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título: maionese
data de publicação: 23/12/2021
quadro: feliz natal pra quem?
hashtag: #maionese
personagens: mirian e família

TRANSCRIÇÃO

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra mais uma história do nosso Especial de Natal – Feliz Natal Pra Quem? Esta é a penúltima história, então, se você não ouviu ainda as anteriores, tem três histórias aí de Natal para você. Esse especial está sendo diferente, né? Apenas eu e minha voz, sem nenhum efeito. É assim que eu conto as histórias para os nossos assinantes do Apoia-se. Então, se você ainda não é um assinante e gostaria aí de ter histórias todos os dias de segunda à sexta-feira, é só entrar no link aqui na descrição, 10 reais por mês, histórias todos os dias, de segunda à sexta, tem um acervo de mais 130 histórias já para você ouvir. 

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O Natal na casa da Mirian sempre foi muito animado. Eles juntam a família toda, vem gente de outros estados, então, assim, é aquela coisa… Que a casa da Mirian fica cheia de colchão, o pessoal dorme no chão, enfim… Não tem perrengue, todo mundo muito unido, todo mundo cozinha junto, então vários pratos nã nã nã e assa coisa e, enfim… É aquela comilança, aquela festança. Tudo muito organizado e com bastante amor, bastante gente, né? Uma família grande. E nessa família é grande, a gente vai ter aí aquelas pessoas que ficam mais de fora, sabe? Assim, sempre tem aquele seu familiar que se acha um pouco mais importante, que não gosta ali de se misturar com a família, saca? 

E a pessoa da família da Mirian que era assim, era a Tia Julieta. Tia Julieta, porque “ah, nossa vai juntar muita gente… Esse monte de colchão no chão”, reclamava de tudo, mas ia passar o Natal, ficava pouco e, enfim, ia embora. E este ano cada um ficava incumbido de um prato, então quem estava lá na casa da Mirian todo mundo cozinhava junto, ficava mais fácil… Mas os parentes que moravam ali na mesma cidade, não dormiam na Mirian, né? Então cada um trazia um prato. Então, ah, um vai trazer aquela gelatina colorida lá com aquele creme, ah, o outro vai trazer a farofa… Um beijo aí tio Vicente da farofa. [risos] Cada um traria uma coisa, né? E ficou combinado que Tia Julieta traria ali a maionese, né? 

Então, o que vai nessa maionese ali da Tia Julieta? Ia cenoura, vagem, batata… Era uma maionese assim bem completa, né? Bem completinha. E ela ia trazer uma travessa grande, porque a maionese é uma coisa que, né? Todo mundo gosta. E o combinado foi cumprido. Quando foi ali umas sete da noite, chegou a Tia Julieta com a travessa de maionese. A Maionese tava bonita, tava bonita demais a maionese. E aí botaram a maionese na geladeira, porque a gente sabe, né? Que maionese não pode ficar dando mole, não. E aí a hora que foram servir a comida ali, umas nove horas, essa maionese foi tirada da geladeira e colocada ali na mesa pra todo mundo se servir. 

E aí está todo mundo comendo… E aqui é importante dizer que: entre ali os familiares da Mirian, tinha uma garotinha de uns 12 anos. Sabe aquelas crianças que são mais enjoadas para comer? Então, o que essa garotinha que nós vamos chamar aqui de Manuela. O que Manuela comia? Manuela ali, daquela ceia, ela só gostava de… Não gostava de peru, não gostava de nada, assim diferente. Então fritaram um ovo para Manuela e ela comia maionese. Era a única coisa que ela comia. Então, como ela só comia isso, a mãe da Mirian fritou ali o ovo e falou: “Ó, Manuela, vem já comer, porque a hora que todo mundo começar a pegar essa MAIONESE, vai acabar. Então já separa aqui um tanto para você para você ir comendo durante a noite, né? Já que você só come isso”. 

E aí Manuela foi lá, fez um pratinho com o ovo dela e um pouco de maionese e pegou mais um tanto de maionese e botou na geladeira, né? Que era para lá na hora que desse vontade, uma fominha, ela comia, já que ela não comia nada, não gostava de nada que estava ali na ceia. Então ela foi a primeira a comer, essa garotinha de 12 anos. Só que, assim, ela comia muito pouquinho. Então ela comeu aquela maionese antes de todo mundo e passou ali uma meia hora e Manuela estava no banheiro passando mal, vomitou e com dor de barriga… Só que ninguém fez o link maionese e, sei lá, ela passando mal. Todo mundo achou: “Ai, a Manuela é assim, ela é complicada, não gosto de comer as coisas e nã nã nã”, colocaram meio que na conta de menina enjoada que não gosto de comer nada. 

E o pagode comendo solto, né? Os primos ali de Mirian que levaram instrumentos, então estava rolando um pagode gostoso assim, legal, e todo mundo ali no pagode, começou a servir a comida. Então você vai lá, faz seu prato… Não tinha uma mesa para todo mundo sentar, porque, né? Enfim… Muita gente na casa. Então você faz seu pratinho ali, você come, você senta ali e você come onde der. Paralelo a isso, Manuela que já tinha vomitado, já tava com dor de barriga, estava melhor. Estava tomando água de coco e não queria ver mais comida na frente dela, não queria ver mais nada. E ela comeu muito pouquinho, né? Então ela tinha comido ali primeiro o ovo e tal e deu umas colheradas na maionese e já passou mal. 

E, gente… Ninguém linkou. Como que não linkam isso, né? Não associam essa maionese ao passar mal de menina Manuela? E aí todo mundo começou a se servir, e aí você pegar arroz, pega a farofa, pega tudo o que você quiser ali da mesa e tem várias coisas, porque cada um tem um tempero, então você vai variando e nã nã nã. De repente, pagode comendo solto, então ali o pessoal que estava tocando não tinha parado ainda, eles iam parar para se servir. Eles não tinham se servido… Então guardem essa informação. E eles lá muito concentrados na rodinha de pagode e nã nã nã. De repente, não se sabe quem começou a passar mal primeiro… 

Todo mundo começou a passar mal. E uma casa térrea com quintal e apenas um banheiro… Que servia ali uma casa de dois quartos, né? Então, um banheiro ali servia bem para a Mirian, o pai e a mãe. Agora, com praticamente 20 pessoas na casa ficou mais complicado. E aí todo mundo começou a passar mal, não tinha banheiro, alguns correram para o quintal e outros correram pra rua, para a rua… E gente vomitando, gente com dor de barriga… Um tio. [risos] Ai, eu preciso dar essa informação. Não é uma informação bacana, mas eu preciso dar essa informação. Um tio da Mirian estava tão mal que pegou uma sacola, [risos] foi no carro e cagou na sacola. Por que já não cagou na terra se estava lá? Sacola dá uma piorada, né? [risos] 

Porque na terra, sei lá, depois você dá uma mangueirada, já foi, né? [risos] A Mirian falou que só sabe que uma hora ela olhou e estava todo mundo que tinha comido a maionese passando mal. E muita gente não tinha dado tempo ainda de comer a maionese e aí se ligaram, né? Porque aí alguém falou: “Ah, a Manuela passou mal e comeu só maionese”, então era a maionese. E o pessoal do pagode estava muito concentrado, enquanto uns ali corriam para fora vomitando, o pessoal do pagode ali tocando. Então foi aquela correria ao som do pagodinho, o pagodinho comendo solto ali e a galera passando mal, passando mal. 

Duas pessoas tiveram que ir para o P.S, não aconteceu nada de grave com ninguém, né? Graças a Deus, mas duas pessoas precisaram tomar soro no P.S. E aí a gente volta a Tia Julieta, porque Tia Julieta não comeu maionese, né? Não se sabe se não deu tempo, o que foi… O que a Tia Julieta fez? Tia Julieta fez a maionese, então, ah, você fez a maionese, você põe na geladeira… Ela botou na geladeira… Quando ela pegou a maionese pra levar para casa de Mirian, antes a bonita passou num salão, fez pé e mãe e deixou a maionese no carro. Gente, vocês acreditam nisso? Ela deixou a maionese no carro e aí depois foi… Pézinho bonito, mãozinha bonita, feita, pegou aquela maionese que ficou mais ou menos uma hora ali no banco de trás do carro dela e entregou para a mãe de Mirian, que pôs na geladeira, né? Óbvio. 

Gente, essa mulher largou uma maionese fora da geladeira, num calor de Natal que é o Brasil, por uma hora.. É óbvio que estragou. É óbvio que deu ruim. E aí todo mundo começou a brigar com a Tia Julieta, foi aquela, aquela brigaiada. Então o Natal deles não chegou nem a acontecer, porque deu meia noite tinha gente que estava no P.S, tinha gente que estava ali no quintal [risos] fazendo cocô atrás da moita. [risos] Muitos foram embora meio que, né? “Vou usar o banheiro da minha casa”, quem morava por ali. E o pior de tudo é que tinha uma parte da família que ia dormir e ia ficar ainda alguns dias ali na casa de Mirian… E todo mundo com um banheiro só. Precisaram, tipo, acionar o banheiro do posto de gasolina. [risos] Tipo: “Posso usar o banheiro aqui e tal?”, porque foi uma coisa de louco, pior Natal de todos por culpa de Tia Julieta. 

A que é a diferentona da família, a que tem um pouco de condição melhor, sabe? De vida. E fez isso aí com a galera. Deixou a maionese no carro. “Ah, nem me liguei”, como que nem me liguei, gente? Sabe? Fiquei com ódio da tia Julieta. Aí como eles tinham… Eles iam fazer amigo oculto e tudo, né? E todo mundo… Quase todo mundo passou mal, eles se reuniram novamente no dia 28 para ir ter um Natal, pós, né? Pós natal… E como muita gente tinha brigado com a tia Julieta, ela resolveu não aparecer. [risos] Ninguém fez maionese nesse dia, [risos] comeram só uma saladinha de tomate e estava muito bom. [risos] 

E aí então o Natal de Mirian e família foi no dia 28 por causa aí dessa maionese [risos] de tia Julieta. Tia Julieta também foi perdoada, que apesar de chata, né? É uma pessoa da família. E aí os anos seguintes, em vez de ela levar algum prato, ela dava o dinheiro para comprar uma parte da cerveja, [risos] que era mais seguro, né? Então esse foi o Natal da família da Marian, que rolou aí um perrengue grave, mas no final deu tudo certo o Natal no dia 28. Então é isso, gente, um beijo. Assinem lá o nosso Apoia-se e eu volto amanhã para a nossa última história de Natal desse ano. E é isso aí, vamo que vamo, um beijo. 

Dourado

Dourado é pai, abandonou a teologia e a administração para seguir a carreira em TI e sua paixão por fotografia. Gosta de cinema, séries, música e odeia whatsapp, sempre usou Telegram.