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título: garrafinha
data de publicação: 05/11/2021
quadro: mico meu
hashtag: #garrafinha
personagens:  orlando e kátia

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. [risos] Cheguei pra um Mico Meu. [risos] O Mico Meu de um senhor muito engraçado, chamado Orlando. — É isso. [risos] — Vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Bom, o Orlando ele foi um cara muito tímido — Quando ele era jovem. — e ele tinha muitos amigos, muitos amigos hippies e esses amigos hippies gostavam de levar o Orlando para os festivais. Sei lá, Pôneipalooza, Pônei Rio [risos] e ele ia em todos esses festivais. E, na época, ele era muito tímido, então ele tinha dificuldades de chegar nas garotas. Então ele ficava meio na dele nos festivais, vendo as bandas e nã nã nã, olhando tudo. E tinha uma garota — Que a gente vai chamar de Kátia — que o Orlando gostava muito. Ela era da turma, mas era assim, ela não era bem da turma. Ela se aproximava sempre da turma quando eles saíam e tal, mas ela tinha uma outra turminha. Ela era mais assim patricinha e nã nã nã. 

E o Orlando gostava dela… E num desses festivais que ele foi — Curtir as bandas. — ela estava lá, e foi a primeira vez que ela deu bola pra ele. E aí, assim, aquela timidez toda, aquele receio… — Eu sei muito bem o que é isso porque eu sou muito tímida também, não sei paquerar, o Orlando também não sabia paquerar. — Mas a Kátia ali toda fresquinha, toda, né? Charmozinha. [risos] Orlando falou: “bom, é hoje, né?”. E aí ele conseguiu se aproximar e começou a conversar ali com Kátia. — Só que o festival, gente, pensa… Aqueles festivais assim, tipo, que dura dois, três dias de música, de banda. — 

E foi chegando num ponto que ele estava conversando ali com um Kátia, que ele sentiu vontade de fazer xixi. E aí aquela coisa, você ia ali em qualquer canto, fazia o seu xixizinho. — Ainda mais os homens que têm essa cara de pau e essa vantagem de mijar em qualquer lugar, né? — Só que isso não era a praia do Orlando, ele muito tímido, ele não conseguia fazer xixi na frente dos outros, e ele não queria sair muito de perto de Kátia [risos] com medo de perder ela ali no meio do festival. E aí um dos amigos dele — Desses hippies. — falou: “Orlando, eu tenho a solução”. — Porque ele começou a falar: “puta, eu tô apertado, mas eu vou sair daqui a Kátia vai ficar com outro cara e tal, né? — 

Aí esse cara amigo dele — Esse hippie. — falou: “eu tenho uma solução para você, está aqui” e pegou uma garrafa de vidro de Pônei—Cola [risos] e falou: “Você põe aqui dentro e mija”. — É uma ideia boa? Não é uma ideia boa você meter o seu piu-piuzinho dentro de uma garrafa de vidro, né? — Não era uma ideia boa. Só que ali naquela hora, dando só uma afastadinha, virando de lado e colocando a garrafa dentro da calça, o Orlando achou que fosse uma boa ideia. — Mijar na garrafa. —

Primeiro que como é que você vai garantir — Aí é um pensamento meu, né? — que você vai fazer um xixi de 300 ml, que é o que tem na garrafinha de vidro daquelas. [risos] Eu acho que o xixi dá mais que isso, não dá? Bom, o Orlando foi lá, pegou o piu-piuzinho dele [risos] e botou dentro da garrafa. Conforme ele botou o piu-piuzinho dele dentro da garrafa, ele escutou um “glup”. O que aconteceu, gente? A garrafa fez pressão e o piu-piuzinho de Orlando virou uma rolha praticamente. E ele começou a fazer xixi na garrafa e aquilo parece que foi estufando, foi fazendo uma pressão, estufando assim, né? Era de vidro, a garrafa não expandia, mas criou uma pressão lá dentro. Então chegou a um ponto que ele não conseguia mais fazer xixi — Por causa da pressão. — e ele não conseguia mais tirar o piu-piu de dentro da garrafinha. [risos]

E ele apertado, porque a gente sabe que quando você está no meio de um xixi é praticamente impossível você parar. Só que ali não tinha mais espaço para o xixi, então foi dando uma sensação ruim nele e a garrafa dele dentro da calça, ele segurando por fora e ele não conseguia tirar do piupiu dele. — Eu não quero falar uma palavra mais forte, porque vai que, né? A história fica mais livre para criancinhas. — Ele não conseguia tirar aí o piu-piuzinho dele de dentro da garrafa. E aí a Kátia veio chegando, porque Kate tinha ido, sei lá, ido buscar uma bebida. E ele segurando a garrafa, ele tava… Ele falou que a sorte é que estava frio, então ele estava com umas blusas assim, e ele segurando a garrafa cheia de xixi com aquela pressão, passando mal, começou a dar um negócio na bexiga dele e Kátia querendo charme. [risos] 

Aí ele foi ficando amarelo, a vista dele foi escurecendo e nosso amigo Orlando caiu no chão desmaiado com a garrafa presa no piupiu. [risos] Tudo estaria resolvido se fosse um desmaio longo. — Porque desmaiou acabou, né, gente? Daí pra frente você não está vendo nada. — Só que ele apagou e acordou no chão, e aí quando ele acordou ele viu Kátia, só que ele já tinha saltado a garrafa… Só que a garrafa estava dentro da calça dele. E aí naquela coisa de você acordar e o desespero, ele mesmo abriu a calça, assim, num reflexo e botou a garrafa para fora. E aí Kátia assustou, obviamente, afastou, e aí vieram os amigos. 

Aí tem aqueles que dão risada, tem outros que, né? Que tentam ajudar… E aí o que eles fizeram? Pegaram uma pedra, — Que eu acho que foi a melhor coisa que fizeram. — e aí ele ficou com medo ali de que alguém esmagasse o piupiu dele, mas tinha bastante garrafa, né, Orlando? [risos] — Ia pegar no piupiu estava ali na ponta e não ia chegar. [risos] — E aí quebraram com a pedra a garrafa, aquela urina saiu, a pressão saiu e ele tirou o piupiu de dentro da garrafa. [risos] Só que aí o piu-piu já estava um pouco avariado, né? Estava meio estranho, mas também não foi nada grave. 

Só que ele ficou todo cheio de mijo, e a Kátia presenciou aí esse evento até a quebra da garrafa. E aí juntou gente pra ver quebrar a garrafa, que alguns achavam que ia pegar no pipi o e outros não. [risos] E aí depois desse dia a Kátia sumiu no meio do festival, óbvio que não ia querer ficar ali do lado do Orlando cheirando mijo, né? O Orlando não tinha como ir embora porque eles tinham ido todo mundo junto e ele teve que ficar por ali. [risos] Amargando toda a humilhação dele com aquela ideia da garrafa que o amigo dele deu. E ele ainda preocupada com o piu-piuzinho, mas depois não deu nada, ficou tudo bem. 

Mas até hoje ele não esquece, ele nunca mais viu Kátia. — Ele até dá graças a Deus de não ter visto mais a Kátia. [risos] — Mas por muitos anos ele virou — Na turma. — o “Garrafinha”. [risos] — Ao, Orlando, desculpa. — Então essa é a história do Garrafinha, no dia que o Garrafinha foi para o festival e conheceu mais a fundo Kátia, mas não deu certo. [risos]. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, Déia, aqui é Álvaro Leme, falando de São Paulo e apavorado com a história “garrafinha”, porque parecia um filme de terror. Eu não vou dizer que… Não posso dizer que eu nunca usei o recurso da garrafinha, mas não sendo descuidado igual ao Orlando. De qualquer maneira, na hora que você falou assim que fez um barulhinho, eu fiz aqui em casa “glup” junto, na mesma hora que você, porque eu pensei: “essa porcaria vai entupir, vai ficar presa”, na hora que o xixi foi enchendo a garrafa parecia aqueles filmes que a pessoa está presa numa sala que vai fechando as paredes assim e pessoa vai ficando pensada, foi essa a sensação de desespero que me deu e eu pensei: “quebra a garrafa, quebra a garrafa”. E, felizmente, alguém fez isso por ele, mas acho que um pouco tarde demais, né? Uma pena que a menina foi embora, porque se eles tivessem ficado juntos ia ser união pra vida inteira, porque uma história dessa ou a pessoa vai embora pra sempre ou ela fica pra sempre, né? Um beijo, obrigado pelas histórias maravilhosas que você conta pra gente e parabéns pelo sucesso todo. Beijo, beijo, beijo. 

Assinante 2: Olá, eu sou o Dourado, do Rio de Janeiro e, gente, finalmente uma história que eu tenho lugar de fala, né? Sabe, porque assim, eu consigo tranquilamente… Opa… Espera. Essa história é garrafinha, né? Ai, droga, que Mico Meu, deixa eu recomeçar. [efeito sono de fita voltando]. Olá, pessoal, eu sou o Dourado do Rio de Janeiro e, Orlando, meu amigo, quem nunca recebeu um conselho de um amigo que era uma grande furada? Estamos juntos. Eu sei bem como é isso, eu só espero um dia que a gente consiga ouvir o Picolé de Limão da Kátia. Um abraço, pessoal. 

Déia Freitas: Fica aí o Mico Meu do Orlando. Obrigado, Orlando por compartilhar essa história com a gente, um beijo. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.