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título: vodrasta
data de publicação: 25/07/2022
quadro: amor nas redes
hashtag: #vodrasta
personagens: dora e rafaela

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Amor nas Redes, sua história contada aqui. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma Amor nas Redes. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Americanas. Em comemoração ao Dia das Avós — que acontece amanhã, 26 de julho — a Americanas vai homenagear aqui três avós muito queridas, contando aí suas histórias, hoje e nas próximas duas segundas-feiras. O serviço de compra e entrega de mercado da Americanas funciona dentro do site e do aplicativo, de acordo aí com seu CEP de busca. Você escolhe o supermercado que quiser — aquele que tiver listado ali para o seu CEP — escolhe os produtos como se você tivesse aí no mercado, coloca na cestinha de compras e paga online. 

Você ainda pode agendar, de acordo aí com a grade disponível, o dia e horário para receber o seu pedido. E as compras são feitas e entregues por uma pessoa especialista no assunto. No serviço de mercado da Americanas, todo dia tem ofertas e produtos fresquinhos. O site e o aplicativo são super fáceis de usar e você pode abastecer a sua geladeira aí a hora que você quiser. Eu vou deixar o link para o site e para o aplicativo da Americanas aqui na descrição do episódio. E, por falar em geladeira — comidinhas e tudo aí que eu amo — a história que eu vou contar pra vocês hoje não é a história de uma avó que cozinhava para os netos, mas é daquelas avós maravilhosas que resolvem tudo e que vai logo no mercado aí comprar o pudim em vez de fazer para ter o seu tempo livre pra tomar sua cervejinha tranquila. [risos] — Amo. — 

Hoje eu vou contar para vocês a história da avó e que hoje já é bisa, Dora. E quem me escreve é a sua neta, Rafaela. A Dora, hoje com 73 anos, é uma linda senhora, linda mesmo, de cabelos platinados e ela é a vódrasta da Rafaela. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

No auge aí dos anos 60, o Luiz era casado com uma mulher linda, assim, cheia de energia e tal e eles tiveram dois filhos. Um dia, a esposa do Luiz decidiu que ela não queria mais ser casada, não queria mais ser mãe, enfim, queria viver a vida dela de outro jeito… E ela foi embora sem nunca mais olhar para trás. O Luiz ficou então aí com o casal de filhos, né? E ele tocou a vida, foi trabalhando, foi criando ali as crianças com a ajuda da mãe dele, né? E o tempo foi passando… As crianças, quando elas estavam ali na faixa dos dez anos, o Luiz ia voltando do trabalho e ela entrou no ônibus, sentou ali — num dos bancos do ônibus — e, sentada do lado dele, tava Dora. E a Dora sempre muito falante, puxou assunto ali com o Luiz e eles passaram ali a viagem de ônibus — até a casa deles, que era mais ou menos próxima — conversando. 

Eles nunca tinham se encontrado, nunca tinha se visto e tal e eles foram conversando ali, puxando assunto, viram que tinham muita afinidade… Só que o ponto da Dora descer estava chegando, e aí ela levantou e falou: [efeito de voz fina] “Aqui, eu moro nessa rua e tal, vou ter que descer no próximo ponto”. E aí o Luiz perguntou assim pra ela, falou: “Que número é sua casa nessa rua?”, ela falou: [efeito de voz fina] “número 365”. Aí o Luiz falou assim pra ela: “Bom, eu não vou esquecer o número, porque é o número de dias do ano… Então você pode esperar que eu um dia eu volto ainda pra te levar embora, pra você casar comigo”. A Dora olhou aquele cara magrelo ali, todo sorridente, falando isso, deu risada, deu tchau pra ele e desceu. 

O tempo passou… Uns 15 dias depois… [efeito sonoro de campainha tocando] — A Dora lá na casa dela, fazendo as coisinhas dela. — A mãe da Dora virou para ela e falou: “Olha, tem um cara aí magrelo no portão, o cara é praticamente só joelho e cabeça de tão magro [risos] e ele tá querendo falar com você”. E aí a Dora foi lá no portão e era o Luiz… E ele virou pra ela e falou: “Arruma suas coisas, vamo embora, eu quero casar com você”. [risos] — Desse jeito, gente, eles não se conheciam direito, só tinham conversado no ônibus, não tinham se beijado, nada… — E aí a Dora foi lá, conversou com a mãe dela, falou que ia embora com o Luiz e eles foram embora e se casaram. [efeito sonoro de sino batendo] 

A Dora virou a mãedrasta da mãe da Rafaela, né? E do tio da Rafaela. E ela era ótima, assim, ela fazia vestidos, — pra mãe da Rafaela — ia nas festas com o tio da Rafaela… Ela foi criando ali as crianças junto com Luiz, como mãe mesmo, como a figura materna dessas duas crianças. E aí o tempo passou… Uns dez anos depois, eles tiveram um filho, né? — Luz e Dora. — Quando esse bebezinho estava com dois anos, e aí a mãe da Rafaela e o tio da Rafaela já eram moços, já estavam com 19, 20 anos, a Dora pediu a separação. Ela se separou do Luiz porque ele era meio mulherengo, muito festeiro e tal, então não estava dando mais certo. — Isso era lá pelos anos 80, né? — E aí vem a questão Dora: Se separou do seu Luiz, avô da Rafaela, para casar com um dos melhores amigos do seu Luiz. — E isso foi um babado, né? Pensa… — 

E aí a Rafaela falou assim: “Olha, minha vó Dora ela não tem medo de escândalo. Primeiro que foi aquele… [risos] Primeiro evento, né? Aquela aventura de se casar com um total desconhecido, pegar, arrumar as coisas e sair com um total desconhecido. Já foi ali um escândalo para a época. Era anos 60, né? E agora, anos 80, ela estava se separando para se casar com um dos melhores amigos do marido, né?”. E aí a Rafaela diz isso, que a avó dela não tem medo de escândalos, tem medo de não ser feliz. Eu achei isso maravilhoso. E aí a Dora casou aí com esse amigo do Luiz, deu uma pequena estremecida na relação dos dois, mas depois ficou tudo bem. O tempo passou… Ali no começo dos anos 2000 o Luiz faleceu, então 20 anos depois… 

Logo em seguida, tipo 2003, o melhor amigo do Luiz, que era o marido da Dora, também morreu. A Dora, nesse tempo todo, nunca se afastou dos filhos do Luiz, que eram também filhos dela, né? E sempre foi uma avó muito presente pra Rafaela. E aí ali, viúva, o que a Dora fez? Ela abriu um quiosque na praia. [risos] — Amo… — E foi ali vender os petiscos e as bebidas — na praia, num quiosque daqueles de madeira com os bancos, que são toquinho, sabe? Bem típico mesmo de praia. — Hoje a Rafaela tem 34 anos, mas ela passou a adolescência toda dela ali no quiosque, [efeito sonoro de pessoas falando ao fundo] passava as férias, o verão ali na praia ajudando a vó a vender as caipirinhas, vendia canjas e tal quando a galera estava bêbada. [risos] — Aquela coisa de praia. — 

A Rafaela cresceu aí com a figura muito presente da Dora na sua vida. Ela fala que é engraçado que ela não é aquela vó que faz as comidinhas para os netos, ela é aquela que fala: “Vai, vamo no mercado comprar o que quiser, pegar umas cervejinhas e a gente fica aqui de boa”. Inclusive, eu tô olhando aqui para uma foto da Dora, de 71 anos, era pandemia, então não teve festa e ela tá numa mesa — eu não sei quem montou aquilo, preciso perguntar até pra Rafaela — e ela botou as cervejas, assim, em círculo, uma juntinha da outra, como se fosse um bolo, passou um laço de fita colocou velinhas nas bocas das garrafas e assoprou, como se fosse um bolo de aniversário e são garrafas de cerveja. [risos] — Amo… — 

A Dora ajudou a criar os filhos do Luiz, foi a figura materna deles. Ela é avó da Rafaela e hoje é a bisa querida e presente da filha da Rafaela. E tudo começou lá, naquele banco de ônibus… A Dora dali virou uma mãedrasta, depois virou uma vódrasta e agora é uma brisadrasta. Confirmando, né, gente, o que eu sempre falo no podcast, que os laços de amor podem ser sim maiores que os laços de sangue. E agora a gente vai ouvir a Rafaela falar um pouco sobre a sua vó Dora, que é mais conhecida da família como “Dora, a aventureira”. [risos] — Sério, de verdade, é assim que ela é chamada. Amo. — 

[trilha] 

Rafaela: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, meu nome é Rafaela e hoje eu estou aqui pra homenagear a melhor vó que eu podia ter na vida, que é a avó que o universo me deu, que é a minha vó Dora. Eu cresci com essa mulher maravilhosa sendo referência de vó. Ela é muito mais do que qualquer biologia podia ter trazido, assim, pra minha convivência. Quando eu nasci, ela já era separada do meu avô, pra você terem ideia de que o fruto desse entrelaçamento familiar ele sobreviveu, depois que esse divórcio veio… Porque ela assumiu a família como família pra ela e existe um conceito de família que é “não importa o que aconteça, a gente está sempre junto”, e ela seguiu. Eu cresci com ela como vó. Ela foi referência de maternidade para meus tios quando eles não tinham a mãe perto. Ela é uma mulher muito à frente de seu tempo. Ela não teve medo de casar com meu vô muito cedo, ela não teve medo de separar do meu vô, ela não teve medo de enfrentar os problemas da vida dela… 

E ela é aquela pessoa que ela abraça todo mundo, sabe? Ela pode estar braba, mas ela abraça todo mundo pra poder aconchegar se a pessoa precisar, assim. Ela é uma figura… Eu não sei. sei como transbordar esse sentimento que eu tenho por ela, porque eu acho que eu nunca falei isso pra ela e, escrever foi o melhor gesto, foi a melhor forma que eu encontrei de ter um gesto de dizer: “Olha, vó, eu te amo e eu tenho muito orgulho de tu tá na nossa família. O meu vô, aquele dia no ônibus que te conheceu, não tinha noção do mulherão da porra que tu é, do quanto tu ia cuidar da família dele mesmo quando ele não tivesse mais perto”. Já fazem aí 20 anos que meu vô faleceu e ela continua sendo a minha avó. 

Ele sempre falou dela com muito respeito, ele sempre teve muito limite, assim, entre os problemas deles e a referência dela com a família, ele sempre, sempre falou muito bem dela. E eu amo ela pelos olhos que eu tenho, pela visão que eu herdei das histórias que meu vô contava, pelo jeito que a minha mãe fala da adolescência dela e o meu tio e eu amo ela pelo que ela é, a minha filha a bisa Dora, ama os cabelos cor da lua prateada que ela tem. A minha vó, gente, ela é muito fora, muito fora do padrão… E ela ser fora do padrão é a melhor coisa que podia ter acontecido na nossa família. Pra ter noção dessa força familiar, assim, quando a minha mãe casou e eles já eram separadas, ela foi ajudar a minha mãe com o vestido de noiva. Ela foi o apoio da minha mãe lá, sabe? E quando eu cresci, ela foi a pessoa que teve um papo direto comigo sobre tudo, sobre namorado, sobre adolescência… 

Eu trabalhava num quiosque com bebidas, em outra época, onde pessoas de 13 anos podiam ter contatos com bebida, mesmo que não bebessem e ela sempre teve um papo reto comigo sobre como resolver as coisas das minhas dúvidas adolescentes, era com ela que eu conversava… A minha vó, gente, ela não faz doce… Ela tem um estilo assim: caipirinha. Pensa a minha avó, pense num copinho de caipirinha, pensa numa cerveja geladinha… Porque se chegar na casa dela, se não tiver, é isso que ela vai buscar, sabe? É isso que ela vai te proporcionar. Felicidade, alegria, encontro bom… Ela cozinha bem pra caramba, mas nem sempre ela tá a fim de cozinhar… Mas convida essa véia pra tomar uns golinhos de qualquer coisa diferente pra ver se ela não quer… 

Essa energia boa… Minha avó é um movimento, ela é uma luz, ela é uma intensidade que passou de geração pra geração e essa característica dela, assim, de ser direta, intensa, é uma coisa que tu ama ou tu odeia. No caso dela, todo mundo ama. E é por isso que eu estou aqui vó, quero te dar o feliz Dia dos Avós, feliz Dia da Bisa junto, né? E muito, muito obrigado por tudo que tu trouxe pra nós. A minha família, com certeza, não seria nem perto do que é se tu não tivesse entrado nela. 

[trilha] 

Déia Freitas: Com o serviço de compra e entrega de mercado da Americanas, você faz as suas compras de supermercado sem sair de casa em apenas alguns cliques. A variedade de produtos é imensa e o site ou aplicativo Americanas são super fáceis de usar. Clica aqui no link da descrição do episódio, navega no site, baixa o aplicativo e corre lá. Valeu, Americanas, tamo junto. Um beijo gente, um beijo, Dora, um beijo, Rafaela e eu volto em breve. — [cantarolado] Americanas, Mercado… [risos] Amo. — 

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Amor nas Redes é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.