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título: motocicleta
data de publicação: 25/04/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #motocicleta
personagens: rayanne e um cara

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje — para falar de um assunto muito importante — é a Whiskas. Estamos no Abril Laranja, o mês escolhido aí para chamar a atenção de uma causa urgente e super importante: A conscientização sobre os maus tratos aos gatos. Nós, como membros da sociedade, temos o dever de defender aqueles que não podem se defender sozinhos e isso inclui tomar medidas para prevenir o abuso e o abandono de gatos, promovendo a adoção responsável, a esterilização, a castração para controlar a superpopulação de gatos e também denunciar qualquer forma de crueldade animal às autoridades competentes. Você sabia que o tempo de vida de um gato que vive na rua e de um gato que vive apenas dentro de casa pode variar em mais de dez anos? — Sério, gente, os gatos que vivem na rua eles vivem muito pouco, porque são muitas variáveis negativas que podem acontecer na vida de um gatinho de rua. — 

Desde 2020 existe uma lei, a Lei 14.064, que definiu aí que o abandono e maus tratos contra cães e gatos é crime, com prisão de dois a cinco anos, mais a proibição da guarda e multa. E, pra falar sobre isso, o Whiskas lançou a campanha “Guardiões dos Ronronando” — amo — com o tema “Menos maus tratos e mais ronronados”. Em prol da conscientização, a marca está promovendo várias ações, como a castração de cerca de 200 gatinhos e o desenvolvimento de uma cartilha educacional com informações sobre maus tratos. — Além de uma surpresa que eu vou contar aqui no final do episódio para vocês. Já vai seguindo aí o @meugatoWhiskas no Instagram e acompanha as ações da marca. Eu vou deixar certinho o arroba aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Rayanne. Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

A Rayanne há uns seis anos conheceu um cara aí, eles namoraram e resolveram casar. Os pais da Rayanne, como tem uma casa grande com quintal imenso, o casal resolveu construir uma casa nos fundos pra Rayanne e o marido, com saída independente ali, né? — Com garagem independente, entrada independente pela lateral ali. — Com quintal gostosinho lá atrás também pra eles, tudo separado… Água, luz, separado, tudo certinho… Um presente aí pra Rayanne, dos pais dela. Eles casaram, [efeito sonoro de sino soando] foram morar nessa casa, tudo certo… Cada um levava sua vidinha ali, bem separada, né? Como eles não tinham que pagar aluguel, Rayanne e esse marido resolveram juntar aí uma grana pra comprar um carro. [efeito sonoro de buzina] O pai da Rayanne tem carro, mas é o carro do pai da Rayanne, então seria um carro para o casal. 

E aí, durante anos eles juntaram uma grana, conseguiram juntar 30 mil reais e já dava pra comprar um carrinho. — E por que era necessário um carrinho? — A Rayanne é uma pessoa com deficiência e, pra melhorar ali a mobilidade do casal como um todo — para sair, para passear, para fazer uma compra de mercado e tal — ter o carro ali ia ajudar demais. — O combinado era esse, juntar o dinheiro para comprar o carro. — Quando chegou nos 30 mil, Rayanne falou: “Olha, vamos começar a ver um carrinho e tal pra gente comprar e nã nã nã?”. E o marido dela falou: “Bom, tá bom, vamos ver isso aí”. Mas ficou nisso de “Vamos ver isso aí”. Do nada, um sábado à tarde, esse cara saiu e falou: “Eu vou me encontrar com os amigos e tal”, era rotina, coisa normal. E quando deu ali, umas quatro horas depois, esse cara apareceu em casa com uma moto. — Uma moto… Veja bem, uma moto… —

Rayanne não tem como andar de moto… E aí ela falou: “Gente, o que que é isso? De quem quer é essa moto?”, ele falou: “Ai, amor, comprei”, Rayanne falou: “Como assim você comprou uma moto?”, ele falou: “Ah, eu sempre tive o sonho de ter uma moto e agora que a gente tinha grana, eu comprei a moto”. — Gente, como assim? — E aí a Rayanne não estava conseguindo assimilar, ela falou: “Bom, você pegou o nosso dinheiro que era pra comprar um carro pra gente poder sair junto mais vezes pra comprar uma moto que só você vai se beneficiar, é isso?”. E aí ele virou para a Rayanne e falou: “É, é isso”. Aí a Rayanne sem acreditar muito no que estava acontecendo, voltou para casa… Nem entrou porque ele estava lá na frente com a moto e foi olhar a conta deles, o saldo… E aí ela viu que dos 30 mil ele tinha usado 12 na moto. — Então, o que a Rayanne fez? — Na hora, ela transferiu os 15 mil que é dela para uma conta só dela e deixou nessa conta os 3 mil dele. — E eu acho que ela fez certo, porque, né? Se ele pegou… Então, se ele estava usando dinheiro da parte dele para comprar uma coisa que só ele queria, a parte dela então ela ia comprar uma coisa que só ela usaria. —

E aí esse cara entrou e ela avisou, falou: “Bom, então na conta lá tem os seus 3 mil reais, beleza?”. E aí ele ficou p da vida, porque ele ia precisar pra pagar lá um seguro da moto, as coisas da moto e mais um reparozinho que ia ter que fazer e ia gastar mais que os 3 mil. E aí ela falou: “Bom, aí você se vira, né? Você não fez o que você quis com o seu dinheiro? Com a sua parte? Então, a minha parte eu não quero que seja investida em algo que eu não vou ter nenhum acesso”. — Rayanne está errada? Não está errada. — E aí eles discutiram ali e o cara saiu de moto. E, detalhe: Ele nunca tinha falado para Rayanne que tinha um sonho de ter uma moto. Tanto que ele não tem carta de moto, ele vai tirar agora a carta de moto dele, a licença pra dirigir moto. Ele falou que a moto estava na rua de trás, então ele só andou uma rua sem documento e que agora ele ia tirar a carta de moto… — Mas não é muito estranho, gente? Do nada moto? Nunca teve esse sonho, nunca falou… Porque vocês concordam que quando a gente sonha com alguma coisa, que é uma coisa que a gente quer muito, a gente acaba comentando, não comenta? E aí, de repente nunca teve comentários de nada, nunca rolou um comentáriozinho de nada. Estranho, né? Achei estranho, enfim… —

E aí a Rayanne contou para os pais, o pai da Rayanne ficou muito p da vida… Eles iam comprar um carro que não era um carro adaptado, né? Pro marido dela dirigir e ela sempre estar ali do lado dele. Agora, o pai da Rayanne ficou muito p da vida e falou: “Bom, você tem seus 15 mil, se você quiser dar entrada, o pai te ajuda a pagar as parcelas e a gente compra um carro adaptado, que aí é só você que vai dirigir. Ele não vai ter acesso. Não é isso que ele quis? Um meio de locomoção que só ele tem acesso? Então você também pode ter um que só você tem acesso”. E aí agora está nisso… Eles estão meio brigados e ele tá com atitudes muito diferentes, assim, não inclui mais a Rayanne nas coisas. Ele se matriculou lá na autoescola sem nem comentar com a Rayanne — ela vê por que às vezes ele posta que ele está fazendo aula —, um relacionamento, parceiro, companheiro… O cara do nada parou de incluir a Rayanne nas coisas? Ela pergunta o que está acontecendo e ele diz que não está acontecendo nada. — Não é estranho, gente? Não é estranho? Eu estou achando muito estranho esse cara, muito estranho esse cara… Muito cheio de conversinha, de coisinha. Vocês não estão achando estranho? Tudo estranho? Eu tô. —

Rayanne também tá, mas ela pergunta e o cara não fala nada e agora ele está falando que, se ela comprar o carro adaptado, vai ser só de birra pra humilhar ele. — Quer dizer, tudo gira em torno do bonito, né? Quer dizer, agora ela não tem direito a ter mais mobilidade e a ter um carro, porque ele já gastou com a moto que ela não tem acesso… Ela não tem como andar de moto. Sabe? — Gente, por mim, vocês já sabem, né? Rayanne já tá lá na casa, tá muito bem instalada na casa que os pais fizeram pra ela, tá tudo bonitinho lá, tudo adaptado pra ela, tudo certo… E agora ela tem essa possibilidade, junto com o pai dela, de comprar o carro adaptado para ela ficar ainda com mais liberdade. Gente, dor de amor passa… Por mim é não, sabe? Por mim já larga desse cara, larga desse cara. Você está perguntando o que é, ele não fala, ele não está te incluindo em mais nada, não está fazendo mais passeios onde você possa ir, que seja acessível pra você ir também… O que que esse cara está querendo? Onde ele está andando? O que ele está fazendo, que ele não te inclui mais, entendeu? Então, já que ele não te inclui, tira ele da sua vida. Por mim é não, gente… Por mim não tem reconciliação, não tem nada mais… Tenho ódio, só ódio. –

Então, gente, este é o meu conselho, que é sempre: larga. Infelizmente é isso, é “larga”, porque não tem como, não tem como, gente… Bom, Rayanne, eu espero que você tenha aí sabedoria e cabeça fria para decidir, mas pensa bem, porque é um cara que não quer te falar o que está acontecendo e não está mais te incluindo em nada, pegou um dinheiro que vocês tinham combinado… Tudo bem que ele pegou da parte dele, mas existia um combinado que ele quebrou sem nem comentar nada, né? E usou a grana. Então, não tinha nem volta, não tinha nem como remediar, acho complicado. Não sei, sei lá, acho estranho. Rayanne escreveu porque ela também acha estranho, também não está entendendo e ela queria saber a opinião de vocês. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, aqui é Adriele, eu falo do Rio de Janeiro. Raiane, minha amiga, com certeza essa história da moto é apenas a ponta do iceberg. Pelo que foi falado até aqui, a gente percebe que esse cara é um manipulador, porque ele te chama de egoísta e diz que você faria, compraria o carro adaptado apenas de birra pra humilhar ele, sendo que o que ele está fazendo esse tempo todo é te humilhar. Alguém que não te inclui nos sonhos dele, nos passeios, um parceiro que deveria ser um parceiro, que não te participa das coisas que acontecem na vida dele, que você só descobre que o cara está fazendo uma autoescola quando ele posta uma foto, esse cara tá te humilhando. Não deixa ele te manipular, não deixa ele fazer você achar que é você que está errada, se valoriza, se prioriza e repensa esse relacionamento, mulher, que você merece muito mais que isso. Um beijo e fique bem. 

Assinante 2: O, Déia, oi, Não Inviabilizers, aqui é a Carolina de São Paulo. Raiane, eu acho que você tem que ter uma conversa séria com seu marido, antes de largar ele eu daria um ultimato falando: “Olha, ou você me fala ou acabou, essa casa é minha, esse terreno é meu, é dos meus pais… Então, assim, você cata tua motocicleta e vai embora, mas antes de chegar nesse ponto, eu tentaria de fato ter uma última conversa com ele, porque minha opinião é que tem alguma coisa acontecendo por baixo dos panos, porque não é normal do dia pra noite o marido parar de incluir a esposa nas coisas, não contar detalhes como “estou fazendo autoescola” pra ela, você ter que descobrir via redes sociais… Então, eu faria essa última tentativa, porque ele não está tratando com o mínimo de respeito, de compaixão e absolutamente nada que um casal deveria considerar, né? Então, muito boa sorte, pensa nisso e um beijão. 

[trilha] 

Déia Freitas: O suspense acabou, gente… Whiskas desenvolveu um livro voltado para o público infanto juvenil que está disponível de forma digital para todos acessarem. Eu já li, amei e tenho certeza que você também vai gostar. Eu vou deixar o link aqui na descrição do episódio. — Tem um gatinho preto igual o Coentro-Nenê… — O livrinho é “O Mistério do Ronronado”. — Tão fofinho, amo, e tem o Nenê, né, Nenê? [miados] O Nenê tá aqui, emocionado, olhando pra um gatinho na capa, igualzinho ele, pretinho… [miado] — Whiskas lembra que Guardiões dos Ronronado não é apenas uma campanha de conscientização para Abril — que é agora o Abril Laranja —, mas uma oportunidade pra gente refletir sobre a nossa relação com os animais e tomar medidas concretas para proteger e cuidar aí dos gatos e de todos os animais de estimação vulneráveis. — Durante aí o ano todo. — Juntos a gente pode fazer a diferença e garantir um futuro seguro aí para esses animais adoráveis que são os gatinhos. — Eu aqui em casa tenho seis, Janaína tem mais três e a gente ainda resgata, castra e doa bastante gato. — E aí, você vai se tornar um guardião dos ronronados? — Eu acho que sim, né? — Valeu, Whiskas, um beijo, amo vocês… E eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]