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título: limpeza
data de publicação: 27/11/2023
quadro: picolé de limão
hashtag: #limpeza
personagens: amanda e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo é o podcast “É Nóia Minha?” da Camila Fremder. [risos] Quem me vê falando assim pensa que não conheço, né? Camila está aí agora em todas as plataformas. — Sim, Camila está livre… [risos] — Agora o É Nóia Minha? está em todas as plataformas e está no YouTube. E esse publi é para você ir lá se inscrever no canal da Camila no YouTube. Já tem o primeiro vídeo lá de estreia da Camila Livre [risos] e eu sou a primeira convidada? Não, não sou… — Né, Camila? Por que eu não sou? — Porque eu não vou, né, gente? Vocês sabem… Vídeo ainda… Tem lá duas convidadas maravilhosas que é a Alanitcha é a Mc Soffia. Então vai lá, assiste o primeiro vídeo, se inscreve no canal da Camila e o e-mail para publis de Camila é: bpideias@gmail.com. — Camila, te amo… Seja feliz agora com essa tal liberdade. — 

E hoje eu vou contar para vocês a história da Amanda. — Ê, Amanda… — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Amanda conheceu um cara aí por meio de um grupo, digamos que ela estava num grupo aí de uma coisa que ela gosta e esse cara também — no mesmo grupo  virtual — numa coisa que ele também gostava e eles começaram a conversar ali, interagir dentro do grupo e depois essa conversa passou pra fora do grupo. E aí depois eles foram para o WhatsApp e começaram a conversar, fazer chamadas de vídeo… Ele morava num apartamento e ele fazia sempre os vídeos com ela da varanda… Então ele falava “aqui o sinal pega melhor” e eles ficaram conversando ali na varanda e tal. E essa amizade, ou algo mais, porque os dois queriam algo mais, durou ali três meses, totalmente no virtual, fazendo chamada de vídeo. 

Nesses três meses, eles se apaixonaram muito, muito, muito e o cara chamou a Amanda pra morar com ele. — Gente, três meses… — Ele morando em outro estado, longe… — Bem longe da Amanda. — Toda apaixonada, Amanda com um emprego fixo que não era home office, que era presencial, Amanda estudando, mas estudando virtualmente, então o estudo poderia continuar ok… Só que pra ela morar com o cara, ela teria que pedir demissão. — Gente… — E aí a Amanda naquela… Assim, qual era a questão maior? A Amanda, se ela comprasse uma passagem, por exemplo, pra ir, era uma passagem cara… Ela não tinha como ir pra conhecer, ficar uns dias que seria o certo e depois voltar pra morar, que seria o certo. — Pelo amor de Deus, gente, você não sabe nem onde você vai morar… — Ela não teria essa grana. Então ela teria que tentar um acerto na firma ali pra ter um dinheirinho até arrumar um outro emprego lá no estado, na cidade do cara e arriscar e ir de vez. 

Aqui eu não preciso nem dizer pra vocês que eu sou contra largar o emprego por amor, né? [risos] Então, assim, como você vai largar o seu serviço, o seu trampo por amor, gente? Por paixão. Sei lá… Você nem conhece. Você nunca beijou o cara, você não sabe se o cara, sei lá, beija mal… Você não sabe se vai ter química entre vocês, você não sabe se você vai gostar do lugar que você vai morar… Como é que você pede com as contas e você vai morar com uma pessoa que você está conversando pela internet por três meses? Gente… Tá, tudo bem, ah, um rompante aí da paixão, do amor… Mas não… Não, não, não dá, entendeu? Não dá. Amanda ali com 27 anos, 27 anos já dá para saber que, assim, pode ser uma cilada, pode ser uma furada. Mas Amanda conseguiu fazer um acordo na empresa… Ainda a gerente dela falou: “Amanda, pelo amor de Deus, você tem certeza disso? Você tem certeza?”. A Amanda tinha mais quatro ou cinco meses se ela quisesse pedir férias, tirar férias… E a gerente dela falou isso, falou: “Espera mais cinco meses, e aí você tira férias e vai pra lá, pelo menos só nas férias pra ver se você gosta… E aí a gente faz… Vê se consegue um acordo pra você”, mas não, ela preferiu sair porque não dava pra esperar mais, porque ela estava realmente muito apaixonada e o cara também dizia que estava muito apaixonado por ela. 

E aí Amanda fez isso, pediu as contas ali, brigou com a família, porque a família também não aceitava isso, né? E pegou ali três malas, comprou a passagem de avião e foi conhecer aí o amor da sua vida. E aí embarcou, aquele frio na barriga, “ai, que emoção, vou ver o meu amorzinho”. Amanda já imaginou aquele encontro romântico no aeroporto e nã nã nã… [efeito sonoro de avião decolando] Amanda chegou no aeroporto… A Amanda chegou no aeroporto, assim, toda feliz da vida, toda animada… Cadê o cara? O cara não tinha ido esperar a Amanda no aeroporto. Quando ela aterrissou ali e tal, que ela ligou o celular, tinha um recado dele, que ele não tinha conseguido sair do trabalho pra buscar a Amanda, mas que ela podia ir pra a casa dele, que ia dar tempo deles chegarem juntos. Então, bom, ah, não foi do jeito que Amanda imaginou, mas tudo bem, né? E aí ela pegou ali um táxi pra ir para a casa do amorzinho dela. Chegando lá, eles chegaram juntos na portaria do apartamento e já se abraçaram, se beijaram, a Amanda chorou… Ele tava um pouco mais tímido, assim, mas também assim demonstrando muito carinho pela Amanda e tal, e aí eles subiram… 

Tiraram aquelas três malas do táxi e nã nã nã e subiram para o apartamento assim, se olhando muito no elevador… A primeira vez que eles estavam se vendo… E até ali a Amanda estava ok, estava quase tudo dentro do que ela tinha planejado, menos a recepção ali no aeroporto, né? Que ela imaginou que ele estivesse lá, talvez ele até levasse umas flores, enfim, não rolou isso… — Ele não levou flor também em momento nenhum. — E aí chegaram ali na porta do apartamento e ele deu um beijinho nela e abriu a porta… — A gente está falando de um cara de 30 anos que mora sozinho… — Quando este homem abriu a porta… [música de tensão] A Amanda disse que primeiro, assim, veio um cheiro de podre, podre, podre… E você olhava, parecia… Olha, vocês já assistiram esses programas de casa de acumuladores que tem aquela moça que é russa que limpa? Eu esqueci o nome dela agora, depois eu até posso dar essa referência pra vocês… Era tipo aquela casa. 

A Amanda falou que tinha, tipo, várias… Sabe quando você come a comida e não come até o final e você deixa a embalagem ali pelo chão e cria larva? Tinha prato com larva, tinha terra no chão, no meio do apartamento, que ela não sabe de onde veio aquilo. Se formou terra, se acumulou, se passarinho trouxe a terra… — Jamais saberemos. — Amanda falou que era, assim, era uma coisa que parecia filme. Não parecia real o tanto de sujeira… Porque não era só bagunça, porque podia ser um cara bagunceiro, não, era sujeira mesmo, era bicho, larva, barata pelo chão, assim, restos de comida, restos de prato, papel higiênico usado por todo lugar, assim… Tudo muito sujo. Não tinha lugar pra sentar, não tinha nada, assim… Era surreal… Surreal. 

E aí a Amanda começou a ficar desesperada porque ela não tinha nem como abrir as malas ali. E muita baratinha correndo pelo chão, assim… E aí Amanda falou pra ele, falou: “Meu Deus, o que aconteceu aqui?”. Aí ele falou: “Ah, gata, sei lá, eu limpo uma vez por ano… Chamo alguém aí e limpo, porque eu não me preocupo com isso”. — Desse jeito… — A cozinha ela falou que tinha uma crosta preta na pia, assim, mas não era uma coisa que estava dura já, que era uma gosma. — Gente… Deus me livre. Deus me livre… — O banheiro era uma podridão. A única parte que estava um pouco mais limpa era o box ali, porque o cara tomava banho ali. — Ainda bem que tomava banho ainda, né? Um banho ou outro pelo menos ele tomava. — A Amanda falou que a roupa de cama era toda encardida, assim, enfim… — Gente, na hora, aquele amor… [risos] Aquele amor todo deu uma diminuída boa… — 

Mas a Amanda falou: “Sei lá, de repente ele está em depressão e está precisando de uma ajuda, né? E eu vou ser essa pessoa que vai ajudar”. E aí a Amanda pra dormir ali naquele lençol não deu, ela perguntou se tinha lençol limpo, ele falou: “Procura aí no armário, deve ter”. Achou um lençol ali, trocou a roupa de cama e eles deitaram… A Amanda não conseguiu nem ter nada com ele, assim, porque ela falou: “Meu, eu não consigo… Tem baratinhas subindo na cama”, sabe assim? Aí no dia seguinte, esse cara saiu pra trabalhar, a Amanda foi no mercado, comprou saco de lixo daqueles de 100 litros, três pacotes, comprou um monte de inseticida e começou a tirar lixo daquele apartamento. Sacos e sacos e sacos… Ela lotou lá o quartinho lá embaixo do prédio, sabe? Onde bota lixo. Não tinha mais espaço pra nada de tanto lixo. — E era só lixo, não eram coisas do cara… Era lixo real… —

Ela começou cedo ali, assim que o cara saiu e tirou muito, muito, muito, muito, muito lixo. Jogou muito, muito, muito inseticida, a ponto dela até passar mal, assim… Aí ela saiu pra dar uma respirada, porque tinha muito bicho, muita baratinha, muito mosquitinho. E aí ela teve que tirar também tudo da geladeira, um monte de coisa podre. E aí, depois de tirar tudo, ela passou tipo até umas quatro da tarde tirando tudo de lixo. Muito lixo, muito lixo… Tinha que começar a limpar, só que ela já estava morta. E aí ela só limpou ali onde ela ia sentar, [risos] tipo o sofá ali e limpou a pia da cozinha, que estava muito podre, muito podre. E o vaso sanitário que também estava muito podre… Foram as coisas que ela limpou nesse segundo dia que ela estava na casa do cara. Aí o cara chegou, viu que a casa estava sem lixo nenhum, dava pra andar… — Porque não dava para andar no chão de lixo… Lixo. — Ele falou: “Nossa, amor, você tirou as coisas que estavam aqui atrapalhando”, nem chamou de lixo. “Ai, que legal e tal”, mas não deu muita atenção assim pra limpeza, sabe? 

E aí ele falou: “Nossa, vou pedir uma pizza”, e pediu a pizza… Eles comeram a pizza e, assim, ela estava com muita fome, né? Nem almoçar ela tinha almoçado. — Ai, me deu até ânsia. — E aí, depois que eles comeram a pizza, ele pegou a caixa de pizza e jogou no meio da sala… — Gente? — E aí Amanda foi lá e pegou a caixa de pizza e falou: “Eu acabei de tirar as coisas aqui, de limpar”, o chão estava sujo ainda, enfim, mas não tinha mais lixo no chão, né? E ela falou: “Você não pode fazer isso, jogar a caixa de pizza no chão”, ele falou: “Ah, depois eu arrumo”, sabe assim? E aí ela pegou a caixa de pizza, foi lá, botou na pia pra já não acumular lixo, enfim… E aí, naquela segunda noite, ela não conseguiu também dormir com ele, só trocaram uns beijos ali, não transaram, nada… Porque ela estava ainda impactada, né? A casa estava muito suja ainda. Ela só tinha conseguido tirar o lixo. E aí, no terceiro dia que ela estava lá, ela começou a faxina pesada. Faxina pesada de lavar, esfregar chão, móveis, superfícies, paredes… Essa limpeza pesada que a Amanda fez durou três dias. 

Então, até o sexto dia, a Amanda limpou todas as coisas… E esse cara sempre dando pouca importância pra isso, assim, pra limpeza. E aí, no sexto dia, ela terminou de limpar e a casa estava limpa… Só que aí tinha muita roupa dele suja, roupa que chegava a ter, assim, bicho também. — E aí tinha que lidar com essas larvas, tirar essas larvas… Ai, Deus me livre. — E aí ela passou pra lavar as roupas… Roupa de cama, roupa dele… No sétimo dia… [risos] Praticamente fazendo o mundo aí, né, Amanda? [risos] E nem descansou no sétimo dia. No sétimo dia, ela lavou todas as roupas dele. E era impossível fazer isso no apartamento dele, porque ele só tinha um — como chama aquilo? — tanquinho. Então aí a Amanda falou pra ele, ele falou: “ah, tem uma lavanderia tal em tal lugar, se você quiser, eu deixo meu cartão aqui. Se você quiser lavar, fazer isso… Não precisa, mas se você quiser…”. E aí óbvio que ela quis. E aí era bom porque na lavanderia — aquelas que você mesma bota a roupa na máquina e tal e já bota pra secar, enfim —, ela já fez tudo ali na lavanderia. 

Então ela teve que dividir isso em dois dias… Então, sétimo e oitavo dia ela lavou todas as roupas do cara. No nono dia, ela organizou todas as roupas dele no guarda-roupa para abrir espaço… Até então, ela não tinha tirado as coisas da mala, porque ela tinha nojo da casa também. E aí, no décimo dia ali, que estava tudo muito limpo e ela estava feliz que agora ela ia começar a vida com essa criatura do pântano, que ela estava feliz, que ela já tinha arrumado todo o armário dele e conseguido um espaço ali para pôr as coisas dela, esse cara chamou a Amanda pra conversar. Já tinham uns três dias que eles já estavam transando e tal, enfim, né? Tinham completado esse ciclo. E ele chamou a Amanda pra conversar e disse — depois que a casa dele estava limpa, perfumada, as roupas lavadas, secas e passadas, arrumadas no guarda—roupa, todas as coisas dele organizada, era um apartamento novo, novo —, ele disse pra Amanda que não estava rolando. E aí Amanda ficou em choque, né? Porque, mano… Ela passou dez dias pra limpar tudo, pra organizar tudo, pra deixar a casa limpa, em ordem… 

E, óbvio, ele não tinha pedido, mas não tinha como morar naquela casa do jeito que ela estava, não tinha como. Como ela seria uma moradora ali, ela falou: “Bom, eu acho justo até eu fazer, né?”. E aí eles tiveram uma pequena discussão ali, no dia seguinte ele saiu para trabalhar, ele falou que ela podia ficar quantos dias ela quisesse até o final do mês pra ver o que ela ia fazer da vida dela. — Desse jeito… — E, tipo, terminou com ela… E aí a Amanda estava desolada, desolada. Nesses dias ela tinha ido num café lá perto tomar café, porque não dava para tomar café na casa. E, quando ela estava saindo para tomar café, a vizinha de porta dele chamou ela, falou: “Onde você está indo e tal, né?”, ela falou: “Eu tô indo tomar café” e ela  falou: “Vem tomar café aqui”. — E aí a gente pode chamar essa vizinha de Dona Filomena. — E a dona Filomena disse pra Amanda que este cara fazia isso com várias mulheres… Que lá no prédio eles tinham até, assim, uma piada, uma brincadeira, falar: “Alá, chegou mais uma diarista”. 

Ele chamava garotas pra morar com ele ou, sei lá, ter um relacionamento sério e, quando elas entravam no apartamento, que viam toda aquela bagunça, toda aquela sujeira, a maioria embarcava nessa de limpar pra ele… E aí depois ele dava o pé nelas… — Que era uma coisa meio que ele já fazia mesmo. — E aí a Amanda ficou incrédula e a Dona Filomena contou pra ela, tipo, umas três histórias de outras moças que vieram também de longe… Teve uma até que ficou na casa da Dona Filomena ali uma semana, porque ela limpou tudo também, passou 15 dias limpando, enfim… E ela falou que era um padrão, porque assim, quando terminava de limpar, quando o apartamento estava limpo, ele mandava a menina ir embora, assim… Sendo que ele tinha até dinheiro pra pagar uma diarista… — Sendo que ele poderia ser menos, né? —Pô, acabou de comer a pizza, jogou a caixa da pizza no chão? Tipo, embaixo do sofá, assim, sabe? Enfim, né? 

E aí a Amanda ficou incrédula e teve que fazer as malas dela realmente, porque depois desse dia ele mal olhava na cara dela, não tratou mal… — Quer dizer, pra mim é tratar mal, né? Nem olhava na cara e tal… — E tudo limpinho ali. E ele, aproveitando essa limpeza, sem nem olhar na cara da Amanda. E aí, a Amanda, que nem tinha desfeito as malas, tinha desfeito só uma, fez as malas novamente e voltou para o estado dela, para casa dos pais. — Que ela estava brigada com os pais, inclusive, né? — E aí teve que pedir arrego e voltar realmente para a casa dos pais. Arrasada, gostando até bem menos do cara, porque ela falou que, conforme o tempo foi passando, ela foi vendo que talvez não fosse bem uma depressão, não fosse algo que ele precisasse desse tipo de ajuda, enfim, né? A Amanda também falou que não foi algo que ela fez, assim, que ela invadiu e fez, não… A cada dia que passava, parecia que ele não ligava para limpeza, mas que ele estava gostando, sabe? Não foi algo que ele se sentiu mal, em nenhum momento ele falou: “Ah, você mudou minhas coisas de lugar” ou “você fez isso, fez aquilo”, não, sabe? Foi uma coisa assim que ele ia usando ali do que estava limpo e tal, mas sempre assim, usava os copos e largava tudo na pia, era ela que tinha que lavar, né? 

Ele realmente não fazia absolutamente nada… Nem descarga no banheiro ele dava. — E ainda bem, Amanda… Mesmo assim, depois que você limpou tudo, você queria ficar com esse cara ainda, sabe? — E aí, dona Filomena, que tinha falado isso pra ela, falou: “Ó, a melhor coisa que você faz é ir embora… É ir embora”, porque ele não muda, ele é assim. E aí tem umas moças que não se conformam, e aí vem aí briga, quebra as coisas e fica tudo quebrado até vir outra moça pra consertar e limpar, porque ele não chama diarista, não, ele gosta que as mulheres que estão com ele façam serviços domésticos pra ele e depois ele manda passear. Então, eu não tenho aqui como falar nada desse cara, se ele realmente tem uma depressão, alguma coisa, porque a gente só tem essas informações, dadas por dona Filomena e Amanda. — No caso pra mim, só a Amanda, né? Mas a dona Filomena falando também pra Amanda ali. — E ela voltou e está sem emprego até hoje… Não conseguiu um emprego de novo do jeito que era o emprego dela, né? Faz um bico aqui, outro ali… 

E esse cara também bloqueou ela em tudo depois que ela foi embora. Então, ela acha realmente que é um cara que se aproveita aí das mulheres que estão, sei lá, mais carentes, vulneráveis e chama pra lá. E ele sempre faz chamada de vídeo na varanda porque a casa está podre, né? — Até as paredes eram sujas, até as paredes ela limpou, né? Então, veja, que loucura. — A Dona Filomena falou que teve uma moça que pintou as paredes. Uma moça que pintou as paredes, pintou o apartamento pra ele… Ela pintou… Pegou o pincel, o rolo e passou na parede. Vocês sabem o quanto demora pra pintar um negócio? Uma vez tentei pintar aqui uma parede do meu quarto e não consegui. Demora demais pra pintar, pra dar certo pintar. E ela pintou o apartamento pra ele, limpou tudo, fez tudo e a sujeira que não saía da parede ela pintou… E aí, depois que ela pintou o apartamento, ele falou que não queria mais. — Tá bom pra vocês? — 

Independente de qualquer questão que ele tenha, ele tem essa consciência que tem uma pessoa ali fazendo tudo por ele e que depois que ele já tirou tudo o que ele podia dessa pessoa, em termos de serviços de limpeza mesmo, aí ele manda passear, ele pede pra ir embora do apartamento dele. Sempre muito gentil, “olha, pode ficar mais uma, duas semanas, mas você precisa seguir sua vida, seguir seu rumo”. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente… Aqui é a Nathália, falo de São Paulo. Ódio me consumindo aqui… Meu Deus do céu, tô indignada… Primeiro lugar, Amanda, juvenil, né, amiga? Juvenil, mas ok… Foi, né? Dois: Realmente não temos como saber se o rapaz tem depressão, seja lá o que for, porque não é possível alguém viver nessas condições, mas que ele tem um desvio de caráter ali ele tem, isso tá claro. E, terceiro, Dona Filomena, por favor… Se sou eu, a mulher pisou o pé ali no condomínio, eu estou avisando… Estou gritando aos quatro ventos, mobilizando para fazer uma comunidade, tipo comunidade do Orkut para promover o mau caratismo desse homem. Não tem condições… [risos] Então assim, Amanda fica aí, né? Experiência de vida. Nunca mais, minha amiga, por favor. Beijo. Espero que você esteja bem. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Samantha Amanda de Curitiba. Eu estou morrendo de ódio desse traste… Amanda, eu sinto muito que você tenha passado por isso, mas saiba que a sua história não foi em vão, ela serviu de aprendizado aqui pra todo mundo que escuta esse podcast, pra gente não confiar nas pessoas que a gente nunca conheceu, nunca foi na casa antes… Para dar uma chance para qualquer coisa que a gente for fazer, seja relacionamento amoroso ou não, sei lá, parceria, colega de quarto… E se fizerem chamadas de vídeo, gente, com os contatinhos, peçam para ver a casa da pessoa, porque imagina chegar e ter um monte de larvas e baratinhas? Deus me livre… E eu acho também que a Amanda foi muito boazinha, eu teria me vingado com certeza, eu desceria, pegaria todo o lixo dos vizinhos e espalharia pelo apartamento, só de raiva porque ele não pagou as diárias. Que ódio, gente… Que ódio. 

[trilha] 

Déia Freitas: Gente, não esquece o É Nóia Minha? agora está em todas as plataformas, inclusive no YouTube. Eu vou deixar o link do YouTube da Camila na descrição do episódio. Clica, se inscreve e assiste o vídeo… — É para assistir o vídeo, tá? Pra assistir… Vamos dar aí engajamento pra Cami. E, ó, publicidade para Camila, por favor: bpideias@gmail.com. — “É Nóia Minha?” em todas as plataformas de áudio e YouTube, para você assistir aí o vídeo. Um beijo e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.