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título: mão leve
data de publicação: 27/04/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #maoleve
personagens: thamires e uma moça

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — Quem está aqui comigo hoje, de novo, é a Deezer, que eu amo. Se você pudesse conhecer o gosto musical de alguém que você admira, como seria isso? — Não seria incrível? — Bom, a dizer acabou de lançar o podcast A Playlist da Minha Vida, apresentado pela tudo, pela diva Fernanda Torres. E Fernanda Torres conversa com grandes nomes da música, do cinema, da literatura, da ciência, da política sobre a trilha sonora da vida de cada um aí, baseado nas suas experiências e nas suas memórias marcantes. — E, gente, só pode escolher 12 músicas, então é um trabalho muito difícil para escolher. —


Eu vou voltar aqui e bater na tecla dos três episódios que eu ouvi até agora, a playlist da Marisa Monte é, assim, impecável… E elas conversam sobre tudo, até sobre O Primo Basílio, que é um grande Picolé de Limão e a experiência da Marisa Monte na Itália, enfim… As músicas que ela… Olha, não tem nem o que dizer, assim, o papo das duas… E elas são amigas, então, assim, tem muitas memórias, muitas lembranças da Fernanda Torres nos mesmos ambientes, fazendo coisas na mesma época, então é muito gostoso de ouvir Marisa Monte e Fernanda Torres conversando.

Gilberto Gil abre a sua playlist com Gonzagão. — Não tem nem o que dizer, né? — E passeia por tudo e acaba lá nos Beatles, assim, fecha a playlist dele com Beatles, de uma maneira emocionante demais. Gilberto Gil, te amo. [efeito sonoro de beijo estalado] A entrevista que eu mais gostei, do D2… — Cara, D2, né? O cara é sensacional. — Poxa, me emocionou demais. Ele ficou emocionado também contando do Skank… E o Skank não a banda, né? O fundador do Planeta Hemp junto com o D2, e de como foi a morte do Skank e tal, que eles estavam começando a entrar no auge ali e tal, fazendo shows e ele se emocionou bastante. — Cara, é foda… D2 é foda. —

Façam essa ordem que eu fiz e depois ouçam os outros:Mmarisa Monte, Gilberto Gil e D2, o meu próximo da lista aqui já tá a Pabllo, — queridíssima, te amo. — já vou ouvir. E é louco que, por exemplo, no episódio do Gilberto Gil, você começa a saber da música da época dos pais do Gilberto Gil, então vai lá de 1940, sabe? Pra cá… De música. Marisa Monte também volta lá atrás, sabe? Da musicalidade dos pais. Gente, uma coisa legal que a Fernanda Torres pergunta, — eu não sei se isso tava no roteiro ou se ela fez uma vez e depois ela começou a fazer em todos, porque da Marisa Monte não tem — ela pergunta qual é a música que você gostaria que tocasse no seu velório, eu achei sensacional. 

E fiquei pensando: “Que música que eu gostaria que tocassem no meu velório?” e acho que no meu velório eu queria que tocasse Bastidores na voz do Cauby Peixoto. — É isso? Bem dramática, assim, pra ir embora bem no drama, assim, acho que era isso que eu queria. [risos] — Acho que eu nem queria velório. — Não, queria, pra ter Cauby? Queria… Quero, né? Porque essa hora um dia chega pra todo mundo. — Então, Fernanda Torres trouxe isso da música do velório… Tô louca pra saber se tem em todos agora, da Marisa não tinha. — Eu amei, gente, sério… — Amei tudo. Vou deixar o link aqui na descrição do episódio, vocês tem que ouvir esse podcast, A Playlist da Minha Vida. E hoje eu vou contar para vocês a história da Thamires. — Essa história é pré pandemia. — Então vamos lá, vamos de história.


[trilha] 


A Thamires sempre foi uma mocinha aí que não gostava muito de sair. Então tinha ali as amigas dela e tal, sempre chamando pra uma baladinha, e Thamires raramente ia, só que chegou um dia que ela estava a fim e as amigas iam para uma balada lá X, na Festa do Pônei e ela falou: “Poxa, na Festa do Pônei eu vou. Quero ir na festa do Pônei, faz tempo que eu não vou lá. É um lugar que eu gosto de frequentar. Vou lá na Festa do Pônei”. [música animada ao fundo] Chegou lá na Festa do Pônei, ela foi com quatro amigas… E as amigas dela são bem comunicativas, assim, né? Então elas se arrumaram lá… [risos] Cada uma ali arrumou alguém e sumiram pro canto. E Thamires ficou ali no bar, tomando uma bebidinha e apreciando a música. — Ela por ser mais tímida, estava acostumada a ficar mais sozinha nas baladas, né? —


E quando ela olha lá no canto do balcão, tem uma moça muito, muito, muito gata olhando pra ela. E Thamires: “Ué?”, olhou pra trás, [risos] tipo, para ver se não tinha alguém atrás dela, né? Que a moça estava olhando. E a moça viu que ela olhou pra trás e riu, tipo, falando “não, eu tô olhando para você mesma, né?” e Thamires ficou super sem jeito, desviou o olhar ali… Quando ela foi olhar de novo pra moça, a moça já estava do lado dela. [risos] E a moça era muito, muito, muito bonita… Muito bonita. E Thamires tinha acabado o relacionamento de quatro anos com uma moça que foi péssima pra ela e tal, então ela estava meio ainda fragilizada, sabe? “Essa moça gata desse jeito olhando pra mim? Não é possível, né?”. E ela não conseguia… Muito tímida, ela não conseguia puxar assunto. E aí a mocinha — essa moça gata — puxou assunto. 

E aí elas começaram a conversar, né? Sobre tudo. Primeiro sobre a balada, depois sobre o que uma fazia, o que a outra fazia e nã nã nã, se estudava, se trabalhava, com quem morava… — Meio que quase um interrogatório ali, né? — E, pra ir nessa balada, a Thamires levou o RG, o cartão de crédito, um dinheiro e a chave do portão da casa dela tudo num porta… — Sabe um porta cartão, assim? Menorzinho… Pensa numa carteira pequenininha, era uma carteirinha… — E colocou no meio dos peitos, porque ali estava segura, ela estava numa balada lotada e tal, né? E ela ali conversando com a moça, conversa vai, conversa vem, animadas e ela com a comanda no bolso, a comanda era um outro cartãozinho, então ela botou a comanda no bolso. Em certa hora lá, a moça bonita falou pra Thamires se a Thamires pagava uma bebida pra ela. Thamires já ficou meio, assim, falou: “Puts, como assim, né?”, mas pagou uma cerveja pra a moça ali e elas continuaram a conversar. 


Até que a moça foi pra cima de Thamires e deu um beijo em Thamires. E Thamires falou que, além de linda, a moça beijava muito bem, muito bem… E aí começou ali uma pegação, elas estavam no balcão do bar, né? E essa moça gata foi, tipo assim, puxando a Thamires pela mão até um lugar, assim, mais escuro pra continuar a pegação ali com mais privacidade. E assim foi feito… Uma pegação, uma pegação doida. E aí elas ficaram uma meia hora ali na pegação, a Thamires já super feliz, falou: “Nossa, né? Meu Deus, uma moça maravilhosa dessa e tal, bom papo e nã nã nã”, já empolgada, né? Pensando, palavras de Thamires… “Pensando em casar e adotar criança”. [risos]—  Ê, Thamires… [risos] — Quando a moça falou pra ela assim: “Olha, eu vou até o banheiro e já venho”. E aí a Thamires falou: “Ah, tá bom”, né? E ficou ali meio atordoada, meio assim, já semi gostando — [risos] Ô, Thamires… — da moça gata. 


E deu meia hora, 40 minutos uma hora e nada da moça voltar do banheiro. Bom, Thamires pensou: “Ela ficou comigo, não gostou e me deu um perdido”. E aí Thamires ainda deu uma procurada na moça ali pela balada e tal e não achou. Quando a Thamires botou a mão no bolso atrás pra pegar o celular pra avisar às amigas que tinha ficado com uma moça gata e tal e que agora a moça tinha sumido, cadê o celular? — Não tinha mais celular… — Quando ela botou a mão no meio dos peitos, tipo, “meu Deus, minhas coisas”, cadê a carteirinha? Não tinha mais carteirinha… Quando ela botou a mão no outro bolso da calça pra pegar comanda, cadê a comanda? Não tinha mais comanda… — Gente, a moça gata roubou tudo da Thamires… — E roubou tudo no meio da pegação. Olha que mão leve… A Thamires disse que não notou, não notou… Então, assim, sei lá, a moça pegou nos peitos dela ali e a hora que pegou já pegou a carteirinha, foi pegar, sei lá, na bunda de Thamires já pegou o celular e a comanda só sabe Deus… [risos] Ela pegou tudo da Thamires. 


Aí a Thamires ficou desesperada, começou a correr e procurar as amigas ali na balada, não achava ninguém… Foi até o balcão do bar e o cara que estava ali viu que elas ficaram bastante tempo, né? E falou, falou: “Olha essa mina me roubou”. E aí, nesse tempo que ela tinha ficado esperando a moça gata, a moça gata tinha passado várias bebidas, várias coisas na comanda de Thamires, só que ninguém achava mais a moça gata… Moça gata já, ó, tinha ido embora. E ai a Thamires não achava as amigas, resolveu sair de lá… O barman emprestou o telefone pra ela fazer uma ligação, ela ligou pro pai dela, o pai dela veio buscar… Eles tiveram que ir fazer o B.O. e o pai dela ficou com ela, do lado dela enquanto ela fazia o B.O…. [risos] Ela teve que contar que ela tava se amassando lá com a moça e tal, né? E ela falou que foi a pior parte, enfim… E aí bloqueou as coisas e tal, não tinha dado tempo ainda da moça gastar no cartão, mas a comanda da Thamires ficou lá em aberto na balada. Ninguém segurou ela na balada, mas ficou lá em aberto pra ela voltar e pagar. Quase 700 reais e ela teve que pagar a comanda. 


E aí ela pagou a comanda e tal… E depois acharam, lá dentro da balada, a carteirinha da Thamires só com o RG. Então, a moça pegou o dinheiro, o cartão… Ah, a chave também estava ali dentro da carteirinha. Gente, a moça mão leve… — Como pode? — Thamires já pensando em casar com a moça [risos] e a moça roubando ela de tudo quanto é jeito. Eu fiquei em choque, em choque… Porque, assim, as coisas não estavam lá numa bolsa, que alguém enfiou a mão na bolsa… Não, estava no corpo da Thamires e a moça conseguiu levar tudo, tudo… Thamires do céu, estou chocada… [risos] 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou Rafa aqui de Belo Horizonte. E, Tamires, eu estou chocada com você, porque sapatão, não pode ter um minuto de paz, não pode nem ter uma pegação de leve, tranquila… Tem que ter tudo furtado… Enfim, espero que você fique bem, espero que às suas próximas pegações você não esteja com nada [risos] que possa ser furtada. [risos] E é isso, um beijo, Déia, um beijo, pessoal. 

Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, eu sou a Flávia, falo de Curitiba, no Paraná. Thamires, tudo o que eu tenho para te dizer é: Sinto muito. Espero de verdade que o amasso tenha valido a pena, porque essa era uma situação que não tinha o que você pudesse fazer. Infelizmente é coisa que a gente está sujeita e pode acontecer. Na dúvida, quando a esmola é demais, desconfie, porque pode ser que dê alguma roubada. E aí, por último, a última coisa que eu tenho para te dizer de conselho é: Tenta ver essas bolsinhas que a gente coloca de elástico no corpo ali, bem atrás, no cós da calça mesmo, sabe? Que, em geral, essas bolsinhas de guardar dinheiro, quando a gente vai viajar, fica coladinha no corpo e tem um zíper… Ali eu acho que é bem provável que você não sinta que uma pessoa está tentando tirar alguma coisa. Sempre leva um dinheirinho a mais ali, porque esse pode ser o seu socorro numa situação de emergência. Tá bom? Fica bem, ótimas baladas para você e não desanima por causa disso. Um beijo. 

[trilha] 

Déia Freitas: Podcast A Playlist da Minha Vida vai ao ar toda sexta—feira exclusivamente na Deezer e é de graça. E no podcast os convidados escolhem 12 músicas que remetem aí suas memórias de infância, seus pais, amigos, como as suas relações começaram e terminaram… É muito bom. Ouçam e depois venham comentar comigo. E sem contar que tem Mafuá aí fazendo toda esse desenho de som impecável. Mafuá, te amo. Deezer, eu amei a parceria, me chama sempre. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.