título: banquete
data de publicação: 19/12/2022
quadro: especial de natal
hashtag: #banquete
personagens: rodrigo e vitor hugo
TRANSCRIÇÃO
[trilha] Especial de Natal Não inviabilize, da nossa família para a sua. [trilha]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para o nosso especial de Natal… — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Esse ano o nosso especial de Natal é patrocinado pela Coca-Cola. Serão cinco episódios, de hoje até sexta-feira que trazem aí o espírito natalino, homenageando famílias e amigos do passado e do presente. Lembrando das receitas familiares, memórias afetivas e tradições aí compartilhadas que unem gerações nas festas de Natal. Essas memórias aproximam as pessoas, mesmo que às vezes pareça impossível. — Sabe por quê? — Porque o Natal sempre encontra o caminho. E essa é a campanha de Natal da Coca-Cola desse ano. Celebrar a força e a magia do Natal para superar obstáculos e unir pessoas. E é disso que a gente vai falar aqui hoje, das lembranças, sabores, palavras, gestos, emoções que nos levam automaticamente a um momento da vida ou uma pessoa especial.
E hoje eu vou contar para vocês a história do Rodrigo e o Natal que ele escolheu passar longe da família. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]Em um determinado ano aí, o Rodrigo, que era do interior da Bahia estava estudando na capital… Ali pelo Instagram ele acabou conhecendo um rapaz aí. — Que vamos chamar de Vitor Hugo. — Vitor Hugo morando no Maranhão. Eles começaram a conversar, pintou um clima… — E óbvio que eles queriam se conhecer pessoalmente. — Os papos eram maravilhosos, a química online dele era muito boa e Rodrigo resolveu ir até o Maranhão para conhecer aí o Vitor Hugo. [efeito sonoro de avião decolando] O encontro deu super certo, eles se afinaram, gostaram um do outro, só que Rodrigo tinha que voltar ali pra Bahia e ele voltou… E resolveu que depois de um mês, ele voltaria novamente para o Maranhão pra ficar um pouco mais perto do Vitor Hugo. E assim ele fez…
E quando Rodrigo voltou pela segunda vez ali para encontrar o Vitor Hugo, ele conheceu uma pequena parcela da família de Vitor Hugo. — Quem era? — Sua tia Maria Eugênia, chiquérrima, e alguns primos. E tia de Vitor Hugo — Maria Eugênia — convidou o Rodrigo para passar o Natal com eles. Então o Rodrigo que pensava assim… — Como era o Natal na casa de Rodrigo? Era aquela festa, aquela zoada… Tinha briga de prima com o primo, era muita comida, o peru eles compravam dois meses antes ali, que era para pegar um preço promocional. [risos] Então era aquela algazarra que durava o dia todo. Começava dia 24 e ia até dia 25 aí, sabe Deus que horas. —
E aí Rodrigo pensou: “Vou passar o Natal com essa família sofisticada que está recolhendo super bem ou vai voltar para o Natal lá na casa da minha mãe? Que tem samba e forró à noite toda no último volume? No meio disso tem a oração da minha avó, a briga dos primos…” [risos] Mas com uma mesa ali muito farta, cheia de comida. Então o Rodrigo falou: “Olha, nesse Natal eu acho que eu quero aí viver essa experiência, né? Quero passar um Natal diferente. Diferenciado”. E aí Rodrigo resolveu aceitar o convite ali de Maria Eugênia e Vitor Hugo e passar o Natal com aquela nova família. Rodrigo então [efeito sonoro de telefone chamando] ligou para sua mãe ali, dona Marcineide, pra avisar que ele não passaria o Natal com eles lá no interior da Bahia, passaria no Maranhão com Vitor Hugo e sua família. Dona Marcineide de cara já falou: “Rodrigo, você tem certeza? Olha, a mãe está dizendo, você vai se arrepender. Nada é melhor do que a casa de mãe”. [risos]
Aí Rodrigo falou: “Mas, mãe, quero viver essa experiência e nã nã nã” e lá foi Rodrigo. [efeito sonoro de avião decolando] No dia 23 Rodrigo comprou a passagem e embarcou ali para o Maranhão, a caminho daquela nova festa de Natal para encontrar Vitor Hugo, a tia dele, enfim, toda a turminha. [risos] — E ele estava meio indeciso, né? Mas ele falou: “Pôxa, é um Natal só, quero viver essa experiência… — O Vitor Hugo foi buscar o Rodrigo e eles foram ali pra casa da tia, né? Dona Maria Eugênia. — Quando Rodrigo chegou na frente daquela casa… — Gente, era uma mansão… — Mas sabe mansão de filme? Era uma mansão de filme e instalaram ali o Rodrigo numa suíte enorme. — Enorme, assim… Ricos, ricos, riquíssimos, riquíssimos. — Os primos ali do Vitor Hugo e dona Maria Eugênia trataram o Rodrigo muito bem, ele foi muito bem acolhido. Então ele estava ótimo, né? Ele estava em choque com toda aquela riqueza, [risos] mas ele segurou a onda e fingiu costume. — Né? Tipo “apenas mais uma mansão”. [risos] Ê, Rodrigo… —
Ali naquela véspera o Rodrigo descobriu uma coisa que ele nem sabia que podia acontecer: A família não cozinhava a ceia, eles compravam, encomendavam, chegava tudo pronto… A não ser algumas sobremesas que a própria Maria Eugênia gostava de fazer ali com o auxílio de suas funcionárias, né? Só que a ceia vinha toda comprada, toda linda… E Rodrigo falou: “Ué, o pessoal não cozinha a própria ceia? — Porque já é o momento de todo mundo se reunir, aquela brigaiada de põe coisa na farofa, não põe, põe uva passa na farofa, não põe… [risos] Família isso, né? — E ali não tinha isso. Rodrigo falou: “Bom, que curioso, né? A vida aí como se estivesse num programa só de ricos. [risos] — E aí chegamos ao dia 24, noite ali da véspera de Natal e lá por volta das oito da noite, assim, todos foram para os seus quartos, suas enormes suítes, inclusive Rodrigo. — Que tinha ali a suíte que ele tinha sido instalado. —
Paa todo mundo tomar banho, se arrumar para descer para a ceia. [efeito sonoro de registro sendo aberto e água caindo] Rodrigo tomou um banho, aquele chuveiro que sai mais água aí que cachoeira, [risos] delícia… E foi se vestir. E aí Rodrigo pegou uma camiseta branca ali de uma loja de departamento, que a gente pode chamar aqui de Ponner. Botou uma camiseta da Ponner, uma calça ali preta que ele tinha e no pé ele botou um tênis surrado, um Pônei Star. — Tava ali basiquinho, tava bem arrumadinho, né? — Quando Rodrigo chegou na sala… As mulheres todas estavam de vestido longo, os caras todos muito bem arrumados, assim… Esporte fino. — Parecia uma formatura o Rodrigo falou. [risos] —
Aí ele já se sentiu mal, né? Porque estava ali com uma roupinha mais casual, né? Mas em nenhum momento ele não se sentiu acolhido ali, ninguém reparou e a festa seguiu. Rodrigo estava ali se sentindo numa novela das nove. Tinha uma música suave, que tocava ali ao fundo, às vezes um jazz, às vezes uma bossa nova. Rodrigo que estava acostumado com aquele samba alto, forró… Essa hora o forró já estava comendo. — Se fosse lá a família dele, né? — Ele ali com aquela música ambiente, e aí umas comidas que ele não entendia muito bem… Tipo, as entradas eram com mamão e melão, mas também tinha coisa salgada misturada. E ele foi ali experimentando aqueles sabores diferentes e todo mundo, assim, em pequenos núcleos, pequenas rodinhas e circulava um pouco, aqui e ali… Mas assim de boa, uma festa diferente do que ele estava acostumado, mas ele estava ainda ali explorando o ambiente.
Deu meia noite [efeito sonoro de fogos de artíficio] e foi servido ali para todos uma taça de vinho, todos brindaram, deram um Feliz Natal um para o outro e se recolheram. [risos] Todo mundo foi para suas casas ou subiu para sua suíte e acabou… A festa de Natal era isso, assim, naquela casa riquíssima, era isso. E aí Rodrigo falou: “Bom…”, pediu uns minutinhos ali para o Vitor Hugo e falou: “Eu vou dar uma ligada lá em casa pra desejar Feliz Natal”, porque ele sabia que aquela hora estava começando a festa ainda [risos] na casa da família dele. E aí a hora que a mãe dele atendeu, [risos] o Rodrigo começou a contar como tinha sido ali aquela ceia dele de Natal, como era a festa na casa dos ricos e tal, né? E que ele estava arrependido, que ele queria estar lá com a mãe e com a família… [risos] Aí dona Marcineide falou para ele: “Ah é, Rodrigo? Se arrependeu? Azar o seu, aqui a festa mal começou. [risos] Tamo aqui todo mundo muito feliz, de boa… Da próxima vez você escuta aí a sua mãe. Olha, a mãe te ama, boa noite, mas eu tenho que ir porque hoje é festa”. [risos] E desligou o telefone… [risos]
E aí o Rodrigo foi para o banheiro e chorou… Chorou, chorou, de saudades, de arrependimento… Ali queria estar com a família e tal… Porque no Natal da família dele tinha toda aquela bagunça, uma brigaiada, um cantando, outro orando, tudo misturado… Mas também era o momento onde eles ali se esquecem os problemas, as dificuldades e todo mundo brinca, dança, canta e ficam juntos, né? Então o Rodrigo sacou ali o que era o Natal pra ele, onde ele queria estar no Natal e o quanto ele amava aquilo. A família dele do jeito que sempre foi, né? As festas daquele jeito que duravam dias, enfim… O combinado era que o Rodrigo ficasse ali com o Vitor Hugo no Maranhão até o dia 27. Só que deu aí uma doideira no Rodrigo e ele deu um jeito de mudar a passagem dele para o dia 25, ali para aquele dia de Natal.
E ele realmente voltou para casa, tipo, largou o Vitor Hugo. — Por quê? — Porque ele podia pegar ainda uma parte da festa da casa dele. [risos] — 25 ali, né? Falou: “Vou pegar, a festa ainda vou pegar.” [risos] Amo… — E aí quando o Rodrigo chegou ainda estava ali uma mega festa. Ele abraçou, correu abraçar a vó dele, levou uma bronca de dona Marcineide, [risos] mas abraçou a mãe e estava aquela galera do barulho, o povo todo ainda cantando, dançando, comendo… E esse era o Natal do Rodrigo. E ele prometeu nunca mais passar um Natal longe de casa. Obviamente o relacionamento de Rodrigo e Vitor Hugo não foi mais pra frente e hoje o Rodrigo está casado, mora no Mato Grosso, está fazendo aí a sua segunda graduação e já deixou claro para o marido que agora ele vai voltar para a casa dele no Natal. — Vai passar as festas de Natal na casa dele. —
Rodrigo não vê a hora de voltar para a casa dele, para sua família do barulho… E nenhum banquete, nenhuma riqueza, nada nesse mundo paga o que ele tem ali com a família dele. Não é fofa a história do Rodrigo?
[trilha]Karina Vieira: Oi, pessoas, aqui quem fala é a Karina Vieira, eu sou redatora do Não inviabilize e nesse final de ano eu vim deixar uma mensagem para vocês. Que no Natal a gente esteja com o nosso coração em paz, com a nossa cabeça boa, com as nossas famílias e não só família de sangue, né? Os nossos amigos também podem ser as nossas famílias. Que na passagem de ano, a gente sabe o quanto 2022 foi difícil, a gente tenha um ano de 2023 infinitamente melhor do que esse que passou… Que a gente tenha mais equidade, que a gente tenha mais respeito, que a gente tenha mais amor entre a gente e as pessoas que nos cercam e que a gente consiga realizar tudo aquilo que a gente gostaria de realizar. Que o ano de 2023 seja infinitamente melhor para vocês e pra gente aqui do Não Inviabilize também. Um beijo e até o próximo ano.
[trilha]Déia Freitas: E essa é a primeira história do nosso combo de cinco histórias de Natal patrocinadas pela Coca-Cola. Eu vou deixar o link do filme da campanha O Natal Sempre Encontra o Caminho aqui na descrição do episódio. Um beijo, gente, e eu volto amanhã para mais uma história de Natal.
[vinheta] Especial de Natal é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [trilha]