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título: sugestão
data de publicação: 22/04/2024
quadro: picolé de limão
hashtag: #sugestao
personagens: tânia e ronaldo

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei para mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publiii. — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo hoje é a EBAC, a Escola Britânica de Artes Criativas e Tecnologia. — Amo. — A EBAC oferece a oportunidade perfeita para você investir no seu futuro, seja dando uma atualizada aí na sua formação, seja começando um curso novo — inteiramente do zero, sabe? — ou mesmo conhecendo e iniciando uma nova carreira que você jamais imaginou. — Pensa… — Com os cursos profissionalizantes que vão do zero ao pró, a EBAC possui diversas opções de carreiras na área de negócios, design, música e artes, moda, games, audiovisual, software, marketing, programação e data… — Gente, tanto curso, mas tanto curso… — Acessa aí: ebaconline.com.br e vá investir em você, vai investir no seu futuro — E, ó, a gente tem cuponzinho de desconto… Eu vou deixar tudo certinho aqui na descrição do episódio, mas fica com a gente que tem cupom. Inclusive, uma moça lá do Twitter me pediu cupom da EBAC e, ó, tem cupom. — 

E hoje eu vou contar para vocês a história da Tânia e do seu marido, Ronaldo. — Frisando aqui que Ronaldo tem nome porque Tânia me pediu. — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

Ronaldo e Tânia eles estão casados aí há nove anos, não têm filhos, têm uma vida ok… Só que tem uma questão nesse relacionamento de Tânia e Ronaldo: A família do Ronaldo é uma família muito complicada. Primeiro que se o Ronaldo pensa em comprar um carro — ele tem um irmão que é um ano mais novo que ele —, os pais falam: “Ah, mas e seu irmão? Seu irmão não tem carro. Então em vez de você pegar 50 mil e comprar um carro para você, compra dois de 25, porque aí você dá um carro para o seu irmão” e o Ronaldo não vê problema nisso… — Eu até também não veria se tudo o que eles têm é compartilhado com a Tânia, a Tânia também trabalha. Então não é assim, vai pegar metade do dinheiro da Tânia para dar para o irmãozinho do outro? Se fosse só o extra dele… Nem sei também se eu ia achar certo, mas era uma coisa. Agora, pegar o dinheiro que eles batalharam… —

Nessa questão do carro a Tânia falou: “Bom, a gente juntou 50 mil para comprar um carro bom, um carro que não vai dar problema e tal… Você está querendo pegar metade desse dinheiro que é meu e dar para o seu irmão. Então a gente vai fazer o seguinte, eu vou pegar os meus 25 mil e vou guardar e fazer coisas que eu quero”, que ela queria fazer uma cirurgia plástica no abdômen… Então ela pegou esse dinheiro e foi fazer coisas que ela quis e ele pegou os 25 mil dele, o Ronaldo, e comprou um carro para o irmão e eles ficaram sem carro… — Mas eu acho que a Tânia fez certo, porque ela pegou a parte dela. — Ela falou: “Se metade é meu, seus pais estão exigindo que você dê um carro para o seu irmão, então você faz o que você quiser com a sua metade. Ou você compra o carro de 25 mil pra você ou você compra o carro do seu irmão, porque eu só vou juntar o dinheiro com você se for pra gente comprar um carro nosso, de 50 mil”. — Errada não está… —


A Tânia falou: “Andréia, são anos economizando… Anos, anos, anos… Uns cinco anos pelo menos pra gente conseguir juntar 50 mil, pra ele querer agora dar um carro pro irmão”. O cara pegou o dinheiro dele e comprou o carro pro irmão dele. Beleza? Beleza. Tânia falou: “Não vou me estressar com isso… Eu já me acostumei que a família é assim, porque tudo é assim. Então, com a minha parte do dinheiro, não faz nada. Então a gente tira todas as contas, a gente paga convênio junto e tal… O que sobrar, se ele quiser dar todinho para a família dele, ele dá, mas não conte comigo”. — Não acho que Tânia está errada, gente… — Eles vivem bem assim, o marido também concorda então beleza. Acontece que um dia, Ronaldo, Tânia, irmão de Ronaldo e esposa de irmão de Ronaldo — que também é outra aí que não vou dar nome — resolveram ir a um show… Cada um comprou o seu ingresso, Tânia suspeita que Ronaldo tenha comprado o ingresso do irmão e da cunhada, mas ela falou: “Andréia, não é problema meu… Não tirando das contas…”. Então, essa é a dinâmica do casal, é o acordo deles, tudo bem pra eles, né?


Compraram os ingressos e foram para o estádio no carro de quem? No carro do irmão. — Que foi comprado pelo Ronaldo. Mas ele deu, tá dado, né, gente? É o carro do irmão. — Chegando lá, quem vai de carro para o show? Eu acho uma loucura, vai de metrô até onde dá, depois você pega um carro de aplicativo… Sei que na volta é horrível, que você não vai conseguir rápido carro de aplicativo, mas enfim, é mais seguro, né? Estacionamentos caríssimos, caríssimos, em torno de 100 reais o estacionamento. Eles em quatro, 25 reais pra cada um. — Muito caro… — A Tânia apenas falou assim para o irmão do Ronaldo: “Vamos dar uma volta no quarteirão pra ver se, de repente, um estacionamento um pouco mais longe é um pouco mais barato”. — Vocês concordam que foi uma sugestão? Ela deu uma sugestão a Tânia. — O irmão do Ronaldo acatou a sugestão e, um quarteirão pra frente, tinha um terreno baldio que fizeram de estacionamento com maquininha, com cara de colete, tudo certinho, cobrando 50 reais. Ia ficar mais barato pra todo mundo, né? 


E o irmão do Ronaldo falou: “Ai, Tânia, você tinha razão, vamos parar aqui nesse de 50 reais”. O cara acatou a sugestão de procurar um outro estacionamento, mas quem decidiu — e aqui eu deixo essa pergunta para vocês —, quem decidiu foi o dono do carro… — Porque quem decide é o dono do carro, ou não? — Enfim, pararam o carro lá, o Ronaldo deu 25 reais, o irmão abriu a carteira, deu mais 25, eles pagaram em dinheiro, pegaram o ticket do estacionamento, marcaram bem a rua, tudo certinho e foram para o show. Foram, curtiram o show e nã nã nã, foi legal, show de duas horas e rolou show, rolou show… Acabou o show. Aí aquela muvuca para sair, eles resolveram esperar um pouco para sair aquela primeira leva, né? Que sai mais apressada do estádio e depois foram caminhando. Tinha bastante gente na rua ainda, muito carro, muito trânsito, o pessoal saindo, indo embora… Quando eles passaram ali o primeiro quarteirão do estádio, quando eles estão chegando no quarteirão que tem o estacionamento deles, vários carros de polícia ali… — Vários carros de polícia. —


E aí “Ué, o que está acontecendo? O que está acontecendo?”, esse estacionamento que tinha sido montado ali, era um estacionamento falso… Golpistas, ladrões de carro… — É bom que já fica o alerta para todo mundo: Se você pesquisar e jogar na internet, vai achar outros casos. Eles fazem estacionamento fake para roubar o seu carro, para roubar seus dados… — Tudo. — Quando eles chegaram lá, o carro não estava mais lá, o carro tinha sido roubado. Nem todos os carros foram roubados, foram roubados os melhores carros, mas o carro do irmão do Ronaldo, que era um carro mais simples, também foi roubado. Aquela coisa, né? Você fica em choque, “pô, roubaram o carro”, “roubaram o carro”, mas não fazia muito sentido porque tinham sido roubados carros, assim, bem mais caros, né? E o carro do irmão do Ronaldo. Dor de cabeça, tiveram que pegar um carro de aplicativo, tiveram que ir até um… — Como é que se chama? — Uma delegacia para fazer o B.O na delegacia, tinha mais gente lá para fazer B.O., então isso durou a madrugada toda e todo mundo ali… E nesse trajeto até a delegacia e na delegacia, o irmão do Ronaldo já começou a culpar a Tânia, que era culpa da Tânia deles terem ido para um estacionamento mais longe, sendo que ela só deu uma sugestão. — Vocês concordam? Ela só deu uma sugestão… —


Que era culpa da Tânia, que era culpa da Tânia, que agora ele estava sem carro. A mulher do cara falando a mesma coisa, que a Tânia, se metia em tudo, que era culpa da Tânia…E o Ronaldo quieto. Não defendeu a Tânia, ficou quieto… Fizeram o boletim de ocorrência e, aparentemente, a família do cara que é o Ronaldo ficou contra a Tânia, culpando a Tânia. Eles têm um grupo de mensagens, né? E rolou até uma conversinha do tipo: “Mas e agora? O menino…”, — O “menino”;… O Ronaldo tem 38, o cara tem 37… — “O menino vai ficar sem carro”. E aí passou ali uma semana e a polícia entrou em contato com o irmão do Ronaldo, tinham achado o carro numa outra cidade. O que tinha acontecido? Os caras provavelmente roubaram o carro dele, não pra desmontar, vender peça, pra fazer assalto… Então o carro dele foi usado pra fazer uma série de assaltos numa única noite e depois foi abandonado esse carro, só que foi abandonado batido… O carro foi recolhido para o pátio da cidade que foi encontrado o carro, e aí você tem uns dias para você tirar do pátio, assim, depois começa a cobrar. — Não sei, um, dois dias até você ser notificado. E aí começa a cobrar e você tem que tirar o carro de lá, né? —


Então aí tinha essa dívida do pátio, porque agora eles estavam organizando para ver o que eles iam fazer, porque o carro estava batido, precisava ir até a outra cidade para ver se tinha como consertar e vir rodando com o carro ou se ia ter que chamar um guincho, que ia ser mais caro. E aí o irmão falou para o Ronaldo ir e o Ronaldo pediu saída do trabalho — para compensar horas depois — e foi para essa cidade, chegou lá e o carro não tinha condição de consertar, tinha que trazer no guincho. E aí o Ronaldo pagou o guincho, pagou a estadia do carro lá, os dias no pátio e trouxe o carro e agora fez um empréstimo pra consertar o carro do irmão. Entre guincho, conserto do carro, dias no pátio, quase 13 mil. E é o Ronaldo que está pagando aí com esse empréstimo. Acontece que agora, a parcela desse empréstimo vai impactar nas contas do mês, porque vai sair ali do salário do Ronaldo. E aí a Tânia foi argumentar com ele, sabe o que ele falou? “A gente só está nessa situação por sua culpa… Se você não tivesse sugerido um estacionamento mais longe, nada disso tinha acontecido”.


O Ronaldo, esposo de Tânia, pensa a mesma coisa que o irmão e a cunhada, que a culpa foi da Tânia. Mas gente, ela só sugeriu dar uma volta no quarteirão para ver se tinha um estacionamento mais barato. De quem é a decisão? — Não é do dono do carro? Não é do dono do carro, gente? — E agora ela teve essa discussão com marido. Tânia não pensa em terminar, nada, mas ela vai ter que fazer ela um empréstimo pra poder pelo menos quitar o cartão de crédito que eles tem lá, porque senão os juros do cartão é maior, né? Porque se não ela não vai conseguir pagar… A fatura vai ficar embolando, sabe? E aí ela agora vai ter que fazer um empréstimo pra pagar contas da casa, porque ele tá atrelado agora a um empréstimo do carro do irmão. E ela recentemente descobriu que o irmão cadastrou o cartão do Ronaldo no aplicativo dele de carro por aplicativo, né? Pra poder usar. Tipo: “Enquanto meu carro está consertando, você tem que pagar também as minhas viagens de carro” e o Ronaldo está pagando, só que tudo isso tá impactando na vida financeira da Tânia.


Eu falei: “Tânia, mas assim, você escreveu pra gente… Você não pensa em terminar o seu relacionamento por causa disso, você vai continuar casada, você já fez um empréstimo… Você já tem essa dívida, o que você quer saber?” e o que ela quer saber é: Ela tem culpa de ter sugerido? De ter dado a sugestão de procurar um outro estacionamento que não aquele de 100 reais? — Porque deu tudo errado. — Ela tem uma parcela de culpa nisso? Eu acho que não, porque quem decide onde vai parar o carro, é o dono do carro. Você pode sugerir, o cara pode falar: “Não, aqui eu acho que não é seguro pro meu carro. Vamos em outro lugar”. Eu acho que Tânia não tem culpa, mas ela escreveu pra gente porque ela quer saber o que vocês acham, se ela tem culpa. — Eu não acho que ela tenha culpa, eu acho bem problemático essa dinâmica da família do Ronaldo. Por mim, ele nem teria nome, porque não defendeu ela nem lá na delegacia, sabe? Enfim, podia nem ter comprado esse carro pro irmão, não tava passando por isso agora. —


Talvez estivesse porque, né? Pode ser que o carro deles tivesse sido roubado, mas como a Tânia falou pra mim: “Andréia, se fosse o nosso carro de 50 mil reais, a gente teria um seguro, então meio que essa situação nem existiria”. Então é isso… Eu acho que a Tânia não teve culpa, mas eu não entendo, sinceramente, como ela consegue viver essa dinâmica do relacionamento dela, porque agora estourou na mão dela, né? Ela vai ficar com essa dívida que talvez ela nem consiga pagar todo o empréstimo também, enfim, daqui a pouco tá enrolada com nome sujo. Porque o bonito lá, o príncipe, teve que ganhar um carro… Um cara de 37 anos teve que ganhar um carro do irmão porque “ai, eu não consigo”. Aí você pergunta: “O cara trabalha?”, ele está com 37 anos e ele e a esposa tentam fazer uma empresa de DJ… Ele é DJ e ela quer fazer tipo a parte de drinks, essas coisas, mas eles não conseguem emplacar em nada… Então aí eles ficam na aba do pai e da mãe do Ronaldo, que é pai e mãe dele também e, quando o Ronaldo consegue as coisas, os pais eu acho que não obrigam, eles pedem, porque o Ronaldo é bem adulto para falar: “Pô, mãe, não dá para eu ficar sustentando meu irmão”, né? “A senhora já sustenta, o pai já sustenta. Eu também vou ter que sustentar?”. 


Agora ele ficou sem carro, deu um carro para o irmão, o carro foi roubado e agora ele está pagando pelo conserto do carro do irmão e pelas corridas do irmão e da esposa aí nos carros de aplicativo da vida. Então, não é justo com a Tânia, né? Ela está ferrada financeiramente por causa dessa dinâmica aí do próprio marido dela. O que vocês acham?

[trilha]

Assinante 1: Oi, Não Inviabilizers, eu sou Evelyn, falo de Manaus. Então, Tânia, mais importante do que você verificar se você tem culpa na situação do carro, é fazer uma reanálise do teu casamento. É muito estranho o teu marido simplesmente não conseguir cortar o cordão umbilical que ele tem com a família dele e deixar especialmente o irmão se aproveitar dele. Que tipo de relação é essa? Será que realmente você está satisfeita dentro dessa dinâmica de relacionamento que vocês têm? Porque é muito estranho uma pessoa assumir o compromisso de um casamento com a outra, sendo que ela não coloca aquela pessoa, aquela família, aquela instituição como prioridade na vida dela. Será que não é o momento de você reavaliar? Será que o que está te incomodando hoje é somente a questão da culpa com relação ao carro? Acho que vale a pena fazer a reflexão. Beijos. 

Assinante 2: Oi, gente, tudo bom? Alessandra, aqui do Rio de Janeiro. Queria saber, Tânia, se realmente é só sobre culpa essa história, porque não me parece que há culpa sua nessa situação. Parece a última questão relevante aí… A questão toda é essa relação tóxica com a família do marido. Teu marido está afundando a vida de vocês, levando os sonhos de vocês pro buraco… Vocês podem escalonar aí pra perder a casa, para ficar em uma situação muito difícil porque ele tem que sustentar o irmão, porque ele tem que bancar os sonhos do irmão… Quer dizer que vocês não terem um carro tudo bem, mas o princeso, o Baby Sauro não pode ficar sem um carro? Se vocês tiverem ele tem que ter também? Isso é tóxico e isso pode escalonar… Ou você reconsidera essa relação ou o marido reconsidera a relação dele com o irmão, com a família, porque os pais quererem sustentar é uma coisa, agora, obrigar o irmão a manter e se endividar todo, sinceramente, tua culpa aí não é a questão. Tá bom? Boa sorte. Um beijo. 

[trilha]

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[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]