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título: vultos
data de publicação: 06/02/2025
quadro: luz acesa
hashtag: #vultos
personagens: aretha, cíntia e dona marina

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Luz Acesa. E hoje eu vou contar para vocês a história da Aretha. — E como ela se descobriu médium. — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Aretha nunca acreditou em espíritos nada, assim… Veio de uma família católica não praticante — então raramente rezava, enfim —, teve aquela vida de jovem, jovem sem pensar em nada religioso. Até que um dia, a Aretha começou a sentir uma dor ali, assim, de lado, uma dor que pegava a barriga toda, ela não sabia o que era, começou a se sentir mal… Foi para um PS de um hospital particular — porque na época o pai dela tinha um excelente convênio que podia botar dependentes — e ela foi para um hospital que supostamente não deveria estar lotado do jeito que estava. Quando a Aretha chegou, ela assustou porque tinha muita gente no hospital e muita gente doente, muita gente mal, assim… E ela olhou para a mãe dela e falou: “Mãe, eu não quero ficar aqui com esse monte de gente doente” e a mãe dela falou: “Não, você tem que ficar, tem que ver o que que é e tal”, preencheu a ficha, foi para a triagem, passar por um médico de triagem e a mãe dela junto.

E ali o médico detectou que ela estava ali com apendicite e que ia fazer uns exames, mas provavelmente que entrar na cirurgia. E a Aretha muito incomodada com aquelas pessoas doentes ali no hospital e falando isso para a mãe dela, e a mãe dela dando bronca, tipo: “Você tem que ficar, ainda mais se for cirurgia e tal”, foi lá, fez os exames que tinha que fazer e realmente ela teria que fazer uma cirurgia. Sua mãe ali foi avisada e tal — que a gente pode chamar aqui de “Dona Marina” —, Dona Marina foi avisada, avisou o pai dela, avisou família e tal que a Aretha ia internar para no dia seguinte operar. Então isso era em torno da hora do almoço, ela ia internar, ia ter uma refeição só para no dia seguinte operar. O quarto da Aretha era enfermaria, então não era quarto particular, ela ficava com outra pessoa no quarto. E, quando ela entrou no quarto tinha uma jovem, meio que da idade dela, mas muito pálida na cama do lado. E ela fez amizade com essa jovem, Dona Marina deixou a Aretha ali e falou: “Bom, eu vou e volto”, tipo, largou a casa do jeito que tava. “Vou cuidar dos bichos, vou arrumar todas as coisas e volto para ficar com você, para passar a noite com você”.

E a Aretha falou: “Mãe, não precisa, eu tô aqui…”, tinha uma jovem no quarto e elas ficaram empolgadas ali de conversar e tudo e a mãe da Aretha falou: “Bom, qualquer coisa então você me telefona, mas amanhã cedo então eu venho”. Dona Marina foi embora e Aretha ficou ali conversando com aquela moça. Dona Marina se despediu e quando foi lá pras 04h — era o horário que ela ia poder comer pra no outro dia poder operar —, então veio uma refeição pra ela ali, normal assim, arroz, feijão, bife, batata frita, salada, enfim, uma refeição que não tinha gordura, mas também não estava ruim e ela comeu e a menina do lado não comeu, né? Ia comer só no horário do jantar ali, né? Nisso entrou uma outra pessoa no quarto… Uma mulher, de branco, assim, como se fosse uma enfermeira e começou a mexer na menina… Só que a menina estava conversando com a Aretha e parece que não estava ligando pra mulher. A Aretha falou pra ela: “Ah, vamos conversar depois então”, a menina ficou sem entender e a Aretha ficou observando a mulher ali, parece que estava desligando coisas da Aretha que ela não entendia muito bem o que era. 

Aí entrou um outro homem e uma outra mulher no quarto e eles começaram a conversar os três e parecia que o debate ali era que horas que eles iam levar a Cíntia — que era essa moça que estava junto com a Aretha no quarto —, e aí a Aretha ficou pensando assim: “Poxa, então ela não vai conseguir fazer a refeição dela, né?”. E aí eles conversaram, conversaram, saíram do quarto e, um detalhe: A Aretha não lembra da porta do quarto ter sido aberta, mas ela viu ele saindo… Mas não através da porta. Ela não sabe explicar… A partir do momento que eles saíram, Cíntia ela entrou num sono assim profundo, que a Aretha não conseguiu acordar ela. Passada ali uma meia hora daquelas pessoas que entraram no quarto, um monte de gente vestida de branco entrou… Só que essas pessoas agora elas tinham meio que um brilho em volta, assim… E uma coisa que é importante dizer a Aretha: A Cíntia não estava monitorada, ela estava lá também para fazer algum procedimento… — Então, se ela morresse ali, o hospital só ia saber quando a enfermeira passasse, né? — E essas pessoas começaram a mexer na Cíntia e a Aretha viu a Cíntia sentar na cama enquanto o corpo dela estava deitado na cama.

Ela sentou na cama, totalmente zonza, eles ajudaram ela a se levantar, descer da cama de hospital ali e andaram com ela para fora do hospital, pela janela… A Aretha totalmente em choque — totalmente em choque — viu que a menina Cíntia estava ali. O que ela fez? Levantou que ela estava meio que sentada na cama com a bandeja, sabe quando está com a bandeja que você comeu ali em cima da cama assim? Que é umas que eles põem assim, que encaixa, entra na cama assim? Ela empurrou a bandeja, desceu e ela botou a mão na Cíntia e a Cíntia estava gelada… A Aretha começou a gritar, aí vieram os médicos e tal, tentaram uma reanimação ali, mas a Cíntia estava morta. A Aretha começou a falar que não queria ficar mais nesse quarto, que ela tinha visto espíritos e o pessoal olhando para ela e tal… E aí, por conta do corpo ficar ali pelo menos uns 15 minutos para tirar realmente e levar para outro lugar, enfim, mudaram a Aretha de quarto e, quando ela saiu do quarto que ela estava, ela falou: “Andréia, alguma coisa aconteceu comigo ali naquele quarto, porque quando eu saí, eu já conseguia reconhecer naquele hospital lotado quem era vivo e quem não era vivo… E eu via muita gente que não era viva ali… Por isso que eu via aquele hospital lotado quando eu cheguei, mas eu não conseguia reconhecer quem estava morto, quem estava vivo. E agora eu já conseguia reconhecer quem estava morto, quem estava vivo”.

Ela tinha que ficar esperando arrumarem um outro quarto para ela e ela estava ali… A enfermeira falou: “Fica aqui, senta aqui, que a gente vai te levar para outro quarto”, que ela estava andando, estava bem a Aretha, né? E ela estava muito abalada com o que ela tinha visto da Cíntia, porque elas estavam conversando, gente… De repente a menina deitou, assim, fechou o olho, já veio esse povo já levou, assim… — Não foi nem que ela passou mal, sabe assim? Nada, nada… Então imagina para a família também daquela moça Cíntia… Colocou ela lá pra fazer um exame ou um tratamento de alguma coisa e a menina morreu. — Ela via gente vestida de branco, que parecia ou médico ou auxiliar de médico e eles tinham uma luminescência em volta diferente. Ela via pessoas machucadas e sangrando, o que não é normal você ver andando pelo corredor de hospital, né? Parece que eles eram não transparentes, mas assim, uma fumaça… E ela viu vários vultos pretos e que esses vultos pretos no hospital eles rastejavam pelo chão ou entravam nos quartos ou estavam no pé ali praticamente esperando alguma coisa de alguma pessoa doente que ela tinha certeza que estava viva, que ela via como carne e osso. Então a Aretha começou a fechar o olho pra não ver aquilo, mas parece que quando ela fechava o olho, além de ver, continuar vendo, ela sentia… 

E aí ela voltava a abrir o olho, então era melhor só ver, porque ela sentia o sofrimento, sentia a dor, enfim… E aí aquilo foi atormentando a Aretha, porque não ficava pronto logo esse quarto e ela percebia que esses vultos rastejavam pelo chão meio tremendo assim, então parecia que aí quando eles chegavam perto de alguém que era vivo, que eles ficavam melhores, mas as pessoas pareciam piores. E a Aretha começou a olhar em volta dela para ver se não tinha nenhum vulto, nada saindo dela ali ou querendo entrar nela, sei lá… Não parecia que eles queriam entrar na pessoa, parecia que estavam sugando alguma coisa das pessoas, esses vultos que eram totalmente pretos, assim, e eles não ficavam em pé, eles ficavam assim como se fosse agachados, quando eles encostavam em alguém no pé de alguém, assim, e aí eles davam tipo uma tremida e parecia que eles ficavam mais fortes, essa impressão que a Aretha teve. Aí colocaram a Aretha num quarto e dessa vez mesmo o convênio dela não tendo, colocaram ela no quarto sozinha — talvez pelo que ela tivesse passado ali com a menina Cíntia e tal — e ela ficou nesse quarto morrendo de medo, só que ali dentro do quarto não tinha ninguém — nem vivo e nem morto —, e aí ela ligou para a mãe dela vir passar a noite com ela. 

A Aretha, tem uma câmera Pôneiroid e ela falou para a mãe trazer a máquina e a Dona Marina reclamou, porque o filme daquela máquina parece que é muito caro, né? E ela falou: “Vai gastar filme no hospital? O filme é caríssimo” e ela falou: “Mãe, traz a máquina para mim, por favor” e ela foi no corredor, olhou, viu e pediu para a mãe tirar uma foto do corredor… E a mãe tirou e tinha, sei lá, duas, três pessoas no corredor ali. Então, tudo aquilo que a Aretha estava vendo, só ela via… E aí ela tentou falar para a mãe dela, a mãe achou que ela, sei lá, estava alucinando… — E também agora a mãe dela já sabia da moça que tinha morrido no quarto. — E aí ela dormiu ali, não apareceu nenhum espírito para ela, mas quando ela foi levada de maca até a sala de cirurgia, ela realmente viu vários vultos, várias pessoas machucadas… — Parece que tentando pedir ajuda, sabe? — E ela falou: “Andréia, na minha visão, na minha percepção, aquelas pessoas que eu vi de branco circulando ali, elas não… Não sei se elas não viam ou elas não prestavam atenção naquelas pessoas machucadas que eu via. Parece que elas estavam ali para ajudar as pessoas que estavam vivas. Não as pessoas estavam mortas”. 

Talvez elas nem vissem as pessoas que estavam mortas? Mas elas não são espíritos também? Como que elas não viam?, mas é essa a impressão que a Aretha teve. A Aretha entrou para operar e nada aconteceu… Ela não sentiu sair fora do corpo, nada. Ela pagou e, quando ela voltou, ela já estava numa sala de recuperação. E nessa sala de recuperação eram várias macas… — Era como se fosse uma UTI, mas não é UTI, é sala de recuperação… Depois que você acabou de operar, antes você ir para o quarto você fica nessa sala aí que é coletiva, meio que pra ser monitorada ali pelos enfermeiros e tal. — E ela viu uma maca tipo de frente para ela, umas duas camas para a direita — de frente pra ela — com um senhor também em recuperação, só que em volta da maca dele, vários daqueles vultos rastejando, se enrolando ali naqueles ferros da máquina e ele lá… E vários daqueles vultos e eles meio que no chão ali, no pé daquela maca… Ela ficou olhando porque ela estava voltando da anestesia, então parecia meio sonho, mas não era sonho… E aí quando ela voltou real, que ela firmou para ficar olhando aquele cara que estava naquela outra marca, ela viu esses vultos subirem e se enrolarem no cara.

E aí ela não sabe se o cara morreu ou não, porque ela foi levada para o quarto e ficou mais um dia só, no outro dia ela teve teve alta, mas quando ela saiu no corredor do hospital, ela continuou vendo várias outras pessoas. Agora ela via pessoas até caídas pelo chão do hospital. — E é um hospital que a gente está falando aqui, gente, de um hospital meio que de playboy, um hospital mais fino e tal… — E a visão que ela tinha era totalmente diferente da visão das fotos que ela pediu pra mãe tirar… Corredores bonitos, limpos, espaçosos, sem pessoas ali, sabe? E o que ela via não era aquilo. Ela via os corredores encardidos, com pessoas doentes se arrastando pelo chão, misturado aos vultos, pessoas andando machucadas e essas pessoas de branco com uma certa luminescência, meio que focadas em outra coisa que não aquelas pessoas que estavam rastejando ali. Por que eles não ajudavam essas pessoas que estavam ali pelo chão? Depois disso, a Aretha foi procurar ajuda e aí ela se descobriu médium e passou a desenvolver.

Ela tem uma certa mediunidade que ela consegue enxergar esses vultos que realmente são obsessores, que ela fala. Depois disso, a Aretha não conseguiu mais ir em bares e baladas, ela falou: “Andréia, minha era boêmia acabou, porque as experiências que eu tentei ir, eu via muito espírito, muita coisa em bar, em baladas, assim… Via até espírito tentando tomar cerveja, encostando nas pessoas para tentar sentir alguma coisa. Muito vulto pelo chão, muito vulto…” e ela não vai mais… Tanto que ela fez faculdade mais tarde assim e, na formatura dela, ela não foi, porque ela falou que esse ambiente de festa, quando tem bebida alcoólica, cigarro, essas coisas, é onde ela vê mais coisa e que realmente eles ficam andando ali pelo chão. — Então, enfim, a Aretha veio para tirar o pouco de alegria que resta aí ao brasileiro, né? Porque se no hospital está cheio de vultos, cheios de coisa e nos bares e baladas também, o que que sobra, né? — O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, nãoinviabilizers, aqui é a Vanessa de Campinas. Por que esses espíritos com baixa luz não são atendidos? É simplesmente porque eles não querem, eles não pediram ajuda, não pediram perdão. Então, a espiritualidade não pode intervir por um espírito que ainda não pediu essa ajuda. E sobre como afastar esses espíritos que podem estar sugando a gente, a melhor forma é vibrar em outro padrão que esses espíritos estão vibrando e a melhor forma de fazer isso é vibrar no bem e seguir aquela palavrinha simples que Jesus nos ensinou, né? Amar ao próximo. E quando Jesus disse isso, ele não pediu para ninguém trazer um mendigo para casa, bandido para casa, ele apenas pediu para que a gente tivesse empatia e, um outro ponto, é praticar a caridade, a caridade é o remédio que cura a nossa alma. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, nãoinviabilizers, aqui é a Raquel que fala de Portugal. E, Aretha, assim como você, eu também me descobri médium, eu vi uma menininha no cemitério e, desde então que eu falei para minha avó que eu tinha visto uma menininha no cemitério, ela me levou no terreiro de Umbanda para trabalhar esse canal. Ela disse que eu estava desenvolvendo a mediunidade com 14 anos e que era bom manter esse canal controlado, porque se ficasse descontrolado, a gente com certeza ia ver o mundo espiritual em todo lugar, porque os mundos foram fundidos um no outro… A gente acaba vendo os espíritos quando a gente é médium. Então, tem certos lugares que eu passo longe, cemitério principalmente. Hospital não tenho como, porque eu sou profissional da saúde, então as vezes eu, de repente, me dou com alguém que eu fico pensando: “Será meu paciente?” [risos] “será paciente do hospital?” e aí fica a fica dúvida, né? Mas que bom que você trabalhou esse canal. Um beijo. 

[trilha]

Déia Freitas: Então, essa é a história da Aretha, mas isso acho que é o caso que ela vê, né? Ela falou: “Andréia, eu não sou parâmetro porque eu fui ao cinema e eu vi pessoas mortas no cinema” e eu falei: “Mas elas estavam assistindo o filme?”, porque aí, né? Deixa o espírito, coitado, assistir aí, pegar um Blockbuster. Não… Ela falou que eles estavam olhando, passando entre as cadeiras e procurando pessoas vivas ali. Não estavam assistindo o filme, né? Que se tivesse ainda justificava, mas não… Eles estavam… Ela falou: Eles estão sempre à procura, ou de um caminho, ou de uma pessoa, ou de uma energia para sugar. Então, Deus me livre…  Um beijo e eu volto em breve.

[vinheta] Quer sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]