Skip to main content

título: perigo
data de publicação: 07/01/2023
quadro: férias na zona morta
hashtag: #perigo
personagens: stefany e um cara

TRANSCRIÇÃO

Este episódio possui conteúdo sensível e deve ser ouvido com cautela.


[vinheta] Especial de Férias Não Inviabilize. [vinheta]


Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do nosso Especial de Férias. E hoje vou contar pra vocês a história da Stefany. Essa história pode despertar alguns gatilhos, então muita atenção, ouçam com cuidado. Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]


Stefany conheceu o namorado, — numa balada — o relacionamento engrenou, eles começaram um namoro firme e, quando ela estava fazendo um ano de namoro, pintou a oportunidade da primeira viagem de férias do casal. Era também férias de janeiro… Esse cara — namorado de um ano de namoro da Stefany — tinha alugado um chalé pra eles passarem uma semana romântica, uma semana só os dois. E aí a Stefany ficou muito feliz, muito animada com a ideia e ela estava ali com seus 24 anos, morava já com uma amiga — porque ela fazia faculdade e tal — e ela avisou a amiga, avisou a família também que ela ia viajar e tal, os planos, onde era o chalé, foto do chalé e nã nã nã… Chegou o dia, [efeito sonoro de carro dando partida] a Stefany, junto com o namorado, foi aí viajar para esse chalé.


Chegando lá… Ela foi de carro com o namorado, ele dirigindo o carro dele. Chegando lá nesse chalé [efeito sonoro de freio de mão sendo puxado] era um lugar, assim, que tinha uns chalés tipo Campos do Jordão aqui em São Paulo. Quando ela entrou no chalé com o namorado… [efeito sonoro de tensão] Ela deu de cara com dois rapazes… Dois rapazes que ela já conhecia, que eram amigos do namorado da Stefany. [efeito sonoro de tensão] Só que quando a Stefany entrou e viu esses dois rapazes lá, primeiro que o combinado não era esse, né? — O combinado era um passeio romântico e em nenhum momento foi dito pra Stefany que dois amigos homens do namorado dela estariam no pequeno chalé. Um chalé, tipo, estilozinho loft, assim, tudo num ambiente só. Então eles não teriam privacidade nenhuma com dois colegas lá. —


E quando ela entrou no chalé, ela viu esses dois caras, a nuca da Stefany arrepiou toda… Ela teve uma sensação muito ruim e ela já virou para o namorado e falou: “O que está acontecendo?”, ele falou: “Ah, de última hora… Eles quiseram vir e tal, tem problema pra você?” e a Stefany não tinha o que falar ali na hora, ela ficou quieta, mas o jeito que os três estavam se olhando e olhando pra Stefany era um jeito que ela nunca tinha visto o namorado olhar pra ela. Era muito estranho. E aí foi dando uma sensação ruim… Eles chegaram de manhã nesse chalé, tinha um monte de coisa pra você fazer, se quisesse fazer passeio e tal, tinha a administração, que ficava um pouco mais longe ali dos chalés… E que tinha tipo um salão pra você tomar o café da manhã, enfim, um lugar um pouco mais separado.


E a Stefany não sabe dizer bem ao certo, mas algum alerta dentro dela, algum alarme ligou. Então ela começou a ficar… — Isso no primeiro dia, hein? Que ela estava ali, algumas horas. — Ela começou a ficar incomodada, uma sensação ruim… E ela não queria ficar lá dentro do chalé… Uma hora ela abriu, deixou a porta do chalé aberta e os caras ali conversando e tal… Até que, em determinado momento, um desses rapazes falou: “Ah, Stefany, você não quer botar uma roupinha mais à vontade?”. — Um papo totalmente, assim, que ela nunca deu abertura. — E aí ela fingiu que não ouviu, foi indo para a porta do chalé e falou: “Ah, eu vou tomar um ar aqui e tal”, deu risada. Mas ela estava se sentindo muito mal… Só que ela não tinha… Sabe quando você não pensa no você pode fazer pra sair daquilo? O ideal era você sair correndo, gritando mesmo… Se você se sente numa situação de perigo, gente, grita, pede socorro mesmo. Sabe? Não importa se vão achar que “ah, você tá exagerando” ou “ah, você tá com vergonha”, não… Se você acha que você está com perigo, pede socorro, fala: “Gente, socorro…”, sai correndo. Mas ali na hora é difícil, né? —


Aí uma hora ela não tinha mais como ficar ali fora, eles estavam chamando e ela entrou no chalé e o namorado dela fechou a porta. A Stefany estava com uma sensação muito ruim, muito ruim. Ela não tinha comido nada, não tinha tomado nada… Ela não tinha nem desfeito a mochila dela, que ela tinha deixado do lado da porta. Quando o namorado dela fechou a porta e meio que pegou ela pelo braço e botou ela no sofá, a Stefany sentiu vontade de chorar, mas… Sabe uma sensação, uma coisa horrível… De repente, alguém bateu na porta… [efeito sonoro de batidas na madeira] Um dos rapazes abriu a porta e disse que não era ninguém, mas a Stefany via uma moça… Enquanto a Stefany segurava a porta aberta, a Stefany via essa moça… Era uma moça que a Stefany nunca tinha visto na vida. — Nunca tinha visto na vida mesmo… — E aí essa moça bateu na porta, a hora que a porta abriu, ela falou: “Stefany?”, a Stefany virou, ela estava sentada no sofá de costas pra a porta e era uma moça com uma roupa, um vestido… — Um vestido tipo basiquinho desses floridos na moda, sabe? Mocinhas que usam vestidos floridos, assim? Bem na moda. —


A Stefany falou: “Oi?”, a moça falou pra ela assim: “Pega sua mochila”, nesse tom… “Pega sua mochila”, e a mochila estava do lado da porta… Era o que Stefany precisava. A Stefany pegou a mochila e a moça saiu andando e ela saiu andando atrás da moça e ela entrou na administração e a moça entrou junto. E aí ela olhou pra moça e olhou pra a mulher que estava na recepção, e aí ela começou a chorar… Começou a chorar, chorar, chorar, sem parar. A mulher perguntava: “O que aconteceu, minha filha? O que aconteceu?”, aí a Stefany falava assim: “Pergunta pra ela, pergunta pra ela”. — Porque a moça tinha tirado ela de lá do chalé, né? — E aí a senhora falou assim pra ela: “Pra ela quem? Pergunta pra quem? Com quem você está falando? De quem que você está falando? O que fizeram com você?”, e a moça estava do lado da Stefany… Só que aí só quem via a moça era a Stefany. E aí, chorando muito, a Stefany conseguiu falar que achava que o namorado dela e os dois amigos iam fazer algum mal pra ela, se ela pode ligar para os pais e para algum amigo, enfim… E ela acabou ligando para umas amigas e as amigas foram buscar a Stefany. 


Enquanto a Stefany estava ali na recepção, nem o namorado e nem os dois amigos, ninguém foi atrás dela na recepção… Aí muita gente depois quando a Stefany contou, falou: “Poxa, mas você não deu queixa?”. — Não tinha do que dar queixa, nada tinha acontecido… Era tudo uma sensação, uma coisa estranha. — E aí essa moça ficou junto com a Stefany até as amigas da Stefany chegarem. E a Stefany ainda falava: “Vocês estão vendo? Vocês estão vendo?”, porque ela ficou totalmente, assim, abalada… Não parava de chorar e tal, e aí ninguém estava vendo. E a moça não falou uma palavra, só falou: “Stefany” aquela hora que chamou a Stefany pra pegar as coisas e sair e não falou mais nada, nada, nada, nada… E aí, quem era essa moça? Um anjo, né? Era um anjo essa moça, não era? — Gente… — Quem vocês acham que era essa moça do vestido florido? Eu nunca duvido da nossa sensibilidade, assim, dos alertas internos que a gente tem. Às vezes a gente deixa passar, a gente sabe que tem alguma coisa, mas a gente deixa passar. Eu não duvido dos alertas, então eu não duvido que a Stefany realmente estivesse em perigo, né? Ela sentiu isso. Mas quem era essa moça que apareceu do nada e ninguém via essa moça, só a Stefany?


A Stefany falou que ela não parecia transparente, nada assim, como se fosse de carne e osso mesmo. Só que a Stefany não tocou na moça, nada… Mas não parecia um fantasma, nada… Parecia uma a moça mesmo, só que ninguém via, só ela via. Será que existiu essa moça? Ou será que foi, sei lá, um mecanismo de defesa da Stefany que ela criou na hora ali e materializou essa moça aí na cabeça dela pra poder escapar? O que vocês acham? 

[trilha]

Assinante 1: Aqui é a Raquel, que fala de Portugal. Meu Deus, Stefany… Eu acho que eu comecei a sentir uma agonia quando os amigos do teu namorado chegaram no chalé, do nada, e estavam te olhando com uma cara muito esquisita. Acho que de lá, a partir desse momento, eu já teria saído correndo, porque eu sozinha com vários homens num chalé… Não vejo coisa boa. Essa moça do vestido florido te salvou. Eu não sei se ela é um anjo teu, como a Déia disse, ela pode ser um anjo, pode ser um guia espiritual teu, ou pode ser só uma pessoa que sofreu a mesma coisa dentro do chalé e morreu e tá lá há um tempo e não queria que acontecesse contigo. Fica bem, Stefany. Um beijo. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é Cristina, eu falo do Rio de Janeiro. Nossa, estou bem impactada com essa história… E eu acredito piamente que ou foi um anjo ou foi o anjo da guarda, ou o espírito protetor dela, né? Da Stefany, que veio ajudá-la. Não tenho a menor dúvida… Já ouvi muitos casos assim e eu não tenho a menor dúvida de que com certeza foi um anjo, um espírito amigo que veio ajudar a Stefany. Fiquem com Deus e é muito bom ouvir a intuição mesmo, né? A Stefany que o diga. 

[trilha]. 

Déia Freitas: Amanhã eu volto com mais uma história, gente. Um beijo e até amanhã. 

[vinheta] Especial de Férias é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.