Skip to main content

título: vaga de assistente de roteiro
data de publicação: 24/01/2022
quadro: minhas coisinhas
hashtag: #minhas coisinhas
personagens: déia freitas

TRANSCRIÇÃO

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Este quadro aqui, Minhas Coisinhas, é um quadro exclusivo para assinantes, só que como é um espaço que eu uso para contar sobre a minha vida, as coisas do meu dia a dia, o que aconteceu aí na minha semana, eu achei que era o canal mais fácil de falar sobre a vaga, né? A vaga de assistente de roteiro que eu criei há duas semanas e que deu uma super polêmica aí nas redes e tal. Eu não vou entrar aí nessa questão da polêmica, porque saiu bastante coisa na imprensa, então é só procurar “vaga assistente de roteiro Não Inviabilize” que vocês vão poder ver. 

Eu estou aqui para falar os desdobramentos disso… Então, assim, algumas pessoas me acusaram de crime, né? Então, como que uma pessoa como eu estou pagando, num contrato de quatro meses, 22 mil reais para um assistente, para uma assistente… Então algumas pessoas aí imputaram crimes a mim, como tráfico de drogas, pirâmide financeira, lavagem de dinheiro… [riso] E um outro aí, infeliz, disse que o meu podcast não é meu, que tem um homem por trás que é dono [risos] e que eu sou uma laranja no meu próprio podcast, sendo que o meu Picolé é de Limão. Enfim… 

Agora estou conseguindo levar tudo com mais leveza, mas no dia foi… Foi horrível, assim… Eu fui muito, muito, muito atacada, mas passou e disso eu tirei uma assistente de roteiro. O nome dela é Luciana Viegas, ela é uma mulher preta, mãe e autista. Eu estou muito empolgada para trabalhar com ela, acho que vai ser uma experiência que vai me enriquecer muito também. E a ideia da vaga, né? Além de tudo que já foi exposto lá naquele, tipo, meu mini edital, é que essa pessoa que vai trabalhar comigo, esses quatro meses, ela adquira experiências e eu estou disposta também a proporcionar um curso de roteiro, de preferência num dos lugares que eu já cursei e que eu sei que são bacanas e tal. E, que no futuro, quem sabe essa pessoa venha a ser uma colega minha, né? De roteiro. 

Então, eu separei currículos também de mulheres trans, de travestis, de outras pessoas com deficiência e sempre preto ou pardo ou indígena. E é isso assim, eu fiz essa seleção muito baseada no que eu pedi, então o que foi pedido na vaga era o currículo atualizado e uma redação sobre um fato engraçado ali da vida. Muitas pessoas não seguiram o que foi pedido, então, infelizmente, esses e-mails foram descartados, né? Não estão dentro do que foi pedido para a vaga. E aí eu escolhi a Lu também porque a Lu já está familiarizada com as histórias, então muitas pessoas também que me escreveram elas cumpriram os requisitos, só que não conheciam o podcast. Então foi um fator de desempate, né? Conhecer o podcast, já acompanhar as histórias. 

E aí uma coisa boa… Eu recebi currículos excelentes e, assim, de mulheres negras que têm mestrado e que estão trabalhando na faxina, de travestis pretas e indígenas que trabalham hoje em dia como trabalhadoras do sexo, por não ter conseguido uma outra oportunidade e tem, assim… São pessoas com textos excelentes. Então, por causa disso, a empresa que cuidou do processo seletivo da Magalu me procurou e eu resolvi criar um banco de pessoas, um banco de pessoas pretas, pardas e indígenas, para inserir essas pessoas no mercado de trabalho. Como vai ser isso? Ainda não sei, né? Estou aguardando o orçamento aí dessa empresa que é muito bacana, que são mulheres negras que cuidaram do processo seletivo ali da Magalu e elas que vão fazer isso para mim, né? 

E a ideia é, em cima desse orçamento, viabilizar um banco onde fique fácil para as empresas consultarem e tal e, talvez, que a gente possa também capacitar mais essas pessoas e ver o que eu consigo fazer dentro do meu orçamento, né? E acho que é isso. Então, a primeira candidata já foi escolhida, provavelmente as outras candidatas sairão também desses e-mails que a gente recebeu que estão dentro do que foi pedido, né? E sempre com esse critério de desempate de pessoas que já conhecem o podcast, porque facilita o meu trabalho. 

E algumas considerações: eu recebi muito currículo de pessoas brancas, eu entendo que o momento… A gente está numa crise, mas também é para se pensar, né? Que você vê ali que é uma vaga só, que é uma vaga direcionada para pessoas pretas, pardas e indígenas e que se não fosse uma vaga selecionada e sinalizada para pessoas pretas, pardas e indígenas, muitas neste perfil nem mandariam currículo, porque já acha que vai para uma pessoa branca, entendeu? Então, é importante sinalizar a vaga para falar: “Olha, isso aqui é pra vocês”. Então eu não sei… Eu fiquei um pouco chocada com isso, né? De receber tantos currículos de pessoas brancas dizendo que: “Não, eu sou branca, mas eu quero também”, né? Sendo que era uma vaga só… Eu não sou uma multinacional, não sou uma empresa… 

Infelizmente também muitas pessoas no perfil que não mandaram o currículo atualizado ou não fizeram a redação que eu pedi dentro do que foi pedido para que eu pudesse analisar a estrutura de texto, então esses e-mails também eu não pude considerar… E muita gente também não mandou nem currículo e nem o texto, só assim, tipo: “Eu preciso do emprego e tal, eu preciso desse dinheiro”, focando mais no dinheiro… Quando, na verdade, é uma vaga de um trabalho que eu preciso de alguém por um tempo determinado para me ajudar. Então, eu não sei se isso em alguns lugares caiu como se fosse: “Ah, ela vai dar o dinheiro e tal”. Não era isso, é uma vaga remunerada. 

Então acho que essas são as considerações que eu tinha que fazer, assim… Eu fiquei muito assustada também com o alcance de tudo, para o bem e para o mal, né? E é isso. Então, agora sou eu e a Lu, né? E vamo que vamo, gente, vamo que vamo… Daqui quatro meses eu vou filtrar ali naqueles e-mails que eu separei mais uma pessoa e assim a gente vai fazendo. E qualquer novidade do banco de vagas de pessoas, assim que eu tiver o orçamento e couber aí no meu planejamento, eu vou lançar… É uma coisa que eu quero muito fazer. Então é isso, gente, um beijo… E se você quiser saber mais de coisas que são histórias da minha vida ou do meu dia a dia, esse quadro Minhas Coisinhas fica lá dentro da nossa assinatura, que é um ponto também importante pra dizer, que tem muita gente que disse que eu tráfico de drogas ou que eu faço lavagem de dinheiro, falou disso em relação ao meu Apoia-se. 

E o Apoia-se é tudo muito claro, né? Tá tudo bem explicado lá. Você paga 10 reais por mês e recebe 20 histórias exclusivas no mês. Então eu estou prestando um serviço, você está pagando por esse serviço e, a partir daí, o que eu faço com aqueles 10 reais sou eu que decido, né? O dinheiro pelo meu trabalho. Então, que isso também fique bem explicadinho aí pra não não virar um telefone sem fio, né? Então é isso, gente. Um beijo e eu volto em breve, daqui a pouquinho com uma história. 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.