título: queixa
data de publicação: 22/06/2022
quadro: picolé de limão
hashtag: #queixa
personagens: marília e um cara
TRANSCRIÇÃO
[vinheta] Picolé de Limão, o refresco ácido do seu dia. [vinheta]Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais um Picolé de Limão. — E hoje eu não tô sozinha, meu publi… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está comigo hoje é o Meu DNA. — Meu DNA que tá sempre comigo, né, gente? [risos] [efeito sonoro de bateria fazendo “ba dum tss”] Piadoca. — Hoje eu vou falar pra vocês do Meu DNA Premium, o teste mais completo da família Meu DNA. O teste Meu DNA Premium oferece, com apenas uma amostra, os resultados do teste Meu DNA Origens, que é um teste de ancestralidade, que consegue encontrar até 88 populações em seu DNA e leva em consideração até 8 gerações atrás, gente… Mais os resultados do teste Meu DNA Saúde, que é o teste genético mais avançado do país para identificar predisposição a cânceres e doenças genéticas…
E esse teste de saúde conta com a tecnologia exoma, que lê os seus genes de forma completa. — E, gente, os resultados não são aí nenhum diagnóstico ou sentença… — Eles oferecem a oportunidade de você se prevenir e cuidar mais aí da própria saúde. O teste Meu DNA Premium é muito prático: Você compra pelo site, recebe em casa, faz a coleta em casa mesmo ali… Você consegue fazer de boa. — Como você faz essa coleta? — Você passa o cotonete na bochecha e aí depois você embala esse cotonete e manda de volta pro laboratório. O frete é grátis pro Brasil inteiro, tanto na entrega do teste quanto no retorno da amostra pro laboratório. E é possível aí de você parcelar esse valor em até 12 vezes. Então, fica aqui até o final do episódio que tem um descontão aí pra vocês no meu cupom. — E hoje história de mãe cansada. —
Hoje eu vou contar para vocês a história da Marília. Então vamos lá, vamos de história.
[trilha]A Marília ela era casada aí com um cara muito bacana, muito, assim, desconstruído, pra frentex, e nã nã nã. E aí a Marília ficou grávida e foi uma gravidez muito comemorada… Ele ia a todas as consultas, postava fotinho do ultrassom e nã nã nã, felizinho, tudo perfeito. Até que nasceu o bebezinho… [efeito sonoro de bebê chorando] Marília ainda no hospital, né? Já com tudo organizado, de como seria e tal essa divisão de tarefas. — Porque, enfim, o marido desconstruído, super pra frentex aí, lado a lado. — Chegou em casa com o bebezinho e este marido, simplesmente, tudo que tinha sido planejado não foi cumprido. Ele tinha muitas teorias, lia muitos artigos sobre bebês e nã nã nã, mas mão na massa mesmo prática ali, trocar fralda, ir lá ver o que estava acontecendo quando o bebê começava a chorar… — [pigarro] Fiquei até rouca aqui de ódio. — O cara não fazia nada. — O cara não fazia nada… — Só gostava de ficar falando pra ela teorias de como fazer. Ele era, afinal de contas, ele era aí um acadêmico.
E ele gostava muito de dar instruções pra Marília de como ela tinha que cuidar do bebezinho, mas ele acabava não fazendo nada. — Isso foi desgastando o relacionamento. — E o primeiro ano foi assim… Com ela fazendo absolutamente tudo, inclusive as tarefas domésticas que antes ele fazia, só que agora… — Eles dividiam, né? — Só que agora ele não fazia, por quê? Porque ele não queria acordar o bebezinho. Então, pra não fazer barulho, ele não fazia nada, ficava no celular ou no computador quietinho, que era a contribuição dele, né? Ser uma pessoa silenciosa pra não acordar o bebê e o restante era tudo com a Marília. — Então, esse primeiro ano foi desta forma. — A Marília, quando o bebezinho fez um ano, falou pra esse cara, falou: “Olha, não tá funcionando, né? Acho melhor então a gente se separar, porque eu já faço tudo sozinha mesmo, pra mim não vai mudar muita coisa”.
E aí, nossa… [música triste] Esse homem chorou… [efeito sonoro de pessoa chorando] Ih, mas chorou, chorou, ajoelhou, pediu uma chance, disse que ele estava sendo tóxico… — Que ele estava sendo tóxico a gente já sabe, né? — Mas enfim, que ele ia desconstruir esse pai ausente que ele foi, e que ele ia fazer aí esse relacionamento valer a pena. Bom, a Marília ali, bebezinho de um ano e tal, falou: “Vou dar mais uma chance pra ver se as coisas mudam”. — E, gente, não é que mudou? — De uma hora pra outra esse cara ficou muito colaborativo e, assim, muito atuante com o bebezinho. Só que tinha um detalhe: Ele falava assim pra Marília: “Olha, eu vou deixar você ter o seu espaço e fazer as coisas pra você… Eu sei que isso é importante, então faz uma malinha pro bebezinho, as coisas que ele precisa aí ir por umas três, quatro horas e eu vou passear com ele. Vou sair, a gente vai ver coisa, ver gente… Vou levar ele num lago pra ver patinhos”, enfim…
Marília ficou encantada, porque pelo três vezes na semana este cara pegava o bebezinho e saía por aí, né? Bebezinho voltava ótimo, todo mundo feliz e finalmente o relacionamento estava funcionando depois dessa chamada aí que a Marília deu nele. Olha… Olha que loucura. E aí um dia Marília em casa, tinha chegado do trabalho num sábado que ela trabalhava meio período, o bebezinho não estava com nenhum dos dois, estava com a mãe dela porque de sábado quando ela saía pra trabalhar, deixava com a mãe e pegava ali pelas cinco da tarde, assim. Então ela tinha essa chance de sair do trabalho meio dia e ir pra casa, ajeitar as coisas da casa e depois buscar o bebezinho. — Era uma tranquilidade ali que ela tinha no sábado. — Quando ela chegou em casa, — quase uma hora da tarde — tinha um carro na frente da casa dela e, nesse carro, estava escrito “Conselho Tutelar”. Ela viu o carro ali estacionado, não achou que fosse na casa dela por que o que o Conselho Tutelar faria na casa dela? E ela entrou. Não deu três minutos a campainha da casa dela tocou, [efeito sonoro de campainha tocando] ela saiu, era uma moça e um rapaz.
E aí ela não conhecia essas pessoas, ela foi conversar com eles ali pelo portão e aí ela recebeu um papel. E, nesse papel, estava solicitando que ela comparecesse na segunda—feira lá na vara onde ficava o Conselho Tutelar dentro do fórum, porque ela tinha sido denunciada… Por negligência e abandono de incapaz. — Do bebezinho. — E aí ela ficou maluca… Como assim denunciada? E aí ela já destrancou o portão com o papel na mão, ela ligou pra mãe dela, a mãe dela morando, tipo, uns três quarteirões, pegou o carro com o bebê, a conselheira tutelar ainda ali… Trouxeram o bebezinho e ela fez a moça e o cara do Conselho Tutelar entrar na casa dela e olhar o bebezinho inteiro, ele tava gordinho, sabe? Saudável, sabe? Tranquilo, perfeito. A Marília ficou totalmente fora de si, assim, né? Até a conselheira não estava entendendo o que estava acontecendo.
E aí ela queria saber de onde partiu a denúncia e não tinha sido uma denúncia anônima. Tinha sido a namorada do ex—marido da Marília que tinha feito a denúncia. Só que um detalhe: a Marília não tinha ex—marido, a Marília tinha um marido. — E aí, gente, a confusão estava armada… — A Marília pegou o telefone, ligou pro marido, [efeito sonoro de telefone chamando] começou a gritar com ele no telefone e tudo isso a conselheira tutelar lá. Aí ela desligou, a conselheira falou: “Bom, em todo caso, você tem que comparecer segunda—feira, é importante que você vá” e explicou as coisas pra Marília. — E pra mãe da Marília que estava, deu o papel lá que tinha que dar e foi embora. — E aí esse cara, naquele sábado, ele não apareceu. Ele não apareceu para explicar porque é que ele era considerado um ex-marido e quem era a namorada dele que denunciou a Marília no Conselho Tutelar.
E aí no domingo ele apareceu, cabisbaixo, triste e tendo que contar pra Marília que ele tinha um caso, mas que esta moça aí confundiu as coisas e acabou fazendo essa denúncia. E aí, assim, no ponto que estava ali, a Marília estava pouco se importando dele ter um caso. Ela queria saber porque esta mulher queria tirar o filho dela, porque na cabeça da Marília o que fazia sentido? Essa mulher inventou essa denúncia pra poder ficar com o cara e o filho dela. — Ela não queria só o cara, ela queria o filho. — E aí ela fez que fez até o marido dar o telefone dessa mulher… E ele teve que dar, porque ali… — Estava a mãe dela junto, enfim… Aquela briga de família, né? — E aí Marília pegou o telefone, [efeito sonoro de telefone chamando] ligou pra essa mulher, se controlando muito pra não gritar e, enfim… — Ela falou que, se fosse pessoalmente, ela ia bater, ia chegar batendo já. E acho totalmente compreensível… E não pelo cara, mas pela denúncia no Conselho Tutelar. —
E aí quando ela falou que ela tinha recebido uma denúncia do Conselho Tutelar, esta moça, também brava, falou: “Eu denunciei mesmo, porque eu sou namorada do seu ex-marido e ele me disse que você deixa o bebezinho sozinho, que você não cuida, que ele tem que fazer tudo sozinho, que às vezes ele chega na sua casa e você não tá e o bebezinho tá lá… É um bebezinho de um ano”, Enfim, falou absurdos… E a Marília foi ouvindo, ouvindo, ouvindo… E aí falou pra ela assim: “Primeiro ponto: eu não tenho um ex-marido, eu tenho um marido”, e aí a moça do outro lado falou: “Mentira, você tá mentindo e nã nã nã”, não queria acreditar naquela que ela pensava que era uma mãe negligente, uma mãe que largava a criança, enfim… Uma gritou com a outra no telefone, mas a Marília falou: “Tá aqui meu endereço, vem aqui, ele tá aqui… Vem aqui pra ele falar na sua cara que ele é meu marido”. Aí ele queria sair, a mãe da Marília não deixou, elas trancaram a porta… — Gente, assim, coisa horrível. —
E aí essa moça veio e teve que ouvir dele que ele tinha inventado. — Que ele era separado, mas ele não era. — E que ele ficava… Às vezes que ele ficava com o bebê, era às vezes que ele estava com essa moça, tipo, eram as únicas vezes que ele ficava com o bebê. E aí a moça chorou muito, mas a Marília também estava pouco se lixando e falou: “Vai chorar lá fora, não quero nem saber de nenhum dos dois”. E aí chegou na segunda—feira, foi marcado 13 horas pra estar lá no Conselho Tutelar… Quando ela chegou, ela ficou sabendo que a moça já tinha ligado lá no Conselho Tutelar e retirado a queixa, mas não era assim o procedimento. Mesmo a moça retirando a queixa, eles iam acompanhar aí o bebezinho por um determinado período e assim foi feito. O bebezinho foi acompanhado… — Tinha visitas, né? Do Conselho Tutelar. — E aí a Marília falou que era muito constrangedor chegar o carro do Conselho Tutelar uma vez por mês na porta da casa dela… —
E aí ela teve que falar para os vizinhos o que tinha acontecido e acabou desmascarando o marido pra todo mundo, porque todo mundo achava ele uma pessoa incrível. E, assim, né? Daquele dia lá que ela chamou a moça no domingo pra ir na casa dela, ela já fez as malas do marido, já botou ele pra fora, já fez post no Facebook, enfim… Não escondeu nada. Já que o cara se fazia de bacanudo pra todo mundo, ela resolveu que ela ia contar tudo, absolutamente tudo. Desde aquele primeiro ano que ele nunca ajudava, só ficava lendo livros e falando teorias pra ela do que ela tinha que fazer sozinha. Eles se divorciaram, aquela moça lá tentou pedir desculpas pra Marília, mas a Marília bloqueou ela em tudo, também não queria saber. E esse cara, ano passado, se juntou de novo com uma outra moça, — uma terceira moça que apareceu — engravidou essa moça e três semanas antes do bebê nascer, ele se mudou para os Estados Unidos pra fazer mestrado. — Não ficou nem para o nascimento da criança. —
E como a Marília sabe disso? Eles têm amigos em comum e essa moça também fez post no Facebook pra falar de todo o abandono aí que esse cara proporcionou na vida dela e tudo o que ele fez nesses meses aí que ela estava grávida. E a gente vê, né? O cara que se diz desconstruído e que isso, que aquilo… E a gente já sabe, né? A Marília segue aí levando a vida com o bebezinho… O cara é um pai ausente, real, tipo agora que está fora do país nem ligar pra saber do bebezinho ele liga, deposita lá o que tem que depositar de pensão e só. E toda essa coisa com o Conselho Tutelar foi muito, muito, muito traumático pra Marília, até hoje ela não conseguiu superar. E, assim, alguém ousar pensar que ela estava maltratando o filho… E o jeito também que os conselheiros… Que eles estão no papel deles, né? Meio de fazer um interrogatório ali pra saber desse bebezinho, né? Mas quando você não deve nada, poxa, isso é horrível, né? Então, essa é a história da Marília e de tudo o que ela passou, desde o primeiro ano do cara não fazendo nada e ela super atarefada, cansada, acabada.
E aí quando ele começou a, entre aspas, ajudar, ele pegava o bebê e botava na mão da amante, dizendo que [efeito de voz grossa] “ah, a mãe larga o bebê… Eu passo o tempo todo com esse bebê e ela sai e deixa o bebê sozinho”. Gente, isso é muito grave. A moça fez certo, eu também denunciaria, gente… Só que ela esqueceu de combinar essa denúncia com o cara. — Porque ele não ia deixar ela fazer, né? Enfim… — Ainda bem que mentira aí teve perna curtíssima, né? E, no final, meio que deu certo pra Marília e bebezinho, enfim… Dos males o menor.
Assinante 1: Oi, Déia, Oi, Não Inviabilizers, tudo bem? Aqui quem fala é a May de Fortaleza. Primeiro, Marília, quero deixar toda minha solidariedade e apoio a você e ao bebezinho. Eu sinto muito que vocês tenham passado por isso. É uma situação lamentável também, né? Além da violência contra essa mãe e esse filho, mas também por usar de forma indevida uma ferramenta que é o Conselho Tutelar, que realmente pode proteger as crianças que estão numa situação efetiva de violência e de abandono. Então, péssimo o que esse cara causou. E eu queria levantar um outro ponto que passa batido muitas vezes por nós em relação aos amigos deste tipo de cara, que acabam sendo coniventes… Então, será que se esse cara tivesse sido confrontado, meio que massacrado aí de comentários pelos amigos, será que ele teria feito novamente esse papel como ele fez com a segunda moça? E será que não é o nosso papel também proteger essas crianças e essas mães desses tipos de situação? É isso, um beijo, fiquem bem.
Assinante 2: Oi, gente, aqui é Susana do Rio de Janeiro. E, Marília, perdoa a moça… [riso] Não foi essa a questão que você colocou, mas perdoa a moça… Ela também foi enganada pelo seu ex. Com as informações que ela tinha, ela teve uma excelente atitude. Pensa que era uma pessoa querendo proteger o seu bebezinho, sabe? São tantas histórias de crianças maltratadas e depois que o pior acontece a gente pensa: “Pô, tanta gente em volta e ninguém fez nada?”. Então, ela é alguém que faria alguma coisa… Perdoa ela. Beijo, tchau, tchau.
[trilha]Déia Freitas: O teste Meu DNA Premium é uma ferramenta importante pra quem quer se conhecer mais, entender a própria história e, claro, planejar aí o futuro cuidando da saúde. Tem um descontão aí pra vocês na compra do Meu DNA Premium… Pra isso é só usar o cupom: NAOINVIABILIZE. — Tudo junto. — Eu vou deixar tudo aqui na descrição do episódio. Um beijo, gente, e eu volto em breve.
[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmail.com. Picolé de Limão é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]