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título: distraída
data de publicação: 13/06/2022
quadro: mico meu
hashtag: #distraida
personagens: cláudia e mônica

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje eu cheguei pra um Mico Meu. [risos] Eu vou contar pra vocês a história da Cláudia. — Ê, Cláudia… — Então vamos lá, vamos de história.

A Cláudia trabalhava o dia todo e fazia faculdade à noite e, num determinado período aí da vida dela, ela conheceu a Mônica e elas foram morar juntas. Só que a Cláudia foi morar na casa da Mônica e era uma kitnet, era um prédio de várias kitnets. — Um prédio muito igualzinho, assim. — Então, meio que era tudo integrado ali, era um cômodozão grande, mais o banheiro, e aí tinha ali uma mini cozinha e tal, a cama de casal, assim. — Era mais ou menos o mesmo layout dos apartamentos, porque era realmente muito pequenininho. — E aí a Cláudia foi morar com a Mônica e todo dia ela chegava muito tarde… E a Mônica com um sono muito leve, pra não acordar a Mônica, ela fazia tudo no escuro.

Então, ela chegava, tirava a roupa e aí ela deitava na cama pra dar um beijo na Mônica e depois ela ia tomar banho. Tipo, só um beijo de “cheguei”, assim? “Ó, cheguei, vou tomar banho”. Aí no banheiro ela acendia a luz e tal, mas ali no ambiente que era um ambiente só, ela não acendia a luz pra meio que não incomodar, a claridade ali não incomodar a Mônica. E assim ela fazia todo dia… E o prédio tinha dois elevadores. — Um de frente pro outro. — O elevador social e o elevador de serviço, os dois também muito iguais, com espelho. — Às vezes o de serviço não tem espelho e tal, mas esse era igualzinho os dois. — Então, pensa assim: era um de frente pro outro, se a Cláudia entrasse no elevador social, ela tinha que sair do elevador social e andar pra esquerda, — porque o apartamento dela era o último na esquerda. — só que se ela estivesse no elevador de serviço e ela saísse do elevador, como era de frente, ela tinha que ir pra direita, né? Que estava ali um de frente para o outro.

Então, dependendo do elevador, ela tinha que ir pra um lado… E ela estava acostumada a pegar o elevador social e sair ali à esquerda. Era uma quinta-feira, a semana toda cansada… A Cláudia saiu da faculdade, ela dava carona para uma amiga, foi, deixou a amiga, foi para casa, guardou o carro na garagem [efeito sonoro de freio de mão sendo puxado] e, na hora de subir no elevador, ela subiu no elevador de serviço, [efeito sonoro de campainha de elevador] que era o que estava ali e tal. Ela subiu e, quando ela está no elevador de serviço, ela teria que ir para a direita. Só que ela nem pensou e foi para a esquerda. Chegou na esquerda, ela enfiou a chave, a porta estava destrancada, ela entrou, tirou o sapato, foi no escuro e beijou a Mônica, [efeito sonoro de beijo estalado] que estava ali na cama. Beijou e falou: “Amor, cheguei” e foi para o banheiro. E aí, no banheiro, ela tomou banho e nã nã nã, fez ali tudo que tinha que fazer e tal… [risos]

Quando a Cláudia saiu do banheiro… [risos] Ela encontrou uma moça desconhecida. A luz já estava acesa e o zelador do prédio… [risos] A Cláudia tinha entrado no apartamento ao contrário do apartamento dela. E ela tão sem noção, ela tomou banho, ela usou a toalha da moça… — Uma toalha que não era dela, não era da Mônica… [risos] Gente… — E quando ela saiu do banheiro, ela não entendeu aquela moça e o zelador… E ela tomou o susto. E a moça também estava muito assustada. Aí ela olhou em volta e viu que aquele não era o apartamento dela. [risos] Ela de banho tomado, enrolada na toalha da moça [risos] E o zelador que sacou, que já conhecia a Cláudia, falou: “Dona Cláudia, a senhora errou o apartamento, [risos] tomou banho na casa da sua vizinha”. [risos]

E, nisso, a Mônica já tinha acordado porque tinha dado o horário da Cláudia chegar e a Cláudia não chegava… Já tinha passado uma hora do horário da Cláudia chegar e não chegava, e ela estava por ali, meio esperta. E, quando a Cláudia saiu lá do apartamento, pediu mil desculpas e aí ela teve que voltar pro banheiro, botar aquela roupa que ela estava… — Porque ela saiu de toalha, porque a intenção era botar um pijama e tal, né? [risos] — Ela teve que voltar ainda… Ela pegou a toalha da moça e falou: “Olha, eu vou lavar a sua toalha, me desculpa, mil vezes me desculpa”. [risos] E saiu lá da casa com o cabelo molhado, com a toalha da moça na mão e entrou lá na casa dela, né? Com a Mônica. E aí, quando ela contou para a Mônica, a Mônica falou: “Você entrou no apartamento no final do corredor aqui?” e a Cláudia falou: “É, entrei, tomei banho…”, e contou…

E aí a Mônica foi ficando vermelha e falou: “Você entrou na casa da minha chefe”. [risos] A moça que morava no final do corredor, no mesmo andar, era a chefe da Mônica. [risos] Na hora, a Mônica mandou mensagem pra chefe pedindo desculpa, a chefe não respondeu… Só no dia seguinte. A chefe tinha ficado um pouco brava, sim… — Mas também podia ter trancado a porta, né, chefe? [risos] — E aí a Mônica teve que colocar um adesivo na porta. — Que eu vou falar, vai, um adesivo de pônei… Não foi, mas um adesivo na porta. — Porque a Cláudia errou ainda umas quatro vezes. Quatro vezes ela errou, mas ela chegou na porta lá e a porta estava trancada. E aí ela corria pro outro lado. — [risos] Muito distraída também, hein, Cláudia? — E aí, agora, depois que colocou o adesivo de pônei, aí pelo menos pelo adesivo, se não tinha um adesivo, não era a casa dela. Só a casa dela tinha um adesivo de pônei na porta. [risos]

E aí, depois de um tempo, elas mudaram de prédio e, ainda assim, a Mônica colocava o adesivo [risos] na porta pra Cláudia não errar, porque a Cláudia tinha, assim, o dom de às vezes descer até no andar errado. — Ê, Cláudia… — E agora todos os apartamentos que elas moram de aluguel têm o adesivo de pônei na porta pra Cláudia não errar. [risos] Gente… Como a pessoa pode entrar no apartamento alheio, dar um beijo na pessoa que tá dormindo, [risos] ir pro banheiro, não reconhecer o banheiro… — Que era meio padrão também, vai, tudo bem… — Mas você olha as coisas em volta ali e você sabe se é o seu banheiro ou se não é, né? A Cláudia distraída demais, gente… Distraída ao máximo. [risos] — Como pode? [risos] Ê, Cláudia… —

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, [risos] aqui é a Bruna de Vitória, Espírito Santo. [risos] Eu tô sem palavras pra Cláudia, juro. Mas não dá pra julgar, porque eu já fiz a mesma coisa… Ok, eu não cheguei a dar um beijo no meu vizinho. Quando eu morava com meus pais, tipo, o elevador parou antes, algo assim, eu já desci, já entrei na casa do vizinho, aí eu percebi [risos] que não era minha casa e voltei. [risos] E agora que eu me mudei eu simplesmente apertei o terceiro andar sendo que agora eu moro no quinto e, quando eu cheguei na porta, vi que não tinha tapete de arco-íris, eu falei: “Bom, essa não é minha casa”, [risos] mas assim, eu estava há um passo de entrar… Se tivesse com a porta destrancada, já era, eu ia fazer a Cláudia total. [risos] Ai, gente, é isso… Um beijo pra vocês.

Assinante 2: Oi, gente, sou Carol Rodrigues, de Fortaleza, Ceará. E… [risos] Que história doida. [risos] E eu não julgo, porque eu poderia ter passado pela mesma situação, porque eu sou muito assim… Eu sempre ficava achando que eu era muito abirobada das ideias, vivia no mundo lua, mas eu li um livro que é “O poder do hábito”, que ele fala que 40% das ações que a gente faz são no piloto automático, isso é pro cérebro economizar energia, só que o da Cláudia tá economizando, assim, muitíssima energia. [risos] Mas sério, meu Deus, eu tô muito passada… E eu achei que a história já tava tipo assim: “Meu Deus, ela entrou na casa da mulher, que absurdo”, quando eu descobri que era a chefe da Mônica… [risos] Meu Deus… Ô, mulher… Ô, Cláudia, mulher… [risos] Ainda bem que deu tudo certo. [risos]  

[trilha]

Déia Freitas: Então, gente, comentem a história da Cláudia e da Mônica lá no nosso grupo do Telegram. Se você ainda não tá no nosso grupo, é só jogar na busca “Não Inviabilize” que o grupo aparece. Então é isso, um beijo e eu volto em breve. Tava com saudade do Mico Meu já. Um beijo, gente.

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.