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título: via-crucis
data de publicação: 07/04/2023
quadro: religiosidade
hashtag: #viacrucis
personagens: jesus

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Religiosidade, pra quem tem religião. Ou não. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje eu cheguei pra uma história diferente. Há muitos anos eu contava histórias ali no Twitter por escrito e, quando surgiu o podcast, eu comecei a transformar essas histórias em histórias de áudio. E muita gente ainda me pede pra que eu transforme uma hashtag que eu tinha no Twitter, chamada “Netflix em Cristo”, onde eu contei algumas histórias do Novo Testamento… — Não lembro se algumas do Velho Testamento também, mas acho que só do novo… — E contava ali algumas histórias de Santos, enfim. E as pessoas gostavam e pediam pra eu contar mais. Então, aí eu não trouxe ainda nenhuma para o podcast, porque eu também não conto essas histórias com nenhum cunho religioso, é mais do que eu, sei lá, estudei… — Estudei numas, né, gente? Pesquisei um pouco… — Vi documentários… 

Eu fui uma criança com uma mãe muito católica, né? Então eu fiz catecismo e, além do catecismo, eu estudava muito as histórias da Bíblia, porque eu sempre fui uma pessoa muito interessada por histórias. Então, é mais um conhecimento… Eu tinha cadernos, enfim, e algumas coisas de evangelhos apócrifos também, eu acabei fazendo umas histórias no Twitter. E hoje eu quero trazer aí a primeira história dessas histórias da minha hashtag “Netflix em Cristo”. — Alô, Netflix, que venham os publis, [vinheta de abertura da Netflix] [risos] estou aberta. — E essa é a história que eu quero contar hoje pra vocês, é uma parte da “Paixão de Cristo”, a parte da Via Crúcis. Eu vou explicar mais ou menos direitinho pra vocês e a gente vai fazer essa, que seria aí a segunda parte da Paixão de Cristo. 

Então, só pra dar um apanhado geral, a Paixão de Cristo ela começa ali nos últimos dias de Jesus, um pouco antes da ceia, quando ele já começa a ficar preocupado. E aí vem a ceia, depois a captura de Jesus pelos soldados romanos e depois o julgamento dele, ele carregando a cruz, ele sendo crucificado, Jesus sendo morto e Jesus ressuscitado. Então essa é a Paixão de Cristo. — Inteira. — A gente vai começar hoje aqui com a segunda parte da Paixão de Cristo, que é depois que Jesus foi capturado pelos soldados romanos. Então, eu vou contar para vocês a Via—Crúcis, que são 15 estações e é a segunda parte da história. 

Via Crúcis significa caminho da cruz, e é o caminho que Jesus carregou a cruz, que começa lá na casa de Pilatos, né? — Que se chamava Pretório. — E vai até o Calvário, onde ele foi crucificado e morto. E a gente vai terminar na última estação, que é Jesus ressuscitando.  Na primeira estação, Jesus é julgado… Da segunda até a décima segunda estação, Jesus está com a cruz e é crucificado e morto. Na décima terceira estação, Jesus é retirado da cruz. Na décima quarta ele é sepultado e, na décima quinta estação, ele ressuscita. Então é essa a história que eu vou contar pra vocês… Via Crúcis só quem passou foi Jesus, mas nós podemos fazer a Via Sacra. Que é o que? Percorrer mentalmente tudo o que Jesus passou nessa última fase da vida dele. É o que a gente vai fazer aqui. Eu e vocês, a gente vai fazer a Via Sacra. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Primeira estação: Jesus é condenado à morte. Na época, o governador da província romana da Judeia, era Pôncio Pilatos. — E, assim, gente, Pôncio Pilatos ele não estava nem aí para aquele frisson que Jesus causava, porque Jesus ele já arrastava multidões, assim. — E Pôncio Pilatos, sinceramente, ele não ligava, ele tinha problemas maiores ali pra tratar. Tinham algumas conspirações na época e, enfim, ele achava assim: “Ah, os pobres tem um ídolo… Problema deles”. Só que Pôncio Pilatos era muito político e ele não queria ficar mal com os fariseus, que eram aí os religiosos oficiais da época. — E, mano, os fariseus eles atormentavam Pilatos assim, de um jeito… Porque eles estavam perdendo prestígio, perdendo grana até, porque os fiéis ninguém queria mais saber dos templos ali, dos fariseus. A galera queria ir atrás de Jesus, acreditando já em outra coisa. – 

Então, eles queriam que Pilatos prendesse Jesus e crucificasse, enfim… — Desse um fim naquele problema. — Só que, por outro lado, Pilatos era casado com Cláudia. E, Cláudia, um dia se tornou cristã… E Cláudia vivia falando na cabeça de Pilatos que ele tinha que conhecer Jesus, que ele tinha que proteger Jesus… — Eu não vou me estender aqui na história de Cláudia, mas ela teve um sonho muito importante e, se vocês quiserem saber mais sobre a história de Cláudia, eu posso contar aqui outro dia, mas vocês podem pesquisar aí no Google por “Cláudia Prócula”. — E ela era muito, assim, fã… — Do fandom de Jesus. — Só que o lado político venceu e, finalmente, Pilatos falou: “Bom, tudo bem, traz esse cara até aqui”. E não era a primeira vez que Pilatos estava lidando com Jesus. Ele não queria lidar com Jesus… 

Então, o que Pilatos já tinha feito? Ele tinha descoberto que Jesus era Galileu, então ele falou: “Bom, se ele é Galileu, eu não vou tratar dele aqui”. Então, Pilatos mandou prender Jesus e mandou ele para Herodes, para Herodes resolver. Ele falou: “Olha, aqui eu não tenho foro [risos] pra julgar Jesus, manda pra Herodes, né? Ele que se vire lá”. Jesus vai preso até Herodes. Herodes interroga Jesus e fala: “Gente, o cara não fez nada… Não é uma ameaça. Eu não vou, não vou fazer nada”. E devolve Jesus para Pilatos, falando: “Olha, aqui da minha parte tá tudo beleza”. Aí Jesus de volta a Pilatos, Pilatos falou: “Puts, se eu soltar, os fariseus aí… Eu já estou aqui na corda bamba nesse governo… Se eu soltar Jesus, os fariseus vão me derrubar. Certeza”. Dali um tempo, Pilatos realmente foi derrubado do governo, mas foi por uma outra questão, que a gente pode falar depois mais pra frente. 

Mas ele já estava perigando… Então, ele falou: “Se eu soltar Jesus, lascou”. Mas ele também não queria ser diretamente o carrasco de Jesus, então ele falou: “Bom, quer saber? Eu vou jogar isso pra galera”. — Eu vi num documentário ou li em algum lugar que, nessa passagem específica entre Herodes e Pilatos e tal, Jesus estava bem sereno, assim, estava bem de boa, esperando ver o que iam resolver. — E Pilatos resolveu que ele ia fazer um procedimento que às vezes ele fazia. Tipo, os bandidos eles eram julgados todos juntos e, às vezes, quando Pilatos estava ali de boas, ele juntava o povo e deixava o povo escolher se ele soltaria algum daqueles bandidos ou não. Então, a ideia de Pilatos era essa… Ele ia juntar Jesus com alguns bandidos ali que tinham crimes reais e achou que a galera ia falar: “Bom, não, esse cara aí não fez nada, então pode soltar ele”. 

Só que os fariseus já tinham manipulado uma parte da população — da Judeia — e, quando isso aconteceu, pediram pra que soltassem Barrabás em vez de Jesus. [efeito sonoro de tensão] — Quem era Barrabás? — Barrabás, pela origem do nome dele, era um cara de família rica… Só que ele era um revoltado, um arruaceiro e que já tinha até sido preso outras vezes, só que dessa vez, ele tinha matado uma pessoa. E aí, quando Pilatos perguntou ali quem deveria ser solto, a galera escolheu Barrabás. E Pilatos perguntou várias vezes, da primeira vez que ele falou: “E aí, vocês querem que eu solte esse assassino? Ou vocês querem que eu solte esse rei dos judeus aqui?”, bem entre aspas… E aí a galera falava: [áudio de homem dizendo “Liberta Barrabás”] [efeito sonoro de público ovacionando sua fala] e ele perguntava de novo: “Mas, gente, presta atenção… O assassino ou esse cara aqui que está aí falando as coisinhas dele por aí?”, a galera falava [áudio de homem dizendo “Liberta Barrabás”] [efeito sonoro de público ovacionando sua fala] 

Então aí não teve jeito, ele teve que soltar Barrabás. Ainda assim, antes de soltar Barrabás, ele ainda mandou que voltassem Barrabás e Jesus para cela e falou: “Não, gente, pelamor, vamos de novo”. E aí, deu mais um tempo e falou: “Tá bom… Então, ó, Barrabás está aqui ainda, mas vocês querem o quê então? Que eu faça o que com Jesus?”. E aí a galera gritava: [áudio de homem dizendo “Crucifica—o”], ali no meio da multidão tinham fariseus, muitos fariseus… E era isso, assim… Então aí ele não teve mais jeito e ele optou por soltar Barrabás. Esse julgamento de Jesus aconteceu por volta ali das seis horas da manhã. Jesus tinha sido preso mais ou menos ali, por volta da meia noite e, logo no raiar do dia, começou aí todo esse julgamento. 

Com essa atitude, Pilatos achou que fosse se segurar no governo por mais tempo, né? — Pelo menos ter ali uma folga. — Mas um tempo depois ele caiu por um episódio que rolou, chamado “Massacre dos Samaritanos”. Então, uma vez decidido que Jesus seria crucificado, Pilatos mandou que os romanos levassem Jesus até o pátio lá da casa dele e que ele fosse açoitado. E ali começa o flagelo físico de Jesus. O açoitamento de Jesus não foi um evento público, porque ele aconteceu no pátio da casa de Pilatos e é uma passagem horrível… [efeito sonoro de chicote estralando] Neste pátio do pretório, que é ali a casa de Pilatos, tinha um poste específico para que as pessoas fossem amarradas ali, presas ali e açoitadas. Jesus então foi amarrado neste poste, no pátio ali da casa de Pilatos e, o chicote que foi usado pra açoitar Jesus, ele tem um nome. O nome dele é “flagrum” e é um chicote feito de couro, com pesadas bolinhas metálicas e ossos nas pontas. — Ele não foi criado especificamente para açoitar Jesus, ele já existia e as pessoas eram açoitadas como esse flagrum. Só que a diferença era a quantidade de chibatadas. –

As pessoas que eram condenadas ali ao açoitamento, elas levavam entre uma e três chibatadas. Raramente você vai achar alguém aí na Bíblia que levou mais que dez chibatadas, né? Num documentário que eu vi, se você toma cinco chibatadas com esse flagrum, ele já provoca hematomas enormes nas costas e, enfim… É muito doloroso. Só que Jesus, ele foi açoitado com o flagrum até que sua roupa fosse rasgada, a sua carne fosse ferida e as bolinhas de ferro penetrassem e se prendessem na sua pele das costas. Não havia platéia no açoitamento de Jesus, mas haviam muitos guardas romanos… E eles revezavam para açoitar Jesus até que eles cansassem e trocassem de guarda. E eles zombavam… Enquanto eles chicoteavam Jesus, eles zombavam de Jesus e riam, faziam piadas… 

Jesus foi açoitado até que ele perdesse as suas roupas. Suas roupas foram dilaceradas, assim como seu corpo, suas costas com esse flagrum. E os soldados romanos providenciaram um pano que, em alguns lugares, eu li que era um pano vermelho, em outros que era um pano branco que ficou vermelho do sangue de Jesus. Colocaram esse pano nas costas de Jesus, como se fosse um manto e alguns outros soldados romanos pegaram galhos secos com espinhos, fizeram uma coroa e enterraram essa coroa na cabeça de Jesus… — A gente vê em algumas pinturas, o sangue escorrendo pelo rosto de Jesus… E foi por conta dessa coroa de espinhos. — Jesus, até esse ponto, estava numa espécie de transe, sentindo muita dor, mas ainda firme, sem cair. E ele foi levado de volta até Pilatos com aquela coroa de espinhos e aquele tecido ensanguentado nas costas… E Pilatos resolveu mais uma vez perguntar ao povo o que ele devia fazer. E ele pergunta se o povo gostaria mesmo de crucificar um inocente. Pilatos usa a palavra “inocente” várias vezes durante o julgamento e nessa última fala… O povo continua gritando: [áudio de homem dizendo “Crucifica—o”] e assim termina aqui a primeira estação da Via Crucis. 

Segunda estação: Jesus começa a carregar a cruz. Na época, outras pessoas também eram crucificadas e tinham que levar parte da cruz até o lugar onde acontecia a crucificação. Normalmente, essas pessoas condenadas, elas carregavam somente a parte horizontal da cruz, chamada patíbulo. E esse patíbulo, ele pesava em torno de 50 quilos e ninguém podia arrastar o patíbulo pelas ruas. Então, os condenados que seriam crucificados, eles colocavam o patíbulo — essa parte de madeira horizontal da cruz atrás aqui das costas, né? Com peso nos ombros e na nuca — e andavam assim, carregando seu patíbulo até a crucificação. 

E a outra parte da cruz, que era mais pesada que a parte vertical, quem carregava eram os soldados romanos. Então era assim que rolava as crucificações na época. Só que, no caso de Jesus, os soldados romanos não quiseram carregar a parte vertical da Cruz de Jesus… — As pessoas que eram crucificadas elas não podiam arrastar o patíbulo no chão, então elas levavam nas costas. — E, como os guardas romanos não quiseram carregar a parte vertical da Cruz de Jesus, ela foi montada, então ela ficou ali com pouco mais de 150 quilos, e Jesus foi autorizado a arrastar a cruz, porque era muito peso para que ele levasse sem que ela tocasse no chão. Então, a parte vertical da cruz ela foi sendo arrastada por Jesus… — Com a cruz montada. — E ele carregando a sua própria cruz nos ombros. 

A única coisa que um soldado carregou foi uma placa que Pilatos tinha mandado fazer para pregar na cruz de Jesus, que estava escrito as iniciais: “INRI” que significava “ienus nazarenus rex iudadeorum”, que significa Jesus Nazareno Rei dos Judeus”. — Essa que foi a placa pregada na Cruz de Jesus. — Essa condenação de crucificar as pessoas não é uma exclusividade desta época e dessa localidade… Muitos povos pelo mundo utilizaram da crucificação. — Eu posso trazer isso também numa outra oportunidade, então, vários métodos, vários tipos de cruzes, enfim… Não foi algo exclusivo da época e nem do local. — Jesus ali com a sua cruz nos ombros, teria que percorrer dois quilômetros. E, pra percorrer esses dois quilômetros, era assim: O condenado saía de um lugar mais central, que era ali onde estava o pretório, onde ele tinha sido julgado, passava por alguns bairros, um bairro rico e tal e ia se afastando, até chegar ali no monte onde as pessoas eram crucificadas. 

E, normalmente, isso acontecia todo dia… Então, às vezes, quando a pessoa era condenada e estava muito fraca, alguém ia na frente carregando uma placa com o crime da pessoa e outras pessoas ajudavam a carregar até o patíbulo, enfim… E a vida seguia normal. Tipo, as pessoas iam passando com parte das suas cruzes, né? E a vida corria. Só que no caso de Jesus, a cidade parou pra ver Jesus passar com a cruz. E, enquanto Jesus passava, algumas pessoas cuspiam nele, davam chutes e socos e os guardas romanos só riam e ficavam ali para evitar que ele fosse linchado, mas deixavam que Jesus fosse maltratado ali pelas pessoas, né? Então ele levava cusparadas, socos, chutes, pedras… E aqui termina a segunda estação da Via Crúcis. 

Nós vamos entrar agora na terceira estação — que é, pra mim, uma das mais tristes… — que é quando Jesus cai pela primeira vez.  Os soldados mal estavam conseguindo ali conter a multidão em volta de Jesus. As pessoas xingavam, cuspiam e chutavam, enfim… E, até então, Jesus ainda estava naquele transe desde as chicotadas, ele estava ali, firme, juntando forças pra passar o que ele tinha que passar. Só que nessa terceira estação, Jesus para e olha para a multidão pela primeira vez. [música triste] E ali ele sente o ódio das pessoas, ele sente toda aquela repulsa, toda aquela revolta, aquele ódio que as pessoas sentiam dele. E ele sente uma dor profunda… Nos ombros e na alma. E Jesus ali cambaleia e cai pela primeira vez. — Aqui, eu penso que não foi o peso da cruz que derrubou Jesus, foi o peso do ódio. — Jesus caído, os guardas gritam para que ele se levante e ele é chicoteado pela segunda vez. O sol ali está muito forte e Jesus está no chão, calado, o sangue da coroa de espinhos escorre ali por entre seus olhos e, em silêncio, num impulso, Jesus se levanta, mas não tem força pra seguir. 

A multidão ali, naquele momento, vendo Jesus caído, tenta avançar… Os guardas ali em volta, contendo a multidão, eles começam a atirar pedras em Jesus, que está sem força, não consegue levantar de jeito nenhum. E, nesse momento, no chão, tentando levantar, [voz embargada] cercado de ódio, Jesus ouve a voz doce de sua mãe no meio da multidão. Fim da terceira estação da Via Crúcis. — Olha, mesmo pra quem não é religioso, pode pensar nessa história como uma história de ficção e é uma puta história triste de ficção, né? Que dá pra gente pensar também… Quanto o ódio derruba a gente, o ódio mata. Que é o que realmente machuca e tal. Então, assim, você que não é religioso, como eu, que não sou também, ainda assim é uma história triste, né? –

Quarta estação: Jesus encontra sua mãe. Eu gosto muito dessa passagem e, na Bíblia, ela não é narrada assim com detalhes. Em alguns documentários, chegam a dizer que Maria toca Jesus, mas o relato diz que eles só se olham, né? E Jesus, assim que ele percebe que a sua mãe está presente, ele se levanta da primeira queda. Ainda sem forças para continuar andando — agora só de pé de novo com a cruz — ele consegue achar o rosto da Maria no meio da multidão. — Maria, sua mãe… — E eles trocam um olhar triste, Maria tá arrasada, né? Morta por dentro, dilacerada, mas ela consegue manter um olhar doce e de conforto ali para o seu filho. E Jesus encontra nos olhos de Maria a força e a coragem que ele precisa para continuar seguindo. É como se todo o xingamento e o ódio que tivessem em volta de Jesus, tivesse parado, congelado e ali ele só enxerga o rosto da sua mãe. E, olhando para sua mãe, ele consegue voltar a caminhar com a cruz, que já nesse instante já rasgava o ombro de Jesus. Fim da quarta estação da Via Crucis. 

Quinta estação: Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a cruz. — Quando eu era criança, bem pequena e minha mãe lia algumas coisas da Bíblia pra mim, eu achava o Simão de Cirene o cara mais bacana do mundo, tipo, ele foi o cara que foi lá e ajudou Jesus a carregar a cruz. Só que depois do catecismo, eu descobri que Simão de Cirene foi obrigado pelos romanos a ajudar Jesus a carregar a cruz. Tipo, ele nem queria, né? — Simão de Cirene ou Simão Cirineu, tinha encostado ali só pra ver quem que a multidão estava xingando, né? O que estava rolando, tipo um fofoqueiro mesmo, só pra ver o que estava acontecendo e os romanos pegaram ali qualquer pessoa — que foi o Simão Cirineu ou Simão de Cirene — e falou: “Ajuda esse cara aí”, sabe? — Eu acho que escolheram o Simão de Cirene por ele ser preto, tá? — Quando você assiste aí esses filmes de Jesus, eles colocam um cara branco pra ajudar Jesus ali com a cruz, mas eu vou contar um pouco aqui da história do Simão, só pra entender como ele era um cara negro… Isso já foi mudado aí a gente sabe porque, né? 

O Simão ele estava ali na cidade para as festividades da Páscoa e ele não tinha absolutamente nada contra ou a favor de Jesus, tipo, ele nem conhecia. Simão era um judeu africano, de uma colônia pequena da Líbia, chamada Cirene. E ele era um judeu negro que estava de passagem ali só, né? E ele estava todo vestido de branco, porque ele estava a caminho do templo para as festividades. E ele foi só ver o que aquela muvuca toda estava rolando e ele foi constrangido pelos guardas romanos e obrigado a carregar a cruz junto com Jesus. A Bíblia fala que Simão de Cirene teve o sangue de Jesus respingado em suas vestes e, assim que ele olhou o rosto já desfigurado e irreconhecível de Jesus, algo mudou dentro de Simão e ele voltou pra Cirene, para a cidade dele, de Cirene, completamente transformado e cristão. Então, aqui é o fim da quinta estação da Via Crúcis. 

Sexta estação: Verônica limpa o rosto de Jesus. — E aqui mais uma curiosidade… — A passagem de Verônica não consta no Evangelho, na Bíblia, mas ela aparece em vários textos aí que não entraram nessa edição do Novo Testamento, que são chamados de “evangelhos apócrifos”. São textos nem sempre confirmados, né? Por isso que são apócrifos e, num desses textos, diz que Verônica deu o seu véu para que Jesus limpasse o rosto ali, todos já desfigurado e ensanguentado. Jesus aceitou o véu, limpou o rosto e devolveu o véu para Verônica. — Eu gosto muito das histórias do Santos, então, a história de Veronica é uma história bacana aí, se quiserem procurar. Ela, Santa Veronica, padroeira da França… Procurem aí, pesquisem “Santa Verônica” e o “véu de Verônica”, quem quiser saber mais. — E assim termina aqui a sexta estação da Via Crúcis.

Sétima estação: Jesus cai pela segunda vez. — E aqui eu acho uma das passagens mais sofridas nessa sétima estação. — Mesmo com ajuda de Simão de Cirene, Jesus não aguenta e cai. E, nesse momento, é onde Jesus se sente mais sozinho, assim, e ele meio que se sente fraco mesmo, de alma. E dá uma total desesperança em Jesus a hora que ele cai pela segunda vez. E o Simão, ele fica sem saber o que fazer e ele dá um passo para trás. E, ali no chão, se sentindo completamente sozinho… — Eu li em alguns lugares que se Jesus quisesse, ele poderia ter morrido ali… Porque ele já estava totalmente sem forças, ele já estava totalmente desfigurado, ele sangrava muito… — E, se Jesus quisesse, ele podia ter morrido na sétima estação, na segunda queda que ele teve com a cruz. Mas ele resolveu seguir… E seguir por nós. 

E, nessa segunda queda, foi mais demorada. Ele não conseguia levantar mesmo. Fisicamente ele estava destruído e os romanos pediram que Cirineu voltasse lá, porque Cirineu já tinha dado uma afastada, pra ajudar Jesus de novo. E aí ele foi lá e, mais uma vez, ajudou Jesus a levantar… — Foi uma coisa que demorou até ele conseguir levantar e seguir. — E, nessa sétima passagem, é onde Jesus tem uma fala que eu não vou repetir aqui pra não ter um tom de evangelização isso aqui, enfim, mas é uma das falas mais tristes aí de Jesus. — E, assim, sempre que eu lia sobre essa sétima estação, que Jesus poderia ter morrido ali, você vê, né? Ele era realmente o cara… Porque se sou eu, gente… [risos] “Ah não, tem que continuar pela humanidade”, estava todo mundo lascado porque eu já tinha morrido lá atrás, sabe? Jamais faria pela humanidade, desculpa… — Mas Jesus, com a ajuda de Simão, conseguiu se levantar e resolveu seguir. E aqui a gente termina. A sétima estação da Via Crúcis. 

Oitava estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por ele. — Para mim, a estação mais irritante de todas. O cara tá lá, Jesus tá lá, todo machucado no sol, carregando uma cruz de 150 quilos, sendo xingado tal e tem que parar o que ele está fazendo pra pedir que as mulheres parem de chorar. Sabe? Se sou eu, já dou um grito ali, [risos] enfim… — E aí eke passando por tudo o que ele estava passando, ele ainda parou pra pedir que as mulheres não chorassem por ele e que ele estava ali e tal, tipo, “me deixa seguir, se eu for mais rápido”, enfim… E aí esse é o fim da oitava estação da Via Crúcis, que é só mesmo o encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém, chorando, chorando, chorando. 

Nona estação: Jesus cai pela terceira vez. Essa terceira queda de Jesus acontece no início da Ladeira do Calvário. — Falta muito pouco pra chegar até o local da crucificação e essa queda de Jesus é mais rápida. — Ele está com dores horríveis, está moído mesmo, mal, mas ele está focado na sua missão e é o momento que ele cai e, sem querer desistir, ele já levanta, assim, firme, sem a ajuda de ninguém e prossegue a subida da Ladeira do Calvário. E Simão de Cirene continua com ele e carrega a cruz de Jesus até o final, junto com Jesus. Fim da nona estação da Via Crúcis. 

Décima Estação: Jesus é despojado de suas vestes. — Aqui, cabe contar pra vocês um fato interessante aí que eu já vi em algumas encenações da Paixão de Cristo. — Falam que Jesus pede água e os romanos lhe dão vinagre ou coisas desse tipo e tal. Só que Jesus, ele não pediu nada… Era costume oferecer ali, para as pessoas que seriam crucificados, uma mistura de vinho com um composto amargo, que era uma espécie de entorpecente, assim, né? Que servia pra deixar a pessoa meio fora do ar e tal pra que ela não sofresse tanto as dores da crucificação. — Era um tipo de droga, assim, né? — E o corpo, com essa mistura que foi oferecida pra Jesus e que era oferecida pra todo mundo que era crucificado, ficava entorpecido e tal. E Jesus provou dessa bebida e, quando ele sacou que o intuito era para que ele saísse do ar naquele momento, ele agradeceu e recusou a bebida. 

E Jesus estava bem já machucado no final da Ladeira do Calvário. Ele tinha chagas abertas, sangrava muito, seus pés estavam bem inchados, assim, né? Ele estava praticamente irreconhecível… De tão machucado que Jesus estava. E ali os guardas mandam que ele solte a cruz e retiram as suas vestes, para que ele seja pregado. E Jesus estava exausto, mas ele não estava com medo. Fim da décima estação da Via Crúcis. 

Décima primeira estação: Jesus é pregado na cruz. E aqui algumas infos: Nem toda pessoa que era crucificada, era pregada na cruz. Os pregos eram somente para os piores bandidos. — Era, tipo, um castigo extra, saca? — Cada prego parecia uma estaca e tinha em torno de 20 centímetros. Uma das pontas dessa estaca, desses pregos, era afiada e a outra tinha uma cabeça do prego ali de seis centímetros. A cruz que Jesus foi crucificado não tinha sido feita pra ele, tinha sido feita pra Barrabás, nas medidas do Barrabás… E o Barrabás era muito mais alto e mais forte que Jesus. E toda a cruz era feita ali, naquela parte do patíbulo e na vertical também, com buraquinhos certos ali, na medida da pessoa que seria crucificada, pra encaixar os pregos. Só que Jesus era muito menor que Barrabás e ele não encaixava pra dar a medida daqueles buraquinhos, porque, enfim, ele seria pregado na cruz. 

Jesus poderia ter sido amarrado à cruz, como a maioria das pessoas crucificados eram… — Como eu disse, os pregos eles eram utilizados somente para os piores bandidos. E assim classificaram Jesus. — Como Barrabás tinha braços bem mais longos, Jesus acompanhou ali quando o soldado romano posicionou o prego, levantou ali um martelo pesado e bateu… [efeito sonoro de batida] Encaixando a mão de Jesus ali, nesse primeiro buraquinho pro prego. E aí Jesus fechou os olhos, se contorceu de dor. E, para que o segundo prego fosse colocado, Jesus precisou ser segurado e puxado por dois soldados romanos até que seu ombro fosse deslocado, né? Para chegar até onde estava o outro buraco ali, que seria para prender a outra mão de Barrabás, né? 

Em muitas pinturas, a gente vê que o pé de Jesus foi pregado um sobre o outro. — Mas eu vi num documentário que, na época, essa parte vertical ali da base da cruz tinha dois furos também e uma madeira, para que a pessoa ficasse meio apoiada. E os pés eram pregados separados. Então, provavelmente, os pés de Jesus foram pregados lado a lado. — E depois que ele foi pregado, a cruz estando no chão, com Jesus deitado sobre ela, a cruz foi erguida e fixada numa base de madeira. — Eu vi um documentário médico sobre o que acontece com o corpo da pessoa quando ela é crucificada e é terrível, terrível… — Uma outra informação é que os nomes dos crucificados com Jesus foram: Dimas e Gestas… E nem Dimas e nem Gestas foram pregados. Eles foram crucificados com cordas, amarrados, que era o tipo de crucificação mais comum na época. Fim da décima primeira estação da Via Crúcis. 

Décima segunda estação: Jesus morre na cruz. Jesus, agora crucificado no alto da cruz, sente dores horríveis, assim, dores muito fortes e já não aguenta mais. E ele profere algumas frases, dá um grito e morre… Mas não pense que a morte de Jesus foi rápida… Jesus agonizou por horas. Em algumas encenações também da Paixão de Cristo, a gente vê um soldado romano enfiando uma lança em Jesus e isso é dito, narrado, como se fosse mais uma tortura. Só que esse procedimento, de enfiar lança embaixo da costela das pessoas crucificados, acontecia pra saber se a pessoa estava morta já. E foi, provavelmente, o que aconteceu… E uma curiosidade aqui é que quem transpassou Jesus com a lança, foi São Longuinho. — Que é um santo que tudo o que acontece aqui, que tem coisa sumida, eu peço para São Longuinho e, às vezes… É engraçado isso, né? Eu não tenho uma religião, nada, mas São Longuinho pra mim é meio que a parte, assim… Muita coisa eu peço pra São Longuinho. –

E aí, quem transpassou Jesus com a lança, foi São Longuinho… E depois disso, enfim, tem toda uma história aí que se vocês quiserem também, eu posso contar. Então, provavelmente essa hora que Jesus foi transpassado com a lança, foi só pra saber se realmente ele estava morto, né? — E aqui, uma curiosidade, as pessoas demoravam muito, gente, pra morrer na cruz. — Tinha gente que demorava dias e ficava lá agonizando. E aí, o carrasco recebia a ordem de quebrar as pernas da pessoa que estava dias lá agonizando, porque aí, sem sustentação do corpo… — Porque lembrando que, na parte de baixo da cruz, tinha tipo uma prateleirazinha pra você botar o pé, né? — E aí, ela pendurada ali pelos braços do seu próprio peso, com o peso, ela morria sufocada por causa da pressão de ficar dependurada e tal. No caso de Jesus, isso não aconteceu. Não precisou ser feito, ele morreu antes disso. Foi até dada a ordem, se necessário, quebrassem as pernas de Jesus para que ele morresse mais rápido, mas não foi necessário. Fim da décima segunda estação da Via Crúcis. 

Décima terceira estação: Jesus é descido da Cruz e seu corpo é entregue a sua mãe. Ao pé da cruz estão: Maria, mãe de Jesus, Maria de Cléofas, que é tia de Jesus, irmã de Maria e estão também o apóstolo João e Maria Madalena. Naquela época, já rolava uma mega burocracia pra liberação de corpo e eles conseguiram autorização de Pilatos para que o corpo de Jesus fosse entregue a Maria, sua mãe. Mas na época, assim como agora, só quem tinha grana tinha jazigo e Jesus e seus parentes todos eram pobres, né? Mas eis que aparece José, vindo de Arimateia e, José era, tipo, milionário. Então, este homem rico, poderoso, José de Arimateia, ofereceu o seu próprio sepulcro para que lá fosse depositado o corpo de Jesus. E foi o próprio José de Arimateia que arcou com tudo. 

E, geralmente, gente, as pessoas que eram crucificadas, elas não eram sepultadas, elas apodreciam na cruz e eram comidas ali pelas aves. Então, era um lugar onde você via várias cruzes e vários cadáveres, assim, em vários estágios de decomposição. Mas alguma família que quisesse reclamar o corpo de um parente pra sepultar, podia fazer isso formalmente e o juiz podia conceder ou não. No caso de Jesus, Dimas e Gestas, que foram crucificados junto com Jesus, os corpos seriam retirados de qualquer jeito, né? Porque a Páscoa estava chegando e a Páscoa dos judeus não podia ser profanada. E, se não fosse a Páscoa, talvez Pilatos não autorizasse a entrega do corpo de Jesus à Maria. Porque, geralmente, nesses casos, a população que tinha ainda ódio extremo da pessoa crucificada, ficava ali xingando o cadáver, jogando pedra e tal, mas em decorrência ali da Páscoa — da Páscoa judaica — o corpo de Jesus foi liberado e entregue a Maria. E o José de Arimateia cuidou de tudo e o corpo de Jesus permaneceu ali no sepulcro de José de Arimateia. 

No Evangelho de Marcos, diz que Jesus foi crucificado às nove da manhã. Então, se o julgamento dele começou às seis da manhã, às nove ele estava crucificado e, em torno ali das quinze horas… Das três da tarde do mesmo dia, Jesus já estava morto. Então, a agonia de Jesus começou ali, seis horas da manhã, no julgamento, e acabou em torno de quinze horas. Então, foram nove horas aí de muito sofrimento e muita tristeza. Então esse é o fim da décima terceira estação da Via Crucis. 

Perceba que até aqui eu narrei essas nove horas, né? Agora a gente vai para a décima quarta estação, que é quando Jesus é depositado no sepulcro de José de Arimateia. Como eu disse, José de Arimateia era riquíssimo e convertido cristão no sigilo. — Ele não dizia para ninguém que ele era cristão. — E ele levou o corpo de Jesus até um horto super lindo e tal, que tinha ali perto do calvário mesmo. Só que tinha um detalhe: Pra sepultar Jesus, teria que ter um ritual ali de sepultamento da época e alguém teria que preparar o corpo de Jesus. Só que os apóstolos estavam todos com medo, porque, assim, quem se comprometesse ali e dissesse que era apóstolo de Jesus, estava preso e morto também. Então, os apóstolos saíram fora, ninguém quis preparar o corpo de Jesus para ser colocado dentro do sepulcro de José de Arimateia. — E aí, gente… Numa guinada, num plot twist, assim, inesperado, quem se ofereceu pra preparar o corpo de Jesus foi um fariseu. –

Sim, um fariseu que já estava secretamente convertido também ao cristianismo. E o nome desse fariseu é Nicodemos, que também aí era um cara rico. E aí, mais uma vez, o dinheiro e o status falando mais alto. — Como acontece até hoje. — Se não fosse por esses dois caras ricos, José de Arimateia e Nicodemos, o fariseu, Jesus não teria tido um enterro digno. Então, José de Arimateia ofereceu o sepulcro, fez tudo que precisava para que Jesus fosse sepultado lá de maneira digna e respeitosa e Nicodemos foi aí o agente funerário, que fez todos os procedimentos ali para o sepultamento. Fez todo o procedimento no corpo de Jesus, para que ele fosse sepultado segundo ali os ritos da época e, enfim… Chegamos ao fim da décima quarta estação da Via Crúcis, que para muitos, a Via Crúcis termina aqui, na décima quarta estação. Algumas pessoas não consideram a ressurreição de Jesus, que seria a décima quinta estação, como uma estação, né? Mas eu considero… Eu volto aqui no domingo pra gente acompanhar a descida de Jesus à mansão dos mortos. A descida de Jesus ao inferno e à sua volta e a sua ressurreição. 

Então, a gente encerra aqui essa via Crúcis na décima quarta estação e eu volto no domingo pra contar pra vocês a história da ressurreição de Cristo. 

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Assinante 1: Olá, Inviabilizers, eu sou Lili, eu vivo aqui em Barcelona. Apesar de ser de uma família católica, eu não sou católica praticante, eu não vou pra igreja, mas eu digo que eu sou seguidora de Jesus. Eu gosto muito da imagem e da mensagem que Jesus deixou pra gente, e cada vez que eu escuto a Via Crucis, eu faço sempre uma reflexão trazendo para os dias atuais, infelizmente acredito que se Jesus voltasse hoje, ele seria mais uma vez crucificado, porque ele ia fazer a coisa como fez antigamente. Ele veio como uma pessoa que estava à margem da sociedade, que não era importante para a sociedade, porque ele vem para os pequenos, para as minorias, para os marginalizados e isso me deixa muito, muito, muito triste. Um beijinho a todos, tchau, tchau. 

Assinante 2: Aqui quem fala é Michelle, de Belo Horizonte. Fiquei muito emocionada com a Déia contando a história da Via Crucis porque sou cristã e a cada estação eu sentia uma emoção diferente. E para aqueles que não são cristãos, essa história da crucificação de Jesus ela traz também aquela reflexão sobre como as pessoas que estão no poder, elas tem o poder de convencer a população de que tal pessoa, tal grupo, tal comportamento, é nocivo e deve ser exterminado, né? Como a alienação, esse surto coletivo pode ser causado e levar a grandes tragédias, vamos dizer… Déia, muito obrigada por esse presente de Páscoa. Um abraço. 

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Déia Freitas: Eu espero que vocês tenham gostado aí de ter feito essa Via Sacra comigo e acompanhado a Via Crúcis de Jesus. Lembrando que só quem percorreu a Via Crúcis foi Jesus. — Aqui a gente fez a nossa Via Sacra, né? Ouvindo a história dele e refletindo aí da maneira que quiser refletir ou também não, levar só como uma história… Aqui não é o momento da gente falar de religião, nada, eu estou contando a história. E se você tem alguma história da sua religião, seja ela qual for, de algum santo, de algum orixá, de alguma entidade que você gostaria de ouvir no podcast, me envia, que eu vou criar aí um espacinho pra contar as histórias que eu contei no Twitter, que são todas referentes à minha infância, né? E eu tive uma infância cristã, mas eu tenho muito interesse e curiosidade de contar histórias também de outras religiões. Então é isso, gente. Domingo eu estou de volta pra contar aí mais um pedacinho dessa história de Jesus. Beijinho.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Religiosidade é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]