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título: gavetas
data de publicação: 07/11/2021
quadro: luz acesa
hashtag: #gavetas
personagens: helena

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Shhhh… Luz Acesa, história de dar medo. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E hoje cheguei para um Luz Acesa. Hoje vou contar para vocês a história da Helena. Essa história ela está acontecendo, então, no que a gente puder ajudar a Helena vamos tentar, né? Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Helena ela conseguiu uma bolsa para fazer um curso fora do país, na Europa. — Não vou falar onde. — E ela se organizou para poder ir e, entre as coisas, ela tinha que arrumar um lugar onde ela pudesse ficar os oito meses do curso. E aí por meio de uma amiga que já está nesse país que a Helena ia, ela conseguiu um apartamento que, assim… — Pensa num apartamento pequeno. — A pessoa que é dona do apartamento ela dividiu esse apartamento em dois com uma parede, então, digamos que metade do apartamento ficou um mini apartamento e a outra metade outro mini apartamento. E esses dois apartamentos mobiliado já, então assim… — Era o que Helena estava precisando, né? De um lugar que poderia ser pequeno e já mobiliado para ela alugar, ficar esse tempo do curso e depois voltar para casa, voltar para o Brasil. —

E ela já está lá há três meses. Quando a Helena chegou lá, ela levou as coisinhas dela e tal, se instalou e, assim, você está num país totalmente estranho, você não conhece ninguém ali e, na primeira noite, ela meio que não sabia os barulhos ali do prédio ou do vizinho dela de apartamento, então, enfim… Deitou, estava cansada, dormiu. No segundo dia ela foi encontrar uns amigos e já, assim, tipo, virou a noite. Então foi para casa de manhã e dormiu. No terceiro dia ela tinha que levar a documentação lá na universidade que ela está fazendo do curso e ela foi, fez, comprou comida no caminho para levar para o apartamento dela. E nesse mini apartamento, o que tinha? Tinha um banheiro e mais um cômodo. 

O que tinha nesse cômodo? Esse cômodo tinha, de um lado, tinha assim uma pia, um fogãozinho tipo um cooktop, sabe? E uma geladeira também bem pequena, em cima assim um balcão em cima da geladeira, né? — Pensa numa geladeirinha, aquelas que é metadinha assim, sabe? Pequena. — Aí no meio tinha a cama dela, na frente da cama dela uma escrivaninha, do lado da escrivaninha um guarda roupa que, pensa assim, duas portas, embaixo quatro gavetas, uma janela e a porta. E era isso o quarto dela. Quando ela chegou desse dia que ela foi levar a documentação, ela tomou um susto, porque as gavetas da escrivaninha e as gavetas do guarda roupinha estavam abertas. 

A Helena falou: “pronto, fui assaltada”, e aí o coração já começou a bater forte assim e ela foi olhando as coisas que ela tinha arrumado, tudo ajeitadinho. Estava tudo do jeito que ela tinha deixado. — Tipo, não estava faltando nada. — Então o que ela pensou? Ela falou: “bom, alguém entrou aqui, alguém tem a chave e abriu minhas gavetas para olhar”. — E aí já ficou apavorada, eu também ficaria. — Aí ela entrou em contato com o dono do apartamento, explicou, teve um pouco de dificuldade da língua ali, mesmo ela falando a língua lá do país ela teve um pouco de dificuldade, mas enfim, ele falou para ela que, se ela quisesse contratar um chaveiro, que ela poderia fazer isso. E aí foi um pouco difícil pra ela encontrar e tal, mas encontrou e acabou trocando a fechadura. 

Então, agora era chave que só ela tinha, nem o proprietário tinha. Por que o que ela pensou? Ela pensou: “daqui oito meses, quando eu sair, eu dou as duas chaves para ele”. Beleza, foi viver a vida dela, fazer o curso dela. Um dia ela chegou do curso… Adivinha? As gavetas todas abertas. E aí ela chorou, porque não era possível, como que isso aconteceu? Pela janela não tinha como entrar, enfim… E ela ficou sem entender, sem pensar em nada… — Mas assim, ainda como eu, com medo de ter uma pessoa ali, dentro do quarto dela, sei lá, um maníaco. — 

Nesse mesmo dia ela olhou, não estava faltando nada, fechou. Chegou a noite ela fez uma sopa ali no fogãozinho dela assim, deu uma improvisada e tal, comeu e deitou. Ela tinha que estudar umas coisas, mas acabou meio que sonolenta ali com o material na cama e pegou no sono. Conforme a Helena pegou no sono, sabe quando você tem um móvel… — Eu tenho um aqui praticamente igual ao que a Helena descreveu assim, uma escrivaninha mais antiga. — Sabe que quando você abre uma gaveta de um móvel antigo e ele range? Como se fosse uma porta, mas é uma gaveta. Você sabe que é o barulho de uma gaveta abrindo, mas uma gaveta mais velha assim… Estava sonolenta. 

E ela escutou uma gaveta abrir, e ela ainda ela estava com uma luz ali, ela não estava com a luz do cômodo aceso, mas ela estava com uma luz porque ela estava estudando. E o quarto estava meio que claro, não tinha como ter alguém ali. E aí ela olhou para o móvel — Para a gaveta. — que estava em frente à cama dela da escrivaninha e ela viu a gaveta abrir. Então ela ouviu a primeira, na segunda gaveta da escrivaninha, quando estava abrindo, ela viu… E aí é aquela coisa, ela ficou meio sem entender e sem acreditar. — Que aquilo estava acontecendo. — E aí uma gaveta depois da outra, bem devagar foi sendo aberta por ninguém. 

E aí a Helena ainda sem entender… — O que estava passando na cabeça da Helena? “Tem alguém, com algum fio puxando essa gaveta”. — E ai ela corajosamente levantou, passou a mão assim… — Porque entre a cama e a escrivaninha e o guarda roupa tinha um espaço ali, vai, onde ela circulava, um pequeno espaço. — E ela passou a mão e o pé assim pra ver se tinha uma linha e não tinha nada. E, enquanto ela estava fazendo isso, a última gaveta do guarda roupa estava sendo aberta. Muito devagar e sem ninguém. Nessa hora, só nessa hora que a última gaveta do guarda roupa estava sendo aberta sozinha e devagar que deu um pânico na Helena, tipo, “isso não é não é vivo”. — Só nessa hora. —

E aí ela voltou correndo pra cama, entrou embaixo das cobertas assim e cobriu a cabeça. E aí foi uma noite que demorou horrores para passar, né? E de manhã, quando ela acordou que já estava tudo claro, ela dormiu com aquela luz acesa, né? Que ela estava estudando. E as gavetas estavam abertas, tipo, nada mexido, nada fora do lugar e as gavetas abertas. Aí ela contou para essa amiga que ela já tinha lá, essa amiga ficou cabreira, falou: “pô, aqui tem uns lugares aí que são considerados mal assombrados, mas eu nunca vi isso assim num apartamento, ninguém nunca falou nada e tal, né?” E passou também, a amiga dela não deu tanta importância e ela não tinha como comentar mais sobre isso, porque era só isso que tinha acontecido. 

Só que, a partir do momento que isso aconteceu, a Helena ficou esperta. Primeira que ela não tinha como sair dali, o dinheiro que ela tinha ela tinha colocado no aluguel desse apartamento, e ela não tinha como sair dali. Então tinha que ficar ali. E, segundo, ela começou a ficar mais esperta assim, né? — Em tudo. — E aí ela já conseguia prever quando as gavetas iam abrir, porque prestando mais atenção, ela conseguia escutar passos na madeira — Do quarto dela ali, do cômodo. — do chão. Então, pensa, um cômodo de madeira mais antigo também, ela conseguia escutar os passos e aí as gavetas abrindo. Isso não acontece sempre, mas de vez em quando acontece, e a Helena tem a impressão que, assim, — Agora ela consegue identificar porque ela ouve os passos, mas parece que agora… — Ela não sabe se é a cisma dela ou não, mas ela consegue sentir uma presença no quarto. 

E aí ela está num lugar que ela não sabe o histórico daquele prédio, ela não sabe nada e ela não sabe o que fazer. — Porque cada dia que passa ela está com mais medo. — Sair dali não é uma opção, então, até aí o ano que vem, começo do ano que vem ela vai ficar lá. E, gente, o que vocês acham? Quem está abrindo as gavetas da Helena e por que abre e não mexe em nada? E deixa tudo aberto e… Assim, mas nada acontece… Será que isso vai piorar? E o que que a gente pode fazer para ajudar a Helena? Eu, sinceramente, ainda fico meio sem acreditar, assim, mas bem cismada. 

[trilha] 

Assinante 1: Olá, meu nome é Mônica, falo aqui de Porto Alegre. Eu queria dizer para Helena que, de repente, o imóvel não tem história nenhuma, e o móvel esse onde tem as gavetas é que tem alguma coisa. Então, de repente, se for possível ela podia pedir pro proprietário para tirar o móvel do apartamento dela e quando ela fosse embora então ele colocaria de volta. E se não for possível então pra ela pesquisar a história do prédio, tentar saber sobre esse móvel que tem as gavetas, perguntar para o proprietário se é dele, se alguém ou algum outro morador deixou ali, porque é para ela entender melhor o que está acontecendo, e aí saber o que pode ser melhor. Fazer uma missa, alguma coisa assim, tá bom? É isso. 

Assinante 2: Oi, Não Inviabilizers, aqui é Jônatas de Fortaleza, Ceará. Helena, procura com essa tua amiga no país, se tem alguém que trabalhe com espiritualidade, e aí você pode fazer uma limpeza espiritual desse ambiente, porque eu acredito muito nessa questão de energias. Então, ninguém sabe quem foi que passou aí antes, quem morou, quais energias deixaram e isso pode estar afetando o espaço, né? Você pode estar incomodando as energias desse espaço, então é bom fazer uma limpeza do ambiente. É isso. 

Déia Freitas: Se você ainda não está no nosso grupo do Telegram é só jogar lá na busca “Não Inviabilize” que o nosso grupo aparece, tá bom? Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Luz Acesa é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta] 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.