título: flat
data de publicação: 25/02/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #flat
personagens: tatiane e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje vou contar para vocês a história da Tatiane. — Confesso que ela me contou essa história, assim, super rindo, mas eu fiquei apavorada. — Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Essa história é pré-pandemia, né? Ocorreu bem antes da pandemia. E a Tatiane estava numa balada, — uma balada super conhecida aí, super legal — e está lá dançando e botando a cara no sol, [risos] dando uma circulada e nã nã nã. E eis que ela vê um cara, um cara, assim, mega atraente, sabe? E o cara estava olhando pra ela. Ela falou: “Bom, vou dar um rolezinho, vamos ver o que rola aí”, aí olhou pro cara, sorriu e continuou a vida ali, foi tomar alguma coisa, foi dançar, ela estava com umas amigas e tal… E aí depois de um tempinho esse cara veio até a Tatiane, se apresentou e eles começaram a conversar, mas ela estava ali pra curtir, então eles trocaram telefone e nada rolou aquele dia. E aí as amigas já comentaram, né? “Nossa, o cara parece ser rico e tal”. — Porque ele estava, assim, meio vestido de rico, sabe? [risos] —
Passou um tempinho, o cara chamou a Tatiane ali no zap, eles começaram a conversar e o cara falou que queria levar ela para jantar e nã nã nã. E aí o cara realmente queria jantar com a Tatiane, buscou a Tatiane [efeito sonoro de campainha tocando] em casa e ele tinha um carrão, levou a Tatiane num restaurante chique, pagou tudo… Depois eles ficaram conversando ali no restaurante mesmo e ele deixou a Tatiane em casa. E, assim, a Tatiane disse que ali, naquele dia do restaurante, se ele quisesse algo mais, pra ela já estava ótimo. [risos] Mas ele só quis ali um encontrozinho pra comer e tal, aí quando ele deixou a Tatiane em casa ele deu um beijo nela… — Super, assim, uma coisa de príncipe, sabe? —
Mas, assim, a Tatiane disse que tinha um detalhe… Ele parecia estar meio apressado. — Então você vê como a gente já, sei lá, percebe algum sinal… A gente pode até não saber do quê, né? — Mas ele parecia estar meio apressado. Então o primeiro encontro foi esse… — E aí depois de mais uns dias eles continuaram conversando, né? E ele convidou a Tatiane pra tomar um sorvete. Isso já era, assim, se lá, sete horas da noite. Aí foram numa sorveteria, uma sorveteria bacana, — que, inclusive, tiraram o sorvete que eu gosto de banana do cardápio, fiquei arrasada… — e tudo bem, passou. Foi mais um encontro legal, mais uns beijos e só…
Aí o terceiro encontro, eles iam pra uma balada… “Não, porque vamos nessa balada, vai ser maravilhosa e nã nã nã” e foram pra balada. Era uma balada realmente de rico, assim, mas esse cara parecia que ele não conhecia ninguém. — Como é que eu vou explicar isso? — Era uma balada, mas era uma balada de alguém… — Sabe quando o rico faz festa que vira uma balada? Mas, assim, os ricos meio que conhecem, né? — E parecia que ele estava lá solto, assim, meio — sei lá — de penetra, mas não era penetra, porque ele tinha, realmente, o nome dele estava lá na lista pra entrar com ela. —Tipo, o nome dele e mais um. — E aí eles ficaram um tempo, — nessa balada — a coisa foi esquentando e aí a Tatiane falou: “Finalmente, né? Agora vamos… [risos]”. E aí eles saíram de lá e o cara falou pra ela assim: “Tem problema da gente ir até o meu flat?”
E aí Tatiane que já estava ali pronta para o abraço final, [risos] falou: “Não, lógico… Vamos, né?”. E aí foi e o cara morava num flat super chique aí e rolou tudo, assim, foi muito legal até… E eles passaram ali uma parte da madrugada transando e depois eles dormiram abraçadinhos. — Tatiane pensou o que? “Bom, de manhã vai rolar um café da manhã, de repente aí um repeteco e nã nã nã”. — E ela ficou por ali, dormiu, ele dormiu… Quando foi umas oito horas da manhã, a Tatiane acordou… E acordou e o cara não estava mais na cama. Aí ela levantou, foi até o banheiro, fez um xixi e tal… — E falou: “Ai meu Deus, já eu vou botar minha roupa, né? Sei lá se o cara tá na cozinha, onde que tá, né?” —
E aí, antes que ela pudesse botar a roupa, que ela saiu do banheiro, alguém entrou no quarto… E ela achou que era o cara voltando, ela estava botando a calcinha ali e já deu uma animada, né? Quando ela olha pra porta, gente… [música de suspense] Era um senhor totalmente aleatório chegando com uma mala… O cara tomou um mega susto, a Tatiane tomou um mega susto e o cara começou a gritar socorro… “Socorro, quem é você? O que você tá fazendo na minha casa?” [música de tensão] — Gente… — E ela acordando ainda, assim, naquela coisa da manhã quando você acorda e você ainda está meio sonolenta ali… E aí ela deu aquela despertada e também não conseguia entender o que estava rolando, tipo assim, quem é esse senhor, assim? Por que ele está falando que é a casa dele? O que está acontecendo?
E o cara estava gritando tanto, que veio gente… E, esse flat, tinha uma recepção… — Gente, veio até segurança… Eu vou dar uma resumida… — Mas veio polícia. — E agora vocês vão ficar em choque. Eu, pelo menos, fiquei… — Não se sabe como esse cara que tava com a Tatiane tinha conseguido entrar naquele flat, porque o cara não tinha… O dono do flat não tinha deixado a chave com ninguém, não tinha deixado autorização com ninguém, mas eles subiram, o cara tava com a chave, o cara abriu… Aí olharam nas câmeras, ninguém reconhecia o cara e a Tatiane lá… — Porque, né? Ela que estava na casa do cara… —
Mas ficou meio que explicado que ela estava com o cara. Que, tipo, o cara levou pra lá. E aí pegaram os dados dela lá pra prestar depoimento, mas nunca chamaram ela para prestar depoimento de nada… E quando ela foi chamar esse cara no WhatsApp, já tinha sumido tudo, assim, ele já tinha bloqueado ela e nunca mais ela viu esse cara na vida… E aí quem era esse cara? Como ele tinha a chave de um flat aleatório de um senhor rico X? Agora pensa se esse senhor rico entra no quarto, a Tatiane está ali dormindo e ele resolve se aproveitar? Mesmo sem saber de nada, assim? Ela dormindo nua ali na cama do véio… — Eu fiquei apavorado assim… —
E de onde saiu esse cara? Será que ele tinha dinheiro? Será que ele era um estelionatário? — Porque, assim, ele pagava quando eles saíam. — Eles saíram só para comer e tomar sorvete, mas ele pagou… E a única coisa que a Tatiane falou que parecia estranho assim é que ele estava sempre apressado. Então, será que ele fazia isso com carro também? O aquele que ele tava… Que a Tatiana também nem consegue lembrar se a era o mesmo carro todas as vezes, porque ela não se liga muito em carro, mas era sempre carro bom, assim. — Isso ela não sabe dizer, se era o mesmo ou se não era… — Mas o cara levou a Tatiane num flat que ela não sabe de quem era. — Quer dizer, depois ficou sabendo que era desse senhor aí. — Mas como ele conseguiu a chave, como ele conseguiu entrar, sei lá, né?
Não é assustador? Eu achei assustador… — Não consigo achar engraçado, assim… — Porque o desdobramento disso poderia ser horrível. — Poderia ser horrível. — Podia ser muito horrível… Então, essa é a história da Tati, ainda bem que ela está bem, né? Ela ficou muito chocada na época, com muito medo, ficou um tempo sem sair de casa, enfim… E passou. E nem se sabe se… Vai ver o senhor nem deu queixa, porque, aparentemente, não estava faltando nada… Porque a polícia perguntou para ele enquanto a Tatiana estava lá, né? “Está faltando alguma coisa?” e ele falou que, assim, olhando assim não estava faltando nada… O que vocês acham, gente? Quem será que era esse cara? Será que era um golpista? Será que ele conhecia alguém do flat? Será que ele, sei lá, estava querendo dar o golpe nesse senhor? Será que ele só arrumou um apartamento para levar a Tatiane? Não é estranho? Eu achei, assim, surreal…
[trilha]Assinante 1: Oi, Déia, oi, gente, aqui é a Catarina, moro em Portugal. Poxa, esse parece ser caso pensado de estelionatário talvez, alguém que trabalhe no próprio flat ou que conhece, realmente, o senhor, por que como ele iria saber que aquele flat estaria vazio, mas não estaria vazio pela manhã? É alguém com informação privilegiada. Pode ser ter um motorista, manobrista de algum restaurante que o velho frequenta, sei lá. E, pelo jeito, a menina foi a oportunidade, tipo, se não fosse ela, seria uma outra mulher que iria cair na pala, entendeu? Que ele também teria que saber qual o nome da balada… Ainda tem essa… Então é alguém que fez muita pesquisa antes e que deve viver disso, inclusive.
Assinante 2: Oi, Déia, oi, Tatiane… Aqui é o Vitor de Manaus. Mulher, que sorte você teve, hein? E se esse cara tivesse armado? O susto que ele teve poderia ter um desfecho totalmente diferente, mas que bom que deu tudo certo. Pelo desfecho até o momento, provavelmente esse cara tinha alguma relação com esse senhor, porque se ele realmente estivesse preocupado com uma invasão no apartamento dele, ele teria investigado mais e com certeza alguém teria entrado em contato com você. Provavelmente ele tinha alguma relação, esse cara tinha a chave do apartamento… E fica de alerta, né? Já ver que o cara tá com uma situação estranha, está se comportando de uma maneira errada, já grava tudo, já tira print, tira foto, porque a gente realmente nunca sabe o que esperar de alguém, mas que bom que deu tudo certo e bola pra frente.
Déia Freitas: Vamos comentar sobre lá nosso grupo… Se você ainda não está no nosso grupo, entra lá no Telegram, joga na busca “Não Inviabilize” e vamos falar dessa história porque, assim, eu fiquei uns dias pensando nisso, sabe? Tipo, parada assim… Gente, e o cara? Que é esse cara? Chocada. Um beijo, gente, eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]