Skip to main content

título: vendedora
data de publicação: 30/07/2021
quadro: picolé de limão
hashtag: #vendedora
personagens: sofia, paula e marco aurélio

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta] 

Déia Freitas:  Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. E hoje eu não estou sozinha, quem tá comigo aqui é o Amazon Music. — Gente, meu publiii. — Se você adora música, você vai adorar o aplicativo Amazon Music, tem milhões de música, milhares de podcasts e playlists pra você escutar de graça, tudo na faixa. Você pode seguir os podcasts que você gosta, inclusive o Não Inviabilize tá lá, hein, gente? — Vai lá seguir. — E dá também pra você baixa e ouvir off-line… E você ainda pode assinar o Amazon Music Unlimited e ter acesso a muito mais… Dá pra você escutar de maneira ilimitada setenta e cinco milhões de música. – Sim, este é o número. – Setenta e cinco milhões de música sem anúncios e, pra isso, você vai acessar o meu linkzinho que é amazon.com.br/naoinviabilize, pra experimentar o serviço Amazon Music Unlimited por trinta dias. E aí lembrando que, o plano é renovado automaticamente, mas você pode cancelar a qualquer momento, né? E pra começar, baixa aí o aplicativo e pede pra Alexa reproduzir o Não Inviabilize.

E hoje, história de firma. [risos] — Eu amo história de firma. — E quem me escreve hoje é a Sofia, e é a história dela que eu vou contar, então vamos lá, vamos de história. 

[trilha]

A Sofia, quando ela tinha dezessete anos, ela resolveu que ela não ia ainda fazer cursinho, nada, mas porque ela não tinha grana, então ela não ia focar nisso. E ela ia arrumar um emprego pra poder ter as coisinhas dela, porque não faltava nada pra ela em casa, mas se ela quisesse uma coisa a mais, uma roupa a mais, ela tinha que trabalhar. E aí ela conseguiu um emprego de vendedora, numa rede de lojas aí… — Que a gente vai chamar de Casas Pônei — Lá foi ela trabalhar de vendedora nas Casas Pônei. E ela se deu muito bem, ela se deu muito bem… A Sofia vendia muito. Aí ela foi crescendo, né? Dentro das Casas Pônei e chegou ali a gerente de uma loja, de uma loja grande das Casas Pônei. — Porque tinha as menores e tal e tinha as maiores. — E aí Sofia virou gerente de uma loja das Casas Pônei. Tudo corria perfeitamente e, no ensino médio, ela tinha feito grandes amizades, né? Ela tinha algumas amigas ali muito legais e tal. Entre as amigas muito legais, tinha a Paula, e a Paula estava precisando trabalhar e tinha uma vaga de vendedora lá nas Casas Pônei. E aí a Paula perguntou, falou: “Ah, eu vi uma vaga nas Casas Pônei e tal, lá a plaquinha na frente da loja que você trabalha, será que eu tenho alguma chance e tal, né?”, e aí a Sofia na hora falou: “Claro, até tá pedindo com experiência, mas eu treino você, lógico, amiga, vamos que vamos”. 

E aí a Sofia contratou a Paula, começou a treinar Paula e a Paula virou vendedora das Casas Pônei. Só que, assim, a Paula confundia um pouco as coisas, então elas eram amigas, — Sim — mas a Paula tinha que fazer o que as outras vendedoras faziam. Então, se todas entravam às dez, a Paula tinha que entrar às dez, né? E aí tinha dia que a Paula chegava meio-dia e, assim, se a Sofia ia falar, né? — Chamar atenção porque ela era gerente. — Aí a Paula falava: “Nossa, mas a gente é tão amiga, pra que isso, sabe?” — Ela confundia muitas as coisas. — E aí começou a não dar certo, começou não dar muito certo, só que aí a Sofia ficava naquela: “Puts, ela precisa, eu sei que ela precisa trabalhar”, então a Sofia estava sempre tentando fazer a Paula fazer um mínimo e Paula não fazia o mínimo. E aí isso foi deixando a Sofia aborrecida ali, né? E as outras vendedoras também. Aí começaram a achar: “Poxa, a outra lá não faz nada, e é o quê? É amiguinha da gerente? O quê que tá rolando, né?” e fora a gerente, tinha o supervisor que era o Marco Aurélio. 

E aí o Marco Aurélio passava lá só uma vez por semana assim, e o contato dele não era com as vendedoras, né? Era só com a Sofia. — A gerente. — E o Marco Aurélio era um cara assim muito charmoso, sabe? Sei lá, devia ter uns trinta e poucos anos, um cara assim mais serião e tal, bem charmoso. E a Sofia tinha uma quedinha pelo Marco Aurélio, mas assim, sabia que não ia rolar porque ele era muito profissional. E aí numa das vezes que o Marco Aurélio passou lá, porque assim, a Sofia ela tinha o poder de contratar, ela tinha o poder também de demitir, mas quando ela demitia, ela tinha antes que falar ali na supervisão, né? E aí ela teve que conversar com Marco Aurélio sobre a possibilidade de demitir a Paula. E, até então, Marco Aurélio nunca tinha visto a Paula, nunca tinha conversado com a Paula, e aí ele falou: “Bom, vamos ver esse caso, né? O que tá acontecendo e tal”, e aí a Sofia explicou e ele falou: “Bom, vamos ver o que a gente faz, vai ter um curso de tipo, uma reciclagem, sabe? Pra vendedores, manda ela, de repente vamos ver se a gente troca ela de loja, antes de mandar embora”. Eles faziam de tudo… — Não foi um tratamento especial pra Paula. — Mas a Casas Pônei fazia, assim, de tudo pra manter o funcionário e mandava embora quando não tinha mais jeito. 

E aí isso que aconteceu, a Paula foi trocada de loja e resolveu pra Sofia, né? — Tipo: “Agora, não é mais problema meu”. — A próxima gerente aí que pegar a Paula que lide com isso. E ela foi seguindo a vida dela ali. E aí passou, gente, uns oito meses, de repente, do nada a Sofia foi chamada lá tipo no RH e ela foi transferida, transferida, tipo, pensa numa loja menor e uma loja longe… E ela não entendia, porque assim, não era uma promoção, era como se fosse o contrário de uma promoção, sabe? Como se ela estivesse sendo rebaixada de cargo, apesar de continuar com o mesmo salário e sendo gerente. E ela não entendeu e ela falou: “Bom, eu vou marcar com o meu supervisor, né?” Que o supervisor da área toda ali era o Marco Aurélio. 

E aí marcou com Marco Aurélio, e o Marco Aurélio falou pra ela: “Não, é isso mesmo, a gente fez aí umas mudanças e eu tenho certeza que você vai deixar essa loja X lá melhor, que isso que aquilo”, e assim, não deu… Não deu… Não falou muito, né? E ela ficou inconformada. E aí, gente, sempre tem a Rádio Peão, né? E a fofoca começou a comer… E aí quem que tinha ocupado o cargo lá de gerente na loja grande, que é a loja da Sofia? A Paula, gente. Do nada a Paula, que era vendedora, que tinha muita gente na frente dela pra ser gerente, virou gerente da loja grande, de uma hora pra outra, e aí… — Assim, todo mundo meio que caiu matando, os vendedores não gostavam dela, era um inferno. — E ela era uma gerente daquelas bem ruins assim, maldosas, sabe? E aí o boato que corria era que a Paula tinha um caso com o Marco Aurélio. E o Marco Aurélio todo charmosão, nã nã nã, era casado, só que ninguém sabia muito da vida dele, né? Ninguém sabia muita coisa assim, né? 

E aí ela ficou gerente dessa loja. S Sofia não se conformava, a Sofia lá na loja pequena, mas assim, não tinha muito o que fazer, porque ela ia continuar nas Casas Pônei, só que lá na loja da Paula, ela era tão assim, insuportável, tão infernal, que os vendedores resolveram fazer uma paralisação de um dia — Sem fazer nada… — até que o RH, ou alguém fosse lá, pra ver os abusos que a Paula cometia. E aí a Paula foi afastada e chamaram a Sofia de volta pra loja. E aí praticamente estava tudo resolvido, os vendedores de lá gostavam da Sofia, o Marco Aurélio ficou na dele… — Porque tem isso também, viu, gente? Às vezes você se envolve aí na sua empresa com um cara ali da chefia, mas que não é o dono da empresa, quando a corda arrebenta, você que vai se lascar, não pense que ele vai passar um pano pra você e vai te socorrer, que não vai… E foi o que aconteceu com a Paula. — Ela foi afastada e, depois de 30 dias de afastamento, ela foi demitida, porque fizeram lá, tipo uma apuração interna e tal e demitiram a Paula. E a Sofia voltou pra vaga dela e tudo estava perfeito, né? — Podia… — Só que não estava, gente. 

A Paula, do nada, começou a xingar a Sofia nas redes sociais. E até aí a Sofia falou: “Bom, eu vou bloquear, nem entro muito em lugar nenhum e tudo bem”, até que um dia, ela estava indo para o ponto de ônibus e ela sente assim, uma pressão nas costas… — Gente, vocês não vão acreditar… — A Paula bateu, deu um soco no meio das costas da Sofia e a Sofia não estava esperando, caiu… Olha, foi uma briga, ela falou que foi uma briga física e ela teve que fazer B.O., e aí descobriram várias coisas que, além da Paula estar com o Marco Aurélio, ela participava junto com ele de um esquema. — Um esquema deles lá… — Tipo, um esquema fraudulento que eles conseguiram tirar do estoque, tipo… — Ah, vai, um liquidificador… — Que eles apagavam do estoque, então isso não era nem venda e não constava mais no estoque, sabe? Um esquema assim. 

E aí de uma história que começou com uma vaga de emprego que a Sofia arrumou, ela nem pode falar tanto do assunto, mas acabou aí com os dois detidos, mas que depois de um tempo eles foram… — Eram só uns dias só preso e responderam em liberdade. — Mas assim, quase virou um crime. Não é surreal a outra batendo nela na rua? E aí por esse B.O. que foi feito, a Paula chamada lá pra falar, a Paula resolveu dedurar o Marco Aurélio. — O que eu já escolhi esse nome porque, [risos] foi meio que uma vingança do nosso Marco Aurélio dedo-duro da história “Genes”, então quem ouviu sabe. —

Então agora Marco Aurélio estava sendo de dedurado e foi preso. E era um esquema grande, que envolvia outros funcionários e, por causa da Sofia, tudo isso foi descoberto e tal… Ela ficou até com uma moralzinha lá nas Casas Pônei, ela continua nas Casas Pônei até hoje, trabalha lá e surreal, né, gente? E aí a Sofia continuou trabalhando e, a Paula, depois que foi presa e solta lá, nunca mais também entrou em contato, mas ela ainda tem medo tipo de andar na rua sozinha, sabe? Então quando ela sai das Casas Pônei, se ela vai para o ponto de ônibus, ela sempre vai com outras vendedoras, ela não vai sozinha, porque ela tem medo… Eu também teria. E é isso, gente, a história de hoje é essa, [riso] um esquema aí fraudulento nas Casas Pônei foi descoberto por causa da Paula que foi lá tentar bater e bateu, né? Na Sofia. Mas ainda bem que não foi nada tão grave assim. 

[trilha]

Assinante 1: Oi, gente, eu sou a Aline, falo aqui do Pará. E, infelizmente, a gente fica triste porque a gente tem algumas atitudes boas com relação as pessoas, aos amigos e até familiares também, e a gente acaba aí sendo prejudicado, né? No caso da história, ela foi dar oportunidade pra uma amiga pra conseguir um emprego e infelizmente a amiga passou a perna nela, né? E tentou prejudicá-la na empresa, né? Só que o mal, gente, por si se destrói, não há nada nesse mundo, nesse universo que a gente faça para as pessoas que não volte. Uma hora sempre volta. E que bom que pra ela voltou. E aí eu desejo pra ela muito sucesso e muita sorte e que, realmente, os traumas ficam, né? Você apanhar no meio da rua sem motivo algum… Eu te indico ajuda psicológica pra poder superar tudo isso, que realmente terapia é muito bom, mas aí fica a lição pra gente, né? Quando o coleguinha, o amiguinho, o familiar, venha pedir oportunidade, deixar como todo mundo, colocar currículo lá e, se for realmente competente pra aquilo, a pessoa vai conseguir a vaga. 

Assinante 2: Oi, aqui é a Luciana, eu sou do Guarujá. Sofia, que maravilhosa. Que maravilhosa… Você se manteve firme, continuou fazendo seu trabalho, mesmo insatisfeita quando foi mandada pra outra loja, continuou dando o seu melhor e, que coragem dos funcionários que trabalhavam na loja que você era gerente de fazer essa paralisação. Porque poderia dar uma merda grande aí deles perderem o emprego deles, mas mesmo assim foram firmes e, no final deu tudo certo. Hoje você está aí na loja ainda como gerente, acredito que estão todos muito felizes e que bom, né? Porque trabalhar infeliz é uma droga. Quanto a Paula e o Marco Aurélio, azar o deles, né? Que aprendam a lição e aprendam a ser pessoas honestas como você. Um grande abraço.

Déia Freitas: Então, um beijo e até amanhã. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.