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título: gilsinho
data de publicação: 06/11/2021
quadro: patada
hashtag: #gilsinho
personagens: gilsinho

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Patada. Dicas para o seu pet. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei para o quadro mais fofinho do podcast que é o quadro “Patada”, e hoje a gente vai ter uma história muito fofa, é uma história que eu tô ligada diretamente, é um resgate meu. Quem me acompanha nas redes já deve ter ouvido eu falar aí do gatinho Gilsinho e hoje eu vou contar pra vocês a história do Gilsinho. E, no final desse episódio, a gente vai ter ainda a palavra da Mariana Rosa, que é uma querida e que deu lar temporário pro Gilsinho e que o Gilsinho, pra minha felicidade, provavelmente vai ficar lá como lar definitivo e a palavra da veterinária Maria, também sobre essa questão de animais e luto. E o nosso papo de hoje é: o que acontece com o nosso bichinho quando a gente morre? O que ele sente? Como ele fica? Então é sobre isso que a gente vai falar hoje e antes eu vou contar a história do Gilsinho. 

[trilha]

O Gilsinho é um gatinho gordinho, vesguinho, bem troncudinho assim, baixinho, ele parece um gatinho de desenho animado e o apelo me chegou da seguinte forma. Plena pandemia, uma senhora faleceu e ela tinha seis gatos e os gatos ficaram lá com ela, os gatos todos foram remanejados pelos amigos dessa senhora que faleceu, só que o Gilsinho ele virou um outro gato a partir do momento que ela faleceu, ele virou um gato arredio, um gato assim, muito difícil de se lidar, ele parou de usar a caixinha de areia, então ele fazia xixi, fazia cocô em qualquer lugar, ele parou de se alimentar bem, ele não avançava, mas ele não deixava ninguém tocar nele e não tinha como mandar ele pra lugar nenhum porque ele regrediu assim de uma maneira absurda. 

Aí primeira coisa que eu fiz foi fazer aquela movimentação pra tentar achar um lar temporário, porque era importante tirar ele da casa porque a casa onde ela morava ia ser demolida e todos os gatos já tinham sido tirados, menos o Gilsinho. E aí… A minha prima falou: “Não, tudo bem, a gente coloca ele aqui até a gente achar um lar temporário”, e foi assim que ele chegou até a gente. Quando a gente recebeu a caixa de transporte com o Gilsinho, gente, sem brincadeira, parecia que ele estava morto dentro da caixa, ele não se mexia e o cheiro era muito, muito forte, horrível, horrível mesmo, assim, não dá pra descrever. E aí caceta, a gente já estava ali com o gato, a Janaína colocou no quarto que ela tem a mais… Na casa da Janaína tem dois quartos, ela colocou no quarto que ela tem extra, e esse gato, gente, em dois dias ele praticamente apodreceu o quarto da Janaína, [risos] foi horrível, foi horrível porque ele fez cocô em tudo, fez xixi em tudo, ele não comia, ele também não chorava, ele se escondia em lugares que a gente não conseguia achar, não tinha como fugir porque as janelas elas tem grade, então não era nem tela pra ele roer, nada, era grade. 

Mas ele também nem tentava fugir, ele ficava parado assim e quando você chegava perto ele fazia “fu”, mas nunca avançou. Aí depois desses dois dias assim, o cheiro que estava no quarto você já sentia na casa toda, aí não tinha, não tinha como ele ficar ali e eu tinha que castrar esse gato, então eu achei um veterinário em Santo André que tem uma castração a preços populares, paguei hospedagem para o Gilsinho ficar lá pra poder fazer exame, castrar, se recuperar e depois eu pegar. Gilsinho foi castrado e aí eu levei o Gilsinho pra um hotel de gatos aqui em São Paulo, de uma amiga minha chamada Luiza Pinheiro, ela tem um hotel de gatos maravilhoso chamado “A Louca dos Gatos” e, gente, assim, foi uma benção, porque no hotel o Gilsinho ele tinha um espaço só pra ele, um espaço bem enriquecido assim com prateleiras, com toquinhas, com nicho, com um lugar que batia sol… E aí ele foi ficando um pouco melhor e, em uma semana mais ou menos, acho que uns dez dias, ele já estava usando a caixa de areia de novo, e tudo isso, gente, porque o Gilsinho sentiu demais a morte da sua tutora, né? Da pessoa que cuidava dele, que estava com ele ali e ele não sabia como lidar com essa dor, a gente não sabe o quê que ele estava sentindo, né? Pra mudar completamente assim. De um dia para o outro, né? Com esse evento da morte da tutora dele em plena pandemia. 

E aí o Gilsinho com dez dias, ele voltou a usar a caixa de areia, mas ele não deixava ainda fazer carinho, não deixava chegar perto e o tempo foi passando, a Lu ali conseguiu fazer um carinho, mas às vezes ele fazia “Fu”, ela conversava bastante com ele, o Gilsinho gosta muito que converse com ele, mesmo que ele não reaja, que ele não faça festinha assim, ele presta atenção, então ele é um gato que ele gosta muito de ouvir a voz de um ser humano assim, das pessoas e aí… Eu fico pensando, né? O que a tutora dele falava pra ele, como ela era carinhosa, o que ele sentia falta. E aí depois desse tempo que ele ficou na Lu, a gente viu que na Lu ele não ia evoluir mais, porque como lá é o hotel de gatos, não fica ninguém o tempo todo com ele, as pessoas ficam no hotel, trabalhando no hotel, mas no quarto que ele estava, que era um quarto só pra ele, não fica gente toda hora e ele precisava disso, de mais carinho, né? De gente mais perto. 

E aí a Mariana Rosa que tá ali no Twitter comigo todo dia, se ofereceu pra dar esse lar temporário para o Gilsinho, e aí ali na casa da Mari a gente viu o Gilsinho desabrochar. Gilsinho primeiro começou muito tímido, se escondia mais, depois ele ganhou uma torrezinha ali, já ficou um pouco mais animado, ele gosta muito do Dani, que é o marido da Mari, então quando o Dani tá ali ele fica por ali, hoje a gente já tem vídeos do Gilsinho brincando, ele ainda tem muitas questões assim… A gente começou uma reabilitação emocional mesmo dele com suporte, com feliway que é um sprayzinho que a gente coloca na tomada e é muito caro, muito mesmo, mas faz muita diferença e ajuda especializada, veterinário e ração boa, porque ele tinha um problema no intestino ali também que já resolvemos. 

E, gente, o gatinho agora, se você olhar, eu vou deixar, preciso ver aonde ainda porque o nosso site ainda não está pronto, pra eu deixar uma foto pra vocês do antes e de como o Gilsinho tá agora, é de chorar de tão lindo assim, a mudança, sabe? Que ele teve. E eu fico imensamente assim emocionada e esse é o meu trabalho, né? A maioria pode ser que não saiba, eu sou uma protetora de animais há mais de vinte anos e é isso que eu faço, é isso que eu gosto de fazer. E, gente, não tem preço você ver um gatinho que estava prostrado, triste, o semblante do Gilsinho de uma tristeza que não tem explicação, vocês vão ver aí a fala da veterinária, tem coisa que nem, nem o estudo que a veterinária tem explica, entendeu? Como ele tá agora assim, voltando a confiar nas pessoas e um pouco mais felizinho. E aí agora vocês vão ouvir a Mari, que é, provavelmente, a futura tutora dele, a pessoa que tá dando lar temporário pra ele, eu tô aqui na torcida que ele fique lá de vez, a Maria também veterinária. E antes eu quero pedir pra vocês, tem os meus assinantes, mas tem muita gente que me ouve também que ainda não conseguiu colaborar com o meu trabalho, eu vou deixar aqui o PIX que a gente usa pra arrecadar dinheiro para o Gilsinho pra continuar essa reabilitação dele. É uma reabilitação cara, né? Muitas coisas saíram do meu bolso, muitas coisas saíram do bolso da Mari que é do lar temporário… Aí assim, né? Tem hora que a gente não consegue, né? E aí se você puder doar um real, cinco reais, o que for, vai ser muito bem-vindo aí a sua colaboração pra ajudar na reabilitação do Gilsinho, esse gatinho gordinho, vesguinho. 

E eu vou ver, talvez eu coloque no Instagram, não sei ainda, mas eu falo lá no grupo, as fotos do antes e depois do Gilsinho, tá bom? Então vai lá, Mari, conta pra gente.

Mariana Rosa: Oi, pessoal, meu nome é Mariana. Estou com o Gilsinho em casa num lar temporário, lar temporário que já virou casa, né? Ele mora no meu coração e acho difícil que a gente consiga se separar daqui pra frente. O Gilsinho chegou na sexta-feira na minha casa, vindo com o coração pesado, pela própria expressão dele, pelo jeito que ele estava vivendo, ele chegou indicado aqui em casa da perda da vida que ele conhecia, e foi mais ou menos a mesma coisa comigo, juntos eu e o Gilsinho a gente tem enfrentado fases longas de luto, demorou um tempo até ele sair do buraquinho onde ele estava e olhar pra mim. Ultimamente a gente tem conseguido ficar mais próximo, então eu já descobri que de luz apagada o Gilsinho fica mais tranquilo, assim como eu também me sinto mais confortável pra chorar quando a luz está apagada. O Gilsinho ele é bem peculiar no jeito de comer, nos hábitos dele e eu senti que a perda do meu pai também me deixou chata pras coisas, parece que nada tem o mesmo gosto… Eu sempre achei que eu teria muito tempo pra ter uma vida feliz com o meu pai, pra fazer as pazes com meu pai, pra gente ser uma família do jeito que eu sempre quis que a gente fosse, eu acho que nesse ponto do mesmo jeito que pros bichinhos, o tempo não existe, pra vida, a gente também lida como se fosse pra sempre, né? A gente não consegue compreender a finitude das coisas, é por isso que eu sinto que nos últimos tempos eu e o Gilsinho a gente tem aprendido, reaprendido a existir no mundo onde a gente tem que amar outras pessoas, e onde a perda ela sempre vai existir um pouquinho. 

Já são quatro meses da perda do meu pai, quatro meses na chegada do Gilsinho e principalmente quatro meses assim, que a gente tem ressignificado as nossas dores, e reaprendido a existir. Eu sou muito grata ao Gilson por poder ver refletido nele os meus sentimentos, ver ele passando por situações de dor e saber que pertinho de mim alguém entende o que eu tô passando, sabe? Eu sou muito grata ao Gilsinho, por me ensinar tanta coisa, e eu sou grata ao meu pai que até a própria perda dele me trouxe tanto ensinamento. Eu espero que onde quer que ele esteja, ele esteja feliz, que um Gilberto tenha deixado um gato Gilsinho pra cuidar de mim. De Gil pra Gil. 

Déia Freitas: Prestem atenção aí no que a Maria tem pra dizer pra gente. 

Maria Mendes: Meu nome é Maria Mendes, eu tenho 23 anos, eu estou no último semestre de veterinária e hoje a gente vai falar um pouco sobre como os animais percebem e lidam com o luto ou o abandono dos seus tutores. Quando a gente fala sobre depressão animal, as pessoas tendem a achar que o animal demonstra depressão na mesma forma que o humano, ficando deitado, prostrado, triste, chorando… E a depressão animal ela pode se manifestar de várias formas, então quando animal perde o tutor, ele pode sim ficar deprimido, e se manifesta através de várias formas. Animais podem ficar mais agressivos, animais podem ficar destrutivos, tem animal que fica com a depressão que a gente conhece, o animal fica prostrado, não quer fazer nada, perde o apetite, então é muito importante a gente saber reconhecer isso e como lidar. Um animal ele sente falta do tutor, mas ele sente falta principalmente da rotina, então a gente não sabe se o animal percebe que o tutor não vai voltar mais, então, quando o animal é abandonado ou quando o tutor desse animal morre, a gente não sabe se é pra sempre, mas ele fica sempre esperando que a rotina dele volte ao normal. 

Então se o animal passeia todo dia com o tutor X horas, ele vai ficar esperando o tutor dele aparecer pra passear com ele e, quando isso não acontece, gera uma frustração porque aí você tem um comportamento ali que não é recompensado, ele não sente o que ele sentia antes. Tem animal que lambe a pata dele até ir no osso, então tem animal que faz isso com a chegada de um novo pet, qualquer mudança de rotina é muito grande pra eles, é extremamente perceptível e eles ficam bastante frustrados com isso. Então, como você lida com isso? Quando o animal fica triste ou ele fica destrutivo, primeiro, você leva no seu veterinário de confiança, seu veterinário vai te falar corretamente o que tá acontecendo porque se ele tiver dizendo sintomas fisiológicos disso, por exemplo, a lambedura na pata, você tem que tratar isso, às vezes você pode chamar um adestrador se ele tiver muito destrutivo, tem animal que faz tratamento com ansiolítico mesmo, rivotril, igual seres humanos, clonazepam, etc. 

Pra você trazer esse animal de volta, é importante você afagar o seu pet, dar carinho pra ele, um animal abandonado e tudo mais, mas é muito importante que você coloque ele de volta numa rotina, a gente não pode deixar o animal, isso é uma expressão bem entre aspas, a gente não pode deixar ele se entregar pra depressão, porque ele percebe isso como um comportamento de recompensa. Então ele vê que se ele tá muito triste porque ele tá destruindo as coisas e a gente vai lá e fica adulando ele, ele continua, então, a gente o mais rápido possível tem que criar outra rotina pra ele, inclusive já foi mostrado que pets que vão pra casa que tem outros animais conseguem superar isso melhor, por isso que é muito importante a gente ter paciência pra fazer uma readaptação, uma reabilitação mesmo desse animal, como é o caso do Gilsinho, né? Porque ele foi pra uma casa onde ele tinha entretenimento, teve outras formas de distrair a mente dele e, com isso, ele vai conseguindo aí aos poucos, alguns animais de uma forma mais lenta, de uma forma rápida, mas eles vão conseguindo aos poucos lidar com isso.

Então é muito importante você criar uma nova rotina, você inserir esse pet em outras formas sociais e colocar ele pra gastar bastante energia. Quando um animal perde o coleguinha dele, o amiguinho animal dele, eles percebem isso também, qualquer mudança no ambiente os animais percebem, tanto quando você insere um animal novo, tanto quando esse animal é tirado, então, ah, a pessoa que adota um cachorro depois adota outro e doa o segundo porque, ah, deu muito trabalho, o seu cachorro se ele for amiguinho dele, ele sofre. Igual eu falei, a gente não tem a percepção correta se eles tem noção do que é perda, mas a gente sabe que eles sentem falta da rotina, principalmente porque a gente percebe que os dois animais juntos eles gastam muita energia um do outro, então eles brincam, eles correm e, de repente, ele tá sem esse companheiro. É interessante você adotar um outro animal e colocar com ele, muitas vezes isso ajuda bastante, não precisa ser da mesma espécie, às vezes você adota um gato e o gato dá super certo com o cachorro, às vezes cachorro com cachorro, mas no mais, se você não quer adotar outro animal, você não pode adotar outro animal, é a mesma coisa… Então ele dá carinho para o seu animal, está presente com ele, mas não fazer tudo que ele quer.

Todo cachorro que apresenta um distúrbio de comportamento e você reforça isso positivamente: “Ah, não, meu filhinho como aqui esse patê, esse bife de fígado que eu fiz pra você”, pra ele, ele vai falar: “Ué, fiquei triste, ganhei um patê, vou ficar triste mais vezes”, “Tô revoltado, ganhei um carinho, vou ficar revoltado mais vezes”, isso não é o ideal, então é você ir reinserindo ele em outros meios. Ele brincava muito de gastar muita energia com esse coleguinha dele? Comece você a brincar com ele e gastar bastante energia com ele, ele gostava de brincar com esse coleguinha dele quando ele passeava? Conversa com o pessoal do seu bairro, quando o cachorro do seu vizinho for passear, passeia junto, brinca junto, porque aí você não precisa adotar outro animal, que muitas pessoas, às vezes, não têm condições, mas eles percebem exatamente do mesmo jeito que eles percebem a ausência humana. Até a gente que muda de cidade pra fazer faculdade eles sentem, então assim, se você mudou de cidade pra fazer faculdade, eles sentem muito a sua falta. 

Eu mudei da casa da minha mãe e os cachorros são dela, eles ficaram lá, mas as primeiras vezes que eu ia lá eles surtavam, a minha cachorra embranqueceu o pelo e tudo mais, e aí eu comecei a trazer ela pra minha casa às vezes. Então se você consegue fazer essas adaptações às vezes, faz, se você mora em outra cidade pra fazer faculdade às vezes você pode levar seu cachorrinho pra sua faculdade, leva, pra ir adaptando eles sempre e é sempre assim, energia pra gastar, é brincar, é sair, é correr… Agora, se seu animal começa a apresentar distúrbios assim, lambedura psicogênica, queda de pelo, perda de dentes, sempre consultar um veterinário pra confirmar mesmo se é isso, porque às vezes o estresse que ele sofre pode dar uma queda de imunidade e alguma doença pode manifestar, mas no mais ele se comporta exatamente com a perda do coleguinha como ele se comporta com a perda do tutor deles, então sempre, rotina, gente, animal precisa de rotina, é igual criança. 

Falando sobre esses casos de luto, eu tive um cachorro quando eu era criança que ele era muito ligado com meu avô, então onde meu avô ia, o cachorro ia junto, meu avô passeava com ele todo dia, meu avô ficava com o cachorro em casa, meu avô saía com ele, era meu avô e o cachorro, o cachorro e o meu avô. Quando meu avô faleceu, as pessoas na minha casa trabalhavam muito e ele ficou sem meu avô, sem meu avô, ele deitava na cadeira do meu avô, ele chorava e ele era um pug. O rostinho dele assim que era todo preto, em questão de um mês, o rosto dele ficou todo branco, ele perdeu vários dentes, a gente levou ele no veterinário, várias coisas e ele chegou a ter envelhecimento precoce devido à falta que ele sentiu do meu avô. A solução na época, como eu era criança, que eu acho que é muito errado, como ninguém em casa tinha tempo, ele era o cachorro do meu avô, eles fizeram várias entrevistas e doaram o cachorro pra uma moça, uma bióloga e ela fez essa readaptação com ele, ela ambientou toda a casa dela para o cachorro brincar, ela viajava e levava ele tudo mais, mas isso se manifesta de formas fisiológicas, ele lambia o pelo dele inteiro na lateral do corpo, caiu, isso se manifesta por estresse, às vezes chega a você consegue medir isso com hormônios, dá uma alta do hormônio do estresse que é o cortisol e o cachorro pode chegar até a desenvolver uma condição que a gente chama de hiperadreno. 

Hiperadreno é quando as adrenais que produzem cortisol, elas produzem tanto cortisol que elas perdem a função e o cachorro começa a ter vários distúrbios de estresse. Na época, ele foi pra casa dessa moça e essa moça fez todo um trabalho maravilhoso com ele, não foi o mais correto, né? Eu era criança, não tinha muito o que fazer, mas foi o que minha mãe achou de solução porque ela não tinha como ficar o dia inteiro com ele, mas eles sofrem muito, então é interessante a gente manter isso em mente e sempre tentar ajudar o seu animal em casa, não dar ele para outras pessoas. Fica bem claro que o animal que perdeu o tutor tá tendo problemas de comportamento, tem jeito, aí você vê um animal na rua, “Ah, mas ele é super agressivo, ninguém vai querer ele, ele foi abandonado, fico com dó, mas não posso fazer nada”, pega ele, leva no veterinário, reabilita, coloca pra doação se você não puder ficar com ele, dá certo e sempre tem alguém procurando um animal, você me fala assim: “Nossa, esse aqui não vai dar pra doar”, todo balaio tem sua tampa. 

Então se o seu animal começou a destruir tudo depois que alguém que você ama morreu, vai acontecer, você vai conseguir. Seu animal está muito triste, não quer comer, não quer fazer nada, você consegue do mesmo jeito que com um humano… A gente estende a mão, a gente tem paciência, tem que ter com eles também, falando assim, inclusive, parece que é mais difícil do que realmente é, é um ou outro animal que tem uma recuperação muito difícil, mas assim, sempre dá, então assim, não desistam dos animais que estão em luto, eles não são maus, eles só estão sofrendo. 

Déia Freitas: Eu vou deixar aqui também pra vocês na descrição do episódio o link do hotel da Luiza Pinheiro, minha amiga do hotelzinho de gatos, pra quem precisar, eu dou fé, assim, 100%, é um lugar maravilhoso que seu gatinho vai ser muito bem cuidado, tá? Então eu vou deixar o link aqui e a Lu atende também em casa, né? Como babá de gato. Eu também sou babá de gato, [risos] então se você tem um gato em São Paulo, pode me escrever quando você for viajar… Não agora que a gente está em pandemia, né? Que a gente cuida do seu gato, tá bom? Então é isso, gente, um beijo. 

Se você tem uma história pra um dos quadros aqui do nosso canal Não Inviabilize, escreva para o e-mail: naoinviabilize@gmail.com

[vinheta] Patada é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]
Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.