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título: voltei
data de publicação: 02/03/2023
quadro: luz acesa
hashtag: #voltei
personagens: celina

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje cheguei pra um Luz Acesa. Eu vou contar pra vocês a história da Celina. Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]


A Celina agora está com 40 anos. E ela casou, separou, optou por não ter filhos e tal e foi seguindo a vida dela. Celina, filha única… A mãe dela mora numa outra cidade, longe de Celina, e o pai da Celina faleceu quando a Celina tinha oito anos. Então, gente, é muito, muito, muito tempo, assim… Ela nem pensa mais no pai, enfim… E como era essa infância de Celina? Celine e a mãe moravam com este homem, né? — Com o pai de Celina. — E ele era um cara muito agressivo. Muito áspero com elas e tal —por exemplo — quando ele estava em casa, a Celina não podia brincar, não podia falar… Era silêncio total. Ela tinha que ficar em silêncio, a mãe tinha que ficar em silêncio… E, enfim, ela teve uma infância péssima, até que ele morreu. A partir do momento em que ele morreu, a vida das duas melhorou muito assim, porque não tinha mais aquela violência em casa, não tinha mais aquela opressão e tal, e elas conseguiram tocar a vida de uma maneira mais leve.


A mãe da Celina não se casou de novo, então sempre foi só as duas. E agora que estava tudo bem assim, né? Elas foram vivendo e tal e esqueceram desse pai, desse marido… Como que o pai da Celina morreu? Ele morreu assassinado em um bar. Ele foi esfaqueado numa briga de bar, e morreu. E a Celina disse que foi ótimo… — Foi ótimo pra elas assim, né? Que ele era realmente um cara mau. — Bom, o tempo passou, Celina separou, sempre convicta em não ter filhos. — Então, ela tinha um namorico ali, um namorico aqui… — E quando Celina fez 40 anos, Celine descobriu ela estava grávida… — Aos 40 anos. — E aí ela ficou super preocupada, né? Falou: “Nossa, eu já estou numa certa idade pra ter filho e tal”, fez o acompanhamento, enfim… Nasceu ali uma menininha. [efeito sonoro de bebê chorando]


Então, ali com quase 41, a Celina foi mãe. E aquele primeiro desafio, né? Você acabou de Paris e aí tem que amamentar, não tinha leite, aqueles perrengues… — E a mãe dela veio da cidade que morava pra ficar com a Celina. — E, quando a mãe dela viu ali a bebezinha, ela falou: “Nossa, meu Deus, ela é a cara do seu pai”. [efeito sonoro de tensão] Celina falou: “Nossa, não, imagina… Isso é um bebê, de dias… Não tem como ser a cara daquele senhor, né?”. [efeito sonoro de tensão]E aí a mãe da Celina falou: “Não, é a cara do seu pai”. E aí passou, o tempo foi passando, essa criança foi crescendo… Quando essa menininha estava com quatro anos, foi a primeira vez que ela disse pra Celina como ela tinha morrido… Uma criança de quatro anos, filha de Celina, virou pra Celina e falou: “Olha… Mamãe, quando era outra vida, eu estava num lugar cheio de mesas e garrafas e eu senti espetar as minhas costas”. — Uma criança de quatro anos… —


Ela falou: “O que? O que você assistiu? O que você está vendo?”. — Porque ela nem associou ao fato, né? — E aí a criança começou a descrever uma maneira como ela tinha morrido e que, a partir do momento em que ela caiu no chão, ela se viu em um lugar muito escuro e que ela passou muito tempo nesse lugar escuro, que era um lugar feio… — E isso a Celina falou que a filha dela estava contando, assim, quase chorando… — E que depois de um tempo, que essa criança não soube dizer, ela foi pra um lugar que parecia uma escolinha. — Ela não sabe explicar, mas era uma escolinha com cama. — Então, a Celina acha que ela está tentando falar de um hospital, sei lá… —Porque ela nunca ficou internada, ela nunca foi num hospital. Ela só foi em posto de saúde tomar a vacina, a filha da Celina. Inclusive, tomem vacinas. Tomem todas as vacinas e vacinem aí suas crianças pelo SUS gratuitamente. Viva o SUS. —


A partir desses quatro anos, essa menininha começou a contar histórias de uma vida anterior que ela tivesse tido e que batia muito com as coisas do pai da Celina. E ela começou a ter trejeitinhos ali que lembravam muito o pai da Celina, um homem que a Celina abominava e tinha medo. E Celina começou a achar que o pai dela tinha reencarnado na menininha… E aí ela ficou em pânico. Falou: “Meu Deus do céu, eu não quero conviver com esse homem”. Deu uma pirada, entrou na terapia e colocou a menininha também com uma terapeuta infantil ali, uma psicóloga, pra ver o que estava acontecendo. Então, ali dos quatro até os oito, ela falava sempre de coisas dessa vida dela passada. Quando essa menininha fez oito anos… — A gente pode chamar essa menininha de Jéssica. —

Quando Jéssica fez oito anos, ela virou pra a mãe e Falou: “Bom, agora eu não preciso mais te contar nada da minha outra vida”. E aí a Celina foi ali conversando com ela e ela deu a entender que as coisas que ela estava falando ali eram coisas que falaram pra ela. A Celina falou: “Mas foi você que viveu essa outra vida?”. Ela falou: “Não, eu tô te contando as coisas que me contaram”. E aí a Celina ficou na dúvida se a filha seria uma reencarnação do pai ou seu pai estava falando com a filha dela. E Celina cada vez mais achando que estava enlouquecendo… Até que um dia, a Celina durante a madrugada, ouviu um barulho no quarto dela… [efeito sonoro de porta abrindo] Ela e a filha dormiam no mesmo quarto. Ela ouviu um barulho no quarto dela, ela numa cama de solteiro, a menininha na outra cama e, quando ela abriu os olhos, ainda no escuro, ela conseguiu ver a figura do pai dela na beirada da cama da filha dela… [efeito sonoro de tensão] Parado, olhando.


E aí a Celina começou a respirar mais fundo e tentando ficar imóvel, mas ela não conseguiu e ela sentou na cama e olhou direto pra ele. E, quando ela olhou pra ele, ela falou que era sem som, mas ela conseguiu ouvir a voz dele na cabeça, dentro da cabeça dela. Ele falou: [efeito de voz grossa] “Eu voltei”. E aí a Celina ficou apavorada. Ela não sabe se dali foi um sonho, o que foi… Ela levantou, deu um pulo da cama, acordou a filha… A filha estava dormindo, tranquila assim, sem nada. E ela pediu pra a filha fazer uma oração, elas fizeram, enfim, passou… Só que a partir daí, ela agora sempre vê o pai dentro da casa dela, sempre perto da filha dela. Nada mais aconteceu, ela não vê nada cair… Nada. Ele não se manifesta de nenhuma forma.


A filha diz que não tem mais nada pra contar pra ela… Ela já perguntou pra filha se a filha vê alguém e a filha falou que não. E só ela vê o pai dentro daquela casa e ela contou para a mãe… E agora a mãe tem tanto pavor desse homem, que ela não vai mais lá na casa, não vai visitar mais a Celina, porque tem medo de… Ela acredita na Celina e tem medo de encontrar esse homem também na casa da Celina. Celina já procurou até um psiquiatra e ela fica na dúvida se ela está escutando as coisas… — Porque às vezes ela escuta o pai falar uma coisa ou outra e vê o pai, mas ela escuta dentro da cabeça dela. — Então ela pensou: “Será que eu estou, sei lá, com uma questão mental aí pra tratar e tomar um remédio e tal?”. Mas o psiquiatra não passou nada pra ela, disse pra ela continuar na terapia. Meio que não duvidou dela também assim, né? Ela teve três encontros com o psiquiatra e ele não achou que ela precisasse de nenhum medicamento, nada.


Então, assim, o cara também sabe o que ele está fazendo ali… E agora está assim. Por um lado, ela se sente feliz que a filha não é uma reencarnação do pai, mas, por outro lado, o pai dela de alguma forma voltou de algum lugar e está ali praticamente grudado na filha dela e ela não sabe o que fazer. Então, a Celina escreveu pra gente pra contar isso e pediu uma ajuda, sei lá, uma luz assim, do que ela pode fazer. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Nayara de São Paulo. Celina, eu não sei como você está lidando com essa questão, espiritualmente falando, mas eu acho que você poderia procurar um lugar que você se sentisse à vontade em relação à espiritualidade para que você consiga uma ajuda e para que você libere, se realmente for o espírito do seu pai que está por aqui, para que ele vá embora e não fique em cima de você, da sua filha assombrando, né? Não sei como que você lida com isso, se você tiver alguma dúvida… Não chega abrindo de cara, não fala tudo para você também não criar dúvidas na sua cabeça, sabe esse tipo de coisa? Chega no lugar, pede uma orientação, esse tipo de coisa para que você se sinta bem e para que o seu pai vá para um outro lugar e não ficar nesse plano assombrando vocês. Tá bom? Um abraço. 

Assinante 2: Oi gente, aqui é Amaby de Carpina, Pernambuco, eu estou aqui com a minha mãe que vai falar sobre essa história para vocês. 

Mãe da Assinante: Oi, Déia… É o seguinte, Celina, eu acho que você deveria procurar uma casa espírita, porque lá você vai ter acolhimento, vai ter amor e abraçar também essa história que você está vivendo com o seu pai. Possa ser que ele queira o perdão, tanto o seu como da sua mãe, para ir para um lugar melhor. Eu acho que é como se ele tivesse vagando aqui na terra. Ele veio através da sua filha para pedir o perdão, entende? Então, a Casa Espírita é uma casa de amor, de caridade, de paz… Eu acho que você vai ser bem acolhida. 

[trilha]

Déia Freitas: Já tem um tempo que a filha de Celina acorda durante a noite… — Tipo sonâmbula, assim, levanta e sai andando a Celina agora até tranca a porta do quarto e tira a chave, porque a menina do nada ficou sonâmbula. — E aí também Celina já procurou o médico, a menina continua na terapia, mas aparentemente parece tudo espiritual. Então, comentem lá no nosso grupo do Telegram. Sejam gentis. Ela está lá no grupo, né? Então sem gentis com ela. E um beijo, eu volto em breve.

[vinheta] Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.