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título: japão de vasconcelos
data de publicação: 17/01/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #japao
personagens: lorena e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje vou contar para vocês a história da Lorena. Ê, Lorena… Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Lorena conheceu um cara aí… — Bem antes da pandemia. — Começou a namorar esse cara, o namoro deu muito certo… Eles foram morar juntos depois de uns quatro meses. — E foi tudo perfeito. — Ela trabalhando, ele trabalhando, os dois dividindo as contas, aquela parceria e nã nã nã, tudo indo muito bem. Passou um ano… Um ano e meio… E ele chegou com uma proposta para Lorena. Ele tinha acabado de receber um convite para trabalhar no Japão, ele ir para o Japão, juntar um dinheiro e, na volta, eles queriam oficializar ali um casamento e nã nã nã. E a Lorena ficou mega feliz… E, até então, — Vale ressaltar. — que o contato da Lorena com os pais desse cara era muito pequeno, porque eles moravam numa cidade muito longe, eles são agricultores, então eles não tinham bem essa coisa de celular, sabe? — Eles tinham celular, mas não de ficar o tempo todo, não tinham WhatsApp, enfim… Era mais precário assim o contato. — 

Mas sempre que esse cara falava com os pais, ela dava oi assim por telefone. — Ligação mesmo de voz. — E aí beleza, então o cara resolveu ir para o Japão pra fazer a vida ali, passar só um breve espaço de tempo e voltar… [efeito sonoro de avião decolando] Aí o cara chegou lá no Japão, mandou foto, poucas fotos do lugar… — Porque lá quem está lá trabalhando sabe que o ritmo de trabalho é muito intenso, né? — Então ele tinha pouquíssimo tempo em casa, né? E ele dividia a casa com muitas outras pessoas, então era complicado. Então eles falavam bastante assim pelo Facebook ali, né? E tudo bem… 

Mais um tempo passou, ali uns quatro meses e ela super feliz, porque ele estava conseguindo juntar dinheiro, segundo ele… E ela recebeu uma ligação. — Lorena recebeu uma ligação. — Era a mãe desse cara. — Ligando para Lorena… — Uma senhora muito simples, humilde, que tinha vindo pequena para o Brasil, do Japão para o Brasil e sempre trabalhou na lavoura e fazia a vida assim, vendia ali legumes e verduras e tal, família toda trabalhando nisso. E ela estava ligando para Lorena porque ela não achava mais certo o que estava acontecendo… [música de suspense] E o que estava acontecendo? O cara — Que eu nem dei nome. — ele tinha falado que estava juntando dinheiro no Japão para voltar e casar com a Lorena, quando, na verdade, ele estava escondido na casa dos pais em Ferraz de Vasconcelos. [risos] — Ai que ódio. Filho da puta. [gargalhando] Vocês acreditam nisso? Que ele estava escondido na casa dos pais em Ferraz de Vasconcelos mentindo para Lorena que estava no Japão? — 

Sendo que ela levou ele no aeroporto, e aí deixou ele lá porque ia demorar demais o voo para sair… Quer dizer, ele pegou um ônibus… [risos] — Eu sei até o caminho que ele fez, porque eu já trabalhei no aeroporto. — Ali de Cumbica ele pegou um ônibus até o Tatuapé, do Tatuapé ele pegou o trem que vai para Ferraz. [gargalhando] — Maldito. — E, enfim, Lorena ficou em choque… Ela estava ligando sem ele saber. E aí a mãe, a própria mãe dele, passou o endereço da casa… — Porque nem o endereço da casa ela tinha, nunca tinha ido lá. — E falou: “É melhor você vir aqui e ver com seus próprios olhos, porque tem mais coisa que você precisa saber”. E aí a Lorena na hora falou: “Não, pelo amor de Deus, a senhora me conta tudo… A senhora me conta tudo porque eu quero saber o que está acontecendo. Eu vou chegar aí sem saber o que está acontecendo? Ele está aí, mas por que ele está aí? Tá escondido do quê?” — Do que ele estava escondido, gente? — 

Esse cara tinha traído a Lorena, [efeito sonoro de piano ao fundo] tinha engravidado uma moça, e a família da moça, o pai da moça e o irmão da moça estavam atrás dele… Para ele assumir, enfim, morar com a moça ou casar com a moça. — Isso tudo, assim, recentemente… Antes da pandemia. — E aí o chão se abriu para Lorena, e ela falou: “Eu não vou, eu não vou… Eu quero só falar com ele. Assim que ele me chamar de novo aqui no Facebook eu vou falar com ele”. E aí quando ele chamou, né? Falando que “ah, porque lá no Japão tava frio”, [risos] — Ai, gente, eu fico com tanto ódio que ele estava em Ferraz de Vasconcelos. [gargalhando] Ai meu Deus, sabe? É demais, né? — E aí quando ela falou: “Ué, tá frio em Ferraz? Porque eu vi na televisão que estava calor”. — Ele ficou de toda cor. — 

E aí ele já começou a chorar [efeito sonoro de choro] e perguntou como ela tinha descoberto e tal, né? Ela falou, falou: “Foi a sua mãe que me contou… Que me contou tudo, inclusive da moça que está grávida”. E aí ele pediu perdão, queria ir lá conversar com ela, ela falou que não precisava e romperam. [efeito sonoro de vidro quebrado] Isso antes da pandemia… Veio pandemia, ela não falou mais com ele. E aí agora tem uns dois meses, ele voltou a procurar a Lorena. — Por quê? — Porque agora já nasceu o bebezinho. — Que é uma menininha. — E ele não ficou com a moça lá. — Que ele fugiu da moça, né? Ele não ficou com a moça. — E como ele não ficou com a moça, ele resolveu procurar a Lorena, porque ele disse que nunca esqueceu a Lorena e aí ele queria uma chance. 

E aí a Lorena está em dúvida porque a questão lá da coisa do Japão — Japão de Vasconcelos… [risos] A Lorena perdoou, então é por isso que eu estou rindo… Porque se ela perdoou, né? Eu vou rir. — Ela perdoou essa questão, só que tem outras coisas que incomodam a Lorena. Número um: quando ele ficou sabendo que a moça estava grávida, ele sumiu. — Então, né? — É esse tipo de cara. E agora que eles voltaram a conversar, vira e mexe ele fala que acha muito pagar 500 reais de pensão, porque ainda é um bebê… — Como se bebê não gastasse, né, gente? O quanto que gasto de fralda, de leite, um monte de coisa pra beber, né? Então ele acha 500 mil reais muito, que é injusto com ele pagar 500 reais de pensão. — 

E aí a Lorena acha que ela pode fazer com que ele melhore, mas eu não estou entendendo, Lorena… Por que você quer pegar um cara desse, que te traiu, engravidou outra moça, fugiu da outra moça, mentiu para você que estava no Japão e estava em Ferraz de Vasconcelos e ainda agora reclama de pagar pensão e você acha que você que tem que consertar um cara desse? O que é isso? Virou recicladora de lixo agora? Vai pegar um boy lixo e tentar transformar numa coisa útil para a sociedade? Não entendo, não entendo… “Mas eu gosto dele ainda”, poxa, vai embarcar nessa? Então, assim, a pergunta dela para mim foi essa: “Déia, você acha que eu devo voltar?” — Se me escreveu já sabe, né? Já sabe o que eu penso… — 

Pra mim a resposta é não. É isso que ela gostaria de saber de vocês, o que ela deve fazer, porque ela está realmente confusa… Ela gosta dele, mas ela percebe que tem ainda um monte de coisa aí complicada nele, né? Então, gente, sejam aí gentis com a nossa amiga Lorena e deixa aí o seu conselho. 

[trilha] 

Assinante 1: Oi, pessoal, aqui é Dani de BH. E, Lorena, eu acho que você já tem um alerta ligado, não é à toa, né? Esse cara ele além de trair você, mentir para você que ia para outro lugar, ele se encontrou com outra mulher, ele teve sexo desprotegido, ele não quis enfrentar nenhuma consequência disso, ele fugiu… O que ele estava pensando, hein? Que ele ia ficar lá nesse Ferraz de Vasconcelos falando que estava no Japão até quando? E essa criança, desassistida? Então, assim, se os pais dele viram o tamanho da irresponsabilidade e resolveram fazer uma interferência, você imagina o quanto esses pais já tinham conversado com ele para que ele fizesse a coisa certa. Então, assim, não acho que você vai conseguir mudar esse cara. Sinceramente, acho que você está caindo nesse conto de que mulher conserta macho, e esse cara não segura os B.O. dele e ele, de certa forma, desrespeitou bastante duas mulheres, né? Mais uma que é filha… Então, acho que tem problemas estruturais aí que você não vai conseguir resolver, viu? Eu, se fosse você, saía fora. Um beijão. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, gente, aqui é a Catarina, eu moro em Portugal. Lorena, você não é centro de reabilitação de macho, tá? Ele poderia ter sido minimamente responsável e ter te dito quando soube da gravidez pelo menos, mas ele decidiu mentir para você dizendo que estava em outro país, não assumiu a responsabilidade com a menina que não engravidou sozinha e, se não fosse a mãe dele, você jamais ia saber o que tinha acontecido. Então, assim, eu não vou nem falar dos 500 reais, porque pelo amor de Deus… O que você acha que vai ser vocês construindo a vida juntos? Porque ninguém namora sem pensar no futuro… Que futuro você acha que vai ter? Não vou falar de traição, não, mas que tipo de companheiro você acha que ele vai ser? Que tipo de pai você acha que ele vai ser? Porque isso já mostrou muito do caráter dele, hein… Amor não basta, tá, Lorena? Vida que segue, pelo amor de Deus… 

Déia Freitas: Quem não tiver ainda no nosso grupo, joga na busca lá do Telegram “Não Inviabilize” que o nosso grupo aparece, tá bom? Um beijo e até a próxima. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.