título: brilho
data de publicação: 10/01/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #brilho
personagens: lidiane, marido e hellen
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão, e hoje… [risos] Olha, eu preciso falar uma coisa, eu sou muito, muito, muito contra a violência. — Nessa história, inclusive… Sou contra a violência. — Mas preciso avisar aqui que vai ter uma briga na história. — Então já pra deixar vocês avisados. — Bom, a história que eu vou contar para vocês hoje é a história da Lidiane. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Lidiane ela foi casada por quatro anos com um cara aí, e quem apresentou esse cara para ela foi a melhor amiga dela. — Essa amiga dela a gente vai chamar de Hellen. — E a Hellen apresentou a Lidiane pra esse cara… Deu certo, deu uma química e eles namoraram e casaram. [sino de igreja ao fundo] — E isso durou quatro anos. — E por que terminou esse casamento? Porque Lidiane descobriu que esse cara estava traindo ela. — E a nossa história é sobre isso, sobre uma traição. — Só que antes de Lidiane descobrir, teve todo um caminho percorrido, né? Que lá pelos dois anos de casamento, a Lidiane já começou a desconfiar do cara.
E aí ela confidenciava ali pra Hellen e tal e a Hellen ela falava: “Não, gente… Não é possível, ele é muito amigo do meu marido, eu saberia de alguma coisa. Não, ele não está te traindo, não, amiga. Não tá”. E aí a Lidiane deixava isso pra lá um pouco, falava: “Não, eu devo estar muito paranoica, sei lá”. E o tempo foi passando… Ela tinha uma pulga atrás da orelha, mas sempre com a amiga ali do lado dando uma força para ela e lembrando que podia ser uma coisa da cabeça dela só. [risos] — É que ficou até engraçado agora, né? Tipo, chifres… [risos] — Mas não era o caso e ela foi levando. Até que um dia, ela pegou uma coisa… O marido dela começou a chegar cheio de brilho… Brilho na cueca, brilho na camiseta… E ela tinha certeza que aquilo era brilho de sombra. — Sombra de olho… E ela falou: “Não, agora é certeza. Agora ele está me traindo, ele está me traindo…”.
E ela resolveu ficar quieta, porque assim, enchendo o saco da Hellen todo dia para falar disso, ela falou: “Não, agora eu vou correr atrás”, e aí lá foi Lidiane correr atrás para ver se ela descobria algo. E não descobre nada, procura daqui, procura dali, não acha… — Isso a gente está falando de antes da pandemia. — E aí ela foi almoçar com a Hellen e, durante o almoço, elas estavam conversando e do nada, gente… — Porque essas coisas eu acho que são bem assim, né? Um estalo… — Ela olhou para Hellen e a sombra que a Hellen estava usando, que era uma sombra meio azulada — De brilho. — era igualzinha à sombra que ela tinha visto na roupa do marido. — Só que Lidiane não podia acreditar naquilo, que a melhor amiga dela estava saindo com o marido dela, que ela mesma apresentou… Que Hellen mesmo apresentou. —
E ela falou: “Não, não, não… Não… Aí eu já estou realmente extrapolando. Aí já é, sabe? Demais…”. E ela desencanou. — Só que é aquela coisa, né? — A pulguinha ficou, passou mais um tempo… A Hellen gostava muito de sombras com brilho e não deu outra. — Não tenho nem porque ficar enrolando para falar isso. — Mas o caso do marido da Lidiane era com a melhor amiga dela, a Hellen. O que ela fez na época? — Isso foi um pouquinho antes da pandemia. — Ela pegou, chamou a Hellen lá na casa dela, da Lidiane. — E, gente, eu sou muito contra isso, tá? Mas ela deu um pau na Hellen. — Ela chegou a bater na Hellen de Crocs. — De Crocs na cara da Hellen. — E ela deu um pau… Realmente um pau na Hellen.
E a Hellen casada resolveu abafar a surra que levou, porque eu não queria terminar com o marido… — Porque era coisa ali de queixa, gente… Porque, realmente, Lidiane… Eu até falei: “Lidiane, eu acho errado você bater. Ela não era sua amiga porque, né? Ela saiu com seu marido, mas… Essa parte da surra eu acho que podia dar uma merda. Quer dizer, deu porque a outra apanhou, né? A Hellen apanhou bastante. — E aí a Hellen inventou qualquer coisa para o marido, que Lidiane não sabe o que. Lidiane rompeu, terminou o casamento ali um pouco antes da pandemia. — Por causa dessa traição. — E seguiu a vida… E ela resolveu não contar para ninguém, porque a Hellen ainda estava casada e a Hellen tem dois filhos, então ela achou que a surra estaria vingada e tocou a vida dela.
Agora que passou uma fase mais dura da pandemia, muita gente está saindo pelas ruas e tal, ela encontrou o marido da Hellen, por acaso… — Na rua. — E entre os assuntos que eles conversaram, ele perguntou para Lidiane, que ele tem uma dúvida na cabeça dele do que aconteceu com a Hellen, que a Hellen chegou toda machucada em casa e que a Hellen não quis contar para ele o que era. E ele desconfia… — Porque, assim, a Hellen tem um relacionamento muito complicado com a própria mãe. — E na cabeça do marido de Hellen, foi a mãe da Hellen que bateu nela. — Porque realmente a Lidiane machucou ela, deixou ela roxa. — Não tinha como ela esconder a surra que ela tomou.
E aí ele não entende, ele falou: “Não entendo porque vocês se afastaram, se teve a ver com essa briga que a mãe dela bateu nela… E depois disso a Hellen ficou muito triste e eu queria aproveitar que a gente se encontrou agora e saber se você sabe de alguma coisa, né? Que aconteceu. Que depois ela até ficou bem com a mãe, mas a mãe machucou muito ela”. — E não foi a mãe, né? Quem machucou ela foi a Lidiane. — E aí a Lidiane deu uma disfarçada e não falou nada, não falou nada… E resolveu comentar com algumas amigas, porque depois de um tempo, com duas amigas, ela se abriu. E aí que ela ficou sabendo? Que a Hellen continua tendo um caso com o ex marido de Lidiane. — Tipo, continuou com o caso. —
E aí agora a Lidiane encontra esse marido da Hellen praticamente toda hora. — E eles conversam. — E ela está doida pra contar… E eu sou contra… — Eu sou contra. — Eu acho que ela já bateu na Hellen, ela já se vingou, ela não tá mais com o ex-marido. — Não é mais um problema seu. — E se você conta para esse cara e esse cara faz alguma coisa com a Hellen? Não tem mais nada a ver com a sua vida, eu acho que não tem que contar nada para ninguém. Eu já achei que você foi errada de bater na Hellen, mas você justificou que ela era sua melhor amiga, enfim, e que ninguém entende porque vocês estão separadas e você tem vontade de contar tudo para todo mundo, mas não contou. — Por causa dos filhos e nã nã nã. — Mas para o marido dela eu acho que você não tem que contar nada, deixa eles… Deixa que eles se acertem, segue sua vida.
Você já bateu… Você já bateu na cara da menina com Crocs, já está bom. — Quer dizer… — Não nem pra fazer isso, já fez… Então não se meta, não se meta na vida deles, não vai contar nada, isso pode dar em tragédia. Eu sempre penso nisso… Se ela tá traindo o marido é problema dela. — Deixa ela, segue sua vida, Lidiane. — É isso que eu acho, gente. Então eu espero que vocês coloquem um pouco de juízo aí na cabeça da Lidiane para que ela siga a vida dela sem fazer cagada, sem contar nada para o marido de Hellen, deixa a Hellen. — Que gosta de usar sombras e espalhar brilhos por aí. — E que ela resolva a vida dela.
[trilha]Assinante 1: Oi, Lidiane, aqui é a Elaine de Santo André. Lidiane, siga a máxima que: ninguém tem dó de corno. Não tenho dó desse rapaz aí, porque imagina realmente se acontece dele agredir a sua ex amiga aí, uma agressão seríssima ou até mesmo uma violência mais grave aí que seria até matá-la… Você vai ficar com esse peso na consciência o resto da vida. Então, segue sua vida plena e esquece toda essa história aí, supera isso, deixa esse povo pra lá.
Assinante 2: Oi, gente, eu sou Rebeca, falo de Santa Catarina. Lidiane, eu vou te dar um conselho de amiga, de alguém que também já esteve nessa posição de traída e fica sim na gente esse sentimento de que temos algo a mais para fazer. Assim, pra mim quando a gente bate de Crocs na cara de alguém, já é o suficiente, já atingiu o limite ali da vingança. [risos] Então, assim, das duas, uma que vai acontecer: ou o cara vai ser trouxa e continuar com a mulher e você só vai ter se desgastado à toa ou ele vai ser violento e uma tragédia acontece. E eu concordo com a Déia que não é seu papel de contar. Aproveita sua vida, vai curtir, vai namorar, vai beijar na boca… Não é mais a sua situação, você já terminou com seu marido, felizmente, porque ninguém merece ficar com traste e agora é deixar a mulher colher o que ela está plantando. Um beijo, vai aproveitar a vida, mulher.
Déia Freitas: E eu acho isso sério, não é novela, não é filme, é vida real. Pode dar muita merda. Então, não se meta. Neste caso, específico, não é o caso de se meter na vida desse casal, deixa eles. — Você já bateu na cara da menina com o Crocs, né? Chega. — Então é isso, gente, um beijo.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]