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título: mário
data de publicação: 31/08/2023
quadro: alarme
hashtag: #mario
personagens: 

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Atenção, Alarme. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do quadro Alarme. — O quadro onde além de contar histórias, a gente presta um serviço à comunidade. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje de novo é a Merck, farmacêutica líder em ciência e tecnologia que está completando 100 anos no Brasil. A marca possui destaque em cuidados com a saúde em diversas áreas, como neurologia, imunologia, fertilidade, cardiometabolismo, endocrinologia e oncologia. E como falamos no episódio anterior do quadro Alarme, a Merck está promovendo um conteúdo educativo de conscientização sobre dois tipos de câncer, o câncer colorretal —que a gente contou na história anterior — e hoje falaremos sobre o câncer de bexiga. 

E eu quero começar alertando aqui sobre quais os principais fatores de risco para o câncer de bexiga. O tabagismo é o principal fator de risco, sendo responsável aí por 50% dos casos. A maioria dos casos é diagnosticado em pessoas com mais de 55 anos, principalmente homens. Ter histórico de casos na família e baixa ingestão de líquidos também contribui. — Ou seja, beba água e fique alerta. — Para você ter acesso a outros conteúdos de saúde e descobrir mais informações sobre câncer de bexiga, acesse o Instagram da Merck: @MerckBrasil. — Eu vou deixar um Instagram aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a história do Mário. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

O Mário ele foi diagnosticado com câncer em 2017. Ele foi fazer uma cirurgia de hérnia inguinal — causada por excesso de exercícios físicos na academia — e o médico verificou que o Mário tinha um carocinho na área da virilha e, na hora que o médico retirou um pedaço desse caroço e enviou para análise, ele descobriu que era um câncer, mas era metástase de um câncer de bexiga. Nessa época, o Mário estava numa fase muito boa da vida dele, ele estava bem financeiramente, estava bem fisicamente… O Mário ele ia pra academia cinco dias na semana, então das 06h00 da manhã até as 07h30 ele corria, fazia musculação, enfim, estava com a ginástica em dia… Até que um dia, na musculação, quando ele forçou um pouco mais, ele sentiu essa dor e foi ao médico. Foi quando apareceu essa hérnia inguinal — na perna direita — e já estava começando uma hérnia umbilical também. — Veja, né? — 

Na procura de um médico para tratar uma hérnia, o médico que percebeu um carocinho, falou: “Bom, vamos tirar esse carocinho aqui para ver o que é” e por conta desse carocinho foi descoberto que era um câncer, que não era um câncer dali, era uma metástase… — Que significa que era um câncer de outro lugar e que tinha células daquele câncer ali na virilha de Mário. — Foi um baque muito grande para o Mário, porque ele saiu de uma vida toda saudável e ótima que ele estava para tratamentos que Mário nunca imaginou que precisaria fazer. O Mário foi aconselhado a fazer quimioterapia e ele fez essa quimio por dois anos… O tumor não regrediu dia, mas também não crescia. — Estava ali daquele mesmo tamanho, né? — E a quimioterapia para o Mário ela era bem agressiva… 

Ele estava tomando duas bolsas de sangue antes de fazer cada sessão de quimioterapia e ele precisava de até três bolsas, mas ele não podia tomar ali a terceira bolsa, porque o limite oferecido pelo banco de sangue eram duas unidades. Como Mário estava passando muito mal com a quimio, mas muito mesmo, e o tumor estava estável, o médico acabou dando uns meses para o Mário poder descansar o organismo e aí voltar a fazer quimio. Quando o Mário estava para retomar ali o tratamento… — Ele ficou uns dez meses descansando, pro organismo dele dar uma aliviada da quimio e voltar. — Ele foi fazer os exames de imagem para poder retomar ali o tratamento da quimio e o médico avisou para o Mário que o tumor, que tinha quatro centímetros e meio, agora estava com 17 centímetros… E era época da pandemia. O Mário ele não conseguia entregar os exames ali para os médicos por conta da pandemia, das restrições, então ele tinha que deixar os exames na portaria do hospital e os médicos tinham cinco dias úteis para dar a resposta aí para o Mário. 

E aí o Mário foi atrás de um novo médico, um médico particular, né? Uma amiga da esposa do Mário que indicou um médico para ele e, no dia 28 de março de 2020 ali, começo de pandemia, na hora que o médico observou os exames do Mário, ele disse que o rim do Mário estava cozinhando por conta da urina… — Porque o tumor havia afetado a uretra e o rim direito do Mário. — No dia 3 de abril, o Mário fez a primeira cirurgia para colocar um cateter duplo J para liberar o canal urinário e somente em 2020 Mário passou por nove cirurgias no total. Foram muitos dias de dor e, durante o período de recuperação, o Mário precisou receber alimentação por meio de um cateter no braço. Ele perdeu cerca de 20 quilos e mal conseguia se locomover ali pelo hospital. O tumor havia dado trombose na perna direita do Mário, fechamento do intestino e Mário precisou fazer uma e ileostomia… — Um procedimento feito para ligar o intestino à parede abdominal e assim construir um novo caminho para a eliminação das fezes. — 

E nessa cirurgia foi necessário abrir toda a barriga do Mário e ele, que já tinha feito a cirurgia de hérnia umbilical por conta da ileostomia, foi informado que a redinha da cirurgia da hérnia acabou sendo cortada e a hérnia umbilical tinha voltado. Foram várias cirurgias e depois de nove cirurgias o Mário não tinha a menor vontade de fazer a cirurgia da hérnia umbilical novamente, né? Foram muitos dias de dores e tal, quase 30 dias doendo demais, incomodando… E a hora que parou de incomodar nesses 30 dias, o tumor cresceu… A barriga do Mário doía muito, ele não conseguia encostar a barriga em lugar nenhum. E com esse novo médico, indicado por uma amiga da esposa dele, o Mário, começou a fazer imunoterapia, um tipo de tratamento contra o câncer para combater o avanço da doença pela ativação do próprio sistema imunológico do paciente. 

E com a imunoterapia, o tumor começou a regredir… — Ele estava com 17 centímetros, hein? = O tumor com a imunoterapia voltou para quatro centímetros e meio e, dois anos depois, após os últimos exames feitos, o tumor regrediu mais um pouco ainda de tamanho. Hoje o Mário vive super bem, ele não tem nenhum tipo de complicação ou reação e ele segue fazendo imunoterapia a cada 14 dias. — E leva uma vida aí praticamente normal. — O Mário anda cerca de 12 quilômetros todos os dias, ele faz aí a caminhada… — Porque agora ele não pode retomar a rotina que ele tinha na academia. — Fora os exames de sangue e mais as sessões de imunoterapia, o Mário não tem nenhuma restrição e ele se sente bem assim, super tranquilo. Está se sentindo muito bem. E agora a gente vai escutar o Mário falando um pouco de como foi a descoberta do câncer de bexiga, o tratamento, a imunoterapia… E, na sequência, a gente vai ouvir o médico e o Elge Werneck Araujo Junior, oncologista clínico com ênfase em tumores urológicos do grupo Onco Clínicas da unidade do Paraná, que fica em Curitiba. 

[trilha] 

Mário: Eu fui diagnosticado com câncer em 2017, fui fazer a cirurgia hérnia inguinal, tinha um carocinho e, na hora que tirou, descobriu que era um câncer, mas era metástase, foi atrás de onde tinha surgido, tinha surgido a bexiga. Eu comecei fazendo quimioterapia, fiz quimioterapia dois anos, o tumor não regredia, mas também não crescia. Mas aí começou com a quimio… Como é muito agressiva, eu estava tomando duas bolsas de sangue antes de fazer cada quimio, precisava até três, mas eu não podia, o limite eram duas. Como eu estava passando muito mal com a quimio, o médico acabou me dando uns meses pra poder descansar o organismo e voltar. Quando eu tava pra voltar, eu fui fazer os exames de imagem, o tumor tinha passado de quatro centímetros e meio pra dezessete e tinha começado a pandemia, então eu não conseguia entregar os exames médicos, tinha que deixar na portaria e tinha cinco dias úteis pra me dar a resposta. 

Eu fui atrás de um médico particular, uma amiga da minha mulher me indicou o médico, eu fui atrás do médico e, no dia 28 de abril de 2020, a hora que eu levei os exames, ele falou que meu rim estava cozinhando por causa da urina, que o tumor tinha fechado a uretra do lado direito. Isso foi em 28 de março, dia 3 de abril eu fiz a primeira cirurgia, fui para por um duplo J para liberar, e aí foram nove cirurgias nesse ano. Deu trombose na perna direita, fechou o intestino, eu fiz ileostomia… Com ele, no particular, eu comecei fazer imunoterapia, e aí o imuno começou a regredir, o tumor, ele voltou pra quatro centímetros e meio. Hoje eu acabei de abrir o exame, que eu tenho o médico dia 29, o tumor regrediu mais um pouquinho. Apesar de estar gangrenado e eu estou indo super bem… Não me dá problema nenhum, não me dá reação nenhuma a imuno… Vida praticamente normal. Fora os exames de sangue e a imuno a cada 14 dias, sem nenhuma restrição, sem nada. Me sinto super bem, super tranquilo. 

Elge Werneck: O câncer de bexiga é uma doença extremamente agressiva, que tem uma mortalidade também considerável quando diagnosticado em fases avançadas ou quando progride mediante os tratamentos oferecidos para a doença inicial. Para nossa sorte, grande parte dos tumores de bexiga são localizados superficialmente… Digamos que 70% têm diagnóstico nessa fase e isso nos permite possibilidades curativas superiores a 80% através de tratamentos locais e através de aplicações de substâncias que buscam fazer o controle superficial da doença, BCG, alguns quimioterápicos… São alguns dos exemplos que podem fazer o controle e reduzir a incidência de recidivas superficiais de bexiga. Grande parte daqueles 70% conseguirão o controle completo, mas uma pequena porcentagem vai progredir sendo resistente ou refratário a esses tratamentos localizados. 

Quando estamos de frente para uma doença músculo invasiva, seja restrita à bexiga ou acometendo órgãos próximos, o tratamento ideal requer, como no caso do paciente Mário, quimioterapia prévia, onde a gente busca reduzir o tamanho da doença inicial, além de tratar precocemente a doença micro metastática. Presume-se que essas doenças localmente avançadas podem ter disseminado pela circulação células e essas células circulantes podem se alocar em algum outro órgão, fígado, ossos, pulmões, por exemplo, e a partir daí, gerar uma doença metastática num curto período de tempo. A quimioterapia é o neoadjuvante oferece possibilidades maiores de cura às custas de uma toxicidade também significativa. Como no caso do paciente citado, a gente percebe a debilidade induzida por esse tratamento, onde ele precisou evitar uma série de atividades do dia a dia, interferindo na capacidade laborativa dele e no bem estar também. 

Esses pacientes, após serem submetidos ao tratamento neoadjuvante, são levados para as cirurgias, à grande parte das vezes cirurgias de grande porte… A retirada da bexiga com a implementação de uma nova bexiga, principalmente de derivação externa, com colocações de ostomia para alívio da urina, trazem para o paciente uma redução de bem estar, uma limitação de uma série de atividades que anteriormente ele tinha e que não gostaria de abrir mão. Apesar dessas morbidade atribuídas à cirurgia, ainda temos nessa fase o objetivo de cura do indivíduo. Esses pacientes, para ser encaminhados para cirurgia, devem ser devidamente avaliados, analisados caso a caso e discutidos de forma bastante minuciosa, delicada, com o próprio paciente se é isso realmente que ele busca para ele. 

Uma vez não são oferecidas as possibilidades curativas, pois o paciente recusa esse tipo de abordagem devido à toxicidade ou vista à progressão da doença com uma disseminação metastático, cenário esse em que não falamos mais de cura e sim de controle de doenças, a gente pensa em oferecer tratamentos para controlar a progressão da neoplasia e aumentar o tempo de vida e de bem-estar desse paciente. Nas fases iniciais da doença metastática, é fundamental lembrarmos que a quimioterapia continua sendo o pilar terapêutico. O que faríamos, entretanto, se esse paciente tivesse uma resposta da doença, uma redução do volume de doença, mas não tolerasse mais fazer esse tratamento? O que fazíamos até pouco tempo atrás era cruzar os braços, observar e, um tempo depois, no momento de progressão, reexpô-lo a nova quimioterapia. Atualmente, a gente tem um benefício claro em oferecer a imunoterapia após ciclos iniciais de quimioterapia no cenário metastático, permitindo que esse indivíduo viva mais, viva melhor, demore mais a progredir e, consequentemente, demore mais a precisar ser reexposto a esquemas quimioterápicos, sejam eles quais forem. 

A imunoterapia, portanto, se consolida como um tratamento de manutenção fundamental após a quimioterapia de primeira linha e traz para os pacientes um ganho muito significativo em termos de tempo para progressão, mas também para a melhora da sua qualidade, para a melhora do seu bem estar, postergando tratamentos mais tóxicos no resgate. Lembrar que esses pacientes beneficiar- se-ão com um tratamento que tem uma toxicidade bastante manejável e muito menos pronunciada do que com os esquemas quimioterápicos, é uma forma de alento para esses doentes e de oferecer a eles, mesmo perante uma doença extremamente grave, um sopro de esperança de que ele terá dias melhores e com mais saúde. 

[trilha] 

Déia Freitas: A Merck, farmacêutica líder em ciência e tecnologia, está completando 100 anos no Brasil — este ano — e está promovendo um conteúdo educativo de conscientização sobre o câncer de bexiga. Acesse o Instagram da Merck: @MerckBrasil e descubra mais informações sobre câncer de bexiga e outros conteúdos de saúde. — Eu vou deixar o link para o Instagram da Merck aqui na descrição do episódio. — Valeu, Merck, por mais uma vez acreditar no nosso podcast e trazer um conteúdo de prestação de serviço muito importante. Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Alarme é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]