título: nude
data de publicação: 04/03/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #nude
personagens: magda e william
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão, e hoje eu vou contar para vocês a história da Magda. Eu confesso que, assim, eu leio tanta coisa surreal todo dia nos e-mails que eu recebo, que essa história eu achei suave. — A Magda que escreveu não achou. [risos] E por isso que ela escreveu. — E então vamos lá, [risos] vamos de história.
[trilha]A Magda trabalha aí numa indústria grande — da nossa Rede Pônei aí, Pônei Ink — e ela tem um cargo aí de chefia. A Magda está solteira, assim, à procura de um amor e nã nã nã. E aí, gente, num outro setor, num outro prédio… Imagina assim: num lugar enorme, uma empresa enorme com três prédios. Então, ela trabalha num prédio e no outro prédio tem um outro cara que também é chefe e que também é solteiro. E ela encontrou esse cara um dia numa reunião da firma. — Logo agora que voltou um pouco… As empresas voltaram em outubro ali, novembro… — E ela conheceu esse cara. E aí ela ficou super apaixonada, assim, só de ver o cara e tal, de ver ele falar, ele meio que deu uma palestra e tal e ela ficou super a fim. E aí ela foi pesquisar sobre o cara e todo mundo achava… — Esse cara que a gente vai chamar de William — Todo mundo achava o William, assim, muito legal.
“Ah, mas poxa, então o que tinha a mais no William?” [risos] Na empresa só tinha uma coisa que o William fazia que tinha gente que achava engraçado e tinha gente que achava esquisito. Como ele gostava de usar o banheiro da firma ali, — de fazer cocô — [risos] o William gostava de cagar pelado. [risos] E como é isso? A coisa era tão séria que o William, quando ele ia cagar, [risos] ia fazer cocô, ele levava um cabide para o banheiro… Ele já pegava o cabide, porque ele tinha que tirar toda a roupa, o terno inteiro… Cueca, meia… Ele ficava totalmente nu pra fazer cocô. — Gente, eu não acho isso tão estranho… A pessoa, sei lá, gosta de um frescor. [risos] Uma brisa a hora que tá fazendo cocô, sabe? [risos] — Então as pessoas já sabiam que ele ia no banheiro ali, ia fazer cocô, quando ele levava o cabide. [risos] —
Mas fora isso, William é um cara super ok. E aí a Magda já ficou cismada aí, porque muita gente sabia da história do cabide. Então ela ficou achando assim “Ah, sei lá, vão tirar sarro de mim também, né?”, só que ela gostou mesmo dele. E aí numa segunda oportunidade, numa outra reunião, ela meio que se aproximou, eles conversaram e nã nã nã…. E aí pintou um clima. Ela falou: “Bom, vou encarar, o que que tem que o cara gosto de cagar pelado?”. [risos] — Ele é uma pessoa nude. [risos] — E aí eles começaram a conversar e ele chamou a Magda pra jantar… — E o jantar foi maravilhoso. — Ele foi super, assim, bacana, um vinho bom… E eles jantaram num restaurante incrível… Ele levou a Magda para casa, — para a casa dela — e deu um beijo nela ali na porta do prédio dela e foi embora. — Então, assim, ele foi muito cavalheiro. O jantar foi perfeito, tudo perfeito… —
E aí eles marcaram pra sair de novo, e a Magda super empolgada. Aí no segundo encontro ele perguntou se ela queria ir na casa dele e ela: “lógico que sim”. E eles foram… Era uma sexta-feira e transaram, ficaram ali a sexta toda e o sábado… E ali no sábado, quando ela acordou, ele tinha feito café pra ela… [efeito sonoro de líquido sendo despejado] — Que fofo… — Tinha colocado a mesa toda do café para ela, não acordou ela antes, deixou ela acordar, assim, naturalmente, a hora que ela quisesse… Só que tinha um detalhe… [risos] A única coisa que o William vestia era o chinelo. — Ele estava completamente nu. — E aí a Magda ficou pensando: “Meu, ele fez o café pelado”. [risos] “E ele é alto, né? Sei lá… Fica ali passando, sei lá, os pelinhos do saco perto do balcão da pia. É estranho”. [gargalhando] — Ai, desculpa… —
Ele serviu o café pra ela pelado, assim… — Pelado… — E ela já estava de roupa e ela não tinha levado uma camisola, nada… Ela vestiu a roupa que ela estava no dia anterior. E ela tomou café com ele, ele pelado e ela tinha umas coisas para fazer. Depois do café ela falou: “Ah, eu tenho que ir e tal”, e aí ele levou até a porta e deu um beijo nela. Ele peladinho… [risos] — Ai meu Deus… Olha, não acho nada demais assim… A pessoa gostar de ficar pelada dentro da própria casa, cozinhar pelada… — Acho que podia por um avental para não cair ali uns pelos, sei lá, na comida… Você não achar um pelo de saco no seu prato [risos] é ruim, né? Mas também se ele tiver um gato você não sabe se é pelo de saco ou pelo de gato. [risos] — Desculpa… —
E aí ela foi embora meio em choque porque pra ele é muito natural ficar pelado, né? É uma coisa que ele curtia. E ela não perguntou nada, não falou nada, agiu como se ele tivesse de roupa. [risos] E aí eles começaram a sair… Só que toda a oportunidade que ele tinha de ficar pelado na casa dela, na casa dele, ele ficava pelado… E aí eles foram ficando mais íntimos e tal, e ela um dia perguntou pra ele, tipo: “Ah, mas e aí esse seu lance de ficar pelado o tempo todo?”, ele fala: “Eu gosto… Eu já fui pra uma pousada nudista e tal e eu gosto dessa pegada do pelado”. E aí… Só que isso incomoda a Magda.
E aí a última agora, que ela ficou mais incomodada, é que um dia ele foi buscar a Magda na academia, — ela estava saindo da academia e ele foi buscar — e ele estava descalço e de roupão… Tudo bem, ele tem um carrão, os vidros são escuros e tal… E ela falou: “Meu, por que você tá de roupão?”, aí ele falou que ele gosta de dirigir pelado… — E aí como, sei lá, ele pode ser parado numa blitz.. — Ele tira o roupão e deixa o roupão, assim, já no banco… Que é só você enfiar os braços e vestir. E aí se ele for parado ele está de roupão e ele fala qualquer coisa, “sai pra ir na farmácia de roupão”… — Sei lá, inventa qualquer coisa. — Mas ele gosta de dirigir pelado e ela achou muito esquisito… — E ainda bem que ele senta no roupão, né? Não fica pondo a bunda no banco ali, não fica a rodela… [risos] Uma marca, um carimbo… É chato. —
Isso incomodou muito a Magda, né? Porque ela falou: Poxa, já pensou se eu estou com uma amiga e vou falar pra ele assim: “Dá uma carona para ela ali até o metrô” e o cara tá de roupão no carro? Então ela tá achando que ele tá meio sem limites na questão do pelado. [risos] — Ai meu Deus do céu… — E, assim, isso é uma questão pra Magda, ela gostaria que ele não curtisse essa vibe pelada, mas, meu, você vai querer mudar o cara? O cara já antes de te conhecer já era peladão. — O cara é nude. — Então a Magda não sabe se vai segurar a onda de namorar um cara nude. [risos] E que, assim, na primeira oportunidade que ele tem, ele fica pelado… Então ela tem medo de, tipo: “A gente marca uma viagem, sei lá, de casal com um casal amigo meu e aí de repente ele está pelado, sabe?” [risos]
Ai, não sei, assim… Não achei uma coisa tão… Não terminaria um relacionamento porque o cara gosta de ficar pelado. Vocês terminariam? Ela está nessa dúvida, mas eu acho que se já está incomodando agora, provavelmente no futuro, capaz que incomode mais, né? Mas também não acho justo que você queira que o cara mude, né? Ele não fica pelado na frente das pessoas, assim… Ele não sai por aí se exibindo, ele ficar pelado ali, quietinho na dele… [risos] Mesmo na firma ele fica lá dentro do banheiro fazendo o cocô dele pelado, cozinha pelado dentro da casa dele e tá dentro do carro, se alguém aparecer ele fecha o roupão ali… Então não acho que seja uma questão de exibicionismo, nada, o cara gosta de ser nude… Então é isso, a Magda queria conselhos. Ela gosta dele, mas também, assim, não é “uau”, mas ela acha que pode evoluir para um relacionamento mais sério, mais legal e tal. Eu acho que é um cara de boa, gente, que só gosta de ficar pelado. Vocês acham que isso é uma questão?
[trilha]Assinante 1: Oi, gente… Sou o Jonatas de Fortaleza. E ouvi agora a história da Magda, “Nude”, me identifiquei porque eu também faço isso, eu fico em casa nu e não vejo problema. Alguns amigos já me viram de cueca, alguma pessoa que eu estou ficando também quando vêm para cá, enfim… O conselho que eu dou pra Magda é: Se isso está te incomodando, é bom você rever, porque com o tempo isso vai afetar a relação de vocês. Então, ou você conversa com ele sobre isso e se você ver que os dois não entram no acordo, é melhor findar no começo do que deixar prolongar e acabar em uma situação mais complicada na frente, onde um dos dois pode se magoar. Tá bom? Beijos.
Assinante 2: Oi, gente, tudo bom? Sou Carol, de Fortaleza, Ceará. E eu também tenho um caso parecido… A minha mãe ela ama, ama, ama andar pelada por aí pela casa. E eu acho que, se você gosta muito da pessoa, você vai conseguir lidar com isso. Resta saber se você quer gastar essa energia, esse cuidando a mais com essa pessoa. Porque eu vejo que é algo parecido em aceitar o defeito do outro, se você considerar isso um defeito… Por exemplo, no caso da minha mãe, sempre quando eu chego com meu namorado em casa, eu deixo meu namorado na garagem e eu falo: “Mãe, tá vestida?” e ela: “Tô, e aí eu entro. Então, acho que é muito de criar algumas regras, sabe? E aceitar que a outra pessoa é assim. Enfim, eu acho que vai funcionar… Agora, assim, se o esforço for muito grande para você, eu acho que não precisa topar isso, não. Deixa pra próxima.
Déia Freitas: Um beijo, gente, eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]