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título: bia
data de publicação: 28/08/2023
quadro: alarme
hashtag: #bia
personagens: bia

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Atenção, Alarme. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais uma história do quadro Alarme, o quadro onde além de contar histórias, a gente presta aí um serviço à comunidade. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a Merck, farmacêutica líder em ciência e tecnologia que está fazendo 100 anos no Brasil. A Merck possui destaque em cuidados com a saúde em diversas áreas, como neurologia, imunologia, fertilidade, cardiometabolismo, endocrinologia e oncologia. E a Merck está promovendo um conteúdo educativo de conscientização sobre dois tipos de câncer: O câncer colorretal e o câncer de bexiga. Hoje a gente vai falar sobre o câncer colorretal — também conhecido como câncer do intestino grosso, cólon ou reto — e, antes da gente começar a história, eu quero destacar aqui para vocês que o diagnóstico precoce de câncer colorretal é uma das principais estratégias contra a doença, podendo aí fazer toda a diferença no tratamento e prognóstico do paciente. 

Então, gente, o diagnóstico precoce, fazer os exames certinho ajuda muito… Prestem atenção nos sintomas e sinais mais comuns do câncer colorretal são: Sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal — com alternância aí entre diarreia e prisão de ventre —, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente e alteração na forma das fezes. Você pode realizar um teste online que te auxilia na verificação da saúde do seu intestino e ajuda a identificar a necessidade de procurar um especialista. Então, veja bem o teste ele serve para ver se você precisa procurar um médico, tá? — Não é um teste para fazer diagnóstico, nada. — O teste não substitui um diagnóstico ou uma consulta médica, é só para saber: “Ih, melhor procurar um médico para tirar essa dúvida e tal”, eu vou deixar o link do teste aqui na descrição do episódio. Hoje eu vou contar para vocês a história da Bia. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Bia, com 22 anos, tinha acabado de perder o pai e o pai tinha falecido com câncer de pulmão. Ela estava cursando a faculdade de Direito, tinha conseguido um estágio ótimo no escritório que ela queria, estava também conhecendo mais e investindo em conhecimento na área de culinária japonesa, como sushi woman… Era uma época que ela saía em balada com as amigas, enfim… — 22 anos, né, gente? O auge da juventude. — Nessa época, a Bia reparou que ela estava tendo ali pequenos sangramentos ao evacuar, na hora de fazer cocô ela percebia que saía um pouco de sangue. Às vezes ela sentiu o intestino preso, né? E na hora de fazer força ali para fazer cocô, ela percebia que estava sangrando. Só que Bia foi levando… Até que um dia, sua irmã — na época a Bia morava com a irmã — viu ali sangue no papel higiênico no lixinho do banheiro e perguntou se a Bia estava menstruada novamente, porque ela tinha menstruado há pouco tempo e tal. 

E aí a Bia teve coragem de contar pra irmã o que estava acontecendo, que a hora que ela estava fazendo cocô tava saindo um pouco de sangue e tal e a irmã insistiu muito pra que a Bia fosse ao médico e praticamente pegou a Bia pela mão e levou Bia até um proctologista, né? — Pelo SUS aí, viva o SUS, ama SUS, respeitem o SUS, apoie o SUS. — Bia passou pelo médico, ele receitou uma pomada, um remédio pra ela tomar e fez um pedido de exame de uma colonoscopia. Bia não sabe por quê ela não seguiu nenhuma orientação e nem compareceu à colonoscopia marcada. Talvez pela falta de informação ou por se comparar com a mãe que havia passado por uma cirurgia de hemorróidas, mas a mãe tinha mais de 50 anos e tal… A Bia pensava assim: “Poxa, tenho 22 anos, eu sou muito nova… Não deve ser nada grave, nada pra me preocupar”. Bia esqueceu o assunto, não fez exame, não tomou remédio, não passou pomada, nada… 

Uns dois anos se passaram e o sangramento, que era só de vez em quando, passou a ser diário. E aí começaram a surgir outros sintomas… A Bia sentia uma dor e um inchaço abdominal, uma sensação, assim, de evacuação incompleta, sabe? — Quando você faz cocô parece que você não fez tudo, mas você não consegue fazer mais… — E a Bia começou a perder peso. Só que esse último item, a perda de peso, a Bia associou aí aos seus bons hábitos e tal. “Então eu estou ótima”, sabe? Até que um dia… [efeito sonoro de tensão] Bia, do nada, sentiu uma dor abdominal tão forte, mas tão forte, que na hora ela correu até o posto de saúde da cidade. Bia foi atendida e ela contou ao médico tudo que estava acontecendo, o tempo que ela tinha sangramento, que foi aumentando e nã nã nã e o médico acabou pedindo novamente o exame de colonoscopia, que a Bia não tinha feito lá atrás… 

Demorou um ano para ser realizado pelo SUS… No dia do retorno, a Bia foi sozinha ali, o médico imprimiu o resultado do exame ali na hora e começou a explicar para Bia o que estava ali naquele exame. E, Bia, agora com 25 anos, estava recebendo o diagnóstico de câncer. [efeito sonoro de tensão] Tudo ficou paralisado… O médico falava e ela não conseguiu ouvir, parecia que ela estava caindo, assim, num buraco… Vendo como ela estava em choque, o médico pegou a mão da Bia e disse: “Bia, eu estou fazendo aqui o encaminhamento com urgência para você para o Hospital do Câncer e você vai passar pelo tratamento e não desista. Vamos tratar, vamos fazer e tal” e foram essas palavras de incentivo aí do médico da Bia que ela conseguiu levar esse tratamento adiante. — Porque na hora você recebe a palavra “câncer”, você fala: “Meu Deus do céu”, né? É sempre assim…” e, a partir do diagnóstico, foi tudo muito rápido. 

Em três semanas, a Bia estava na primeira consulta com o oncologista e, após vários exames, o médico concluiu que o tratamento da Bia seria cirúrgico, sem quimioterapia e sem radioterapia antes. A primeira coisa que a Bia faria seria ali uma cirurgia no intestino. A primeira cirurgia da Bia foi por vídeo — videolaparoscopia — e, como esperado, correu tudo bem. Mais um dia antes da Bia ter alta, a sutura que fizeram ali no intestino da Bia se rompeu. Os grampos não aguentaram segurar ali o intestino que estava bem lacerado por conta do acúmulo de fezes e tal que o tumor tinha causado… E a Beatriz foi para cirurgia de emergência. Ela acordou na UTI e percebeu que estava de bolsinha. — Aquela bolsinha, a pessoa fica ostomiazada, que chama. — Um procedimento havia sido feito para ligar o intestino delgado, a parede abdominal e assim construir um novo caminho para a eliminação das fezes da Bia. 

Por mais que na consulta a Bia tivesse sido avisada que poderia acontecer essa possibilidade dela usar a bolsa de colostomia, a Bia ficou muito mal assim, porque era algo totalmente desconhecido e aquela bolsinha, sentir aquela bolsa na pele e tal… Ela falou: “Meu Deus do céu, parecia de novo que estava caindo de um novo lugar, né?”, depois do período pós operatório, o oncologista falou pra Bia que seria interessante que ela fizesse quimioterapia adjuvante, pra prevenção e teria chance de 5% de melhora no caso dela. E Beatriz topou fazer e seriam 30 sessões de quimioterapia, uma vez por semana, mas Bia só conseguiu fazer três sessões. Nesse período, a Bia teve que passar por uma outra cirurgia de emergência… Ela teve uma torção do intestino delgado causado por uma aderência e, depois dessa cirurgia, o oncologista achou melhor suspender as sessões de quimioterapia, porque ele viu ali que já não estava respondendo tão bem tal e as chances de melhora que antes era de 5%, tinham caído. Então ele falou: “Bom, analisando aqui o custo benefício, é melhor a gente suspender as quimioterapias”. 

Durante a recuperação da cirurgia de emergência que ela fez, — da torção do intestino — a Bia conheceu o Vinícius, que viria a ser aí o seu namorado. As famílias dos dois são da mesma cidade, mas na época o Vinícius tava no sul terminando a faculdade e eles se conheceram e começaram a conversar pelas redes sociais. A Bia já tinha falado tudo o que estava acontecendo com ela, tudo o que ela tinha passado, ainda estava passando e ainda ia passar, mas ela não tinha falado pra ele que ela era ostemizada — que ela usava aquela bolsinha — e, por não ter falado, a Bia sentia que estava enganando o Vinícius. Então ela chamou ele por mensagem e falou: “É o seguinte, Vinícius, eu sou ostomizada, eu uso uma bolsinha por onde sai aí o meu cocô, ok?” e ele respondeu assim: “Tá, e aí? E daí, o que é que tem? Eu gosto de você pelo que você é e a bolsinha não muda nada. Eu gosto de você com ou sem bolsinha”. — Já amo o Vinícius. — 

Eles começaram a namorar um dia depois que eles se conheceram pessoalmente… — Fofura. — A Bia refez alguns exames e foi falado ali pra ela que estava tudo ok para marcar a cirurgia de reversão, o fechamento da ostomia. E, de início, a Bia se recusou a fazer… Ela estava traumatizada já de tantas cirurgias e levou uns quatro meses para amadurecer a ideia de fazer mais uma cirurgia. Por mais que ela tenha se adaptado ao uso da bolsinha, não foi fácil, né? E ela não romantiza esse processo, porque até ela se adaptar, encontrar os produtos ideais para a pele dela, até conseguir o fornecimento adequado pelo SUS, levou um tempo… E, nesse tempo, o Vinícius foi ajudando e a Bia em tudo, dando apoio, super paciente, enfim, tinha toda a questão da Bia nas relações sexuais, né? — Você tá com a bolsinha ali do lado e tal… — Vinícius foi parceiro e ajudou aí a Bia em todo esse processo. 

Até passar por todo aquele processo de fazer o pedido das bolsinhas no SUS, isso demorou um tempo e a Bia ia pagando as bolsinhas ali com seu próprio dinheiro. Até que um dia, o Vinícius chegou com uma caixa, um embrulho de presente pra Bia… — E nossa, né? um presente assim? — E aí a hora que a Bia abriu, eram 30 bolsinhas… — Ai, que fofo… O Vinicius deu 30 bolsinhas de presente pra Bia e ela ficou muito emocionada, assim, né? — E o Vinícius na hora ficou sem entender, tipo: “Meu Deus do céu, será que eu fiz alguma coisa errada? Dei um presente e ela tá chorando”. [risos] — Ê, Vinicius… [risos] — Mas a Bia estava chorando de emoção, que aquilo significava muito pra ela, né? Além de dar uma força financeira. — Porque cada bolsinha tem um custo, tava ali claro o apoio dele, né? Dando as bolsinhas pra ela e tal. — Bom, depois de iniciar a fase de acompanhamento, a Bia buscou formas de ajudar as pessoas com base na história dela, conscientizando os jovens a não ignorar os sintomas, falando sobre colonoscopia. — Além de amparar as pessoas que estão no mesmo processo de tratamento que ela passou. — 

Atualmente, a Bia segue fazendo acompanhamento a cada seis meses, com exames de imagem e de sangue e a Bia é voluntária de uma ONG de apoio. Essa ONG presta informação e defesa dos direitos dos pacientes com câncer. Ela já está nessa ONG como voluntária há quatro anos e ela é palestrante e cria conteúdos também relacionados ao tema aí nas redes sociais. Eu vou deixar o perfil da Bia aqui na descrição do episódio. E, pra Bia, falar de prevenção e diagnóstico precoce é um ato de amor ao próximo, né? Agora a gente vai escutar a Bia falando um pouco de como foi a descoberta e o tratamento do câncer colorretal e, na sequência, a gente vai ouvir o médico Virgílio Souza, oncologista clínico com foco em tumores gastrointestinais do A.C. Camargo Cancer Center de São Paulo. 

[trilha] 

Bia Suzuki: Sou Bia Suzuki, tenho 30 anos, moro em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, sou ex sushi chef, formada em direito, mas estou querendo me arriscar a tentar uma segunda graduação em medicina após minha vivência com o câncer. E, falando nisso, eu recebi o diagnóstico de câncer de intestino aos 25 anos, mas essa minha história começou aos 22 anos, quando comecei a ter sintomas. Nessa época, o único sintoma era o sangue ao evacuar… Era só quando o intestino prendia e eu fazia força. Na época, eu morava com minha irmã e era um tabu tão grande esse assunto de saúde intestinal, que eu não tinha comentado com ela e ela foi perceber quando foi tirar o lixinho do banheiro, percebeu sangue no papel e ela me perguntou se eu estava menstruada de novo. Foi aí que eu criei coragem de comentar com ela tudo o que estava acontecendo. 

Ela tomou a iniciativa de procurar um proctologista pelo SUS e foi rápido até, na época. Na consulta, eu fui sozinha, ele me examinou e ele receitou pomada, remédio e fez o pedido de colonoscopia. Só que aí eu cometi um grande erro, né? De não seguir nenhuma orientação, nem dos remédios, nem do exame… Eu achava que nenhuma doença poderia acometer uma menina de 22 anos, que estava escolhendo o que queria fazer para o resto da vida, que estava curtindo a juventude e, na época, minha mãe tinha passado por cirurgia de hemorroida, então eu achava assim: “Nossa, minha mãe com mais de 50 anos está passando por isso, por que eu tenho que me preocupar agora jovem?”. Eu acho que também a falta de informação me fez me sentir à vontade pra ignorar dessa forma. Os anos passaram e, com o tempo, o sangramento passou a ser diário e junto veio outros sintomas, como dor, inchaço abdominal, sensação de evacuação incompleta, perda de peso sem motivo, mas eu associava a perda de peso a meus bons hábitos e um dia eu senti uma dor muito forte que me fez ir até o postinho de saúde e relatei para o médico do postinho… Ele fez o pedido de colonoscopia, que demorou um ano para ser realizado pelo SUS e foi através desse exame que eu fui diagnosticada com câncer de intestino, um adenocarcinoma bem diferenciado. 

E eu lembro que minha primeira atitude depois do diagnóstico foi procurar alguém com o mesmo diagnóstico que eu ou algo parecido. E eu lembro que de não encontrar ninguém e isso me assustou mais ainda, porque eu acho que compartilhar com alguém ou ler histórias de quem já passou por algo parecido abastece a gente de esperança, né? Um fato muito marcante para mim foi o momento do diagnóstico, que o médico que me deu a informação, ele segurou na minha mão, disse para erguer a cabeça, que estava fazendo um encaminhamento de emergência para o Hospital de Câncer de referência aqui na região e que eu era jovem, que passaria por tratamento e ficaria bem para eu não desistir. Então, eu levei isso durante toda minha jornada do tratamento, lembrei dessa fala dele e, falando no meu tratamento, em três semanas eu tive a primeira consulta com a oncologista. Eu fiz vários exames para concluir qual seria o melhor protocolo de tratamento para o meu caso e, no caso, foi direto cirurgia… Não precisei de quimio e nem radio antes. A cirurgia foi por vídeo, a primeira, retirou o tumor, conectou o intestino, né? Só que um dia antes de eu ter alta dessa cirurgia, o intestino rompeu… O grampo não aguentou segurar a emenda, rompeu, acabei indo pra uma cirurgia de emergência que me fez acordar com a bolsinha, né? Com a bolsa de ostomia. 

E foi como cair de paraquedas num mundo desconhecido, sabe? Por mais que minha médica tivesse comentado comigo que tinha essa chance de ficar ostomizada, eu acho que quando a gente depara com aquela situação, é muito diferente do que pesquisar, do que ouvir das pessoas. E, por mais que hoje eu fale abertamente sobre ostomia, eu não romantizo a situação, sabe? Porque até você lidar com os cuidados do dia a dia, aprender a trocar bolsinha, até você conhecer produtos que seja melhor para sua pele, até você conseguir um fornecimento adequado dos produtos, tanto por plano de saúde quanto pelo SUS, como foi o meu caso, leva um tempo. Mas não é impossível viver bem com bolsinha e eu sou uma prova disso. Na recuperação dessa cirurgia da torção do intestino, eu conheci meu namorado, eu estava ostomizada. Então, foi um desafio e tanto assim, me permitir me relacionar com alguém, me permitir ser feliz, me permitir ser amada, mas foi uma construção. E, após essa fase, veio a possibilidade de tirar a bolsinha, de fazer a reconstrução do trânsito intestinal, o que levou um tempo também para eu amadurecer a ideia, porque olha só quantas cirurgias eu tinha passado, eu estava super traumatizada, então levou um tempo até eu amadurecer a ideia, mas topei fazer.

Fiz no ano seguinte, em 2019, e correu tudo bem, melhor do que eu esperava. Eu estava criando tanta expectativa ruim que foi melhor do que eu esperava. E após toda essa fase, eu comecei a fase de acompanhamento oncológico e, hoje em dia, eu conto a minha história na internet como forma de conscientização e também de amparo aos pacientes que estão passando pelo mesmo. Eu penso muito na Bia que procurou pessoas na internet e não encontrou ninguém, que se amparou nas meninas de mama e ovário, que me deram super suporte. Mas eu senti falta dessa troca, dessa identificação, sabe? De processos. E muita coisa eu aprendi sozinha. Hoje, compartilhando com outras pessoas, vejo o quanto posso facilitar a jornada de tratamento, quebrar tabus sobre saúde intestinal para quem está ignorando sintomas, afinal, desinformação gera insegurança, né? E eu tento trazer mais confiança e luz nesse quarto escuro para as pessoas. 

O meu processo de tratamento não foi fácil. Talvez se eu tivesse tido um diagnóstico mais precoce, eu não teria passado por essas complicações cirúrgicas, assim como o processo de ninguém nessa jornada do tratamento oncológico é fácil. E eu peço a vocês, que é paciente ou familiar de quem está passando pela doença, a se permitir se inspirar em histórias que deram certo e, principalmente, buscar ajuda, afinal, o risco de pedir ajuda é de ser ajudado. E que minha história preencha vocês de esperança e fé em dias melhores. Existe um fator que nem o médico e nem a ciência controla, que é o que o paciente faz por ele mesmo. Então, não desacredite do seu caso, não desacredite de dias melhores, tá bom? Um grande beijo.

Virgílio Souza: Olá a todos, meu nome é Virgílio Souza, sou um oncologista clínico do A.C. Camargo Câncer Center em São Paulo, com foco em tumores gastrointestinais. O câncer colorretal é a terceira neoplasia mais frequente e a segunda de maior mortalidade no mundo. É o terceiro câncer mais comum em homens e o segundo câncer mais comum em mulheres. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, temos a previsão para o triênio de mais de 44 mil novos casos a cada ano nos próximos três anos. Então, daí a importância da gente discutir o câncer colorretal. Quais são os principais fatores de risco? A idade. A medida que a população vai ficando mais velha, maior o risco de ter o câncer colorretal. Uma alimentação rica em produtos industrializados, fast foods, enlatados, alimentos condimentados, aumenta o risco de câncer colorretal. O aumento de alimentos ultraprocessados, carne vermelha, é sim um fator de risco. Então, cuidar da alimentação, comer mais fibras, alimentos como frutas, legumes, verduras é muito importante. 

Outro ponto relacionado aos hábitos de vida se deve se a prática de atividade física. Nós sabemos que a obesidade é sim um fator de risco para o câncer colorretal, assim como outros tipos de câncer. Então, a prática de atividade física é extremamente importante… Alto consumo de álcool, tabagismo, é sim um fator de risco que deve ser evitado. Além disso, ficar atento à questão histórico familiar… Então, se você tiver um familiar que fez o diagnóstico de câncer colorretal com menos de 45 anos, nós podemos considerar que é sim um fator de risco, então nós devemos antecipar os exames de rastreamento. E é muito importante ficar atento aos sinais e sintomas do nosso corpo… Sangramento nas fezes nem sempre é hemorroida, então aquele sangramento persistente, o sangramento que não existia antes ou até mesmo aquele paciente que tinha uma doença hemorroidária e que volta a sangrar, procure um médico, porque muitas das vezes pode ser hemorroida, mas a gente tenta afastar outras causas e uma dessas causas é um tumor no intestino. 

Outro tipo de sintomas que nós nos deparamos com frequência é dor abdominal, a alteração do formato das fezes, a alteração do hábito intestinal… Então, ficar atento, olhar para as fezes, avaliar a sua forma, se teve diferença… O hábito intestinal… Se agora ficou mais diarreico, com fezes mais amolecidas e antes eram mais endurecidas… Então, eu tinha o hábito de ir ao banheiro, por exemplo, diariamente e agora tô indo a cada três dias… Algo está acontecendo. Então ficar atento, emagrecimento, náuseas, vômitos, cansaço excessivo, são os sinais, sintomas importantes que nós devemos ficar atentos e procurar o médico. Não postergar uma avaliação médica, porque nós sabemos que o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura. No câncer colorretal, quando nós fazemos o diagnóstico precoce, nós temos chance de cura acima de 90%, então é muito importante… Assim que tiver sinais e sintomas, não menosprezar esses sinais e sintomas, não postergar uma avaliação médica, porque isso pode impactar na chance de cura do tumor. 

Outro ponto importante é sobre o rastreamento, o rastreamento consiste em você fazer algo quando você está assintomático. Aquele paciente assintomático realizar um determinado exame para diagnosticar a doença precocemente ou até mesmo diagnosticar uma lesão que poderia se tornar câncer e nós temos uma ferramenta muito importante para o câncer colorretal, que é a colonoscopia. A colonoscopia é um exame que avalia, além de possibilitar o diagnóstico do câncer colorretal, ela possibilita avaliar possíveis lesões precursoras do câncer colorretal, que são os pólipos. É o exame que permite a visualização de todo o intestino e permite a avaliação dessas lesões e até mesmo a retirada dessas lesões. É muito importante que pacientes acima de 45 anos conversem com seu médico sobre a indicação desse exame. Então, muitas das vezes o paciente acompanha com o mastologista, com o ginecologista, com o urologista e até mesmo com o cardiologista, com o médico que controla a pressão, controla a diabete e fala: “Doutor, eu tenho mais de 45 anos, será que eu não poderia fazer esse exame? Será que eu não tenho indicação de fazer esse exame?”, é muito importante isso, você discutir com o seu médico sobre esse exame. 

E atentar para aqueles pacientes que tem o histórico familiar, de parentes de primeiro grau com câncer colorretal abaixo dos 45 anos, talvez esse exame tem que ser antecipado. Lembrar que nos últimos anos nós tivemos grandes avanços no tratamento do câncer colorretal… Hoje, o tratamento na doença localizada, a doença inicial, ela está fundamentada na cirurgia e alguns casos necessitam de tratamento complementar com quimioterapia e, naqueles pacientes com doença avançada, quando nós temos doença em outros órgãos, em outros locais pela doença, que nós temos a metástase, nós temos um tratamento com quimioterapia que nós tivemos grandes avanços nos últimos anos. Um melhor conhecimento da biologia do tumor, nós temos, além da quimioterapia, anticorpos, até mesmo a imunoterapia para uma pequena parcela dos pacientes com câncer colorretal… Então, felizmente, nós aumentamos nosso arsenal terapêutico e, com isso, contribuiu para o incremento da sobrevida dos nossos pacientes. Fique atento, pessoal, procure um médico… Sempre converse com o seu médico sobre os seus sinais e sintomas e também exames que podem ser realizados para objetivar o rastreamento precoce e o diagnóstico precoce da doença. Muito obrigado a todos e até a próxima. 

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Déia Freitas: A Merck, farmacêutica líder em ciência e tecnologia, está fazendo 100 anos no Brasil e está promovendo um conteúdo educativo de conscientização sobre o câncer colorretal e a saúde do intestino. Se você se identificou com a história da Bia, acessa o teste online de sintomas disponível aqui na descrição do episódio… Ele é uma ferramenta que auxilia na verificação da saúde do intestino e pode ajudar a identificar a necessidade de procurar um médico, de fazer uma consulta, de procurar um especialista, enfim, o teste é para isso, tá? Pra te ajudar a saber se seria melhor você já procurar um médico, tá bom? Valeu, Merck aí pela prestação de serviço e pela parceria. Um beijo, gente, fiquem alertas. — Deixem aí seus alarmes ligados em relação à saúde de vocês. — Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Alarme é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]