Skip to main content

título: fusca
data de publicação: 22/07/2024
quadro: pimenta no dos outros
hashtag: #fusca
personagens: rogérinho e vânia

TRANSCRIÇÃO

Pimenta no dos Outros é o quadro 18+ do Não Inviabilize. As práticas sexuais aqui descritas são feitas com consentimento entre os envolvidos, para informações sobre infecções sexualmente transmissíveis, acesse o site do Ministério da Saúde Brasileiro: www.gov.br/saude ou procure o Posto de Saúde mais próximo da sua casa. Use camisinha.


[vinheta] Hum, Pimenta… No dos Outros. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Pimenta no dos Outros, o nosso quadro 18+. Então tire aí as criancinhas da sala ou ouça de fone. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem tá aqui comigo hoje pela primeira vez é a Campanha Saúde a Dois, aqui no quadro Pimenta no dos Outros a gente sempre ouve histórias aí sobre prazer, desempenho sexual, performance, sexualidade, relacionamentos e ainda é nessa temática que eu quero falar com vocês aí sobre pressão e ejaculação precoce. Você, homem, você, pessoa com pênis, você mesma que tá aí me ouvindo… Como anda a sua saúde sexual? Como anda o seu orgasmo? — Você está aí gozando bem? Tá gozando legal? — 

Em comemoração ao dia 31 de julho — Dia do Orgasmo — eu venho aqui iniciar um diálogo com vocês — um diálogo bem importante —, pra gente conversar e normalizar aí a questão quando o tema for ejaculação precoce, que é uma coisa que pode acontecer e que, sim, tem tratamento. A ejaculação precoce precisa ser discutida e levada a sério. Vamos falar sobre esse assunto, vamos conversar sobre, vamos pesquisar sobre? Então acessa agora o site: saudeadois.com.br pra saber mais e também procure um urologista. — Eu vou deixar certinho aqui na descrição do episódio tudo sobre a campanha Saúde a Dois. — Hoje eu vou contar pra vocês a história do Rogérinho. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Essa história se passa ali nos anos 80. Rogérinho tinha um fusca, o fusca tinha sido do avô dele e ele aos poucos foi restaurando ali — então ficou bonitão —, um fusca lindo e atraía muitas mulheres. — Porque era tipo um carro de colecionador, assim… — Tinha seguro? Não… Então o Rogérinho tomava o máximo cuidado, andava devagar, não deixava estacionado em qualquer rua, guardava na garagem direitinho, enfim, o fusca era ali a vida de Rogérinho… Rogérinho, com seus 24 anos ali, curtindo a vida, saía com várias garotas. E algumas garotas, ele falou: “Andréia, acredite se quiser, queriam transar comigo no fusca”. Então o fusca de Rogérinho era também ali o seu motel móvel. [efeito sonoro de buzinas] Sempre dava certo, ele sempre atraía muitas garotas.

Um dia ele conheceu uma garota chamada “Vânia” e Vânia sempre via o Rogérinho passar ali de fusca e sempre dava um sorriso pra ele, um oi e tal… Até que um dia Rogérinho parou e chamou Vânia, falou: “Você quer uma carona? Eu te levo”. E aí levou Vânia, eles saíram uma vez, foram ao cinema e depois foram comer batata frita e nã nã nã… E Rogérinho estava ali, pronto pro que der e vier, né? — Se a moça Vânia quisesse, ele também queria. — E o que normalmente Rogérinho fazia? Rogérinho sempre foi um cara que prezou demais por segurança, se as moças topassem transar no carro, ele não ia para nenhum matagal, pra nada disso, ele ia para um drive—in… — Que é aonde você vai com seu carro e você para lá e você transa lá, num sei lá, num box, numa garagem aleatória, enfim… —

Ele levava as garotas para o drive—in e Vânia, até então, tava deixando a coisa ficar mais quente, mas também não falava pra ele: “Vamo”. E aí o Rogérinho falou: “Não, eu sempre fui um cavalheiro, né? Se a moça não quisesse, não tinha nada. Eu nem falava “vamo”, deixava que a moça tomasse essa iniciativa”. E Vânia não falava diretamente assim: “Ah, sei lá, vamo… Vamo transar”, mas ela deixava as coisas ficarem muito quentes… Vânia morava com uma tia que já era idosa e era surda e da casa do lado de baixo tinha uma oficina mecânica ali, uma porta dessas de enrolar que à noite ficava fechada e, do outro lado, o outro vizinho, era um bar que era tipo uma vendinha, assim, fechava cedo. — Então meio que não tinha vizinhança pra encher o saco ali. — Vânia gostava de ficar dando uns amassos ali na porta da casa dela, dentro do fusca. Isso era um pouco preocupante para o Rogérinho por quê? Porque ele tinha medo de assalto, de alguém levar o que embora? O fusca… 

Só que também ele estava muito excitado e muito a fim da Vânia, e a Vânia realmente provocava, botava o pau de Rogérinho pra fora ali no fusca, enfim… Ele falava: “Andréia, não tinha como eu falar: “Ai, Vânia, não… [risos] Agora não, Vânia, vão roubar o carro [risos], não tinha…”” E ele falou: “Pô, eu tava ali também querendo”. E um dia, Vânia falou: “Eu vou transar com você aqui nesse fusca. Agora”. E Rogérinho deu uma ponderada, porque ele falou: “E se passa alguém?”, mas a Vânia estava louca, tava muito a fim e ali ela já foi tirando o pau de Rogérinho para fora, já caiu de boca, ia ser ali mesmo. Só que Vânia queria que os dois ficassem pelados. — Peladinhos. — E aí o Rogérinho ponderou de novo: “Mas peladinho—peladinho, Vânia?”, ela falou: “Ué, você abaixa a calça até o pé e tira a camisa”.

Ela estava de vestido, já tinha ido preparada, sem calcinha e tudo, era só tirar o vestido… Estavam os dois pelados. — Então não era uma logística tão ruim, né? — Rogérinho falou: “Andréia, pensei um pouco no banco do carro que eu não tinha forrado? Pensei, mas depois é só limpar”. [risos] Ô, Rogérinho… [risos] O fusca era tudo pra ele, gente… Vânia fez um oral ali no Rogérinho e já foi pra cima dele pra sentar de frente. Então, ele ali sentado no banco do motorista e Vânia sentou em cima dele, de frente pra ele… Vânia começou a pular loucamente ali naquela rola… [gemidos baixos ao fundo] E com a empolgação, ela com o pé, baixou o freio de mão… O carro não estava engatado… A rua de Vânia uma descida… — Era uma subida, né? Porque ele subiu para deixar a Vânia. Então o carro estava ali pra descer, desceria de ré. — E, naquele vuco vuco vuco, Vânia pulando igual uma louca gritando, vidros embaçados, quando Rogérinho percebeu, o carro já estava descendo a rua em velocidade… — Olha o perigo.. Se ter um carro lá embaixo, se ter uma pessoa passando… —

A sorte é que no final daquela rua, tinha uma rua, em frente aquela descida—subida, não eram casas, era um barranco… E o fusca caiu naquele barranco. Só que conforme o fusca caiu, ele caiu de bunda, meio que em pé, assim reto… O carro parece que fechou, assim, uma sanfona… E naquele sacolejo do final ali de cair, [risos] a bunda de Rogérinho…. [risos] — Eu lembro desse câmbio… Se você é mais novo, você não vai lembrar desse câmbio, se você já teve um carro velho ou já andou num carro velho, você vai saber desse câmbio. — Sabe quando o câmbio é uma bolinha redonda, grande? Quase igual a uma bola dessas de Natal que tem neve dentro? [risos] Num tamanho menor… O câmbio do Rogérinho era essa bola. E, naquele sacolejo, ele com a bunda ali pelada, o cu de Rogérinho encaixou na bolinha do câmbio… [risos] Eles ficaram presos, ela meio presa nele, assim, com o volante e não dava para sair, ele não conseguia tirar o cu da bolinha, os dois pelados… 

Eles não conseguiam sair do carro e o Rogérinho falou: “Andréia, a minha sorte é que eu sempre tava duro, então eu colocava pouca gasolina no carro, porque se pegasse fogo e estivesse o tanque cheio, ia bater e ia explodir, sei lá, ia pegar fogo e a gente ia morrer porque não tinha como sair”. E com o barulhão da queda do fusca, alguns vizinhos saíram e foram ver o que era… O carro meio embaçado ainda, com uma mão a Vânia conseguiu limpar uma janela e pedir socorro… E aí chamaram os bombeiros. Os dois pelados, Rogérinho encaixado com o cu no câmbio. [risos] Ele falou: “Andréia, meu pau sumiu, né? Sei lá… Entrou pra dentro… Então ela não tava mais acoplada no meu pau, mas ela estava em cima de mim, então eu tinha a pressão do câmbio no meu rabo e tinha a Vânia em cima de mim, presa com o volante assim… Enfim, o carro parece que dobrou”. Os bombeiros vieram e precisaram serrar o carro.

O vestido da Vânia estava ali por baixo, ela não conseguia achar… O bombeiro deu pra ela a jaqueta dele, né? E ela saiu. Ela não estava machucada, estava só com o roxo nas costas, não quis atendimento, correu para casa… Largou Rogérinho lá, o pé dele ficou preso, então ele ficou um tempo ainda preso no câmbio [risos] e quando ele saiu ele percebeu que tinha alguns bombeiros que estavam dando risada, enfim… O bombeiro teve que ainda que empurrar o banco para conseguir pegar a calça dele ali, pelado… Porque ele falou: “Andréia, [risos] ninguém me deu nada, o bombeiro ele não me deu jaqueta”. [risos] E aí o carro deu perda total, deu PT ali, perdeu o fusca que ele tanto amava. Vânia se mudou do bairro e eles conversaram mais algumas vezes, mas também não foi pra frente… [risos] Tinha muito trauma… Foi muito traumático para todo mundo. E até hoje Rogérinho sente a falta do fusca… Porque ali não tinha seguro, não tinha nada, então ele acabou que não perdeu o fusca para o assalto, mas acabou aí perdendo o fusca nessa transa. 

E ele falou: “Andréia, a última coisa que eu senti do fusca foi o câmbio entrando… A bolinha do câmbio entrando no meu cu”. [risos] — Socorro… [risos] — Rogérinho considera que foi aí um dos piores dias da vida dele, porque ele perdeu o fusca, [risos], mas hoje ele já consegue rir, enfim, sempre conta essa mesma história com os familiares ali, então meio que virou uma história de família, sabe? Porque depois ele teve que contar para a família o que tinha acontecido com o fusca, não contou detalhes, mas falou: “Eu estava transando com uma moça e tal”. [risos] E aconteceu, fusquinha virou sanfona”. [risos] Hoje em dia acho que pouca gente se aventura a transar no carro, a não ser que esteja dentro da sua garagem, [risos] porque na rua é perigosíssimo. Mas anos 80… Anos 80 acho que ainda tinha bastante gente [risos] que transava no carro. 

Então fica aí a dica de Rogérinho, se você for transar no carro, cuidado, porque se acontecer um acidente, você virar ali a bunda, sacolejar, cair no câmbio…[risos] Pode acontecer… O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, aqui quem fala é a Ana, eu moro na Suécia. Eu lembro desse câmbio… Minha família, meu pai tinha uma Brasília, que tinha sido do meu vô, tinha sido até a Brasília que eles aprenderam a dirigir, o meu pai, minha tia e meu tio e no câmbio tinha essa bolinha e ainda tinha um siri dentro. Meu vô dizia que o siri ficava dentro de uma cachaça dentro dessa bolinha. E depois meu pai comprou um fusca, cor de abacate, verde abacate e essa bolinha desse câmbio foi para o câmbio do fusca abacate. Então, Rogérinho, eu entendo e imagino a sua dor… Imagino quanto dói perder o grande amor da sua vida, que era o seu fusca. Boa sorte aí, que bom que você dá risada… Beijão pra todo mundo aí. 

Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, aqui é a Rany de Goiânia. Gente, a história do Fusca pra mim, assim, tá muito mal contada… Tá parecendo a história do vinho, do rapaz que estava na cozinha sozinho e o vinho escorregou. [risos] Vai que o rapaz do vinho também não estava mentindo? [risos] Mas que bom que ele consegue olhar para essa história e contar rindo, né? Perdeu um carro, teve uma ali situação com o câmbio e consegue contar essa história… Obrigado por compartilhar com a gente, Rogérinho, foi tudo sua história. Olha, ninguém esperava por essa reviravolta… 

[trilha]

Déia Freitas: A gente precisa de uma abordagem mais empática quando o assunto for ejaculação precoce. — Sim, gente, é normal. — Pode acontecer e tem tratamento. A síndrome de super heroi aí e masculinidade tóxica são duas coisas que impedem os homens e as pessoas com pênis de se conscientizarem sobre a própria saúde sexual e procurarem ajuda. Então, acessa agora: saudeadois.com.br para saber mais aí sobre o assunto e também procure um urologista. Valeu, tamo junto aí, Campanha Saúde a Dois. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naonviabilize@gmail.com. Pimenta no dos Outros é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.