título: 3 desejos profissionais para 2023
data de publicação: 30/12/2022
quadro: minhas coisinhas
hashtag: #minhascoisinhas
personagens: déia freitas
TRANSCRIÇÃO
Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para o último Minhas Coisinhas do ano. Se você não sabe o que é o quadro Minhas Coisinhas, é o quadro que é exclusivo e para assinantes, que eu conto um pouco da minha vida, dos projetos, do que está por vir aí no podcast ou em outras coisas que eu faço, trago assuntos aleatórios, enfim… E na assinatura tem esse quadro Minhas Coisinhas e tem outros quadros… Tem os Proibidões, que são histórias bem cabeludas, tem desfechos de histórias, tem um quadro chamado Meu Erro, enfim, tem umas coisinhas aí. Então, se você não é um assinante ainda, assine: naoinviabilize.com.br/assine. Lá você vai poder escolher se você assina pelo nosso aplicativo exclusivo, pelo Apoia.se ou pela Orelo. Qualquer um dos três o conteúdo é o mesmo, é igual, é só mesmo aí uma questão de plataforma, de você escolher a que você prefere, a que você se dá melhor.
Bom, dito isto, eu estou aqui hoje para compartilhar com vocês os meus três desejos para 2023. Três desejos profissionais que eu gostaria muito de alcançar. [risos] E os três depende muito aí também da colaboração das pessoas. Então eu vim aqui contar para vocês… Queria dizer também, agradecer mais um ano que o podcast Não Inviabilize, um podcast totalmente independente, financiado por nenhuma plataforma, é o podcast mais ouvido do Brasil. Sim, somos nós… Vocês, Não Inviabilizers que proporcionaram isso aí para gente… Então nós somos o podcast mais ouvido do Brasil e espero que em 2023 a gente possa contar ainda mais histórias para vocês.
Bom, meus três desejos para 2023… Desejo número um: que as pessoas leiam os avisos. [risos] A gente costuma postar avisos em todas as redes e mandar notificação para os aplicativos… E avisar, avisar, avisar, fazer avisos em áudio, em texto… E Camila faz stories… A gente faz tudo, tudo o que está ao nosso alcance a gente faz, mas as pessoas não prestam atenção nos avisos. Elas não leem os avisos e elas acabam congestionando as nossas caixas de mensagens com coisas que a gente já respondeu… Bastante vezes, sabe? [risos] Então eu espero, do fundo do meu coração, que vocês leiam os nossos avisos. Já vai ser, assim, uma mão na roda pra gente… Sério mesmo. Porque às vezes tem dias que a gente tem que parar tudo pra poder aí responder coisas básicas que a gente faz os avisos, os comunicados online e, geralmente, quem escreve para gente não é que não entendeu o aviso, é que não leu o aviso. Não viu o aviso, não olhou nem a caixa de e-mail ou viu nas nossas redes ou deu uma breve pesquisadinha… Então, uma breve pesquisadinha já ajuda a gente bastante. Então esse é o meu primeiro desejo pra 2003. Conto com a colaboração de todos. [risos]
Meu segundo desejo é um desejo que me afeta diretamente, né? Eu gostaria de ser menos xingada online. [risos] Ou por e-mail ou nas redes sociais, enfim… Gostaria de ser menos xingada. Então, eu deixo aqui uma reflexão que vale para todo mundo em 2023: Antes de você escrever alguma coisa para alguém nas redes sociais ou mandar um e-mail, reflita se você pessoalmente falaria aquela coisa para a pessoa, na cara dela… Se você não falaria, porque, sei lá, você tem o mínimo de educação ou de bom senso, não faça online. Eu acho que é um bom parâmetro, né? Um bom exercício pra gente fazer. “Poxa, eu falaria essa coisa aqui que não tem nem cabimento? Eu seria ofensivo desse jeito aqui se fosse pessoalmente? Na frente da pessoa?”, provavelmente não. 99% das vezes a gente vai responder que não… Então façam esse exercício antes de escrever… Não só para mim, mas para qualquer pessoa. Se você falaria pessoalmente aquilo para a pessoa. Caso contrário, não fale. Vá fazer outra coisa. Assiste outra coisa, consome outro conteúdo, dorme, sei lá, vai brincar com seu cachorro, com seu gatinho… Vai fazer outra coisa. Então esse é o meu segundo desejo para 2023, [risos] ser menos ofendida, menos xingada online.
Mesmo porque as mais ofensivas que eu leio e falo: “Ah, francamente”, eu respondo. E aí a pessoa pode falar “nossa, que grossa”… E aí sim, se a pessoa é mal-educada comigo ou não tem a menor noção, não me sinto aí na obrigação de ser gentil. Então é isso… Esse é o meu segundo desejo para 2023. Agora, o meu terceiro desejo é um que queria, ai, queria muito alcançar, mas não sei se rola e é um pouco complexo… Em 2003 eu gostaria muito, mas muito mesmo, que o meu trabalho, que tem uma curadoria, que tem entrevistas prévias, que tem aí um roteiro feito com muito carinho e muito profissionalismo, fosse visto como contação de histórias mesmo, e não reduzido a fofoca. Sabe? Eu não sei se dá pra entender a diferença… Eu sou uma contadora de histórias e uma roteirista, e o que eu faço é isso, eu conto histórias e roteiriza essas histórias para contar e muita gente me chama de fofoqueira.
Fofoca, gente, é outra coisa… Não estou aqui desmerecendo quem faz fofoca, quem posta sobre isso, quem faz isso, mas não é o meu caso, sabe? Eu gostaria de ser reconhecida pelo o que eu sou, que é uma contadora de histórias… E, assim, gente, eu não sou a melhor, mas eu sou boa, isso eu sei… Eu sou uma boa contadora de histórias, sou uma roteirista… Eu fiz roteiro na CAL, minha professora foi a [inaudível], sabe? Até hoje a gente tem uma sala de roteiro juntas… Eu fiz outros cursos de roteiro também. Então, assim, é muito [risos] difícil pra mim quando alguém fala: “Alá, ela é uma fofoqueira, está lá fazendo fofoca, o trabalho dela não tem qualidade”, quando eu sei que tem… Quando eu sei que tem uma lista de homens que fazem o que eu faço, na TV, em podcast mesmo ou em rádio e não são chamados de fofoqueiros… Eles são chamados de contadores de história, de roteiristas, de apresentadores e só a mim sobra aí a pecha de “fofoqueira”.
E eu podia listar aqui nesses homens e podia listar também algumas mulheres brancas que ao longo desses três anos também deram uma copiada no nosso trabalho, meio que na cara dura mesmo, no formato e tudo, deram uma refinada aqui e outra ali e não foram reduzidas a fofoqueiras. Essa é uma questão, né? Eu sei do valor do meu trabalho, eu sei realmente que eu sou boa de verdade no que eu faço, mas é uma luta diária, eu ver o meu trabalho reduzido a uma mera fofoquinha. Falar também que eu sou boa no que eu faço, e eu sei que eu sou boa no que eu faço, ofende algumas pessoas… E eu não vou entrar nem nesse mérito. Mas realmente não é pra todo mundo, não é todo mundo que consegue pegar um texto e fazer você rir, ou chorar, ou se revoltar, ou ter raiva, ou sentir amor, entendeu? Isso exige técnica e também um pouco de talento, né? E eu sei que eu tenho um pouco disso, né? E aqui o ponto é outro, eu não consigo ocupar um lugar profissional que eu sei que é meu, que é de contadora de histórias e de roteirista.
Eu não sou uma fofoqueira, sei que existe isso profissionalmente, mas não é o meu caso, entendeu? E esse…. Essa conversa que a gente está tendo aqui não é um pedido de confete, porque eu sei que, como profissional, do que eu me proponho a fazer, eu sou boa e eu estudo para estar cada dia melhor. Tanto que do começo do podcast pra cá eu sei que eu evolui bastante e estudo… Estou sempre aí atrás de coisa nova pra trazer um conteúdo melhor de contação de histórias para vocês, da melhor forma que eu consigo… Mas eu acho que é uma coisa pra gente pensar que tem homens aí que ocupam rádios, podcasts e programas de TV contando histórias no mesmo formato que eu e sequer são cogitados aí como fofoqueiros, né? Então eu espero que em 2023 eu tenha esse meu lugar ocupado de maneira justa, como contadora de histórias e roteirista, e não como fofoqueira, que realmente não é a minha profissão.
E poder dizer “eu sou boa” em algo, porque eu não sou boa em tudo, tem 1000 coisas aí que eu sou péssima… Mas poder dizer que eu sou uma boa contadora de histórias, eu sou uma boa roteirista e ter orgulho disso, querer ocupar o meu lugar de contadora de histórias e roteirista é uma luta, é uma coisa difícil para pessoas como eu, entendeu? Que vem de onde eu vim. Então é algo que eu não vou desistir e que realmente eu vou ocupar esse lugar, porque esse lugar é meu. Então, eu estendo esse desejo para vocês também em 2023, que vocês possam reconhecer no que vocês são bons e ocupar o lugar que é seu por direito. Cara, você faz isso, você, moça, você faz isso no seu trabalho, você é bom… E você às vezes não tem um reconhecimento ou não consegue ocupar o lugar que é seu de direito, então saiba que estamos na mesma luta. Eu sigo daqui tentando ocupar aí o meu lugar de contadora de histórias e roteirista e não de uma fofoqueira de internet como algumas pessoas tentam me reduzir.
Então é isso, gente, 2023 Tamo junto aí de novo… Eu daqui contando histórias para vocês, tentando emocionar vocês, fazer vocês chorarem um pouco e rir bastante e vocês daí também… Eu espero que vocês consigam alcançar tudo o que vocês almejam pra 2023, profissionalmente, no amor, na saúde, financeiramente… E vamos juntos. É isso. Um beijo e eu volto em breve.