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título: cristo
data de publicação: 24/12/2022
quadro: especial de natal
hashtag: #cristo
personagens: janaína e família

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Especial de Natal Não inviabilize, da nossa família para a sua. [vinheta] 

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. —  Cheguei pra uma história bônus de Natal. — [risada de Papai Noel] Olha só, hoje é véspera de Natal [risos] e que eu tô aqui porque não me contive, eu tinha que contar essa história esse ano. Essa história é uma história sobre Jesus [risos] e eu achei que eu tinha que trazer, porque é uma história muito boa pra eu guardar aí durante um ano. [risos] — E hoje eu vou contar pra vocês a história da Janaína e a sua família aí na noite de Natal. —  Sim, eu quis homenagear a minha prima dando o nome dela na história. [risos] — Então vamos lá, vamos de história.


[trilha]


A Janaína tem uma família muito grande, assim, e são todos cristãos. Então eles se reúnem todo Natal na casa da avó da Janaína e é uma grande festa… Eles fazem ali a ceia junto, começam a cozinhar, sei lá, pelas cinco horas da tarde e aquilo vai até que a ceia é servida meia noite. Eles têm todos aqueles ritos tradicionais de Natal mesmo… Antes da ceia, meia noite, tem ali o amigo secreto, a troca de presentes até chegar no momento da ceia. E a casa da avó da Janaína ali lotada, as crianças correndo, os adultos conversando ali e tomando um negocinho… E a noite vai passando, né? Aí tem aqueles que ficam com mais fome, você dá uma beliscadinha num negocinho ali, outro aqui, mas a ceia em si não está pronta… Vai ficar pronta realmente perto da meia noite.


Em determinado ano ali nessa noite de véspera de Natal, quando vai dando ali umas nove horas da noite, uma pessoa começa ali bater palmas no portão da casa da avó da Janaína… E bater palmas e, puts, faltavam ainda alguns parentes chegar, né? “Vamos ver se é alguém e tal”. Quando a família foi lá ver quem estava chegando, aquela mania, né? Uns vão por curiosidade, uns vão pra já cumprimentar quem está chegando e nã nã nã… Era ali um rapaz que, aparentemente, você via pelos trajes ali, uma roupa muito puída, assim, meio sujo e tal, era uma pessoa em situação de rua. E aí esse rapaz pediu um prato de comida… Só que a ceia não estava pronta ainda, né? E esse rapaz falou para eles ali: “Eu posso entrar? Vocês poderiam me servir um prato de comida?”.


E aí, lógico, né? Janaína e o pessoal todo falou: “A gente não vai deixar um estranho entrar, né? Entrar obviamente não…”, — eu também não deixaria… — Explicaram para esse moço que a comida só estaria pronta à meia noite e que ele poderia voltar meia noite e que a família ali daria o prato de comida pra ele. Só que não tinha como dar antes. Então deram algumas frutas pra esse moço e ele agradeceu e foi embora. A festa de Natal ali continuou… Passado mais uns 15, 20 minutos, esse rapaz voltou e ele voltou já praticamente quase destruindo o portão ali, [efeito sonoro de metal batendo] sacudindo o portão, gritando pra entrar… E aí todo mundo assustou… —  De repente, ele estava na calçada, ali no lado de fora… — Esse rapaz arranca ali a peruca… [risos] Esse rapaz era um primo da Janaína.


E aí agora aqui a gente tem que voltar [risos] um pouco na história dessa família e desse primo pra vocês entenderem o que aconteceu ali. [efeito sonoro de fita rebobinando] Bom, esse primo da Janaína era aquele cara que toma todas, fuma, tá toda noite na balada, sabe? Só faz besteira. [efeito sonoro de sirene de polícia] E um dia ele foi parado com o carro pela polícia, o carro dele tinha algumas coisas irregulares e a polícia ia prender e ia levar. E aí, o que ele fez? Ele resolveu oferecer uma grana para a polícia não levar o carro dele. O policial não era um policial corrupto, foi lá e prendeu o primo da Janaína. [risos] Esse primo passar uns diazinhos na cadeia até sair, mas quando saiu, saiu convertido… Convertido a um cristão evangélico. —  Saiu totalmente evangélico. — E entre as coisas que ele mudou na vida dele, parou de beber, parou de fumar, parou de se encontrar com a família, porque segundo o que ele estava aprendendo ali, a família do primo era cristã, mas era todo mundo católico… Aquele cristão que toma cerveja, enfim… E ele não.


Ele falou: [efeito de voz grossa] “Eu não posso mais me encontrar com pessoas mundanas, pessoas do mundo”. Então esse primo tinha sumido do convívio… E ali, quando ele tirou a peruca e virou e era o primo, [risos] todo mundo ficou chocado, mas já abriram o portão e ele entrou. E quando esse rapaz entrou, ele deu um esculacho na família. Falou: [efeito de voz grossa] “Olha, e se eu fosse Jesus na porta de vocês? Pedindo um abrigo e um prato de comida? Vocês negaram comida pra uma pessoa necessitada, vocês negaram comida pra Jesus”. E ali, naquela família — muito grande — da Janaína, [risos] Janaína olhando tudo, atônita… Os idosos da família, as pessoas um pouco mais religiosas, começaram a chorar. Porque sim, eles sentiram que eles estavam negando Jesus. [risos]


Isso era umas dez horas da noite e esse primo fez um sermão, disse que eles não eram dignos, eles não eram cristãos, não eram dignos nem da presença dele ali na casa, porque eles tinham negado comida para Jesus. E isso, gente, destruiu o Natal da família da Janaína. —  Que a gente pode chamar aqui de família Souza. [risos] — Destruiu o Natal da família Souza. E, nisso, uma parte da família chorando, as crianças assustadas com aquele primo todo maltrapilho… — Fantasia… Tipo o Gugu. Lembra quando o Gugu se fantasiava de mendigo? Tipo isso. —  E aí as crianças assustadas, algumas pessoas chorando… Acabou o clima. As comidas assando lá na cozinha… Não tinha clima mais pra ter Natal. E aí eles tiveram um Natal péssimo, né? Deu ali meia noite e todo mundo comeu em silêncio. [risos] Mal… Todo mundo mal. Mal teve amigo secreto, teve nada, assim…


Esse primo destruiu o Natal porque ele se fantasiou de pessoa em situação de rua para testar a família numa vibe “eu sou Jesus Cristo aqui vestido de morador de rua e vocês não passaram no teste de cristão. Então vocês não são cristãos”. Olha esse cara… E a Janaína diz que depois desse Natal, a família nunca mais se reuniu. Cada um passa o Natal na sua casa… Porque lá na hora tinha a galera que estava chorando, que estava mal, as crianças assustadas e tinha uma galera querendo bater nele, no primo. [risos] Eu acho que seria dessa galera, que ia bater nele. [risos] A Janaína falou que aquela ceia virou um surto coletivo, assim, pessoas chorando, pessoas esbravejando, querendo bater nele, outras pessoas falando: “É um sinal, é um sinal”. [risos]


A Janaína nessa época ela tinha 12 anos, então ela estava ali com as crianças, assim, um pouco assustada, um pouco chocada com tudo, mas queria bater nele. [risos] Janaína era da turma que queria bater nele. E não pensa que o primo ficou lá, não… Ele saiu, botou de novo ali o que faltava, o que ele tinha tirado da fantasia de morador de rua e foi batendo nas casas até encontrar uma família que acolheu ele. E aí ele passou o Natal com essa família aí… —  Provavelmente ele deve ter feito um discurso diferente, tipo “vocês são cristãos, me acolheram como se eu fosse Jesus”, [risos] enfim… —  Gente, ele saiu surtado fazendo isso em outras casas, até que alguém acolhesse ele.


E esse primo da Janaína matou o Natal. [risos] Nunca mais eles se reuniram. Cada um passa o Natal com a sua pequena família, seu núcleo familiar, na sua própria casa, por causa desse primo. Uns anos depois ele até notou que ele fez besteira, tentou reunir a família, mas todo mundo tem muito trauma aí… [risos] Lembra daquele dia ele arrancando a fantasia e dizendo [efeito de voz grossa] “Ahá, vocês não são cristãos”. [risos] Então essa é a minha história de Natal bônus pra vocês. 


[trilha]

Bruno Porto: Oi, gente… Quem fala aqui é o Bruno Porto, eu faço comercial da Déia, o relacionamento dela com as marcas, os famosos “meu publiii”. Esse ano foi um ano muito difícil para todo mundo, mais do que o ano passado… Um ano de ansiedade, de medo, mas um ano que termina bem. Tradicionalmente não sou super fã de Natal, mas neste ano montei árvore, comprei presente pra todo mundo, enfeitei minha casa porque eu sinto que a gente precisa comemorar tudo, sabe? O máximo possível. Então vou comemorar muito Natal, vou comemorar muito Réveillon, vou comemorar muito o dia primeiro de janeiro, vou comemorar muito o Carnaval… Espero que vocês todos, todas e todes comemorem também. 

[trilha] [cantarolando] Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou. Cadê, Nenê? Nenê? Canta comigo, Nenê… Nenê… [miado] [risos] Nenê, eu quero fazer uma abertura, Nenê, vem aqui. [cantarolando] Hoje é um novo dia, de um novo tempo… O Nenê não quer cantar, [risos] que inferno… Nenê, eu queria sua participação na nossa vinheta de Natal. Não vai ter a vinheta de Natal porque você não quer participar, Nenê. Nenê… Nenê… Nenê, eu já paguei seu décimo terceiro… [risos] Por favor, participa. Não quer, tá mudo, gente. Agora minha prima está participando… Janaína, estou gravando… Tá aqui, já vou soltar. Alá, chamando a Miôja pra papar. Essa é a vida aí do podcaster…


Vou tentar mais uma vez… [cantarolando] Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou… Cadê, Nenê? Coentro-Nenê? Vem Coentro-Nenê… Vem cantar, Nenê. É, gente, o Coentro-Nenê esse ano o Natal dele… É protesto, Nenê? Eu vou dar um sachê pro nenê pra ver se suborno. Mas, gente, eu queria fazer aí uma vinheta, eu e Nenê cantando pra vocês, mas quando eu desligo o microfone, ele canta. Quando eu ligo, ele reclama aí sobre tudo. Então é isso… Infelizmente esse é o Natal do Coentro-Nenê.

Eu tentei gravar uma vinheta, eu e o Coentro-Nenê, mas o Coentro-Nenê não quis participar. Então é isso, Feliz Natal a todos, espero que nenhum primo de vocês apareça no portão pra fazer essa palhaçada, esse teatrinho [risos] de quinta categoria. Um beijo, feliz Natal, comam aí sem nenhuma moderação.

[vinheta] Especial de Natal é mais um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta] 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.