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título: presépio
data de publicação: 27/12/2021
quadro: ano novo de novo
hashtag: #presepio
personagens: sirley e seu evaristo

TRANSCRIÇÃO

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. E começa hoje o nosso especial de Ano Novo, só com histórias de firma. Eu amo histórias de firma… E hoje a gente vai começar com uma história de um supermercado, que eu já usei aqui [risos] em algumas histórias, o Supermercado Big Pônei. Então vamos lá, vamos de história. 

Bom, quem me escreve é o Sirley, e o ano era 2018. E todo ano o seu Evaristo, que é o dono do Big Pônei, ele faz uma festa para os funcionários, né? Uma festa de final de ano, festa de firma e esse ano não foi diferente. Quando foi ali começo de dezembro, o Supermercado Big Pônei montou dentro do mercado um presépio, e aí nesse presépio tinha lá todo mundo que é do presépio, as ovelhas, Jesus, Maria, José… E isso foi antes da chegada dos Três Reis Magos, então eles não estavam no presépio. E eram um presépio bonito, grande, né? Um evento… Seu Evaristo gosta de ostentar aí o seu presépio. 

E, nesse ano de 2018, o presépio ficava assim: você entrava no Big Pônei e à direita tiraram ali o setor de papel higiênico e colocaram o presépio. Então ele ficou ali ao lado do setor que era o papel higiênico. Ficou ao lado não, ficou no lugar do setor de papel higiênico e aí mudaram o papel higiênico de lugar… Algumas pessoas reclamaram, né? Porque quem vai em um mercado sempre está acostumado a ter ali as coisinhas sempre naqueles lugares determinados, e aí rolou aí umas reclamações. [risos] O pessoal também é chato pra caramba. [risos]. 

E aí tudo ia muito bem aí nesse início de dezembro, com esse presépio montado, todo mundo feliz… E as compras, todo mundo que faz compra aí para o Natal sabe que na semana que antecede o Natal, o supermercado vira um inferno, né? É tudo muito, muito, muito lotado, muito lotado… E num dia desses que estava muito lotado o supermercado, quando fechou… Que aí tem as pessoas que conferem para ver se não tem nada gelado que tem gente que pega e largue em qualquer lugar, enfim, né? A pessoa que passa recolhendo os produtos e tal, passou, fez as coisinhas que tinha que fazer… Isso já era onze horas, porque o Big Pônei fecha às dez da noite. A última leva dos funcionários sai às vinte e três e fica só o vigia. 

E aí quando o vigia passou conferindo ali, fez uma ronda, porque ele chega, faz a ronda e, enfim, de hora em hora, sei lá de quanto em quanto tempo faz a ronda, ele notou uma coisa… O vigia notou que o menino Jesus não estava lá… Na manjedoura que chama aquilo? Não estava lá na palhazinha lá deitado o Menino Jesus. E, no lugar do Menino Jesus, colocaram… [risos] Colocaram um CD… Eu não posso falar aqui o nome da banda, então a gente vai chamar a banda de “Pôneingolé”. [risos] Um CD de axé X. Então tiraram o menino Jesus e colocaram um CD aí de uma banda de axé no lugar. 

E aí o vigia fotografou para mandar aquilo para o superior dele, né? E falar que o menino Jesus não estava lá. E um detalhe importante: esse menino Jesus ele já quase foi furtado um ano. Então, colocaram um alarme nele, ele é como se fosse uma boneca que vende no mercado, mas ele tem um alarme dentro dele. Então, se alguém tentar sair ali pela frente com o Menino Jesus, não ia conseguir sair, né? Então o seu Evaristo, dono do Big Pônei, deduziu que quem tinha tirado o Menino Jesus de lá e colocado um CD de axé no lugar [risos] tinha sido algum funcionário… E ele estava muito bravo. Muito puto. Primeiro porque ele amava aquele presépio, era um presépio que todo ano estava lá, né? E, segundo que era um presépio que era a mãe dele, idosinha, que ajudava a montar, então tinha toda aí uma questão afetiva naquele presépio. 

E os funcionários cheios de coisas para fazer porque, enfim, mercado lotado, lotado… Aí uma das moças lá pegou realmente uma boneca e embrulhou lá num tecido de algodão e virou o Menino Jesus improvisado, no lugar do Menino Jesus do presépio, que é um presépio grande. Então, assim, a boneca serviu, deu certinho ali… Muita gente nem reparou, né? Ninguém nem foi comentar nada do tipo; “Ah, esse menino Jesus não é o mesmo de ontem”, sabe? Não rolou nenhuma cobrança [risos] em relação ao Menino Jesus, mas o seu Evaristo ficou muito chateado. E na festa… Ele faz a festa em três turnos, porque mercado é complicado, né, gente? Até o dia 24, seis horas da tarde, tá rolando. Então no dia 23 ele faz a festa em turnos, né? Para todo mundo participar. 

E naquele ano ele ficou tão revoltado, que ele não fez festa de Natal para os funcionários. Ele achava que algum funcionário saiu ali por trás com o Menino Jesus, onde não tem alarmes, né? Pra sair do mercado. E que a que essa pessoa tinha estragado o Natal e nã nã nã. E justo ali no setor de papel higiênico é onde tem uma falha das câmeras, porque como papel higiênico são fardos grandes, é muito difícil uma pessoa conseguir roubar um fardo de papel higiênico. Pode roubar um rolo, sei lá… Então as câmeras ali, tem várias, né? Mas não dá para pegar tudo. E aí não pegava justo essa parte onde estava aí o Menino Jesus que foi substituído pelo CD [risos] de axé. 

E aí ele não fez essa festa, os funcionários ficaram muito chateados… Porque uma festa de final de ano em empresa grande é meio que também um reconhecimento do trabalho do funcionário, enfim… É um momento de diversão e tal. E aí o mercado não abriu no dia 25, não teve festa no dia 23, né? O mercado trabalhou até dia 24 às dezoito horas. Dia 25 não abriu e dia 26 vida normal, mercado é assim. Voltou ao horário normal… E aí estava todo mundo lá trabalhando no dia 26, o mercado anda meio cheio, que aí as pessoas vão comprar as coisas para ir para praia, para o sítio, para passar o Ano Novo. E eis que um cliente achou o Menino Jesus enfiado no meio do setor de travesseiros. 

Então, provavelmente, não foi um funcionário, foi algum cliente que, sacaneando, pegou o menino Jesus dali e enfiou lá no meio dos travesseiros. Aí Seu Evaristo ficou todo sem jeito e bolou uma festa de Ano Novo. Então não teve a festa no dia 23, a tradicional festa do Big Pônei e a festa rolou no dia 30. E aí ele se sentindo meio culpado liberou mais bebida para galera [risos], e aí segundo Sirley foi um show de horror a festa. [risos] A festa de Natal era uma tradicional festa familiar, né? Onde o funcionário podia levar a família, a criança ganhava uma bola, uma boneca, enfim, né? E a festa de Ano Novo, os próprios funcionários combinaram que “Ah, então vamos fazer uma festa só a gente”, tipo, foi um churrasco. 

E aí esse churrasco deu tão bom e tão ruim assim… Ruim porque a galera bebeu demais, né? Que a partir desse ano, agora todas as festas do Big Pônei não são mais no Natal, não é mais a festa familiar, é a festa bagaceira de Ano Novo da galera. [risos] E aí o Sirley tem várias histórias para me contar aí dessa festa bagaceira, quem sabe a gente traz mais. Mas você vê, né? Essa é a segunda história que eu conto no podcast sobre um menino Jesus que é furtado, né? E as duas histórias aí trouxeram benefícios, né? [risos] Para as pessoas que estão ali ao redor. 

Então essa é a nossa primeira história de Ano Novo, tem mais quatro. Fiquem comigo aí até sexta-feira. Assinem o nosso Apoia-se, é o nosso Apoia-se que faz com que tudo isso aconteça, que a gente tenha podcast, que a gente tenha a transcrição lá no nosso site, que é uma transcrição feita por uma especialista e é revisada… Logo nós teremos todas as histórias em libras, é um investimento muito, muito, muito alto, mas que eu quero fazer, porque mesmo com as transcrições, não são todas as pessoas que têm acesso as histórias e, com as histórias em libras… E um caminhão passando na minha rua… Eu vou conseguir chegar em mais pessoas. Então dá essa força aí, 10 reaizinhos por mês, tem umas 130 histórias lá inéditas para você ouvir. E eu volto amanhã, um beijo. 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.