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título: ronco
data de publicação: 11/09/2023
quadro: mico meu
hashtag: #ronco
personagens: cilene

TRANSCRIÇÃO

[vinheta] Ops. Mico Meu, haha. [vinheta]

Déia Freitas: Oi, gente… Cheguei. Cheguei pra um Mico Meu. — Eu já estava com saudade e hoje eu não tô sozinha, meu publiii… — [efeito sonoro de crianças contentes] Quem está aqui comigo — de novo, só que agora no Mico Meu — é Chás Leão. — Amo… Melhor chá que tem. — Chás Leão está na casa dos brasileiros há mais de 100 anos. Dos sachês aos chás prontos para beber, Chás Leão oferece sabor, aroma e praticidade. A variedade de Chás Leão é imensa, com produtos que vai desde o tradicional Matte Leão — meu preferido, amo… Eu sou muito Matter Leão. [risos] Matter Leoner. [risos] Amo… — até a nova linha focada no autocuidado feminino, entregando aí uma nova experiência de consumo para todas as fases das mulheres. Chás Leão é bom para o meu momento, #ÉBomParaOMeuMomento. Seja aí para relaxar, para dar aquela pausa na rotina do dia a dia, para encontrar os amigos, para aquecer o corpo e a mente. — Amo… — Chás Leão tem o chá perfeito para você. — E tem mesmo… São muito, muito gostosos. — 

Para cada momento de pausa, Chás Leão: chasleao.com.br. — Eu vou deixar o link certinho aqui na descrição do episódio. — E hoje eu vou contar para vocês a história da Cilene. — Ê, Cilene… — Então vamos lá, vamos de história. 

[trilha] 

Cilene era síndica geral no Residencial Pônei Vistoso. — O lugar era tão grande que tinha outros subsíndicos, tá? — Um condomínio gigante aí de um bairro do Rio de Janeiro e que tinha mais ou menos aí uns 400 apartamentos — para mais — e cerca de 1.500 moradores. Todo mês Cilene estava ali, sozinha praticamente, na administração desse residencial, e ela estava sem auxílio dos subsíndicos. Um estava de férias — na época em que essa história aconteceu — e os outros estavam cobrindo férias em outros residenciais… — Porque ela trabalhava para uma empresa que só fazia administração de condomínios, né? — E o outro que podia estar ajudando ali a Cilene tinha sido mandado embora. Cilene e seu marido, o Santo Paulo, [risos] moravam nesse residencial e Cilene trabalhava e morava no trabalho… E o Paulo trabalhava fora, mas sempre estava dando uma força para Cilene, porque era muito trabalho, muito trampo mesmo. 

Então, a Cilene começava a trabalhar sete horas da manhã, que seria o horário dela… Só que, como ela morava no trabalho, como ela mora nesse residencial, ela não tinha hora para sair. Às vezes a Cilene subia para jantar — então, sei lá, sete oito horas da noite — e tinha que descer correndo para resolver algum problema, enfim, tinha que estar à disposição o tempo todo, inclusive sábados e domingos… — Fora do horário de trabalho, porque todo mundo encontrava com ela e já se queixava aí dos problemas do condomínio, Residencial Pônei Vistoso. — Pensa, você está no seu trabalho e depois na sua casa, mas isso não ter diferença nenhuma… — Porque o seu interfone não para de tocar dia e noite com queixas. — Os moradores ligavam direto, interfonavam direto para o apartamento da Cilene… E era reclamação de tudo: De barulho por parte dos vizinhos, som alto, visitantes ocupando vaga de garagem dos moradores, festa fora de horário, briga no salão de festa, morador querendo que o porteiro [risos] desse conta de criança… Além dos pepinos dos prédios… Manutenção, piscinas interditadas, portão que quebra, enfim, imaginem o caos que era a vida da Silene. 

Cilene trabalhava de sábado até meio dia e depois ela tinha que fazer suas coisinhas da vida, né? Então, teoricamente, sábado e domingo, Cilene estaria de folga. Só que aí ela tinha outras demandas, que eram as demandas familiares. A mãe da Cilene se queixava que ela ficava pouco com a filha, então a Cilene de domingo, geralmente… Se eles almoçavam na casa da mãe da Cilene, depois do almoço eles comiam a sobremesa na casa da mãe do Paulo ou faziam o contrário. E as mães sempre reclamando que era pouco tempo e nã nã nã nã… Então, nem no descanso a Cilene tinha paz e esse era um final de semana desses… — Que a Cilene e o Paulo eles tinham um compromisso nas duas casas, na casa da mãe da Cilene e na casa da mãe do Paulo. — A Cilene trabalhou até meio dia do sábado e depois ela saiu correndo para fazer mercado, preparar as comidas da semana seguinte… — Então ela passou no hortifruti, no açougue, enfim, no mercado… Chegou em casa cheia de bolsa, começou a preparar a comida… Isso sábado, hein? Ela tinha trabalhado até meio dia. — Aproveitou para arrumar a casa, deixou tudo em ordem, porque no domingo ela não ia ter esse tempo, que geralmente ela arrumava no domingo, porque ela ia passar o dia entre a casa da mãe dela e a mãe do Paulo. 

No sábado, antes de dormir, a Silene começou com uma coceira no pescoço… Uma coceira, uma coceira, uma coisa… Ela falou: “Bom, eu vou tomar um antialérgico aqui, tomo aí uns dois, três diazinhos e essa coceira vai sumir, né? Porque está me incomodando e tal”. Então ela tomou o primeiro antialérgico e dormiu, no dia seguinte cedinho ela já ia sair com o marido aí pras coisas… E ainda ela ia terminar de arrumar a casa, dar aquele tapa geral no domingo cedo para quando ela voltasse não ter nada mais pra fazer. [efeito sonoro de galo cantando] Domingo eles acordaram, Silene fez ali as coisas que ela tinha que fazer e eles foram pra casa da mãe da Cilene. — Então eles iam almoçar lá na casa da mãe da Cilene e depois eles já iriam para a casa da mãe do Paulo. — Chegaram lá na casa da mãe da Cilene, almoçaram, conversaram com todo mundo e já estava dando horário para ir pra casa da mãe do Paulo… E aí a mãe da Cilene começou a reclamar, chorosa, que “poxa, você não fica comigo e nã nã nã”, só que ela tinha que ir pra casa da sogra…Então lá foram eles de novo, se despediram da mãe — da Cilene — e foram pra casa da sogra. 

Quando foi dando dezenove horas, o olho da Cilene começou a pesar… Aquela sensação de cansaço… A Cilene chegou pertinho do marido e falou: “Bom, eu sei aí sua mãe, você ama e tal, mas vamos para casa que eu tô aqui mal”, e aí o Paulo falou: “Bom, pega tudo… Então a gente vai pra casa, confere as coisas, vamos embora”, “Já peguei tudo aqui, minha chave está aqui na bolsa”, Paulo bateu a mão na bermuda, falou: “Bom, minha chave está aqui. Vamos pra casa?”, “Vamos para casa”. Quando a Cilene chegou na portaria ali do Residencial Pano Vistoso, tinha um grupo de moradores já conversando ali na recepção do residencial… E eles já foram logo se aproximando da Cilene pra querer debater alguns pontos que precisava resolver durante a semana: “Não, porque o portão quebrou, tem um vazamento não sei onde e nã nã nã” e a Cilene ela estava que ela não conseguia ficar em pé… E com preguiça de pegar as chaves na bolsa, Cilene botou a mão ali no bolso do marido e pegou a chave dele e subiu. E o Paulo ele sempre dava essa força pra Cilene, né? E ele ficou lá conversando com a galera, tipo ouvindo as queixas pra depois passar pra Cilene, enfim… 

Cilene entrou, trancou a porta, tomou um banhão quente gostoso e, sem conseguir sequer se vestir de tanto cansaço e sono, Cilene apagou na cama de toalha mesmo. Quando foi ali, [risos] quase de madrugada, ela acordou… Sabe quando você acorda assustada? E percebeu que ela tava de toalha, deitada, atravessada na cama e cadê o Paulo? Paulo não tava. Assim que ela olhou no relógio, era quatro horas da manhã… Cilene levantou correndo, foi procurar o Paulo pela casa, porque ela estava atravessada na cama… De repente, ele estava dormindo no sofá, né? E nada de achar o marido. A Cilene ligou na portaria para perguntar pro porteiro ali se ele tinha visto o Paulo, se ele tinha visto o Paulo saindo, sei lá, né? Quando o porteiro atendeu, ele disse: “Dona Cilene do céu. [risos] O bloco da senhora estava um caos…”, e aí o porteiro… — Que a gente pode chamar aqui de Josenildo… —  O Josenildo contou o que tinha acontecido… Paulo, depois de escutar as queixas e as reclamações dos moradores, ele subiu… Deu cerca de meia hora, sei lá, que ele ficou ali com os moradores, ele subiu pra casa e tentou entrar.  [efeito sonoro de campainha tocando]

A porta estava trancada… Paulo bateu: [efeito sonoro de batidas na madeira] “Cilene, Cilene… Você entrou com a minha chave”, porque ela tinha levado a bolsa, né? Então ele estava sem chave…” Abre aqui para mim”. E ele bateu, bateu, bateu… Cilene, que estava roncando, não acordou. Então o Paulo desceu, interfonou várias vezes, mas a Cilene estava num sono tão pesado e tão cansada, que ela não escutou o interfone. Aí o Paulo ligou várias vezes no celular da Cilene e Cilene não atendeu… O celular dela não ficava no mudo, mas ela não atendeu, não ouviu… Bom, os vizinhos de cima, os vizinhos debaixo, o vizinho da lateral, todo mundo na janela gritando: “Cilene, Cilene” e nada da Cilene responder. — Nesse ponto, você pode ficar pensando assim: “Bom, vamos arrombar a porta”. — O Paulo foi lá na portaria, chamou o porteiro e os dois tentaram arrombar a porta… Um fracasso. [risos] A porta nem se mexeu, eles não conseguiram arrombar a porta. A gente podia estar pensando assim: “Poxa, eles não sabiam que a Silene estava dormindo lá dentro, né? Podia, sei lá, ter achado que a Cilene estava morta, estava passando mal. E agora? Como que vai abrir essa porta?”

Josenildo foi contando tudo isso para a Silene, né? E aí ele falou: “Olha, dona Cilene, a última vez que eu vi o Seu Paulo, ele tava passando aqui lá pro salão de festas”. [risos] A Cilene vestiu uma roupa e desceu correndo, né? Atrás do Paulo. [risos] Primeiro lugar que ela foi, foi o último lugar que o Josenildo tinha visto o Paulo, que era no salão de festas. E aí, quando ela chegou no salão de festas, ela encontrou o Paulo deitado no chão, encolhidinhinho, dormindo. [risos] Cilene completamente sem graça, acordou o marido, explicou o que tinha acontecido e que ela tinha desmaiado de cansaço e tal… E o Paulo passou uma semana de cara feia [risos] sem falar com a Cilene. Aí quando eles voltaram a se falar, que passou o ódio do Paulo, ele disse assim: “Olha, Cilene, eu só não chamei os bombeiros, só não achei que tivesse acontecido alguma coisa grave com você, porque da janelas dos vizinhos a gente escutava o seu ronco. Você parecia um trator desgovernado, [risos] parecia um caminhão com a carroceria solta, Cilene”. [risos]

Ela roncava tão alto… [barulho de ronco com a boca] Eu gosto desse ronco de desenho, que é: [barulho de ronco com a boca] [risos] E a Cilene roncava tanto, tanto, que todo mundo ali percebeu que ela estava de fato roncando, ela não estava morta, não estava passando mal… Ela estava na cama porque de onde ele foi, no apartamento do vizinho, dava para você ver a janela do quarto aberta e tal e sair o som muito alto de ronco, muito alto… [risos] Muito alto… — Ê, Silene… [risos] — Meses depois o Paulo passou num concurso em outro estado e ele e a Cilene eles se mudaram. E aí a Cilene deixou de trabalhar nesse condomínio aí, que era o Pônei Vistoso, um terror… Depois de muita conversa com os familiares, com o marido, com as amigas, a Silene percebeu a importância de separar a vida pessoal da vida profissional. A gente tem sim que separar totalmente os momentos de lazer do trampo. E aí a Cilene aproveitou também pra já dar um freio aí nesse monte de compromisso familiar que ela tinha. Então, se ela tá muito cansada hoje, ela desmarca e fica em casa vendo uma série com o Paulo, lendo livro… Ou se o Paulo quiser ir, vai e ela fica e respeita os seus próprios limites. — Amo… [risos] O trator desgovernado Cilene. [risos] —

[trilha]

Assinante 1: Oi, pessoal… Meu nome é Sibila e eu falo de Valença, no estado do Rio. Cilene do céu, o que foi isso hein, mulher? Eu ri, mas foi com respeito, porque esse cansaço aí, só de ouvir a sua rotina, só de ouvir as suas demandas, eu fiquei cansada… É muito importante a gente separar trabalho da vida pessoal e cuidar da saúde mental. Agora, cá entre nós, eu não sei como que eu conseguiria sair do meu apartamento depois de saber que toda a vizinhança me ouviu roncar feito um trator desgovernado. [risos] Silene, espero que você fique bem, cuide da sua saúde. Um beijo para todos. 

Assinante 2: Oi, Déia, oi, Não Inviabilizers, eu sou a Sabrina de Barueri, São Paulo. Já aconteceu de eu pedir pizza com meu namorado, tarde um pouco da noite e, no momento em que o entregador chegou, buzinou e chamou, fez a pizzaria ligar, nos mandaram mensagens e nada da gente acordar. Então, foi um sono profundo em dose dupla. E isso do sono profundo é bastante frequente até, porque a gente tem diferentes estágios do sono, né? Então, no estágio três, que é o do sono profundo, geralmente é bem difícil de fazer a pessoa acordar. Como as ondas do sono variam durante a noite, é só esperar aí uns quarenta minutos, meia hora, que dá para acordar a pessoa sim. Beijos e até breve. 

[trilha] 

Déia Freitas: Se você busca equilíbrio na corrida do dia a dia, Chás Leão é perfeito para você. Ele te ajuda a dar uma respirada, a se reconectar enquanto desfruta de um chá delicioso, seja quente ou gelado. — Amo chá gelado também. — Para cada momento de pausa, Chás Leão: chasleao.com.br. Valeu, Chás Leão, pela parceria… Estou muito feliz porque é um produto que eu consumo muito e tenho muita admiração. — Amo… — Um beijo, gente, e eu volto em breve. 

[vinheta] Quer a sua história contada aqui? Escreva para naoinviabilize@gmai.com. Mico Meu é um quadro do canal Não Inviabilize. [vinheta]