os ingredientes, não tinha tudo, foi até o mercado comprou, voltou… E aí ela abriu o armário para pegar uma travessa de cerâmica grande, — um refratário, não sei como você chama aí na sua cidade, aqui pode ser travessa, assadeira, refratário de cerâmica — para colocar ali lasanha — montar, né? — e levar ao forno. E aí a Lidiane teve uma surpresa… 

A travessa que era da mãe dela, tipo uma relíquia, uma coisa que a mãe dela amava, que ganhou quando era jovem e tinha até customizado, tinha sumido… — O que era essa travessa? — A mãe da Lidiane quando estava namorando o pai da Lidiane, ela achava que ela ia casar com esse sujeito, e aí ela engravidou da Lidiane e o cara meteu o pé. — Fugiu, sumiu no mundo. — E aí ela já tinha um enxoval e ela ganhou uma travessa branca de cerâmica, grande, e aí um dia que ela estava muito triste ela comprou umas tintas próprias para cerâmica, pintou — no fundo da travessa, assim, por dentro — e botou no forno. — Queimou que eles falam, né? A cerâmica lá, enfim… Fez o que tinha que fazer. Não entendo desse procedimento, mas ela fez o que tinha que fazer para ficar floridinho, bonitinho por dentro. — Então quando você olhava, você pegava o refratário e você olhava dentro dele, você via as flores que a própria mãe da Lidiane desenhou, então isso era uma coisa, assim, de um valor inestimável para a Lidiane e a travessa tinha sumido… 

E só quem tinha entrado ali na casa tinha sido a tia Mirtes e a outra tia. — as duas irmãs ali da mãe da Lidiane — Na hora a Lidiane jogou no grupo, tia Mirtes já respondeu, falou: “nossa, não, aquela travessa? Não, não peguei, imagina…” E aí ela perguntou de boa para a outra tia e a outra tia respondeu assim: “É, eu peguei”. E aí a Lidiane já ficou P da vida, né? Porque, poxa, como pegou e não me avisou? Mas ficou quieta e falou: “Tia, eu vou fazer uma lasanha e estou precisando da minha travessa, eu vou aí buscar”. E aí ela falou assim para a Lidiane: “Faz em outra. Eu tenho certeza que a sua mãe ia querer que essa travessa ficasse comigo”. — E essa tia da Lidiane sempre cresceu o olho nessa travessa, sempre… Desde quando a mãe dela Lidiane estava viva e ela falava “Ai, dá pra mim… Dá para mim”. É lógico que a mãe da Lidiane não ia dar, né? —

A Lidiane ficou chocada, tipo, “como assim, tia, você pegou minha travessa e não vai devolver? É uma coisa que eu tenho que é uma lembrança da minha mãe”. E aí começou uma treta… — Ali no grupo, né? — Só que a Lidiane não tinha como resolver isso… Passou. — Isso era, tipo, um domingo cedo, assim. — Aí a Lidiane ficou arrasada, chorou muito, [efeito sonoro de pessoa chorando] chamou a Tia Mirtes ali fora do grupo para se lamentar, enfim… E tia Mirtes falou: “Deixa… Deixa comigo… Deixa comigo que nós vamos resolver isso”. [efeito sonoro de mensagem no whatsapp] Nessa treta que teve ali no grupo, essa outra tia da Lidiane falou: “Olha, então sabe que eu vou fazer? Eu vou pegar essa travessa e vou espatifar no chão”. E aí uma outra prima da Lidiane entrou na conversa e falou: “Bom, se você fizer isso com a lembrança que a Lidiane tem da mãe dela, eu vou aí e vou quebrar a sua cara”. 

Então aí o grupo, gente, virou uma confusão generalizada… Um ameaçando o outro, um querendo bater no outro e essa prima falou: “Eu não tô brincando, eu estava aqui só assistindo e, a partir do momento em que você falou que vai quebrar uma coisa que não é sua e que tem um valor sentimental para Lidiane, eu vou comprar essa briga para mim e vou aí e vou quebrar a sua cara”. — E tudo, gente, umas senhoras, assim, de 60 anos”… — Ninguém sabia se essa tia tinha quebrado ou não a travessa da Lidiane, Lidiane só chorava… E aí essa tia ela ia na igreja… — Era uma tia religiosa. — Quando deu ali cinco e meia que ela saía para a igreja, ela virou uma esquina, tia Mirtes… — Porque ali uma tinha a chave da casa da outra, né? Depois desse evento a Lidiane trocou a fechadura. — 

Tia Mirtes foi lá com a chave dela, abriu a casa dessa irmã, pegou a travessa — ela não tinha quebrado — e levou para Lidiane de novo. [música de tensão] A Lidiane ficou feliz, mas já tinha passado o horário de fazer lasanha, enfim… Quando essa tia voltou da Igreja, a primeira coisa que ela viu é que atravessa não estava lá… — Porque sei lá se ela ia quebrar naquela hora, né? — E aí ela estava achando que essa prima que ia quebrar a cara dela que tinha ido lá e entrado na casa dela para pegar a travessa. E saiu mais uma treta ali no grupo… Uma treta familiar. — E aí, assim, quando sai briga de família, a gente sabe que às vezes a briga ela [risos] sobe de nível ou desce de nível, né? Tipo, as pessoas começam a lembrar coisas antigas, né? E essa prima que f alou que ia bater na tia da Lidiane, ela já tinha tido uma treta com essa tia por causa de um namorado delas na juventude… —

Aí, assim, a Lidiane ela não queria mais treta, porque já estava com a travessa… Enfim, né? Mas essa prima, gente, acabou que foi lá na casa da tia da Lidiane. — Agora já não era nem por causa da travessa. — E elas se pegaram… Se pegaram, tipo, [efeito sonoro de roupa sendo rasgada] de uma rasgar o vestido de viscose da outra. [risos] — E aí é feio, né? Briga, assim, sei lá. — E as duas acabaram se batendo, aí tem sempre um vizinho ou outro para separar, ninguém quis fazer B.O.. Acabou que uma parte da família, que é a tia Mirtes, essa prima e mais uma galerinha ficou do lado da Lidiane e tem uma parte religiosa da família que ficou do lado dessa tia. — A ladra de travessa. — E a família está rachada até hoje. Até hoje eles estão rachados, assim, não voltou mais a paz e a Lidiane se sente um pouco culpada, porque ela que levou a questão ali para o grupo. 

Mas acho que a Lidiane tem 0 culpa, foi a tia dela que pegou… Aproveitou o momento que Lidiane estava adoentado ainda, se recuperando, para pegar uma coisa que tinha um valor sentimental para a Lidiane. — Então, não acho que ela tem culpa. — E aí ela estava escrevendo pra a gente porque ela queria unir a família de novo, assim, ela queria, sei lá, conselhos para unir a família. Eu acho difícil, ainda mais que essa sua tia aí é mal caráter, não tem como… E fica nessa pegada religiosa aí, mas tá lá roubando travessa, né? Então a Lidiane queria isso, queria conselhos, queria uma luz de como ela pode unir a família, principalmente as duas irmãs, porque elas trataram mesmo, né? — a Mirtes e a religiosa ladra. — E ela se sente culpada de tudo. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Lidiane, aqui é Olívia de Belo Horizonte. Eu também tenho uma família bem grande, a minha família vive brigando, elas brigam o tempo inteiro e, assim, eu não te aconselho a botar na sua vida de volta uma tia que tem essa falta de empatia e falta de respeito de pegar uma coisa que é importante para você e, quando você pede de volta, ela ainda te ameaça de quebrar e acabar com a sua lembrança. Para mim, isso nem é gente, pra mim isso aí é uma pessoa, assim, é como se ela nem te conhecesse, ela não tá nem aí com você. Mas, assim, se você quer realmente que as duas voltem a conversar ou que a sua família volte a ser unida, é só fingir que nada aconteceu… Um dia faz um almoço na sua casa, chama sua tia como se nada tivesse acontecido e ninguém nunca mais fala do assunto. Eu aposto com você que ela vai aparecer na maior cara de pau. 

Assinante 2: Oi, gente, oi Déia, aqui quem fala é Milene, eu falo do Rio de Janeiro. Ô, Lidiane… Se alguém vem na minha casa, pegar as louças que são de herança da minha avó, da minha mãe, eu viro o cão… Então, eu acho o seguinte: a sua tia, que é religiosa, mas mostrou que não vive os fundamentos da religião dela, não vale a pena, gata…não vale a pena você conviver com essa tia. A gente tem que parar de pensar que é família e a gente tem que conviver, a gente tem que se dar muito bem, a gente tem que ter uma relação próxima… Não tem. Se são pessoas ruins, se são pessoas que não têm um caráter legal, que não tem ética, que podem te machucar de alguma forma, sentimental que eu digo, emocional, não vale a pena estar perto… Não é porque é família que a gente tem que se obrigar a nada, não… Então, gata, vai viver sua vida longe dessa parte aí da família e fica com a parte que te apoia. Tá bom? Não se sinta culpada. Um beijo. 

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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.